quarta-feira, 20 de agosto de 2014

ORIGEM E ACEPÇÕES DA PALAVRA DIREITO – TERMINOLOGIA JURÍDICA

ORIGEM E ACEPÇÕES DA PALAVRA DIREITO – TERMINOLOGIA JURÍDICA




1.    ORIGEM DA PALAVRA DIREITO

                  A palavra direito é indicada como sendo do tipo análoga, ou seja, possui vários significados, os quais guardam entre si algum nexo, um ponto em comum. Para assim considerarmos, todavia, devemos fazer a distinção entre as acepções fundamentais e as secundárias. Vejamos, em primeiro lugar, a definição da palavra direito pela forma etimológica.

                  A palavra direito é grafada de várias formas, de acordo com o País e sua língua. Vejamos alguns exemplos: droit (França), diritto (Itália), derecho (Espanha), dreptu (Romênia), right (Estados Unidos) e recht (Alemanha).

                  Todas estas palavras estão ligadas a uma origem comum, o vocábulo latino directum ou rectum, que significam, respectivamente, direito e reto. Seu sentido é ser (agir) conforme a uma régua, aquilo que é reto (retidão). Depois passou para o sentido figurado, significando aquilo que estava de acordo com a lei.

                  Além desta origem, outras palavras também simbolizam a idéia do direito, como judiciário, jurídico, justiça, jurisprudência. Todas elas são oriundas do termo latino jus, que também significa direito. Ocorre que o termo jus não tem formação pacífica entre os estudiosos históricos.

                  Para alguns, este termo latino é derivação do vocábulo jussum, ligado ao verbo jubere, cujo significado é mandar, ordenar.

                  Outra explicação possível para o termo jus é ser ele aperfeiçoamento do vocábulo justum, ou seja, aquilo que é justo ou conforme a justiça.

                  Há, ainda, uma terceira corrente que acredita ser a origem o verbojuvo ou juvare, com a idéia de ajudar, proteger, com o que o direito seria uma proteção destinada a defender os homens contra qualquer violência.


1.1.       Acepções da palavra Direito: o fenômeno jurídico é bastante complexo, apresentando vários aspectos ou elementos. Esta circunstância torna difícil uma única definição real. Aqui teremos cinco possibilidades, ou acepções, da palavra direito.

1.1.1. Direito como Norma: Trata-se da forma mais comum de aplicação da palavra direito, sendo também conhecida como direito objetivo ou norma agendi. São as regras exteriores ao homem e que a ele se dirigem e se impõem, atuando em sua vida particular e social. Na definição de Rudolf Von Ihering, “é o conjunto de normas coativamente garantidas pelo Poder Público” . Regra social obrigatória.

1.1.2. Direito como Faculdade: é o poder que tem o homem de exigir garantias para a realização de seus interesses, quando estes se conformam com o interesse social. É o poder de ação assegurado pela ordem jurídica. Trata-se de uma prerrogativa de agir, uma opção, uma alternativa posta ao sujeito. Também chamado de direito subjetivo ou facultas agendi, tendo sido por Ihering definido como o interesse juridicamente protegido (Jus est facultas agendi). Compreende um sujeito, um objeto e a relação que os liga.

1.1.3. Direito como Justo: O que é devido por justiça. Relacionado com o conceito de justiça, possuindo dois sentidos diferentes:
1.1.3.1.     Bem devido por justiça: na definição de São Tomás de Aquino, é o que é devido a outrem, segundo uma igualdade.
1.1.3.2.     Bem conforme a justiça: não existe contrapartida, mas sim uma determinação social que acredita ser aquela a melhor alternativa a determinada situação.

1.1.4. Direito como Ciência: usada como “ciência do direito”, o setor do conhecimento humano que investiga e sistematiza os fenômenos da vida jurídica e a determinação de suas causas. Organização teórica do Direito.

1.1.5. Direito como Fato Social: Ao realizar o estudo de qualquer coletividade, a sociologia distingue diversas espécies de fenômenos sociais. Considera os fatos econômicos, culturais, esportivos e, também, o direito. O direito é, então, considerado como um setor da vida social. É o conjunto de condições de existência e desenvolvimento da sociedade, coativamente asseguradas.

Consideremos as expressões seguintes:
1 – o direito não permite o duelo;
2 – o Estado tem o direito de legislar;
3 – a educação é direito da criança;
4 – cabe ao direito estudar a criminalidade;
5 – o direito constitui um setor da vida social.
Assim, no primeiro caso – “direito” significa a norma, a lei, a regra social obrigatória.
Na Segunda expressão – “direito” significa a faculdade, o poder, a prerrogativa que o Estado tem de criar leis.
Na terceira expressão – “direito” significa o que é devido por justiça.
Na quarta expressão – “direito” significa ciência, ou, mais exatamente, a ciência do direito.
 Na última expressão – “direto” é considerado como fenômeno da vida coletiva. Ao lado dos fatos econômicos, artísticos, culturais, esportivos etc., também o direito é um fato social.

                              Por fim, podemos buscar entender o direito pela definição sintética, que, todavia, revela-se como a mais ineficiente, pois é a definição integral, que pretende ser capaz de abraçar todo o fenômeno jurídico, dando-nos uma noção unitária da realidade jurídica. Eis algumas tentativas de definição sintética:

Celso: Direito é a arte do bom e do justo (ars boni et aequi) – Digesto, L. I, De Justitia et Jura

Dante Alighieri: Direito é a proporção real e pessoal do homem para o homem que, conservada, conserva a sociedade e que destruída, a destrói. (De Monarchia)

Miguel Reale: Direito é a vinculação bilateral atributiva da conduta para a realização ordenada dos valores de convivência. (Curso de Filosofia)


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Hoje é dia de Annada Aja ou Bhadrapada jejum de Ekadasi 19 dia 20 de agosto de 2014




Annada Aja ou Bhadrapada jejum de Ekadasi 19

Yudhishthira Maharaja disse: "ó Janardana, protetor de todas entidades vivas, por favor diga-me o nome do jejum [Ekadasi] que ocorre durante a quinzena obscura do mês de Bhadrapada (ago/set)."

O Senhor Supremo, Sri Krishna, respondeu: "ó rei, ouça com atenção. O nome deste jejum [Ekadasi] que remove os pecados é Aja ou Annada.  Qualquer pessoa que jejue completamente neste dia e adore Hrsikesha, o senhor dos sentidos, torna-se livre de todas reações de seus pecados.  Até quem apenas ouve sobre este jejum [Ekadasi] se livra de seus pecados passados. Ó rei, não há dia melhor que este em todos mundos terrenos ou celestiais. Isto sem dúvida é verdade.

Uma vez vivia um famoso rei chamado Harishchandra, que era imperador do mundo e pessoa muito veraz e íntegra. O nome de sua esposa era Chandramati, e tinha um filho chamado Lohitashva. Pela força do destino, entretanto, Harishchandra perdeu seu grande reino e vendeu sua esposa e filho. O próprio rei piedoso tornou-se servente doméstico de um comedor de cachorros, que o fazia guardar um crematório. No entanto, mesmo fazendo um trabalho tão baixo, não abandonou sua veracidade e bom caráter, assim como o soma-rasa, quando misturado com algum outro líquido, não perde sua capacidade de conferir imortalidade.

O rei passou muitos anos nessa condição. Então certo dia pensou: "Que farei? Onde devo ir? Como posso ser salvo desta sina?" Desta forma ele estava soçobrando num oceano de ansiedade e sofrimento.

Certo dia um grande sábio calhou de passar por ali, e quando o rei o viu pensou contente: "Ah, o Senhor Brahma criou sacerdotes [brahmanas] só para ajudar os outros." Harishchandra prestou suas respeitosas reverências ao sábio, cujo nome era Gautama Muni. De palmas unidas, o rei postou se de pé diante de Gautamae narrou sua lamentável história. Gautama Muni ficou surpreso ao ouvir a triste estória do rei. Pensou: "Como esse rei foi reduzido a coletar roupas dos mortos!"Gautama teve muita compaixão por Harishchandra e instruiu-o no processo de jejuar para purificação.

Gautama Muni disse: "ó rei, durante a quinzena obscura do mês de Bhadrapada ocorre um jejum [Ekadasi] especialmente meritório, chamado Aja ou Annada, que remove todos pecados. De fato, este jejum [Ekadasi] é tão auspicioso que se simplesmente jejuares nesse dia e não realizares mais nenhuma austeridade, todos teus pecados serão nulificados. Por tua boa fortuna está chegando a data daqui a sete dias. Portanto induzo-te a jejuar nesse dia e permanecer acordado durante a noite. Se o fizeres, todas reações de teus pecados passados chegarão ao fim. ó Harishchandra, vim aqui por causa de teus atos piedosos passados. Agora, toda boa fortuna a ti no futuro!" Dizendo isto, o grande sábio Gautama imediatamente desapareceu.

O rei Harishchandra seguiu as instruções de Gautama com relação a jejuar no sagrado dia de Aja Ekadashi. Ó Yudhishthira, porque o rei jejuou  nesse dia, as reações de seus pecados passados foram completamente destruídas imediatamente. Ó leão entre os reis, veja só a influência desse jejum [Ekadasi]! Ele imediatamente vence quaisquer misérias que se esteja sofrendo como resultado de atividades pecaminosas anteriores. Assim, todas misérias de Harishchandraforam aliviadas. Apenas pelo poder desse maravilhoso jejum [Ekadasi] ele foi reunido com sua esposa e filho, que tinham morrido porém agora voltavam à vida. No céu os semideuses começaram a tocar seus tímbales celestiais e choviam flores em Harishchandra, sua rainha e seu filho. Pelas bênçãos do jejum de Ekadashi, ele recuperou seu reino sem dificuldade. Além do mais, quando o rei Harishchandra deixou este planeta, seus parentes e todos seus súditos foram com ele para o mundo transcendental.

Ó Pandava, quem quer que jejue no Aja Ekadashi certamente se liberta de todos seus pecados e ascende ao mundo transcendental.  E quem ouve e estuda as glórias deste jejum [Ekadasi] consegue o mérito auferido por realizar um sacrifício de cavalo."

Assim termina a narrativa das glórias do Bhadrapada Ekadashi ou Aja Ekadashi do Brahma-vaivarta Purana.


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Para saber tudo sobre Jejum ou ekadasi clique nos links abaixo:
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terça-feira, 19 de agosto de 2014

LIÇÃO SOBRE TOTALITARISMO - PERCIVAL PUGGINA



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O erro de Kelsen: os estudos de B. F. Skinner contra a ciência do direito – Thor Lincoln Nunes Grünewald



Hans Kelsen é um dos maiores influenciadores da filosofia por trás do ordenamento jurídico brasileiro, sendo celebrado por todos que atuam com o Direito. Ele propôs, entre várias teses, o estudo científico do Direito, afirmando que essa ciência se erige sobre o princípio da imputação, o que a diferenciava das demais áreas de estudo. Esse autor foi alvo de críticas, mas nenhuma delas enfrentou o caráter científico que ele atribuiu ao Direito e mesmo as que a comunidade científica lhe dirigiu não foram feitas com estudos corretos sobre seus argumentos, como ele mesmo reconheceu. Por isso, uma pesquisa que apure adequadamente a essência dessa tese e, assim, consiga refutá-la, mostra-se relevante para a Ciência, realizando hoje o que se sabe não ter sido feito na época daquele jurista. Então, a fim de fazer uma crítica nova e contundente, de modo a ampliar o progresso científico, fez-se necessária uma pesquisa bibliográfica para responder aos seguintes questionamentos: quais os referenciais teóricos de Kelsen para sua Ciência do Direito? Quais os seus argumentos? Como eles podem ser interpretados? Quais os pontos de sua abordagem precisam ser melhor testados cientificamente? Ao longo dessa pesquisa, descobriu-se que, para Kelsen, o Direito visa o controle do comportamento humano pela punição; que ele escolheu parte de seu referencial, Ernst Mach, conforme sua conveniência, para criar a imputação, princípio com o qual justificou seu argumento; que a imputação é a ligação entre uma conduta (comportamento) de um homem e a consequência punitiva (comportamento) que outro homem lhe aplica; que os pontos desse princípio são o seu caráter meramente hipotético, a preocupação com o comportamento humano sem explicá-lo e a mencionada desvirtuação da tese machiana. Para criticá-lo, estudou-se B. F. Skinner sob os mesmos questionamentos, desde que adequados ao trabalho desse cientista. Descobriu-se que Skinner, dentro do mesmo referencial teórico, não foi seletivo em sua base filosófica, pois seguiu-a estritamente, realizou experimentos para testar suas hipóteses, explicou o comportamento humano e, após seu inquérito científico, descobriu que a punição é uma técnica ineficiente para controlar comportamentos. Diante dos resultados obtidos, conclui-se que a imputação é uma ficção e que o Direito, erguido por Kelsen, não é uma ciência, nem está próximo de solucionar os problemas da humanidade. Ao contrário, a suposta cientificidade da abordagem desse autor mostra-se perigosa para o futuro da raça humana. A partir desse estudo, propôs-se o combate à punição como técnica de controle comportamental e o uso da ciência de Skinner para que o mundo vá além do Direito.

http://www.redepsi.com.br/2012/01/16/o-erro-de-kelsen-os-estudos-de-b-f-skinner-contra-a-ci-ncia-do-direito-thor-lincoln-nunes-gr-newald/

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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Consumo de Drogas na Adolescência Autor: Roseane Rodrigues Nascimento


Resumo: O presente artigo trata de um tema em bastante evidencia: o uso de drogas por adolescentes. Essa questão traz bastante preocupação não somente para os pais e familiares, mas também para toda a sociedade, pois o envolvimento de jovens cada vez mais cedo com drogas produz um efeito cascata que acaba por afetar diretamente a todos. Afinal o jovem deixa a escola, comprometendo o seu futuro, passa a ser agressivo com os familiares, começa a roubar em casa para sustentar o vício, passa a praticar assaltos que podem resultar em latrocínio e, algumas vezes, são presos ou mortos pelos próprios traficantes, ou morrem de overdose. O álcool, uma droga lícita, também é responsável por grandes tragédias envolvendo adolescentes. As drogas lícitas ou ilícitas não trazem qualquer beneficio aos jovens, portanto, faz-se necessário que a sociedade em geral, incluindo familiares e amigos se unam com o objetivo de conscientizar esses jovens das consequências que as drogas trazem para suas vidas.
Palavras-chave: Adolescentes. Drogas. Tragédias. Sociedade.

1. Introdução

Questões envolvendo crianças e adolescentes sempre tiveram destaques entre profissionais de diversas áreas, assim, como também de familiares. Contudo a preocupação com esses jovens vem aumentando nos últimos tempos, pois nota-se que cada vez mais, crianças e adolescentes estão envolvidos em crimes e atos de violência, dos quais, grande parte envolve o uso de drogas, tanto licitas como ilícitas.
Os prejuízos no âmbito da saúde do indivíduo são irreparáveis e muitas vezes incontroláveis, há um prejuízo imensurável no que diz respeito à vida social, familiar, emocional e psicológica da pessoa. Por esse motivo é preciso uma campanha de conscientização constante, além de ser extremamente necessário o atendimento de famílias carentes para que elas possam ter condições de manterem-se e não caírem em doenças como a depressão que levam naturalmente ao uso das drogas. A condição social do indivíduo é influente e contribui para o uso ou não das drogas, pois na maioria das vezes estas são consideradas uma fuga da realidade que essas pessoas enfrentam, e por isso se torna tão freqüente o seu uso.

2. Drogas – Aspectos Conceituais

Em uma definição mais simples pode-se dizer que as drogas são substâncias consumidas em sua forma natural ou não, cujo efeito consiste na mudança do funcionamento do organismo e, na maioria dos casos, aptamente prejudiciais.
Porém, nem todas as drogas são ilícitas, existem aquelas cujo uso é liberado, como é o caso do álcool e do cigarro, e que nem por isso deixam de ser prejudiciais.
Vale lembrar que as drogas lícitas têm a venda proibida para menores de idade, contudo, tal proibição não inibe o seu uso por um número cada vez maior de jovens e adolescentes.

2.1 Drogas Lícitas

As drogas lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e comercializadas livremente e que são aceitas pela sociedade. Os dois principais exemplos de drogas lícitas na nossa sociedade são o cigarro e o álcool.
É importante mencionar que o fato de algumas drogas serem liberadas para venda e consumo, não quer dizer que estas não sejam prejudiciais, principalmente para jovens e adolescentes, pois embora sua venda seja proibida para menores de idade, não existe uma medida de controle rigorosa que os impeçam de consumi-las.
Conforme comenta Scivoletto:
Observa-se aqui que o fato de serem liberadas não significa que não tenham algum tipo de controle governamental bem como não provoquem algum prejuízo à saúde mental, física e social. Isto dependerá de múltiplos fatores tais como quantidade, qualidade e freqüência de uso (1997, p. 14).
Mas não é somente o álcool e o cigarro que são drogas prejudiciais, existem aquelas de origem farmacológica que também são muito utilizadas. Os remédios indicados para reduzir a ansiedade ou induzir o sono, os descongestionantes nasais, os anorexígenos (medicamentos utilizados para reduzir o apetite e controlar o peso), e os anabolizantes (hormônios usados para aumentar a massa muscular), são exemplos de drogas desse tipo.
Todas essas substancias mencionadas são drogas lícitas que tem causado grandes prejuízos aos adolescentes, resultando em sérios danos físicos, psicológicos e, até mesmo em morte.

2.2 Drogas Ilícitas, Formas e Conseqüências

Ao contrário das drogas lícitas, as ilícitas são aquelas que não são legalizadas, ou seja, sua produção e consumo são proibidos no Brasil. Em alguns países, determinadas drogas são permitidas sendo que seu uso é considerado normal e integrante da cultura. Tais substâncias podem ser estimulantes, depressivas ou perturbadoras do sistema nervoso central, o que perceptivelmente altera em grande escala o organismo.
Dentre as drogas ilícitas mais comuns podemos citar a Cocaína, o Ecstasy, a Heroína, Inalantes e a maconha, aos quais veremos a seguir:

2.2.1 Cocaína

A cocaína é uma droga que causa dependência imediata de modo que a pessoa que a consome, para deixar de consumi-la, deve ter bastante força de vontade e submeter-se a tratamentos.
Os riscos que a pessoa ao consumir cocaína se submete, independem da forma como ela é usada, seja por inalação, injeção ou fumo. Sendo que se esta substância for fumada, o indivíduo se torna dependente com maior facilidade.  
Conforme Scivoletto:
Os efeitos físicos do uso da cocaína incluem uma constrição nos vasos periféricos, dilatação das pupilas, e aumento da temperatura, freqüência cardíaca e pressão arterial. A duração dos efeitos eufóricos imediatos da cocaína, que incluem hiperestimulação, redução do cansaço e clareza mental, depende da via de administração. Quanto maior a absorção, maior a intensidade dos efeitos (2011, p. 02).
Mas o maior problema reside no fato de que o organismo possui tolerância, e, portanto, ele adquire maior necessidade de consumir mais e mais drogas.
Existe um grande risco do usuário morrer mesmo que seja a primeira vez que administre a droga. Além do risco de morte, o usuário dessa droga tem sérias conseqüências de cunho social e de relacionamento, sobretudo com a família que geralmente desaprova o seu uso. A sociedade acaba também por se prejudicar, uma vez que os dependentes perdem o emprego, ou no caso dos adolescentes, afastam-se dos estudos e tendem a se tornarem marginais, pois precisam roubar para sustentar o vício e, em casos mais graves, o indivíduo é capaz até mesmo de matar.
Scivoletto diz ainda que:
Evidências científicas sugerem que as propriedades do poderoso envolvimento neuropsicológico da cocaína é responsável pelo seu uso contínuo, mesmo com as conseqüências físicas e sociais danosas. Existe o risco de morte súbita mesmo no primeiro uso da cocaína ou de forma inesperada após o seu uso. Entretanto, não há como determinar quem tem propensão para morte súbita (2011, p. 06).
Sendo ainda que altas doses de cocaína e o uso prolongado pode desencadear paranóia. E as pessoas dependentes ao interromper o uso da droga, freqüentemente apresentam depressão.

2.2.2 Ecstasy

O ecstasy é uma droga poderosíssima que pode ser utilizada tanto na forma de pílula, como também por inalação e injeção. É uma droga sintética e psicoativa com propriedades estimulantes e alucinógenas, é também conhecida como ecstasy e droga do amor.
Primariamente usada em boates e raves, está sendo cada vez mais usada em vários outros círculos sociais. Seu uso exagerado pode causar hipotermia, provocando ainda, insuficiência dos rins e cardiovascular, além de lesão cerebral, afetando também os neurônios.
Além de todas estas conseqüências, o ecstasy causa distúrbios psicológicos, tais como: confusão, depressão, distúrbios do sono, ansiedade grave, paranóia, tensão muscular, desmaios, dentre outros.
Conforme Malbergier:
Estudos recentes têm ligado o uso do ecstasy a lesões a longo prazo de partes específicas do cérebro, relacionadas com a memória e prazer. O ecstasy também está relacionado com a degeneração de neurônios que contém um neurotransmissor chamado dopamina, a lesão desses neurônios é a causa de distúrbios motores vistos na doença de Parkinson. Os sintomas dessa doença começam com uma falha de coordenação e tremores e pode eventualmente resultar em uma forma de paralisia (2001, p. 18).
Ou seja, o ecstasy traz uma infinidade de conseqüências ao organismo, sobretudo dos adolescentes por estarem em processo de formação e, por isso, podem ter todo o seu futuro comprometido, pois em alguns casos, os danos podem ser irreversíveis.

2.2.3 Heroína

A Heroína também é um tipo de droga que leva o usuário facilmente a dependência.  É feita de morfina em forma de pó branco ou marrom.
O uso continuado de heroína causa graves problemas físicos, morte, aborto em mulheres grávidas em qualquer período da gestação, doenças tais como AIDS e hepatite. Malbergier diz que:
Além dos próprios efeitos da heroína, a droga pode conter aditivos que não se dissolvem bem e resulta em obstrução dos vasos sanguíneos dos pulmões, fígado, rins ou cérebro. Isso causa infecção ou mesmo a morte de parte desses órgãos vitais (2001, p. 22).

2.2.4 Maconha

A maconha, principalmente por ser legalizada em muito países, é uma droga que os jovens costumam acreditar não causar grandes prejuízos à saúde, contudo, normalmente aqueles que usam drogas ditas “pesadas” começaram com o consumo da maconha.
Ela tem como principal composto químico o THC sendo ele o responsável pelos efeitos da maconha no sistema nervoso.  Quando fumada, a substância passa diretamente dos pulmões para a corrente sanguínea que o leva diretamente para todo o organismo e cérebro.
É importante mencionar que a maconha traz grandes riscos à saúde dos usuários, pois causam deficiência na memória e no aprendizado, perda da coordenação, e aumento da freqüência cardíaca. Segundo Gomid:
Alguns efeitos adversos na saúde causados pela maconha podem ocorrer devido o THC prejudicar a habilidade do sistema imune de lutar contra infecções e câncer. Depressão, ansiedade, e distúrbios da personalidade também estão associados com o uso da maconha. Devido ao efeito prejudicial na habilidade de aprendizado e memória, quanto mais a pessoa abusa da maconha, mais propensa ela será de ter um declínio de suas atividades intelectuais, de trabalho e sociais. Dentre as conseqüências que as drogas ilícitas trazem pode-se dar ênfase à violência gerada por elas em todas as fases de produção até o consumidor final. As demais conseqüências são: arritmia cardíaca, trombose, AVC, necrose cerebral, insuficiência renal e cardíaca, depressão, disforia, alterações nas funções motoras, perda de memória, disfunções no sistema reprodutor e respiratório, câncer, espinhas, convulsões, desidratação, náuseas e exaustão (2004, p. 21).
É importante esclarecer que a dependência das drogas é tratável, ou seja, através do auxílio médico e familiar uma pessoa pode deixar o vício e voltar a ter uma vida normal sem que necessite ingerir substâncias que criam falsas necessidades no organismo.

3. Drogas - Classificação

As drogas podem ser classificadas de acordo com a ação que exercem sobre o sistema nervoso central. Elas podem ser depressoras, estimulantes, perturbadoras ou, ainda, combinar mais de um efeito.

3.1 Depressoras

As drogas depressoras são substâncias que diminuem a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais lentos. Fazem parte desse grupo o álcool, os tranqüilizantes, o ópio (extraído da planta Papoula somniferum) e seus derivados, como a morfina e a heroína.

3.2 Estimulantes

As drogas com efeito estimulante aumentam a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais rápidos. Excitam especialmente a área sensorial e motora.
A anfetamina, a cocaína (produzida das folhas da planta da coca, Erytroxylum coca) e seus derivados, como o crack, fazem parte desse grupo.
3.3 Perturbadoras
As drogas perturbadoras são substâncias que fazem o cérebro funcionar de uma maneira diferente, muitas vezes com efeito alucinógeno. Não alteram a velocidade dos estímulos cerebrais, mas causam perturbações na mente do usuário. Incluem a maconha, o haxixe (produzidos da planta Cannabis sativa), os solventes orgânicos (como a cola de sapateiro) e o LSD (ácido lisérgico).

3.4 Drogas com Efeito Misto

Esse tipo de droga combinam dois ou mais efeitos. A mais conhecida desse grupo é o ecstasy, metileno dioxi-metanfetamina (MDMA), que produz uma sensação ao mesmo tempo estimulante e alucinógena.

4. Uso de Drogas na Adolescência e as Relações Familiares

Levando em consideração que não se deve generalizar as situações, é percebido que muitos jovens e adolescentes que se envolvem com o mundo das drogas, geralmente não tem uma relação aberta e de amizade com seus familiares.
Isso não tem nada a ver com maus tratos e nem com falta de amor, mas sim, pela falta de tempo dos pais para se dedicarem a conversar e estreitar os laços com os filhos e esse fato faz com que os mesmos procurem amizades que os levam a usar drogas ou ter comportamentos que não condizem com a vontade dos pais.
Ao ler obras escritas por Piaget, temos a certeza de que o convívio, o amor e a atenção dos familiares, é indispensável para que os adolescentes se mantenham afastados das drogas.
É comum se ouvir, que a educação vem de berço, portanto é necessário compreender que a educação não começa somente após a criança aprender falar, e sim desde o momento em que nasce, pois mesmo que estas não saibam manifestar ou expressar de forma clara os seus sentimentos, já é possível perceber os sinais de inteligência, desde os primeiros meses de vida.
Ao sugerir uma meditação sobre a família como agente fundamental na formação do ser humano, constata-se que é trabalho primordial tanto dos pais, como também dos educadores o trabalho de transformar uma criança imatura em cidadão maduro, participativo, atuante e consciente de seus deveres e direitos. Pois para que este ser em desenvolvimento seja futuramente um cidadão com essas qualidades ele deve espelhar-se em indivíduos que também retenham esses predicados.
Conforme Oliveira:
Tudo que os pais fazem desperta certa curiosidade na criança. Se o pai está fazendo ginástica a criança quer tentar também, quando a mãe está passando creme a criança quer passar também, se a mãe está cozinhando ela quer cozinhar também (2004, p. 17).
Ou seja, os filhos espelham-se nos pais, de modo que os pais devem ter condutas e atitudes que os filhos possam seguir sem ter o seu futuro comprometido.
O autor segue dizendo que:
Em relação ao álcool tanto quanto nos demais aspectos, o principal é que os pais observem os filhos, saibam o que estão fazendo e onde estão indo. O controle absoluto é impossível e também, creio, não recomendado. O que não pode é os pais ficarem alheios ao cotidiano dos filhos, de modo a sequer perceberem quando, reiteradamente, chegam em casa embriagados. Acredito que a orientação quanto aos riscos, o diálogo, o exemplo e uma intervenção enérgica quando necessária  sejam a melhor estratégia para os pais inibirem a compra e o consumo de bebidas alcoólicas pelos filhos. Creio também equivocadas campanhas que superestimem os danos, e operem na base do amedrontamento, já que o discurso do ‘terror’ parece ineficaz para adolescentes (2004, p 18).
Nessa expectativa, a família deve aproveitar ao máximo as possibilidades de estreitamento de relações, porque o ajuste entre ambas e a união de esforços para a educação das crianças e adolescentes deve ser considerado como elemento facilitador de aprendizagens e de formação pessoal.
Dessa forma, sugere-se que a sociedade sinta-se desafiada a repensar sobre a situação dos adolescentes hoje, considerando que eles apresentam características únicas e individuais e por isso se faz necessário manter um trabalho em parceria com as famílias.
As crianças e os adolescentes vão começar a agir de acordo com o que lhes for imposto pelos pais, desde se alimentar nas horas certas, ter hora para dormir, entre outras coisas do cotidiano. Ao longo do tempo, as atitudes e os ensinamentos dos pais os ajudaram na sua formação moral e ética. Piaget compara o desenvolvimento psíquico ao orgânico em busca do equilíbrio:
A mesma maneira que um corpo está em evolução até atingir um nível relativamente estável – caracterizado pela conclusão do crescimento e pela maturidade dos órgãos, também a vida mental pode ser concebida como evoluindo na direção de uma forma de equilíbrio final, representada pelo espírito adulto (1999, p.13).
Para o autor, esta forma de desenvolvimento é explicada pelo amadurecimento dos indivíduos, afirmando que o desenvolvimento humano é variável devido às transformações que cada pessoa sofre, tanto externa como interna, e na fase adolescente essas mudanças são mais intensas fazendo com que os jovens estejam em constante busca pelo reajustamento e o equilíbrio, podendo, nestas circunstancias, buscar sua identidade junto aos amigos que nem sempre são boas influências para eles. Para Caldeira:
A droga aparece como um atrativo para o adolescente que pode estar vivenciando uma relação conflituosa com a família, ou estar sofrendo influência da própria família ou do grupo de amigos. Quando a droga surge, os conflitos sofridos na adolescência se atenuam e são sentidos na família, causando um abalo na estrutura familiar. Isso ficou claro em nossa pesquisa na qual os familiares declararam que ao tomarem conhecimento de que o filho fazia uso de drogas psicoativas, o primeiro sentimento foi de revolta. E da revolta vieram às agressões físicas e verbais (1999, p. 6).
São nesses momentos que o grupo de amigos passa a ter bastante importância na vida do jovem, o qual se constitui um espaço de semelhantes, onde se discute o mesmo assunto, enfim, um espaço em que eles se encontram e se entendem. De acordo com os autores utilizados no decorrer deste estudo, a adolescência é uma fase de constantes curiosidades, onde o jovem sente vontade de experimentar coisas novas, de conhecer o mundo. E é nesse desejo por experimentar que ele vai ao encontro das drogas.

4.1 O Uso de Álcool na Adolescência

É bastante freqüente se presenciar jovens ingerindo bebidas alcoólicas como se estivessem tomando um refrigerante, ou seja, o fato de ser proibido, não inibe nem a venda e nem o consumo.
Esse fato se deve a diversos fatores, dentre eles, os mais comuns é a impunidade daqueles que vendem a bebida, a permissividade e a falta de autoridade dos pais, a influência de amigos e, muitas vezes a influência dos próprios familiares que bebem, ou são dependentes do álcool. Nas palavras de Cavalcante:
Fatores sociais, psicológicos e religiosos, bem como problemas temporários podem influenciar a decisão de beber tanto no adolescente quanto no adulto jovem. Dada a alta taxa de prevalência de indivíduos que, por qualquer motivo, num momento ou outro da vida fizeram uso de álcool, torna o beber um fenômeno praticamente universal. Entretanto, fatores que podem influenciar a decisão de beber ou fatores que contribuem para problemas temporários, podem ser diferentes daqueles que contribuem para os problemas recorrentes e graves da dependência de álcool (1997, p. 22).
Embora não se deva desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida, para algumas pessoas, o álcool reduz o nível de ansiedade e normalmente estas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo, assim, como através da pressão do grupo de amigos, do sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool e a ausência de limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo.
É inclusive bastante comum esse problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão ao beberem na presença dos filhos.
Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. É válido lembrar também que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais, a que se expõem os usuários.
Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa.

5. Conclusão

Atualmente, os adolescentes estão entre os principais usuários de drogas. Grande parte dos jovens brasileiros entre 16 e 18 anos consomem maconha. Em 2001, cresce o uso de crack e drogas sintéticas, como o ecstasy. Mas são os consumidores de cocaína que mais procuram tratamento para se livrar da dependência , o qual é feito por meio de psicoterapias que promovem a abstinência às drogas e do uso de antidepressivos.
Um fator importante é a formação que cada um deve receber enquanto ser humano. Esse é um dos principais motivos de jovens do mundo inteiro recorrerem as drogas, o fato de se sentirem sozinhos ou perdidos, sem muitas experiências de vida e sem boas referencias para descobrirem que caminho querem seguir, mais principalmente pela desassistência dos pais, que somente após o filho se envolverem com drogas é que eles se mostram preocupados.

Sobre o Autor:

Roseane Rodrigues Nascimento - Estudante de Psicologia pela Fiesc/ Uniesp Colinas do Tocantins.

Referências:

CALDEIRA, Zélia Freire. Drogas, indivíduo e família: um estudo de relações singulares. [Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 1999.
CAVALCANTE, Antônio Mourão. Drogas, esse barato sai caro: os caminhos da prevenção. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 1997.
GOMIDE, Paula Inez Cunha e PINSKY, Ilana. A influência da mídia e o uso de drogas na adolescência. IN: PINSKY, Ilana e BESSA, Marco Antônio (orgs). São Paulo: Contexto, 2004.
MALBERGIER, André. O modelo de redução de danos no tratamento das dependências. IN: FOCCHI, G. R. de Azevedo et al. Dependência Química: novos modelos de tratamento. São Paulo: Rocca, 2001.
OLIVEIRA, Claudete J. de. O enfrentamento da dependência do álcool e outras drogas pelo estado brasileiro. IN: BRAVO, Maria Inêz Souza [et al] (orgs). Saúde e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2004.
PIAGET, Jean. O juízo Moral da Criança. São Paulo: Summus, 1999.
SCIVOLETTO S, Henriques Jr. SG, Andrade AG. Uso de drogas por adolescentes que buscam atendimento ambulatorial: comparação entre "crack" e outras drogas ilícitas: um estudo piloto. Rev ABP-APAL 1997).


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O perigoso flerte com as drogas na adolescência


O perigoso flerte com as drogas na adolescência

Na fase em que a curiosidade aproxima o jovem das drogas, o diálogo franco é o melhor caminho para que ele entenda por que dizer "não"

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Ilustração: Daniella Domingues
VICENTE* Só pra contrariarNa minha escola, é proibido fumar, mas todo mundo fuma escondido perto do portão. O pessoal acha legal só porque é proibido. Ficam lá pra pagar de rebelde, pra serem os kras que fazem coisa errada. DESEJO DE INFRINGIR Típica da juventude, a necessidade de burlar o proibido pode levar ao consumo de drogasIlustrações: Daniella Domingues

"De repente, nosso grupo de amigos se junta e alguém diz 'vamos beber tequila!'. Aí, vai toda a galera. Cada um toma pelo menos um shot (dose). É normal, todo mundo bebe quando sai." A naturalidade com que Sophia*, 15 anos, se refere ao consumo de álcool não é uma exceção entre os jovens brasileiros. Segundo um levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) com estudantes de escolas públicas com idade entre 10 e 18 anos, 65,2% dos entrevistados já experimentaram bebida alcoólica. Outros 5,9% fumaram maconha e 15,5% usaram solventes, de acetona a lança-perfume. Os números não deixam dúvida: as drogas fazem parte do universo jovem. A relação com elas é constante e, por vezes, ocorre dentro dos muros da escola. Não adianta fingir que o assunto não existe - ou, o que é comum, se livrar dele pela via da expulsão. O tema exige ação.

Mas o que fazer? Pesquisas recentes têm demonstrado que apostar na repressão pura e simples não costuma dar bons resultados. Em vez disso, é melhor compreender a relação dos jovens com as drogas. Entender por que o contato com essas substâncias se intensifica na adolescência é a primeira providência.

De início, é preciso explicar que a atração pelos entorpecentes tem um forte componente biológico. A principal razão é que o chamado sistema inibitório, a área do cérebro responsável pela ponderação das atitudes, ainda está se desenvolvendo durante a adolescência. A dificuldade de dizer "não", por sua vez, abre caminho para o estímulo do sistema dopaminérgico, relacionado à busca de recompensa. As substâncias psicotrópicas agem justamente sobre essa estrutura, influenciando a produção de hormônios responsáveis pela sensação de prazer.

A equação, entretanto, não está completa. Além dos fatores fisiológicos, o ambiente em que os jovens se situam pode aproximá-los das drogas. Mas é um erro acreditar que os de famílias pobres ou "desestruturadas" são os mais propensos ao consumo. Pesquisas apontam que os maiores índices de contato com entorpecentes se dão com adolescentes das camadas médias da população.

O certo é que características típicas da faixa etária (e que independem de classe, gênero e etnia) podem, sim, levar ao consumo. A curiosidade é uma delas. O desejo de transgredir é outra, como mostra a fala de Vicente*, 16 anos (leia o destaque acima). "A proibição é tomada pelos adolescentes como uma posição autoritária, decidida por adultos que não entendem suas condições de vida. Daí vem o embate com as regras", diz Eduardo Ely Mendes Ribeiro, antropólogo e psicanalista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre.

Também é necessário ter um olhar atento para distinguir as diferentes relações que a garotada estabelece com as drogas. Muitas vezes, pais e professores tendem a classificar toda relação com entorpecentes como um vício, o que está longe de ser um retrato fiel. Há pelo menos três comportamentos: o uso esporádico (experimentação que acontece uma ou poucas vezes), o abuso (também ocasional, mas excessivo, como a atitude de beber "até cair") e o vício (esse, sim, marcado pelo uso constante. É o menos comum entre os adolescentes).

"Como são múltiplas as razões que levam ao vício - genética, ambiente e o próprio poder da substância -, não há como saber se alguém que experimenta uma droga nunca mais o fará, se fará isso de vez em quando ou sempre", explica Fernanda Gonçalves Moreira, especialista no tema e doutora em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Levar os alunos a refletir sobre essa perigosa incerteza, apontando que as consequências são para o resto da vida, é uma das maneiras de incentivar escolhas mais conscientes.

A reflexão, aliás, infelizmente não tem sido a palavra de ordem quando se fala de drogas na escola. Ao investigar o assunto em sua tese de doutorado, Fernanda descobriu que as principais intervenções são campanhas baseadas apenas na criminalização, com pouca ou nenhuma abertura ao debate franco. "Sondagens realizadas em diversos países indicam que medidas como palestras realizadas por agentes de segurança, por exemplo, têm eficácia muito reduzida na inibição ao consumo", observa.
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fonte: 
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 234, Agosto 2010. Título original: Flerte perigoso

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domingo, 17 de agosto de 2014

Receita de Chef: Sérgio Arno – Bruschetta de tomate fresco e orégano



Sérgio Arno – Fonte: www.sergioarno.com.br
Especiaria: Orégano
Há duas características que fazem um bom chef ser reconhecido. A primeira é a criatividade para elaborar novas receitas. A segunda é saber como levar essas receitas à mesa das pessoas. Sergio Arno possui as duas. Filho de pai italiano, ele descobriu seu talento para a culinária durante a adolescência enquanto o pai, empresário de sucesso no Brasil, tentava estimular a todo o gene empresarial do garoto. Quando, aos 18 anos, ele se apaixonou por uma italiana e começou a desenvolver sua aptidão na cozinha da futura sogra, tudo levava a crer que o rapaz não tinha herdado o mesmo talento que o pai para os negócios. Foi morar na Itália para viver a paixão e teve que trabalhar como carregador de pneus para sobreviver, a teoria ganhou força. O que ninguém sabia é ele estava iniciando o caminho para se tornar um dos grandes chefs da cozinha italiana no Brasil e um empresário de prato cheio, pois, desempregado, resolveu encarar um estágio em um típico restaurante italiano em Florença chamado La Vecchia Cucina. Hoje, Sergio Arno está entre os mais respeitados chefs de cozinha italiana do mundo e é o rosto de várias franquias de restaurantes criadas por ele próprio. A primeira delas leva justamente o nome de La Vecchia Cucina. Outra marca de sucesso e bastante respeitada é a rede La Pasta Gialla. É uma criação do cardápio que recebemos para publicar no Armazém das Especiarias. Uma simples e deliciosa receita com orégano.
Bruschetta de tomate fresco e orégano
um de pão italiano
250 g. de tomate marinado
30 ml de azeite de oliva extra virgem
10 folhas de manjericão
um dente de alho
pimenta do reino, sal e orégano a gosto

Preparo: Toste o pão dos dois lados, esfregue o alho no pão e regue com azeite. Misture todos os ingredientes restantes e espalhe sobre o pão. Disponha algumas das folhas de manjericão por cima do tomate e salpique o orégano como decoração.
Rendimento: dez porções
Rua Pedroso Alvarenga, 528 – Itaim Bibi, São Paulo
(11) 3079-3557

Por Fernanda Medeiros

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