quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Saul Alinsky e a criação de ONGs como instrumento de poder e barganha. Parte 1 e parte 2.




 

Saul Alinsky – O demônio que viveu nas sombras | PHVOX - Análises geopolíticas e Formação

“Organização e poder: uma única coisa. A mudança vem do poder e o poder vem da organização. Para agir, as pessoas precisam se juntar. O poder é a razão de ser uma organização. Quando as pessoas entram em acordo sobre certas idéias religiosas e querem o poder para propagar sua fé, elas se organizam e chamam a isso ‘uma igreja’. Quando as pessoas entram em acordo sobre certas idéias políticas e querem o poder para colocá-las em prática, elas se organizam e chamam a isso ‘um partido’”.

Saul Alinsky, defendendo que organização e poder, são a mesma coisa.

Alinsky é um completo desconhecido pela maioria das pessoas e quase desconhecido pelos próprios esquerdistas, isto se deve ao fato dele ter escolhido agir nas “sombras”, ou seja, nos bastidores da agitação política. Passados quase 50 anos da sua morte, é o maior influenciador do Partido Democrata norte americano e mentor de Barack Obama e Hillary Clinton. Seu livro, que compila todas as suas estratégias de ação chama-se: “Regras para Radicais: um guia pragmático para radicais realistas” é um trabalho de um autor altamente perspicaz e inteligente do ponto de vista político. Sua leitura é imprescindível para todos que desejam compreender as manipulações orquestradas por movimentos políticos radicais de esquerda até os nossos dias.

A palavra ‘revolucionário’ define a personalidade de Saul Alinsky, que não era comunista e não acreditava na forma que o marxismo pretendia ser aplicado, mas concordava com todos os preceitos filosóficos e políticos pregado por essa ideologia demoníaca: ódio ao sistema capitalista, aos valores tradicionais, à família e às raízes judaico-cristã – embora ele seja judeu.

De acordo com o livro: “Os EUA e o Partido das Sombras”, Saul Alinsky, não dividia as ‘classes sociais’, separando a sociedade entre opressores e oprimidos, mas sim em grupos de poder. Quem tem poder e quem não tem.

Paulo Henrique Araújo e Ivan Kleber da Fonseca, autores do livro supracitado, destacam a dedicatória da bíblia para os revolucionários – Regras para radicais -: “Devemos olhar para o passado e dar crédito ao primeiro radical de verdade, o primeiro radical conhecido pelo homem, que se rebelou contra o sistema, e que fez de forma tão eficaz que, pelo menos, conseguiu seu próprio reino: Lúcifer”.

O livro ainda traz os três campos de atuação de Alinsky: desinformação, justificação dos meios pelos fins e, por último, a destruição do oponente.

Vida, influência e ativismo

Saul Alinsky, nasceu em Chicago, em 30 de janeiro de 1909. Filho de imigrantes judeus ortodoxos russos (Benjamin e Sarah Alinsky). Formou-se como bacharel em Filosofia pela Universidade de Chicago, onde se especializou em arqueologia. Trabalhou como criminologista. Casou-se ao longo de sua vida três vezes. Seus planos para se tornar um arqueólogo profissional foram alterados devido à corrente depressão econômica nos EUA, em 1929.

Identificava-se como um organizador de comunidades. Suas habilidades organizacionais focaram-se nas condições de vida e violência de comunidades pobres dos Estados Unidos. Na década de 1950, Alinsky voltou sua atenção para os guetos afro-americanos, começando por Chicago – porém mais tarde trabalhou em outros guetos localizados na Califórnia, Michigan e Nova Iorque.

Suas ideias foram usadas ainda na década de 1960 por alguns estudantes universitários norte-americanos e outros organizadores da contracultura da época, como parte de suas estratégias para formar organizações nos campus universitários e em outras entidades.

Um artigo da Revista Time publicado em 1970 avaliou que “não seria um exagero argumentar que a democracia americana vem sendo alterada pelas ideias de Alinsky”.

Enquanto diversos pensadores das questões sociais se dedicaram a encontrarem soluções para as mazelas da sociedade, Alinsky, ao contrário, não pretendia elaborar um texto para ensinar as pessoas a reformar a estrutura ou ao menos melhorá-la, mas sim, para derrubá-la. Além disso, suas táticas são voltadas para organizações civis e organizações populares.

Para Alinsky a Ética e a Moral simplesmente não existem e não devem existir em nenhuma esfera da política, para se ter uma ideia comparativa, diversos filósofos até viam uma separação da Ética e da Moral entre as questões políticas, porém não em todos os momentos, por exemplo, Nicolau Maquiavel. Alinsky prega um total relativismo moral e uma ação sem freios, que na prática pode ser entendida como: “faça o que tiver de ser feito, não importa o que seja!” Ele nega a ética e a moral e as transforma em um instrumento hipócrita para poder conduzir as massas, para apresentar razões falsas, moralmente falsas, como motivações para “manipular” as pessoas, para atingi-las emocionalmente, legitimando assim o agir revolucionário. O que importa é manipular e impulsionar as massas para a ação desejada.

Em seu “manifesto” deixa muito claro seu ódio pela classe média,  observada por ele, nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e início de 1970, todavia, admite que as fileiras de revolucionários são compostas basicamente de indivíduos oriundos dessa classe, indicando portanto, que o crescimento da classe média a torna agora o principal alvo como “massa de manobrável” e que seria preciso entender seus desejos, seus medos, suas ambições mais íntimas e profundas para poder criar falsamente uma aproximação da causa revolucionária, atraindo os componentes dessa parcela da população para o movimento, incitando o idealismo revolucionário de transformação do mundo como uma atitude positiva e ao mesmo tempo contraditória, levando-os a crer que ou aderem à revolução ou perderão a razão de existir, seus valores, princípios e modo de vida. A manipulação direta da classe média para obter sua radicalização apenas como um mero instrumento, sem nenhuma consideração ou reconhecimento dela, apenas desprezo e indiferença, como peões num jogo de xadrez.

Suas ideias de manipulação das massas de manobra demonstram sua absoluta frieza e relativismo moral, sua indiferença perante o fato de ter de matar, enganar, mentir, fingir etc.

Percebe muito bem o abismo entre a realidade e o ideal e aponta com propriedade esse abismo. Seu absoluto desprezo pela verdade, pela honestidade, inclusive intelectual e moral é gritante e abjeta.

Propõe não enfrentamento direto do sistema, mas sim, penetrar nele por vias usuais e implodi-lo por dentro.

Seu livro trata-se de Política pura em termos de conquista do Poder a qualquer custo. Portanto, pode sua obra e autor serem acusados de tudo, menos de serem ineficientes para os fins a que se propõem.

Alinsky é pouco conhecido, mas muito citado por conta de suas táticas não-violentas voltadas à “arte” de organizar comunidades com o intuito de promover mudanças sociais. Na publicação em questão, o autor apresenta uma lista de 13 regras que representariam seu legado duradouro.

Tais regras de Alinsky podem ser classificadas como “táticas de confronto”, e são projetadas para derrotar seus oponentes através de resistência não violenta, porém, friamente imoral baseando-se nas diversas campanhas de sucesso que ele promoveu ao longo dos anos nas comunidades que “manipulava”

O livro (Tratado para radicais) conta com a menção à Lúcifer, como sendo o primeiro radical das lendas – um indivíduo que se rebelou contra o establishment e conquistou seu próprio reino. Alinsky inspira-se no modelo de Lúcifer, propondo com seus ensinamentos ativistas o inferno na Terra.

Saul Alinsky morreu com 63 anos, vítima de um ataque cardíaco, em 12 de junho de 1972, na Califórnia. Foi cremado na mesma cidade e teve suas cinzas enviadas ao cemitério Mt. Mayriv, em Chicago.

Linguagem e postura

Saul faz uso da linguagem para enganar. Por exemplo: ao invés de dizer “liberação do aborto”, os revolucionários falam: “direito reprodutivo da mulher”. A segunda frase se torna mais palatável para a classe média, principalmente. Um dos seus princípios fundamentais é a mentira.

O mentor dos revolucionários alerta que, para ser ouvido, é preciso trajar ternos, barba feita, com uma aparência e postura atrativa e limpa.

Ele também era contrário a manifestações barulhentas e agressivas, pois as únicas coisas que conseguiam eram ser expulsos dos locais e afastar os moderados.

Divisão

Alinsky não se limita à divisão entre os que ‘têm’ e os que ‘não tem’, e afirma que a classe média – classe que precisa ser dominada -, é uma classe de ‘aqueles que têm pouco e querem ter mais’.

Classe média

Os revolucionários não conseguem dominar a classe média pois, mesmo sem ter profundo conhecimento ou atuação política, o sujeito está disposto a trabalhar e consegue prosperar.

Base da Revolução

Para enfrentar alguns obstáculos, os comunistas começaram atraindo as pessoas que vivem a margem da sociedade, como: bandidos, viciados, prostitutas e outros tipos que não são aceitos pela sociedade produtiva. Já Alinsky defendia a ideia de subverter os que têm pouco e querem mais, recorrendo à corrupção da linguagem.

O primeiro recado de Alinsky, é a importância da comunicação. O segundo é que não há outro caminho senão trabalhar por dentro do sistema. E o terceiro é ressalta a importância de se conquistar o poder. “Não há nada mais importante do que conquistar o poder”.

O revolucionário

Para Saul, é urgente que o revolucionário esteja sempre alerta, em estado de guerra e preparado para a guerra. Ele tem que ver a política como religião e, assim, tendo vantagem em cima dos conservadores.

Dominar os sindicatos, a educação e as redações de jornais eram imprescindíveis.

Um dos conselhos, de acordo com o livro: “Jogando para Ganhar”, de Roberto Motta, de Alinsky é a arte da comunicação. Ele explica que a comunicação precisa acontecer dentro da experiência do seu público-alvo. Usar as experiências do cotidiano do seu público para desenhar seu discurso.

Alinsky não prega o revolucionário violento e incendiário e sim moderação e pragmatismo. Motta frisa que Alinsky rejeita a violência explicita e a política de confronto direto, estimulando a tomada do poder por meios democráticos. “Não se conquista o poder pelo confronto violento, mas operando por dentro do sistema”.

Religião.

Alinsky defende a política como religião e, os revolucionários odeiam os cristãos e o cristianismo. Anatole Lunarcharsky dizia que os comunistas odiavam os cristãos e o cristianismo: “Odiamos os cristãos e o cristianismo. Mesmo os melhores entre os cristãos devem ser considerados nossos piores inimigos. Pregam o amor ao próximo e a misericórdia, que são contrários a nossos princípios. O amor cristão é um obstáculo ao desenvolvimento da revolução. Abaixo o amor ao próximo! O que queremos é o ódio […]. Somente então poderemos conquistar o universo.”

O comunismo precisa da subversão e da perversão juvenil e a quebra da base familiar para ter êxito. Crianças e adolescentes sem parâmetros familiares são alvos fáceis para professores militantes e para a mídia televisiva, assim como “Anittas” e “MCs” não sei das quantas.

O culto à personalidade tem que predominar e as vontades triviais precisam ser satisfeitas para manter o jovem submerso a vontades corporais e com baixa tolerância a frustração, para que tenham combustível para enfrentar os pais e se rebelarem. Famílias que dão pouca importância ao jantar na mesa e as missas aos domingos, tendem a viver em conflitos obtusos e profundos.

Guerra Política

O livro do autor Roberto Motta: “Jogando para Ganhar”, ressalta que, a guerra política é o resultado da colisão de visões diferentes do mundo. Quando um dos lados tem medo de enfrentar essa guerra, seu adversário pode conseguir a vitória mesmo enfrentando evidências avassaladoras contra as práticas éticas ou morais.

No livro podemos encontrar os seis princípios da guerra política de Horowitz.

1-) Política é guerra conduzida por outros meios.

2-) Política é uma guerra de posicionamento.

3-) No combate político, quem está na ofensiva geralmente vence.

4-) Uma posição é definida por medo e esperança.

5-) As armas políticas são os símbolos que evocam medo e esperança.

6-) A vitória estará com aquele que está ao lado do povo.

A política é uma guerra conduzida por outros meios, como por exemplo, não se luta apenas para ganhar uma discussão e sim para destruir a capacidade de luta do inimigo. A política acontece dentro de um contexto e, portanto, as regras não podem ser aplicadas de uma forma rígida.

Apelar para o emocional, como o medo e a esperança, é uma das principais ferramentas para vencer essa guerra. Convencer as pessoas que elas são importantes e suas necessidades serão sempre uma prioridade são primordiais para ter vantagem sobre esta guerra.

Bradar pela redução da desigualdade e pela justiça social, desperta o ímpeto de compaixão e justiça nas pessoas, as impelindo as pessoas bradarem junto com o candidato, mesmo que elas não saibam o que essas duas frases significam.

Redução da desigualdade e justiça social são frases tão fortes que até quem não é de esquerda, as usa para conseguir relevância no cenário da corrida eleitoral. Porém, estas frases de efeito são usadas para demonizar o sistema capitalista, colocando-o como desigual e injusto.

Palavras e símbolos são as melhores e mais eficazes armas que um candidato por ter. Motta esclarece ainda que, justiça social, é um termo vazio sem significado real, já que toda justiça é social.

Ativismo

O ativismo e a manipulação das massas é um dos pilares essenciais para o sucesso da esquerda. Recomenda-se que os ativistas trabalhem em uma gama de causas. Quanto mais causas, maior será sua base de apoio na população. Ativistas que agem pela pseudo-minoria é um dos alicerces para manter a população revoltada, ocupada e reativa a fatos cotidianos. Como exemplo é o assassinato de mulheres. Crime de caráter passional, ganhou o nome de feminicídio, mesmo que o companheiro não a mate por ser mulher e sim por vê-la como objeto de posse e desejo. Passional. Age com paixão. Essas causas sociais causam uma relativização dos valores morais e sociais.

Alinsky recomenda que os ativistas aproveitem ao máximo a competição entre os ricos e pobres e use isso em benefício próprio para promover a causa da revolução.

As regras

Roberto Motta elencou as 13 regras propostas por Saul Alinsky:

1-) Poder não é apenas o que você possui, mas o que o inimigo pensa que você possui.

2-) Nunca atue fora da experiência da sua comunidade.

3-) Sempre que possível, atue fora da experiência do seu inimigo.

4 e 5 -) O ridículo é a arma mais poderosa; é quase impossível contra-atacar a humilhação causada pelo ridículo.

6-) Uma boa tática é uma tática que agrada a sua equipe. Se o seu grupo não está se divertindo, existe algo errado com sua tática.

7-) Uma tática que se arrasta durante muito tempo, se transforma em peso morto.

8- ) Mantenha a pressão, com diferentes táticas e ações, e utilize todos os eventos disponíveis para essa finalidade.

9-) A ameaça costuma ser mais apavorante do que a própria ação, mas apenas se todos sabem que você tem o poder e a determinação de executar o que você ameaçou fazer.

10-) Atue sempre para manter a pressão.

11-) Se a pressão for mantida por tempo suficiente, o outro lado cometerá um erro fatal.

12-) O preço de um ataque bem-sucedido é estar sempre pronto a oferecer uma solução construtiva, se o inimigo ceder.

13-) Escolha o alvo, congele seu foco nele, personalize o ataque e polarize a questão ao máximo.

Você pode saber ainda mais sobre Saul Alinsky em nosso curso: Saul Alinsky e o Império do Radicalismo Político

Referências bibliográficas

– “Regra para Radicais: um guia pragmático para radicais realistas” (Em espanhol). Autor: Saul Alinsky.

– “Saul Alinsky e a Anatomia do mal”. Autores: André Assi Barreto e Márcio Scansani

– “Os EUA e o Partido das Sombras”. Autores: Paulo Henrique Araújo e Ivan Kleber Fonseca.

– “Jogando para ganhar. Teoria e prática da Guerra Política”. Autor: Roberto Motta.


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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Mídia mainstream, janela de overton e a espiral do silêncio videos parte 1 e parte 2. (feito com Spreaker)



 

Mídia (publicidade) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Este artigo não cita fontes confiáveis. Ajude a inserir referências. Conteúdo não verificável pode ser removido.—Encontre fontes: ABW  • CAPES  • Google (N • L • A) (Novembro de 2016)

No Brasil, o termo mídia, é um anglicismo, pois escreve-se e diz-se "Mídia", que é o som exato da palavra "Media" em Inglês, que vem do Latim "media", significa meios, designa a função, o profissional, a área, o trabalho de mídia ou o ato de planejar, desenvolver, pensar e praticar mídia, nas agências de publicidade, nos restantes países de língua oficial portuguesa diz-se "Média".

Isto aconteceu porque até o final da década de 1960, nas agências de publicidade, a área era chamada de "departamento de media", com a grafia inglesa. E eram comuns brincadeiras jocosas que as pessoas faziam misturando "trabalhar em media", com a expressão pejorativa "fazer média".

Em parte por isso, e de outra parte, para especificar melhor o significado do termo dentro do mercado publicitário, ao formarem o Grupo de Mídia São Paulo – cuja primeira reunião aconteceu em 15 de agosto de 1968 –, seus fundadores tiveram a feliz ideia de adotar o “i”, aportuguesando a palavra para "mídia". O mercado relutou um pouco para assimilar essa forma, mas em meados dos anos 70 até o anuário da editora Meio & Mensagem já saía grafado como "Anuário de Mídia".

Vários anos depois, nos artigos que escrevia para a Folha de S. Paulo, de Nova York, o jornalista Paulo Francis passou a escrever “mídia” ao se referir à grande imprensa, que abriga os grandes veículos com reconhecida influência na população e nos governos. E depois, passou a usar “mídia" para os meios de comunicação em geral.

Não demorou muito para que toda a imprensa brasileira, tanto os jornalistas bem conceituados, como também apresentadores de auditório e artistas, passassem a se referir aos meios de comunicação como “a mídia”. E com a popularização da informática, hoje o termo também é usado até para designar os discos de CD e DVD.


Mainstream - Conceito, Definição e O que é Mainstream

Mainstream é um adjetivo e um substantivo da língua inglesa.

O significado de Mainstream surgiu nos princípios do século XX. Traduzindo-se literalmente, mainstream quer dizer “corrente principal” ou “fluxo principal”, onde main em inglês significa “principal” e stream é “fluxo, corrente”.

Significado de mainstream

Significado de mainstream

Como substantivo, mainstream pode ser descrito como qualquer ideia, método, pessoa ou um grupo de determinada comunidade que é considerado comum, normal e aceito pela maioria. Em geral, mainstream nesse âmbito é utilizado para se referir a assuntos sociais, como no caso de manifestações do povo, em especial da classe artística.

Por isso, mainstream é um grupo, movimento ou estilo que tem características aceitas pela comunidade e que a agrada, apresentando um conteúdo familiar e usual.

Como adjetivo, mainstream pode ser traduzido como: “predominante, grande, comum, dominante, maior, majoritário, lugar-comum, preponderante, popular, principal, prevalecente, tradicional, vigente, reinante”.

Por exemplo:

  • Mainstream Islam: A corrente principal do Islã,
  • Mainstream beliefs: significa “crenças da maioria”.

Além disso, mainstream pode se referir a “convencional, comercial, tradicional, popular”, “não alternativo”.

O antônimo de mainstream é underground, que em inglês é o mesmo que “subterrâneo”. O termo é utilizado para designar aquilo que foge dos padrões comerciais, que está fora da mídia e dos modismos.

Mainstream Hipster

Hipster, que também é uma palavra de língua inglesa, em geral é quem está ligado à ideia do underground, pois não possui um estilo comum, mas sim um estilo próprio, que inventa moda – nesse caso, esse estilo é marcado por tendências alternativas.

Embora um hipster tenha ligação com o conceito de underground, um mainstream hipster possui um estilo diferenciado, mesmo mantendo a aparência de hipster, ele tem algum contato ou alguma espécie de ligação com a cultura mainstream.

Muitos afirmam que o indivíduo é quem adota a cultura mainstream, mas escolhe opta por se camuflar de hipster.

Mainstream e Frédéric Martel

Muitos autores passaram a estudar a cultura mainstream dentro de diversos campos de conhecimento. Dentre eles, é possível destacar a obra do jornalista e escritor francês Frédéric Martel chamada “Mainstream: A Guerra Global das Mídias e das Culturas”.

A obra foi desenvolvida através de viagens realizadas pelo autor, quando percorreu 30 países por 5 anos, entrevistando mais de mil pessoas.

Para dar ainda mais consistência ao ensaio, Martel conheceu de perto os principais canais de comunicação, mídia e entretenimento, como é o caso de Hollywood, Televisa, Rede Globo e o quartel-general da Al Jazeera, por exemplo.

A partir de suas observâncias, o livro aborda como os meios de comunicação estão mais voltados para a vertente do mainstream, como a internet foi um fator que proporcionou um maior crescimento desta cultura e os questionamentos associados à disputa em nível mundial pelo controle desta mídia (de entretenimento) e sua indústria.


A teoria da Janela de Overton na política brasileira - Instituto Liberal

A Janela de Overton é um dos conceitos mais relevantes em ciência política contemporânea. O nome é derivado de seu criador, o analista de políticas públicas Joseph Paul Overton, e consiste na seguinte ideia: existe uma gama de ideias que um político pode oferecer publicamente sem ser considerado extremado, independentemente do lado que esteja oferecendo a política. Overton, para fugir do conceito direita/esquerda, usa o espectro mais liberdade/menos liberdade.

Dentre os níveis de aceitação da teoria da Janela de Overton, configuram-se 6 graus de compreensão, independentemente dos lados: Política (o grau mais tolerável, onde se tem a unanimidade sobre um tema), Popular, Sensato, Aceitável, Radical e Impensável. Estes graus ajudam a entender a compreensão da viabilidade de uma ideia política prosperar, e isso se torna relevante para o liberalismo brasileiro neste exato momento.

Em relação ao Brasil, as ideias liberais um dia já foram parte corrente da Janela de Overton, mesmo em períodos de grande predominância da mentalidade estatista do país. Nos anos da República Populista, apesar do amplo domínio da mentalidade varguista e do nacionalismo latente, a apresentação da mentalidade liberal, principalmente por meio dos representantes da UDN, foi recorrente e tratada como algo de penetrações populares por grande parte da população, inserindo o liberalismo no espectro que o qualificaria como Popular, pela janela de Overton.

Porém, na ditadura militar, com a crescente escalada estatista e nacionalista do governo, alinhando-se cada vez mais às pautas que entravam em conluio com sua oposição, o MDB, a janela de Overton da política nacional cada vez mais passou a se afastar do liberalismo, tornando-o uma ideia de aparência inviável politicamente no regime.

Entretanto, o liberalismo ainda era uma ideia popular e sua agenda cativou grande parte da população, algo que pode ser refletido no sucesso que os discursos de caráter liberalizante do então candidato Fernando Collor, que, com altíssima popularidade, foi conduzido à presidência do Brasil – mesmo que no mandato Collor tenha dado digressões em rumo contrário ao liberalismo de seu discurso.

No início do novo milênio, quando o governo FHC, liderado por um social democrata, porém gerenciado em aliança ao liberalismo, praticou reformas liberais, a aceitação da doutrina liberal parecia estar próxima nos corredores políticos, mas, como afirmava o ex-deputado federal Roberto Campos, declarar-se liberal publicamente era algo tão mal visto quanto praticar sexo explícito na rua, e, logo no começo do mandato do governo petista, a janela de Overton ao nível popular sofreu uma distorção em níveis alarmantes para o liberalismo brasileiro. Antes tido como uma política de nível popular, o liberalismo foi arremessado para o espectro do Radical e Impensável.

Declarar-se publicamente de direita, liberal, conservador ou qualquer ideologia que se distanciasse da influência marxista no Brasil se tornava um tabu público; nem mesmo políticos com herança política do PFL ou antigos membros do ARENA tinham coragem de assumir serem de “direita”. A janela de Overton no país se tornou uma bizarrice coordenada para o espectro das ideias de esquerda. O reflexo dessa janela de Overton, mesmo que se tenha tentado conduzi-la à normalidade à base dos pontapés, ainda é evidente quando se nota no âmbito do debate público a ampla derrota do segmento da direita brasileira. O debate público nacional trata um stalinista explícito como um membro da janela do Aceitável, enquanto uma mera proposta de parceria público-privada do SUS com hospitais é agredida, praticamente sendo tomada como uma proposta Impensável.

A agenda liberal no Brasil precisa combater a transformação da janela de Overton numa espécie de tolerância ao radicalismo, onde apenas ideias que comumente entrariam em caráter Radical na maioria das democracias liberais do planeta são vistas como algo que seria tratado como Aceitável, ou, no pior dos casos, como Sensato.

A transformação da tolerância de ideias impensáveis no cotidiano levará a uma derrota que possivelmente se tornará irreversível num futuro próximo.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

Espiral do silêncio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Espiral do silêncio é uma teoria da ciência política e comunicação de massa proposta em 1977 pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann. Neste modelo de opinião pública, a ideia central é que os indivíduos omitem sua opinião quando conflitantes com a opinião dominante devido ao medo do isolamento, da crítica, ou da zombaria. Os agentes sociais analisam o ambiente ao seu redor e, ao identificar que pertencem à minoria, preferem resguardar-se para evitar impasses. Esse comportamento gera uma tendência progressiva ao silêncio, tratando-se, pois, de um movimento ascendente em espiral, daí a denominação espiral do silêncio, porque o indivíduo, ao não expôr sua ideia, automaticamente compactua com a maioria, de modo que outras pessoas, que poderiam com ele concordar, também deixam de verbalizar suas ideias. Quanto menor o grupo que assume abertamente a opinião divergente, maior o ônus social em expressá-la.

Preocupada com os efeitos que levaram o eleitorado à mudança na reta final das eleições de 1965 e 1972, na Alemanha, Noelle-Neumann decidiu estudar o que, de fato, ocorria. Então, ela descobriu que um fator importante para a mudança ter ocorrido é o Clima de Opinião. Noelle-Neumann descobriu que quando um lado é superestimado, outras pessoas, decididas ou não, são influenciadas a seguir por ele. Consequentemente, quando o outro é subestimado, as pessoas tendem a afastar-se dele. Para chegar a tal conclusão, ela utilizou alguns instrumentos para medir o Clima de Opinião. Segundo ela, são necessárias questões que possam mensurar a tendência de as pessoas falarem ou de manterem-se em silêncio quando submetidas a ideias diversas daquelas que elas apoiam. Outro fator importante é a opinião sobre a escolha do eleitor em função de quem ele acha que vai ganhar.

Aristóteles sugere que a sociabilidade é uma propriedade essencial do homem, de forma que precisa de vínculos sociais para satisfazer suas necessidades e, consequentemente, teme o isolamento.

Segundo Lage:

A ideia central desta teoria situa-se na possibilidade de que os agentes sociais possam ser isolados de seus grupos de convívio caso expressem publicamente opiniões diferentes daquelas que o grupo considere como opiniões dominantes. Isso significa dizer que o isolamento das pessoas, de afastamento do convívio social, acaba sendo a mola mestra que aciona o mecanismo do fenômeno da opinião pública, já que os agentes sociais têm aguda percepção do clima de opinião. E é esta alternância cíclica e progressiva que Noelle-Neumann chamou de Espiral do Silêncio
— [1]

História e contexto

Os estudos sobre a Espiral do Silêncio foram iniciados na década de 60. A teoria foi proposta especificamente por Noelle-Neumann sobre os efeitos dos meios de comunicação de massa. A pesquisadora estudou o eleitorado social-democrata e democrata-cristão na Alemanha durante as campanhas eleitorais alemãs entre 1965 e 1972, em que os dois partidos alternavam a liderança e na reta final do processo de eleição, ocorreu uma súbita mudança de opinião dos eleitores. De acordo com seus estudos, ao mudar de opinião, os eleitores buscavam se aproximar das opiniões que julgavam dominantes.

O ponto principal da teoria é a dominação da opinião pública pelos líderes dos media e de opinião. A autora vê a televisão como essencial na consolidação da opinião pública, uma vez que as discussões públicas são, em grande parte, impostas pela consonância temática mediática, que consiste numa abordagem unilateral por diversos meios de comunicação. Segundo a hipótese de Agenda-Setting, a comunicação social determina a pauta pública ao ressaltar certos assuntos e preterir outros, o que influencia na formação da Espiral do Silêncio, que guia a opinião pública, ou seja, o indivíduo recorre aos meios de comunicação para se inteirar sobre quais temas falar e se expressar de acordo com o que observa no ambiente. Um exemplo é em casos de ostensiva cobertura de um mesmo crime em vários canais de televisão. A comunicação social mantém por semanas esse tema em evidência, e, ao desfavorecer os envolvidos, instaura um debate parcial.

Além disso, há a influência também da aculturação, teoria que propõe que a televisão estabelece um padrão de estabilidade através da veiculação de imagens, práticas e crenças. Gerbner sugere que os media televisivos estão concentrados em grandes conglomerados, comprometidos com a visão de seus acionistas. Shanaham e Morgan escrevem em seu livro que o sistema é estruturado de forma que beneficia apenas as elites econômicas, que detêm os mesmos pontos de vista e os meios de comunicação.

Influências

Noelle-Neumann indica as influências de seu trabalho de forma igualitária, porém, é possível dividi-las entre indiretas, referentes à opinião pública e diretas, que abordam a tendência ao silêncio.

Entre as indiretas, encontra-se Rousseau, que identifica três tipos de leis: o direito público, o privado e o civil, e, acima dessas, indica a opinião pública, que, embora não conste na constituição, dita como essas funcionam. Noelle-Neumann situa o conceito Rousseau de opinião pública como intermediário entre consenso social e as convicções individuais.

Locke também identifica três leis, denominando-as como lei divina, lei civil e a lei da virtude, do vício, da opinião ou da reputação, sendo esta última principal referência para humanidade, que buscam mais a boa consideração entre seus conhecidos que cumprir as outras leis, uma vez que é possível obter impunidade nas leis do Estado, mas nunca da censura dos seus semelhantes.

Entre os autores influentes, Tocqueville é o maior precursor ao propor elementos como o medo do isolamento, o incômodo e sensação de insignificância perante à opinião dominante e a tendência à adequação da minoria.

A Ignorância Pluralística

O fenômeno psico-social causado pela Ignorância Pluralística[2] é caracterizado pela percepção errada do que acredita ser a opinião majoritária. Um grupo rejeita uma opinião de forma inapropriada por achar que a maioria também o faz, porém, esta não é a real opinião majoritária. O termo foi estudado pelo psicólogo americano Daniel Ketz.

Um exemplo da Ignorância Pluralítisca foi a segregação racial dos Estados Unidos em 1960. Indivíduos que não necessariamente concordavam com os termos impostos aos cidadãos negros americanos seguiam a opinião por acreditarem ser a majoritária, com medo da exclusão social, que serve de base para a explicação da Espiral do Silêncio.

Percepções Looking-glass

O termo Looking-glass é aplicado para definir o efeito que o indivíduo sofre ao pautar a percepção sobre si mesmo de acordo com a opinião que a sociedade tem dele. As interações sociais ao longo da vida do indivíduo servem como molde para sua identidade, o que dá a conceituação do termo looking-glass self, criado por Charles Cooley em 1902.

Referências

  1.  LAGE 1998, p. 16.
  2.  ROSAS (2010). A espiral do silêncio: uma teoria da opinião pública e dos media. Portugal: LabCom Books. pp. 155–164

Bibliografia

  • NOELLE-NEUMANN, Elisabeth. A Espiral do Silêncio: Opinião Pública - nosso tecido social. Estudos Nacionais, 2017.
  • BARROS FILHO, Clóvis. Ética na Comunicação: da informação ao receptor, São Paulo: Moderna,1995.
  • HOHLFELDT, Antônio; MARTINO, Luís C.; FRANÇA, Vera Veiga (2010). Vozes, ed. Teorias da Comunicação: Conceitos, Escolas e Tendências. Petrópolis: [s.n.].
  • LAGE, Nilson. Estrutura da notícia. 4 ed. São Paulo: Ática, 1998.
  • NOELLE-NEUMANN, Elisabeth. The Spiral of Silence: Public Opinion - Our Social Skin. University of Chicago Press, 1993.
  • SHANAHAM, James e MORGAN, Michael. Television and Its Viewers: Cultivation Theory and Research. Cambridge University Press, 1999.
  • WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação, Lisboa: Presença, 1992.


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