sábado, 7 de março de 2015

Conflitos conjugais e seus efeitos no desenvolvimento cognitivo da criança

CONFLITOS CONJUGAIS E SEUS EFEITOS
Helena de Jesus Rocha
Sumário
Conflitos conjugais e seus efeitos no desenvolvimento cognitivo da criança
RESUMO:
O objetivo deste trabalho foi pesquisar sobre as possíveis consequências no desenvolvimento cognitivo em crianças que presenciam conflitos conjugais. Utilizou-se o método de revisão de literatura científica. Os conflitos conjugais são uma realidade presente nas famílias, que afeta e muda toda a estrutura de um lar, podendo ou não causar danos no desenvolvimento cognitivo da criança.
Palavras-chave: Divórcio, desenvolvimento cognitivo, Criança.

INTRODUÇÃO
Ao estudar as relações familiares e o desempenho escolar nota-se que este é um assunto um tanto polêmico nas pesquisas educacionais. A partir da década de 70, no Brasil, temos a ideia de que as crianças que possuem privações, deficiência ou carência são crianças provenientes de famílias de baixo nível socioeconômico sendo este o fator apontado como a principal causa do fracasso escolar segundo a psicologia (PATTO, 1997).
Entretanto á partir da década de 80, estas idéias que utilizavam como parâmetro a condição de carência desses alunos, os padrões de cultura dominante e as exigências da escola tem sofrido várias críticas por parte de estudos antropológicos, linguísticos e também por influência da psicologia escolar (PATTO, 1997). Essas críticas denunciam o caráter ideológico e mistificador dessas concepções, que culpam o aluno de baixo nível socioeconômico e sua família pelo seu insucesso escolar, retirando então da escola e do sistema público de ensino a responsabilidade que também lhes cabe no processo de aprendizagem do aluno.
Mas ao estudar as relações entre o ambiente familiar e desempenho escolar, é necessário não adotar posições extremas, para ambas as partes, seja isentando as famílias de qualquer influência, ou atribuindo a escola toda a carga de responsabilidade pelo desempenho escolar do aluno (MATURANO, 1998).
Zago (2000) em seu estudo desenvolvido sobre a trajetória de escolarização nos meios populares, afirma que a família quer por suas ações materiais ou simbólicas desenvolver papel importante na vida escolar dos filhos, e isso não pode ser desconsiderada de suas responsabilidades. Na verdade, muitos são os fatores que podem influenciar a aprendizagem de uma criança, dentre eles destacam-se variáveis da escola, da própria criança e do ambiente familiar.
Os ambientes familiares que oferecem jogos e materiais educacionais que estimulem as habilidades de conhecimento e a aprendizagem, que possuam espaços próprios para a criança estudar e fazer a lição, são considerados facilitadores da aprendizagem escolar, entretanto ter apenas a estrutura necessária não é o suficiente se não houver os pais ou um adulto que sirva de mediador para orientar e incentivar a criança a utilizar estes meios. (CARVALHO, 2004)
Nas situações de conflitos o sentimento dos filhos depende do comportamento dos pais diante dos problemas. Cummings ET AL (2002) avaliam o relato de 51 casais sobre como agiam em situações de conflitos e quais as reações de suas crianças com idade de quatro a onze anos de idade. Para a coleta de dados, os pesquisadores utilizaram diários nos quais pais e mães registraram, em casa, situações de conflitos entre o casal e como percebiam as reações das crianças.Os autores relataram que os filhos se sentiam mais inseguros quando os pais demonstravam medo, raiva e tristeza durante os conflitos.
Algumas pesquisas apontam que meninos e meninas parecem responder de forma diferente diante dos conflitos entre seus pais ainda que haja contradição (MCDONALD & GRYCH, 2006). Embora tanto os meninos quanto as meninas sintam-se ameaçados pelas brigas, dados indicam que os meninos tendem a agir no sentido de controlar a situação, no entanto, os resultados de Shelton et al. (2006) sugerem que as meninas tendem mais naturalmente a intervir no conflito.
Mesmo a literatura não sendo conclusiva a respeito dos efeitos ou danos do conflito conjugal, há consenso entre os pesquisadores de que os conflitos conjugais podem causar diversos prejuízos para o desenvolvimento infantil em função de algumas de suas características e do modo como são enfrentados, os quais provoca diferentes reações nas crianças (NORGEN et al ,2004).

TÓPICOS
Consequências dos conflitos conjugais para o aluno
Em pesquisas realizadas nos Estados Unidos por Grych e Fincham (1993), em alunos com idade entre 11 e 12 anos, observou-se que crianças que presenciavam conflitos entre os pais apresentavam percepção de ameaça em maiores nível, relatavam sentimento de culpa, medo, depressão, baixa autoestima, entre outros fatores negativos.
Sabe-se que estes fatores podem desencadear outros e prejudicar a atuação na vida escolar, pois o aluno pode encontrar na escola o lugar pra expressar o que não anda bem em casa e tirar o foco do aprendizado (GOULART, 2012).

Atuação dos pais e educadores para minimizar os efeitos negativos dos conflitos conjugais
O profissional que atua diariamente com a criança, não pode deixar que o conflito vivenciado em casa se torne mais importante do que a própria formação do aluno. Ao perceber que as desavenças são constantes e estão prejudicando a qualidade do aprendizado, é importante que haja uma conversa franca com os pais, explicando a importância do respeito entre eles para que o desenvolvimento do filho não seja danificado (LAVELBERG, 2013).
Outro fator importante é o acompanhamento com um profissional melhor capacitado como o psicopedagogo ou psicólogo que pode atuar com os pais e os alunos mostrando-os a importância do bom relacionamento para o desenvolvimento acadêmico, social e mental, pois a família é a base para essa integralidade (LAVELBERG, 2013).

DISCUSSÃO
O envolvimento ideal dos pais está relacionado com a dedicação aos filhos e ao investimento do tempo e dos recursos na criação e educação, fornecendo os recursos emocionais necessários para garantir o bom desenvolvimento escolar, auxiliando na lição de casa, lendo para a criança, ouvindo sua leitura, perguntando sobre a escola, cuidando das saídas e monitorando as amizades. Um clima emocional positivo também pode influenciar no desempenho escolar das crianças, elas melhoram seu desempenho quando os adultos em casa são mais unidos, cooperativos e cordiais uns com os outros (SANTOS; GRAMINHA, 2005)
As famílias consistem em um sistema hierarquicamente organizado, composto por diversos subsistemas que afetam e podem ser afetados pelos eventos que ocorrem e por relações que dependem entre si ou não (PATTO, 1997). As pesquisas sobre relações familiares começaram a enfatizar a importância de se estudar as inter-relações entre as relações conjugais e parentais já na década de 80.
Os conflitos nas relações conjugais vêm sendo tratado com frequência na literatura, principalmente em estudos internacionais que procuram suas implicações para o desenvolvimento infantil (CUMMINGS, 1994).
São grandes as evidências de que os conflitos nas relações conjugais têm causado uma série de danos para o desenvolvimento da criança, e isso tem levado os pesquisadores a investigarem quais são os processos responsáveis pela associação entre essas variáveis (STOCKER et al., 2003).
Nos relacionamentos íntimos os conflitos constituem um aspecto central, uma vez que um nível elevado de interdependência entre seus membros favorece o surgimento e a manutenção das situações conflituosas. Os conflitos são comuns dentro de um casamento em que o contexto é permeado por constantes confrontos entre a individualidade dos cônjuges e seu compromisso conjugal (FERES-CARNEIRO, 1998).
Quando os cônjuges definem os conflitos como qualquer disputa, discordância ou problemas da dia a dia como característica da vida conjugal eles se tornam frequentes dentro do casamento. Os problemas de comportamento dos filhos estão associados aos conflitos conjugais, pois eles tendem a afetar negativamente todo o funcionamento familiar, demais subsistemas e relações parentais (CUMMINGS; DAVIS, 2002).
Crianças expostas a altos níveis de conflito estão mais propensas a desenvolverem vários problemas emocionais e comportamentais durante sua infância, baixa autoestima, pobre interação com pares, depressa, problemas de saúde, distúrbios de sono e problemas de comportamento manifestado ou apenas interno (EL-SHEIK et al, 2006).

Para os pais o divórcio representa mudança de casa, distanciamento nas relações entre os cônjuges e até mesmo separação quase que total dos filhos, pois muitos deixam de visitar e de conviver com a criança.Mas para a criança além de deixar de morar com o pai e a mãe na mesma casa, significa medo, abandono e em alguns casos rejeição (EYMANN,et al, 2009).

Junto com a nova vida de longe de um dos cônjuges as crianças aprendem a lidar com as intermináveis esperas e promessas que muitas vezes são quebradas causando na criança frustração e desconfiança. Segundo Pernetta (1982) promover harmonia e felicidade é gerar maior garantia para o desenvolvimento normal da criança.

Para algumas crianças a escola é como tábua de salvação, rota de fuga, muitas se dedicam ao máximo nos estudos, atividades esportivas ou nas amizades como forma de escape. Na obtenção de um bom desempenho infantil, é necessário que a criança receba de seus pais carinho, proteção e o mais importante amor (CHEVIA et al, 2005).
As crianças podem apresentar situações de medo, muita ansiedade, períodos de irritação, insegurança, em alguns casos sentimentos de culpa, queda no rendimento escolar, tristeza profunda até afastamento dos amigos (GRYCH & FINCHAN, 1993).
No caso do divórcio os pais devem explicar aos filhos a situação de forma clara a fim de que a criança entenda, deve ouvir o que a criança tem a dizer sobre o que lhe foi apresentado, deve compreender, aceitar o que a criança expõe e principalmente não deve fazer promessas que não possa cumprir, deve esforçar-se para o desenvolvimento da autoestima da criança e demonstrar muito amor (EYMANN et al, 2009).
Levando em consideração que as reações das crianças podem variar em função do comportamento apresentado pelos pais, é de grande importância a identificação das estratégias empregadas pelos casais para lidar com os conflitos e dos mecanismos responsáveis pelos efeitos provocados nos filhos, isto é, como podem afetar as crianças (NORGEN et al ,2004).
Outro fator essencial é que a criança que esteja tendo dificuldades cognitivas seja acompanhada por um profissional melhor capacitado para atendê-la, como um psicopedagogo. Este profissional terá a preparação para lidar com as irregularidades que estão afetando o estudo do aluno, pois ao escutá-lo poderá intervir em seus problemas e também ajudará o professor a trabalhar com tal aluno (BALDEZ; SILVA, 2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão literária feita neste trabalho comprovou que as crianças que são provenientes de pais separados podem ter dificuldades não só em aceitar a separação, mas também podem ter o rendimento escolar comprometido pela ausência dos progenitores e por não terem suporte familiar e profissional adequados.
O educador atua se colocando no lugar da criança a fim de junto aos pais desenvolverem condições adequadas para que a mesma consiga os parâmetros básicos de um aprendizado satisfatório.

Podemos concluir então que o aluno deve estar amparado não só pelos pais, mas também por professores e profissionais, os mesmos devem auxiliar a criança na aceitação da separação e nas dificuldades que possam aparecer ao longo do processo considerando que a criança sente-se mais segura quando tem a atenção adequada dos responsáveis.
Bibliografia

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALDEZ, C.S; SILVA, I. M. da. Papel do psicopedagogo e possíveis intervenções com o aluno com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Rev. Edufatima, Brasília, 2012.
CARVALHO, M.E.P. Modos de educação, gênero e relações escola-familia. Cadernos de Pesquisa, 34(121), 2004.
CUMMINGS, E.M; ET AL. Children’s responses to mother’s and father’s emotionality and conflict tactics during marital conflict in the home. Journal of family psychology, 16, 478-492, 2002.
CUMMINGS, E.M; & DAVIES, P.T. Effects of marital conflict on children: Recent advances and emerging themes in process-oriented research. Journal of Child Psycology and Psychiatry, 43, 31-63, 2002.
CHECHIA,V.A..; ANDRADE, A. dos S. O desempenho escolar dos filhos na percepção dos pais de alunos com sucesso e insucesso escolar. Estudos de Psicologia,10(3),431-440, 2005.
EL-SHEIK, M. et al. C. Marital conflict and disruption of children's sleep. Child Development, v. 77, n. 1, p. 31-43, 2006.
EYMANN A, ET AL. Impacto da separação sobre a qualidade de vida de crianças em idade escolar, n°85(6),.548,551Rio de Janeiro:J Pediatr,2009.
FÉRES-CARNEIRO, T. Casamento contemporâneo, o difícil convívio da individualidade com a conjugalidade. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 11, n. 2, p. 379-394, 1998.
GOULART, V. R. Conflitos conjugais: A perspectiva dos filhos. Dissertação de Mestrado, Porto Alegre, RS, 2012.
GRYCH , J.H; & FINCHAN, F.D. Childrens appraisals of marital conflict: Inicial Investigations of the cognitive-contextual framework. Child Development, 64, 215-230, 1993.
LAVELBERG, C. Conflitos entre os pais. Disponível em: gestaoescolar.abril.com.br/comunidade/conflitos-pais-discordancia-familia-762886.shtml. Data de acesso: 10/11/2013.
MARTURANO, E.M. Ambiente familiar e aprendizagem escolar. In C.A.R.Funayama (Org.). Problemas de aprendizagem: enfoque multidisciplinar. Ribeirão Preto: Legis Summa,1998.
MARTURANO, E.M. O inventário de recursos do ambiente familiar.Psicologia:Reflexão e Crítica ,19(3),498-506,2006.
MCDONALD, R.; & GRYCH, J.H. Young Children’s Appraisals of Interparental Conflict: Measurement and Links with Adjustment Problems. Journal of Family Psychology, 20, 88-99, 2006.
PATTO, M.H. Introdução a psicologia escolar. 3 ª edição, São Paulo, SP: Casa do Psicólogo, 1997.
PERNETTA, César. Amor e Liberdade na Educação da Criança. Porto Alegre,RS: Grafosul, 1982.
SANTOS,P.L.; GRAMINHA, S.S.V. Estudo comparativo das características do ambiente familiar de crianças com alto e baixo rendimento acadêmico. Paideia cadernos de Psicologia e Educação,15(31),217-226,2005.
SOARES, M.R.Z.; SOUZA,S.R.de.; MARINHO,M.L. Envolvimento dos pais: incentivo à habilidade de estudo em crianças. Estudos de Psicologia:Campinas,21(3),253-260,2004.
SHELTON, K. H. et al. Children’s coping with marital conflict: The role of conflict expression and gender. Social Development, v. 15, n. 2, p. 232-246, 2006.
STOCKER, C. M. et al. Marital conflict and children’s adjustment: Parental hostility and children’s interpretation as mediators. Social Development, v. 12, n. 2, p. 149-161, 2003.
ZAGO, N. Processo de escolarização nos meios populares – As contradições da obrigatoriedade escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000, p. 17-43.
 
Publicado em 24/02/2015 12:51:00
Currículo(s) do(s) autor(es)
Helena de Jesus Rocha - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Helena de Jesus Rocha - Especialista em Psicopedagogia orientação: Profa. Dra. Helena Brandão Viana, Profa. Ms. Evodite Gonçalves Amorim de Carvalho, Profa. Ms. Magda Jaciara de Andrade Barros

fonte: http://www.psicopedagogia.com.br/new1_artigo.asp?entrID=1807#.VPrwJvnF9u4

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sexta-feira, 6 de março de 2015

A falácia do separatismo

Esporadicamente deparo-me com opiniões de que uma das soluções para o Brasil seria permitir a separação de partes do território. Assim, supostamente porções mais ricas poderiam ficar ainda mais ricas se saíssem do guarda-chuva da Federação. E as mais pobres superar sua própria pobreza, em passe de mágica, supostamente por escapar do “imperialismo” interno. Obviamente esses são argumentos estúpidos, que não se sustentam.
O meu argumento é duplo contra isso, com um pólo positivo e outro negativo. O lado negativo evidente é olhar o que houve na América espanhola. Lá, a fragmentação do território, ao contrário do que houve na América portuguesa, não produziu ilhas de prosperidade. Muito ao contrário. Uma coleção de paisecos caricatos está aí para alertar:  Uruguai, Bolívia e Equador servem bem à chacota internacional. O belo exemplo do Chile é a exceção à regra. A grande Argentina está reduzida a escombros, sem que lá tenha havido guerra. A Colômbia mal saiu, se é que saiu, da guerra civil. A Venezuela agoniza sob o bolivarianismo. E o Paraguai é sinônimo de contrabando no Brasil.
Dá para imaginar o colosso que seria a América espanhola unificada!
O lado positivo está nos EUA, país continental como o Brasil, que muito enriqueceu e hoje serve de exemplo ao mundo, por sua liberdade e sua criatividade. O que seria da grande nação do Norte se as treze colônias originais tivessem se fragmentado? Provavelmente estariam fadadas à irrelevância histórica. É bom lembrar que lá a unidade da nação foi mantida por uma sanguinária guerra civil, da qual escapamos.
O maior legado do Império para as gerações atuais de brasileiros é ter conseguido construir, não apenas a unidade territorial, mas a unidade de fato do Brasil. Uma língua comum, costumes quase os mesmos e a miscigenação que, queiramos ou não, é a marca registrada do Brasil.
O argumento separatista é tolo e desprovido de razão de ser. É uma causa perdida. A conquista do território por nossos antepassados é patrimônio de todos os brasileiros. Indissolúvel. O que empobrece o Brasil não é a unidade política, mas sim a hipertrofia do Estado, que tem sugado as forças vitais da Nação, impedindo a prosperidade. A luta real é bem outra, é para expulsar os socialistas do governo e fazer prevalecer a boa política econômica, reduzir a carga tributária e cassar os regulamentos vis que impuseram canga à atividade produtiva. Precisamos renovar os estatutos da liberdade econômica e política.

* * *

Muito informativo o relatório da administração do Grupo Saraiva, publicado dias atrás nos jornais. Em seis anos a Saraiva dobrou de tamanho. Como a expansão do mercado interno de livros no período foi modestíssima, a Saraiva cresce à custa dos pequenos livreiros e editores. A Saraiva é um exemplo do que está acontecendo em todos os mercados no Brasil: a verticalização acelerada, destruindo a pequena burguesia.

Antes de ser um problema técnico ou de competência operacional, a verticalização à moda da Saraiva é decisão política. Obra do PT.

O relatório dá conta de que o faturamento contra o Governo Federal foi de 173 milhões, sendo 16 milhões no formato digital. O contrato com o Governo Federal foi 32% maior do que o de 2012. Alguém perdeu mercado e foram os pequenos produtores. Informa também a Saraiva que assinou contrato no âmbito do Pronatec. Mais um caminhão de dinheiro do governo para a gigante, contra os pequenos produtores.

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segunda-feira, 2 de março de 2015

Os tipos de lixo, planos de aulas.Fundamental 1

Realizando uma pesquisa de campo, a turma compreende a origem dos resíduos sólidos e quais são os diferentes destinos que eles devem receber

Cena de um aterro sanitário com diversos sacos plásticos, garrafas, restos de madeira, comida, etc. Imagem ilustra Plano de Aula de Biologia sobre os diferentes tipos de lixo que produzimos
Objetivos
  • Categorizar os diferentes tipos de lixo que produzimos em nossa sociedade
  • Identificar qual o destino correto para diferentes resíduos sólidos
  • Conhecer o conceito de logística reversa
  • Adotar práticas sustentáveis que envolvam o consumo consciente e o descarte correto de resíduos sólidos
Conteúdos
  • Abordagem sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos
  • Classificação do lixo
  • Consumo consciente
  • Responsabilidade compartilhada
  • Logística reversa
Anos
Ensino Fundamental I (1ª a 5ª série)

Tempo estimado5 a 6 aulas

Material Necessário

IntroduçãoNeste ano de 2014, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê a proibição de disposição de resíduos sólidos em lixões a céu aberto. A PNRS é uma lei que estabelece regras para a destinação e disposição correta dos resíduos gerados pela sociedade. Esta legislação promove grandes desafios porque co-responsabiliza governo, produtores (indústrias) e consumidores a colaborarem com a redução do material descartado e o retorno para a cadeia produtiva. Nós, consumidores, somos peça fundamental para lubrificar a engrenagem dessa máquina. O destino correto do lixo eletrônico, a separação de resíduos recicláveis e a destinação desses materiais a cooperativas impedem que a matéria-prima utilizada na produção seja despejada no meio ambiente. Consequentemente, a produção de um determinado material exigirá menos gasto energético e menos emissão de poluentes. Essas atitudes contribuem com a logística reversa e, associadas a práticas que envolvem o consumo consciente, buscam abrandar os problemas gerados pelo acúmulo dos resíduos sólidos. Pretende-se, ao final da realização destas atividades, que os alunos compreendam a nossa responsabilidade com relação à logística reversa e à redução do lixo produzido. Também se espera que as atitudes e os valores despertados neste plano de aula sejam norteadores para a redução dos impactos ambientais.

Desenvolvimento

1ª etapa Nessa primeira etapa, os alunos vão compreender que os resíduos sólidos podem ser classificados de diferentes formas, tendo como critério sua origem, sua composição química e seu destino. Para isso, o professor pode apresentar os seguintes textos: "Classificação, Origem e Características" e "Classificação adotada para os tipos de lixo". Inicie uma conversa com a turma realizando as seguintes perguntas:
  • O que acontece com o lixo que vocês produzem após jogarem no cesto?
  • Vocês possuem o hábito de separar o lixo e encaminhar para a reciclagem?
  • Com qual frequência vocês trocam de celular?
  • Na hora de comprar um produto, vocês levam em consideração a quantidade de material usada na embalagem que será descartada?
Após realizar essa conversa, explique aos alunos que eles vão ler alguns textos e que também vão assistir a alguns vídeos para compreender a problemática questão do lixo. À medida que assistirem os vídeos e realizarem a leitura, os alunos deverão produzir um glossário com termos relacionados a este assunto. Política Nacional de Resíduos Sólidos, aterro sanitário, chorume, responsabilidade compartilhada e logística reversa são alguns termos que podem estar incluídos nessa produção escrita.

Apresente à turma o texto "Uma montanha que só cresce", mas antes de iniciar a leitura pergunte qual a quantidade de lixo eles imaginam ser produzida todos os dias e explique que o texto fornecerá resposta a essa questão. É importante que você realize pausas no momento da apresentação dos infográficos, pois neles se encontram algumas definições que serão úteis para a produção do glossário. Façam também a leitura do texto "Ricardo Abramovay e a riqueza do lixo" para que entendam de que trata a Política Nacional de Resíduos Sólidos e compreendam o conceito de responsabilidade compartilhada. No 19º parágrafo do texto "Uma montanha que só cresce" existe uma citação que menciona a logística reversa. Nesse momento, você poderá fazer uma pausa e apresentar os vídeos: "Bom Dia Brasil: Logística Reversa" e "Globo Ecologia (reciclagem de celulares e baterias)".

2ª etapa 
Para sistematizar os conceitos trabalhados na etapa anterior, apresente os vídeos "O Nosso Lixo (2/3) - TV Brasil" e "O Nosso Lixo (3/3) - TV Brasil". Ao término da exibição desses dois últimos vídeos, solicite aos alunos para que façam um resumo descrevendo quais informações eles desconheciam e quais consideram tão importantes a ponto de mudar sua prática. Ao final dessa etapa, questione como podemos reduzir a quantidade de lixo que vão todos os dias para a lixeira. Após a discussão, sistematize as ações discutidas e peça para comparar com as apresentadas no infográfico: "Consuma sem consumir". Os itens 8 e 9 do infográfico provavelmente não impactam diretamente com os alunos nesta faixa etária, mas contribuirão para o material que será produzido durante a avaliação.

3ª etapa
Nas etapas anteriores, os alunos estudaram os tipos de resíduos sólidos. Agora, eles identificarão onde esses materiais estão presentes em seu cotidiano. Para tal, a turma deverá organizar uma tabela identificando setores da escola com o objetivo de mapear os tipos de lixo encontrados, designados a princípio por eles mesmos. Munidos de prancheta, lápis e de tabela (abaixo há um exemplo), os alunos percorrerão a escola e identificarão alguns exemplos de resíduos produzidos nestes locais. Abaixo, um modelo de tabela para orientar os alunos:



Com uma luva, você poderá auxiliá-los a vistoriar o lixo presente em cada setor para ajudar na busca dos dados. Oriente-os a não se limitarem apenas aos materiais encontrados no lixo, mas também para objetos que se tornam obsoletos ou são encaminhados ao descarte quando ficam quebrados, como mouse ou teclados de computadores. Peça também que observem se existe separação do lixo na escola e se efetivamente ele é encaminhado à reciclagem, pois como foi observado no vídeo apresentado na etapa anterior, nem sempre o material separado é enviado para reciclagem. Aproveite este momento para levantar com a turma se existe na escola, algum tipo de desperdício. Por exemplo: sobras de merenda escolar, papel descartado que poderia ter sido reaproveitado. Como tarefa, solicite que  mesmos procedimentos que eles realizaram na escola, peçam para que examinem o tipo de material que é descartado em casa. Os dados encontrados nessas atividades, subsidiarão a fórmula que os alunos realizarão na quinta etapa.

4ª etapa
Nesta etapa os alunos farão um diagnóstico da região em que vivem. Inicie a aula analisando novamente o infográfico "Mapa do Lixo" apresentado na primeira etapa e peça para localizarem em qual estado está o município em que vivem. Eles deverão investigar como a coleta de resíduos sólidos é realizada e se o seu município já está adequado às condições previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Informe à turma que vocês vão investigar as seguintes questões:
  • Existe coleta de lixo na cidade?
  • Para onde ele é encaminhado?
  • Existem aterros sanitários?
  • Você tem conhecimento da existência de coleta seletiva na região onde você mora?
  • Existem postos de coleta de lixo eletrônico?
  • O que é feito com o lixo hospitalar?
  • O que é feito com o lixo da limpeza urbana? E das construções?
  • Existem cooperativas de reciclagem?
  • Existem postos de coleta de resíduos de óleo utilizado na fritura de alimentos? Vocês poderão buscar estas informações na prefeitura do município ou na Secretaria do Meio Ambiente.
5ª etapa
Nessa etapa, os alunos realizarão dois tipos de entrevistas. A primeira delas será feita com um adulto responsável (pais e familiares) e a segunda será com um adulto responsável por cada setor da escola que foi definido na 3ª etapa. As questões deverão ser elaboradas com base nos dados sobre os tipos de lixo que pesquisaram na terceira etapa.
Em um segundo momento, os dados encontrados deverão ser editados. É importante que os alunos comparem os dados das respostas que encontraram nesse momento com os dados que encontraram na terceira etapa. Por exemplo: se encontraram na sala de informática materiais com potencial de descarte (cartuchos e tonners de impressora usados), é o momento de verificar com a entrevista qual destino é dado. As informações encontradas nesta etapa também auxiliarão os alunos no direcionamento da ação proposta como atividade avaliativa.


Avaliação
A intenção desta atividade é verificar se o conteúdo abordado em sala de aula contribuiu para o desenvolvimento de atitudes que estimulem o consumo consciente e a preocupação com o descarte correto dos resíduos sólidos.
Primeiramente, peça que a turma escreva uma dissertação, expondo sua visão a respeito da atual produção de lixo em sociedade. Aspectos como sustentabilidade e consumo consciente devem ser contemplados no texto, bem como a definição do que são os “Três Rs” e o conceito de logística reversa.
Em seguida, a turma deverá organizar uma campanha informativa sobre os tipos de resíduos sólidos, o descarte correto de materiais e quais atitudes podem contribuir com a logística reversa. Esta campanha deverá ter como público alvo as pessoas que participaram da entrevista. Para não contribuir com o acúmulo de resíduos sólidos, discuta com a turma quais estratégias eles poderiam utilizar como meios de divulgação nessa campanha. Você pode solicitar que eles preparem uma apresentação oral para a turma e antes de divulgarem o conteúdo da apresentação aos entrevistados. A apresentação oral para a turma servirá para você avaliar se os conteúdos selecionados pelos alunos incluem os objetivos da proposta.
Consultoria Luisiana Carneiro
Bióloga e pesquisadora da Abramundo - Educação em Ciências
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Professor, dê suas opiniões, críticas e sugestões sobre este Plano de Aula:planetasustentavel@abril.com.br

fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/tipos-lixo-786510.shtml

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Diversos jeitos de ensinar os números. (anos iniciais)


Professoras de escolas de São Paulo e de Salvador lançam mão de jogos e situações didáticas que mobilizam o conhecimento das crianças para avançar no ensino das características dos números

NA PONTA DO GIZ Daniela, de São Paulo, propõe questões desafiadoras para gerar novos conhecimentos. Foto: Gustavo Lourenção / Ilustrações Carlo Giovani
NA PONTA DO GIZ Daniela, de São Paulo, propõe questões desafiadoras  para gerar novos conhecimentos.  Foto: Gustavo Lourenção / Ilustrações  Carlo Giovani. Clique para ampliar
TIRA-DÚVIDAS Durante o ditado, um estudante anota as questões que não ficaram claras
TIRA-DÚVIDAS Durante o ditado, um estudante anota as questões que não ficaram claras. Fotos: Fernando Vivas.Clique para ampliar
É JOGO, MAS É SÉRIO Dupla marca cartela de bingo em uma atividade para que os alunos discutam hipóteses
É JOGO, MAS É SÉRIO Dupla marca cartela de bingo em uma atividade  para que os alunos discutam  hipóteses. Clique para ampliar
PASSANDO A RÉGUA Quando surgem dúvidas, Rita, de Salvador, usa a reta numérica para tirá-las
PASSANDO A RÉGUA Quando surgem dúvidas, Rita, de Salvador, usa a reta numérica para tirá-las.  Clique para ampliar
Mudar a maneira de ensinar o sistema de numeração requer atenção sobre o raciocínio do aluno e muito preparo para interpretar as falas e notações feitas em sala de aula e na lição de casa. Daniela Padovan, hoje uma estudiosa da didática desse conteúdo e coordenadora pedagógica de EMEI Prof. Astrogilda de Abreu Sevilla, em São Paulo, observa sempre a maneira como a maioria da turma resolve os problemas e, com base no nível em que ela se encontra, escolhe as intervenções que façam mais sentido e sejam desafiadoras. Ela quer que a garotada entenda os conceitos básicos do sistema de numeração para que todos possam aplicá-los em outras situações: "Dependendo de como você ensina, pode obter aprendizagens muito diferentes, desde a mais mecânica até a mais significativa". A diferença é que, com a primeira, o aluno aplica técnicas sem compreendê-las e, com a outra, compreende o que faz e o porquê.
Uma das atividades utilizadas por Daniela é o ditado de números. Pode parecer um procedimento simples e convencional, até mesmo tradicional, mas ele é muito eficiente para checar as hipóteses da turma e, com base nisso, ajudar a estabelecer novas conexões. Variando os números ditados, essa situação didática pode ser proposta desde o 1º ano até o 4º. Daniela pede que os estudantes trabalhem em grupos, sendo um deles destacado como anotador de dúvidas para que nenhuma passe despercebida. No fim do ditado, elas são socializadas. "Pelas dificuldades dos colegas, a turma toda se mobiliza para pensar e debater e, então, todos avançam, desde o que já sabem. Cada um tem de reorganizar os conhecimentos para se expressar, até quem começa a pensar no assunto depois da explicação dos colegas."

Daniela ressalta que é preciso tomar cuidado para que essa atividade não se torne meramente quantitativa (saber quantos números a criança acertou ou errou). O objetivo é fazer avançar na compreensão das características "invisíveis" do nosso sistema de numeração. Após o ditado, ela pede ajuda dos pequenos para anotar no quadro as diferentes representações que apareceram.

Em uma classe de 1º ano, por exemplo, a turma pode escrever 72 usando 702 ou 150 representado por 10050, entre outras muitas possibilidades. Isso mostra que ainda não está plenamente dominado o princípio de posicionalidade. Nesse caso, segue-se uma discussão na qual se comparam as diversas representações e todos podem justificar suas escolhas. Em geral, por volta de 6 ou 7 anos, alguns afirmam que "os números da 'família' do 10 - como 20, 30, 40- são sempre escritos com dois números" e "os números da família do 100 com três (algarismos)".

O uso constante de diferentes portadores numéricos - numeração das páginas de um livro ou o quadro de um álbum de figurinhas - contribui para que as crianças cheguem a essas conclusões. No 4º ano, as dúvidas aparecem em cifras maiores ou nos decimais. Ao escrever 1 trilhão, certamente muitos se confundirão com a quantidade de zeros. Pode-se ainda pedir a escrita por extenso dos números grafados com algarismos para que o aluno faça uma espécie de leitura (ou releitura) e, com isso, recupere os nomes e reinterprete a escrita anterior.
Para o 1º ano, ela aconselha ditar números que tenham de centena a milhar. Com o 4º ano, Daniela opta por decimais, frações e números que podem chegar até a ordem do trilhão. Andando pela sala de aula, ela verifica o grau de desafio - o suficiente para fazer todos pensarem - e vai adaptando a escolha: "A ideia é gerar um conflito cognitivo, senão não há avanço". Não é difícil imaginar que num ditado em que surgem 3/5, 1/10 e 2 milhões e meio, muitas interrogações aparecem na hora da notação. Aliás, como se escreve esse último? 2.500.000 ou 2.000.000,5? A discussão então deve focar a referência de "meio", que, nesse caso, é o milhão.

Números estranhos, mas que geram grande curiosidade 

Sandra Fialho Martins, professora do colégio Friburgo, em São Paulo, usa a seguinte atividade com o 3º ano para problematizar a escrita de números grandes: ela pede que a garotada liste o maior e o menor número conhecidos, individualmente. Em seguida, todos compartilham as anotações e discutem com os colegas, elegendo os resultados que serão apresentados à classe. Cada grupo anota os escolhidos no quadro-negro e justifica a escolha. "Um menino trouxe uma informação que eu mesma desconhecia: existe o nonilhão! Fomos ao dicionário e descobrimos: era o 1 seguido de 30 zeros!"

Outro garoto inventou o "onzilhão", mostrando conhecer a regularidade da nomenclatura de números enormes, como bilhão, trilhão etc. E qual foi o menor que apareceu? Um grupo apontou o 0,1. Outro, o 0. Surgiram ainda números negativos (que eles nunca haviam estudado!), inclusive o tal do 1 nonilhão negativo! A discussão sobre o 0,1 levou a garotada a perceber que, apesar de esse número parecer menor que 0, na realidade não é. Sandra, então, pegou emprestado um exemplo do sistema monetário para questionar se 1 centavo é mais ou menos que "0 real"...

Outro modo de investigar a noção que a turma tem sobre grandezas é lançar perguntas desafiadoras. Sandra bolou as seguintes para a turma do 5º ano:

- Quantas pessoas habitam a Terra?

- Quantos anos você tem e quantos dias já viveu?

Muitos não conseguiram estabelecer relação entre o que foi pedido e a grandeza usada na resposta, marcando números muito próximos para a quantidade de pessoas que viviam no planeta Terra. "Na questão sobre quantos habitantes há no mundo, alguns escreveram ‘infinito’ porque as pessoas não param de nascer!", relembra a professora.
Para calcular os dias vividos, um estudante colocou 4 milhões. Na hora do debate, os colegas sugeriram que ele multipicasse os dias de um ano pela sua idade. Essa estratégia fez com que a conta abaixasse para cerca de 3,6 mil dias.

Jogo de bingo diverte e ensina regularidades 

Com base nas dúvidas que surgem na hora de marcar cartelas no jogo de bingo, Rita Brito, professora do Ciclo de Ensino Básico I da EM Barbosa Romeo, em Salvador, consegue ensinar o valor posicional dos algarismos e fazer com que a turma compreenda uma das regularidades do sistema (os números maiores são sempre os que vêm marcados posteriormente em uma escala). Ao montar a tabela, a professora escolhe os que geram dúvidas, como o 12 e o 21, o 79 e o 97 e o 105 e o 15 (trabalhando nesse caso também a posição do 0). A turma é então dividida em duplas, nas quais ela coloca um aluno que já escreve números convencionalmente com outro que não o faz.

Para cantar os números, a professora faz um tipo de adivinha: "Fica entre 46 e 48", "Está depois de 50" ou "É maior que 99 e menor que 101". Há os que se valem da sequência oral, contando de um em um para buscar a localização exata na escala, o que também é válido. Mesmo assim, ela não deixa de intervir: caso uma criança pense que números com mesmos algarismos são iguais, ela questiona o posicionamento e o valor de cada um. Comparar os valores absolutos dos algarismos e lembrar as conclusões de atividades anteriores, como no nosso sistema numérico "manda quem está na frente", pode ser uma solução.
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Daniela Padovan

EM Barbosa Romeo,
 Av. São Paulo, s/n, 41500-140, Salvador, BA, tel. (71) 3377-6707

Tudo sobre Matemática do 1º ao 5º ano
fonte: http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/diversos-jeitos-ensinar-numeros-500275.shtml

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domingo, 1 de março de 2015

O Sistema de Educação Americano Artigo por Study in the USA ®




O sistema de educação americano oferece uma grande variedade de escolhas para os estudantes internacionais. Há uma tal variedade de escolas, cursos e locais, que as escolhas podem confundir os estudantes, até mesmo os americanos. Ao começar a buscar uma escola, é importante se familiarizar com o sistema de educação americano. Entender o sistema o ajudará a definir melhor suas escolhas e elaborar um plano de educação.

A estrutura educacional

Escola primária e secundária

Antes de chegar à educação superior, os estudantes americanos cursam a escola primária e secundária, totalizando 12 anos de estudos. Esses anos são chamados de primeira a décima segunda séries. Por volta dos seis anos de idade, as crianças americanas começam a escola primária, que é chamada comumente de "elementary school". Passam cinco ou seis anos lá e, em seguida, começam a escola secundária.
A escola secundária consiste em duas fases: a primeira é chamada de "middle school" ou "junior high school", e a segunda fase é chamada de "high school". Ao terminar a “high school” (12º ano), o aluno recebe um diploma ou certificado e poderá ir para uma instituição de ensino superior.
"O sistema americano é muito mais aberto. Em Hong Kong, só se aprende o que o professor escreve na lousa. Nos EUA, discutem-se questões e há um foco maior em ideias."

Sistema de notas

Assim como os estudantes americanos, você terá que apresentar o seu histórico escolar ("academic transcripts") como parte do seu pedido de admissão na universidade ou faculdade. O histórico escolar são cópias oficiais do seu trabalho acadêmico. Nos EUA, isso inclui as notas ("grades") e a média ponderada (GPA, "grade point average"), que são medidas do seu desempenho acadêmico. A avaliação do desempenho nos cursos costuma ser feita usando porcentagens que são convertidas em conceitos, isto é, notas expressas em letras.
O sistema de avaliação e o GPA dos EUA podem ser confusos, especialmente para os estudantes internacionais. A interpretação das notas tem muita variação. Por exemplo, dois estudantes que frequentaram escolas diferentes enviam seus históricos escolares para a mesma universidade. Ambos têm GPA de 3.5, mas um estudante frequentou uma high school normal, ao passo que o outro frequentou uma escola de prestígio com um currículo acadêmico mais rigoroso. A universidade poderá interpretar os GPAs diferentemente um do outro, porque seus padrões de avaliação sao totalmente diferentes.
Portanto, é preciso ter em mente alguns pontos fundamentais:
  • Você deve descobrir o equivalente nos EUA do último nível de educação que você completou no seu país de origem.
  • Preste bastante atenção aos requisitos de admissão de cada universidade ou faculdade, bem como aos dos cursos de graduação específicos, que podem ser diferentes dos requisitos gerais de admissão à universidade.
  • Esteja sempre em contato com um orientador educacional para ter certeza de que estará satisfazendo os requisitos de admissão.
O seu orientador educacional poderá dizer se você precisará passar um ou dois anos adicionais preparando-se para a admissão em uma universidade americana. Se um estudante internacional entrar em uma universidade ou faculdade nos EUA antes de estar qualificado para entrar em uma universidade no seu próprio país, o governo ou os empregadores de alguns países poderão não reconhecer os estudos feitos nos EUA.

Ano acadêmico:

O ano letivo costuma iniciar em agosto ou setembro e vai até maio ou junho. A maioria dos novos estudantes começa no outono, por isso é uma boa ideia que os estudantes internacionais também comecem seus estudos universitários nos EUA na mesmo período. Há muita empolgação no início do ano letivo e os estudantes podem fazer ótimas amizades nessa época, quando estão se ajustando a uma nova fase da vida acadêmica.
O ano acadêmico em muitas faculdades é composto de dois períodos chamados de "semestres". (Algumas escolas usam o calendário de três períodos, conhecido como sistema trimestral). Outras escolas dividem o ano em um sistema de quatro trimestres, incluindo uma sessão opcional de verão. Basicamente, quando se exclui a sessão de verão, o ano acadêmico é composto de dois semestres ou de três trimestres.

O sistema de educação superior dos EUA: Níveis de estudo

  • Primeiro nível: Graduação ("Undergraduate")
Um estudante que frequenta uma faculdade ou universidade e que ainda não obteve o seu grau de bacharel, faz estudos em nível de graduação. Normalmente são necessários quatro anos para obter o bacharelado. Você pode começar seus estudos para obter o grau de bacharel em um community college ou em uma universidade ou faculdade de quatro anos.
Nos primeiros dois anos de estudos, você geralmente terá que cursar uma variedade de matérias, chamadas de pré-requisito: literatura, ciências, ciências sociais, artes, história, etc. O motivo disso é adquirir um conhecimento, uma base geral sobre uma variedade de assuntos antes de se concentrar em um campo específico de estudos.
Muitos estudantes preferem estudar em um community college para fazer os primeiros dois anos das matérias de pré-requisito. Eles obterão o grau de transferência de Associate of Arts (AA), para então poderem se transferir para uma universidade ou faculdade de quatro anos.
Um "major" (área principal de concentração) é o campo específico de estudo do seu diploma. Por exemplo, se a área principal de concentração de uma pessoa for jornalismo, o diploma que a pessoa obterá ao final do curso será um bacharelado de Ciências Humanas em Jornalismo (Bachelor of Arts in Journalism). Você terá que fazer um certo número de matérias neste campo para atender aos requisitos de formatura do seu curso. É preciso escolher a área principal de concentração no começo do terceiro ano de estudos.
Uma característica típica do sistema de educação superior americano é o fato de você poder mudar a sua área principal de concentração muitas vezes, se assim o desejar. É muito comum os estudantes americanos mudarem de curso durante os estudos de graduação. Frequentemente, os estudantes acabam descobrindo um outro campo de estudos mais interessante. O sistema de educação americano é muito flexível. Lembre-se que o fato de mudar de curso (área principal de concentração) pode fazer com que seja preciso cursar mais matérias, o que significa mais tempo e dinheiro.
  • Segundo nível: Pós-graduação em busca de um mestrado
Atualmente, uma pessoa formada com grau de bacharel deve pensar seriamente em fazer pós-graduação para poder exercer certas profissões ou avançar em sua carreira. A pós-graduação é obrigatória em posições de nível mais alto em Biblioteconomia, Engenharia, Saúde Comportamental e Pedagogia.
O curso de pós-graduação geralmente é uma divisão da universidade ou faculdade. Para ser aceito, você precisará fazer o exame GRE (Graduate Record Examination). Alguns cursos de mestrado exigem testes específicos, tais como o LSAT para Direito, o GRE ou GMAT para Administração de Empresas e o MCAT para Medicina.
Os cursos de mestrado costumam levar de um a dois anos para serem feitos. Por exemplo, o MBA (Mestrado em Administração de Empresas) é um curso muito procurado que costuma levar dois anos em média. Outros cursos de mestrado, como Jornalismo, levam apenas um ano.
A maior parte do tempo de um curso de mestrado é passada em salas de aula; o estudante de pós-graduação deve preparar um longo trabalho de pesquisa denominado "tese de mestrado" ou fazer um "projeto de mestrado".
  • Terceiro nível: Pós-graduação no nível de doutorado
Muitas escolas de pós-graduação consideram o mestrado como o primeiro passo para a conquista de um PhD (doutorado). Porém, em outras escolas, os estudantes podem preparar-se diretamente para o doutorado sem ter feito um mestrado. O doutorado (PhD) pode levar três anos ou mais. Para estudantes internacionais, pode estender-se até cinco ou seis anos.
Durante os primeiros dois anos do curso, a maioria dos candidatos do doutorado se inscrevem em cursos e seminários. Pelo menos um outro ano é passado fazendo pesquisa e escrevendo uma tese ou dissertação. Esse trabalho deve conter pareceres, projetos ou pesquisas que não tenham sido publicados anteriormente.
A dissertação do doutorado é uma discussão e um resumo do conhecimento acadêmico sobre um determinado tópico. A maioria das universidades americanas com curso de doutorado também exige que os candidatos tenham capacidade de leitura em pelo menos dois idiomas estrangeiros, passem um certo período de tempo como residentes, façam um exame de qualificação que admita oficialmente os candidatos ao curso de PhD, e façam um exame oral sobre o mesmo tópico da dissertação.

Características do sistema de educação superior americano

Ambiente das salas de aula
"Um desafio foi o modo de matrícula nas matérias e a elaboração de um plano acadêmico. Eu realmente não sabia o que estudar porque podia escolher entre muitos cursos. Reuni-me com Angela Khoo (orientadora acadêmica) sobre as matérias que poderia cursar e então ficou muito mais fácil para mim."
As aulas variam desde dissertações em grandes anfiteatros com centenas de estudantes, a turmas menores e seminários (aulas de debates) com poucos alunos. A atmosfera nas salas de aula das universidades americanas é muito dinâmica. Espera-se que os estudantes expressem suas opiniões, defendam seus pontos de vista, participem de debates nas aulas e façam apresentações. Os estudantes internacionais consideram este um dos aspectos mais surpreendentes do sistema de educação americano.
Semanalmente, os professores determinam materiais de leitura de livros didáticos e outros. A pessoa deve cumprir com as leituras exigidas e as tarefas de casa para que possa participar dos debates durante a aula e entender as palestras. Alguns cursos de pós-graduação também exigem que os estudantes participem de trabalhos em laboratório.
Os professores dão notas para cada estudante matriculado na matéria. As notas costumam ser baseadas em:
  • Cada professor tem um conjunto próprio de requisitos de participação durante a aula, mas espera-se que os estudantes participem em debates durante as aulas, especialmente nos seminários. Isso costuma ser um fator muito importante na determinação da nota do estudante.
  • Um exame no meio do período geralmente é ministrado durante o horário de aula.
  • Um ou mais trabalhos de pesquisa ou dissertação, ou relatórios de laboratório devem ser apresentados para avaliação.
  • Há a possibilidade de pequenos exames ou testes. Às vezes, os professores podem aplicar um teste de surpresa. Esse tipo de teste não tem um peso muito grande na nota final, mas visa fazer com que os estudantes se mantenham em dia com as tarefas e com a frequência às aulas.
  • exame final é realizado após a última aula do curso.
Créditos
Cada matéria vale um certo número de créditos ou horas de crédito. Esse número equivale aproximadamente ao número de horas que o estudante passa em sala de aula por semana para uma determinada matéria. Uma matéria costuma valer de três a cinco créditos.
Um curso de tempo integral na maioria das escolas vale de 12 a 15 horas de crédito (quatro ou cinco cursos por termo) e é preciso cumprir um determinado número de créditos para se formar. Os estudantes internacionais devem se matricular em uma carga horária integral de matérias a cada termo.
Transferências
Se um aluno se inscrever em uma outra universidade antes de se formar, geralmente a maioria dos créditos acumulados na primeira universidade podem ser usados para a graduação na nova universidade. Isso significa que um estudante pode transferir-se para outra universidade e ainda assim se formar dentro de um período de tempo razoável.

Tipos de educação superior nos EUA

"Gosto do fato de os horários serem flexíveis, as aulas divertidas e da variedade de atividades em que posso participar."
Xujie Zhao, da China Rede de computadores no Wentworth Institute of Technology

1. Faculdade ou universidade estadual

A universidade estadual é mantida e custeada pelo governo estadual ou municipal. Todos os 50 estados americanos têm pelo menos uma universidade estadual e, possivelmente, várias faculdades estaduais. Muitas dessas universidades públicas têm o nome do estado, ou mesmo a palavra "State" como parte do seu nome, por exemplo: Washington State University e University of Michigan.

2. Faculdade ou universidade particular

Essas instituições são mantidas por entidades particulares ao invés de departamento governamental. A anuidade costuma ser mais alta do que em instituições estaduais. Geralmente, as universidades e faculdades americanas particulares são menores do que as instituições estaduais.
As universidades e faculdades religiosas são instituições particulares. Quase todas essas escolas recebem estudantes de todas as crenças e religiões. No entanto, uma porcentagem dessas escolas prefere admitir estudantes com as mesmas crenças religiosas em que se baseia a instituição.

3. Community College

Os community colleges são instituições de nível superior de dois anos de duração que emitem o grau de "associate" (transferível) e certificados. Existem muitos tipos de graus de "associate", mas o fator de diferenciação mais importante é se a formação é transferível ou não. Normalmente, existem dois tipos de formação: uma que visa a transferência acadêmica, e outra que prepara os estudantes para entrar diretamente no mercado de trabalho. A formação com transferência para universidade costuma ser o "associate of arts", de ciências humanas, e o "associate of science", de ciências exatas e biológicas. Os graus de "associate of applied science", de ciências aplicadas, e os certificados de conclusão não costumam ser transferíveis.
Normalmente, as pessoas que se formam em community colleges costumam se transferir para faculdades ou universidades de quatro anos para completar o curso superior. Pelo fato de poderem transferir os créditos obtidos em estudos no community college, conseguem terminar o curso de graduação (bacharelado) em dois ou mais anos. Muitos também têm cursos de inglês intensivos ou de inglês como segunda língua (ELS), que preparam os estudantes para cursos de nível superior.

4. Instituto de Tecnologia

Um instituto de tecnologia é uma escola que oferece pelo menos quatro anos de estudos nas áreas de ciências e tecnologia. Alguns têm cursos de graduação, ao passo que outros oferecem cursos de curta duração.

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