segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Mídia mainstream, janela de overton e a espiral do silêncio videos parte 1 e parte 2. (feito com Spreaker)



 

Mídia (publicidade) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Este artigo não cita fontes confiáveis. Ajude a inserir referências. Conteúdo não verificável pode ser removido.—Encontre fontes: ABW  • CAPES  • Google (N • L • A) (Novembro de 2016)

No Brasil, o termo mídia, é um anglicismo, pois escreve-se e diz-se "Mídia", que é o som exato da palavra "Media" em Inglês, que vem do Latim "media", significa meios, designa a função, o profissional, a área, o trabalho de mídia ou o ato de planejar, desenvolver, pensar e praticar mídia, nas agências de publicidade, nos restantes países de língua oficial portuguesa diz-se "Média".

Isto aconteceu porque até o final da década de 1960, nas agências de publicidade, a área era chamada de "departamento de media", com a grafia inglesa. E eram comuns brincadeiras jocosas que as pessoas faziam misturando "trabalhar em media", com a expressão pejorativa "fazer média".

Em parte por isso, e de outra parte, para especificar melhor o significado do termo dentro do mercado publicitário, ao formarem o Grupo de Mídia São Paulo – cuja primeira reunião aconteceu em 15 de agosto de 1968 –, seus fundadores tiveram a feliz ideia de adotar o “i”, aportuguesando a palavra para "mídia". O mercado relutou um pouco para assimilar essa forma, mas em meados dos anos 70 até o anuário da editora Meio & Mensagem já saía grafado como "Anuário de Mídia".

Vários anos depois, nos artigos que escrevia para a Folha de S. Paulo, de Nova York, o jornalista Paulo Francis passou a escrever “mídia” ao se referir à grande imprensa, que abriga os grandes veículos com reconhecida influência na população e nos governos. E depois, passou a usar “mídia" para os meios de comunicação em geral.

Não demorou muito para que toda a imprensa brasileira, tanto os jornalistas bem conceituados, como também apresentadores de auditório e artistas, passassem a se referir aos meios de comunicação como “a mídia”. E com a popularização da informática, hoje o termo também é usado até para designar os discos de CD e DVD.


Mainstream - Conceito, Definição e O que é Mainstream

Mainstream é um adjetivo e um substantivo da língua inglesa.

O significado de Mainstream surgiu nos princípios do século XX. Traduzindo-se literalmente, mainstream quer dizer “corrente principal” ou “fluxo principal”, onde main em inglês significa “principal” e stream é “fluxo, corrente”.

Significado de mainstream

Significado de mainstream

Como substantivo, mainstream pode ser descrito como qualquer ideia, método, pessoa ou um grupo de determinada comunidade que é considerado comum, normal e aceito pela maioria. Em geral, mainstream nesse âmbito é utilizado para se referir a assuntos sociais, como no caso de manifestações do povo, em especial da classe artística.

Por isso, mainstream é um grupo, movimento ou estilo que tem características aceitas pela comunidade e que a agrada, apresentando um conteúdo familiar e usual.

Como adjetivo, mainstream pode ser traduzido como: “predominante, grande, comum, dominante, maior, majoritário, lugar-comum, preponderante, popular, principal, prevalecente, tradicional, vigente, reinante”.

Por exemplo:

  • Mainstream Islam: A corrente principal do Islã,
  • Mainstream beliefs: significa “crenças da maioria”.

Além disso, mainstream pode se referir a “convencional, comercial, tradicional, popular”, “não alternativo”.

O antônimo de mainstream é underground, que em inglês é o mesmo que “subterrâneo”. O termo é utilizado para designar aquilo que foge dos padrões comerciais, que está fora da mídia e dos modismos.

Mainstream Hipster

Hipster, que também é uma palavra de língua inglesa, em geral é quem está ligado à ideia do underground, pois não possui um estilo comum, mas sim um estilo próprio, que inventa moda – nesse caso, esse estilo é marcado por tendências alternativas.

Embora um hipster tenha ligação com o conceito de underground, um mainstream hipster possui um estilo diferenciado, mesmo mantendo a aparência de hipster, ele tem algum contato ou alguma espécie de ligação com a cultura mainstream.

Muitos afirmam que o indivíduo é quem adota a cultura mainstream, mas escolhe opta por se camuflar de hipster.

Mainstream e Frédéric Martel

Muitos autores passaram a estudar a cultura mainstream dentro de diversos campos de conhecimento. Dentre eles, é possível destacar a obra do jornalista e escritor francês Frédéric Martel chamada “Mainstream: A Guerra Global das Mídias e das Culturas”.

A obra foi desenvolvida através de viagens realizadas pelo autor, quando percorreu 30 países por 5 anos, entrevistando mais de mil pessoas.

Para dar ainda mais consistência ao ensaio, Martel conheceu de perto os principais canais de comunicação, mídia e entretenimento, como é o caso de Hollywood, Televisa, Rede Globo e o quartel-general da Al Jazeera, por exemplo.

A partir de suas observâncias, o livro aborda como os meios de comunicação estão mais voltados para a vertente do mainstream, como a internet foi um fator que proporcionou um maior crescimento desta cultura e os questionamentos associados à disputa em nível mundial pelo controle desta mídia (de entretenimento) e sua indústria.


A teoria da Janela de Overton na política brasileira - Instituto Liberal

A Janela de Overton é um dos conceitos mais relevantes em ciência política contemporânea. O nome é derivado de seu criador, o analista de políticas públicas Joseph Paul Overton, e consiste na seguinte ideia: existe uma gama de ideias que um político pode oferecer publicamente sem ser considerado extremado, independentemente do lado que esteja oferecendo a política. Overton, para fugir do conceito direita/esquerda, usa o espectro mais liberdade/menos liberdade.

Dentre os níveis de aceitação da teoria da Janela de Overton, configuram-se 6 graus de compreensão, independentemente dos lados: Política (o grau mais tolerável, onde se tem a unanimidade sobre um tema), Popular, Sensato, Aceitável, Radical e Impensável. Estes graus ajudam a entender a compreensão da viabilidade de uma ideia política prosperar, e isso se torna relevante para o liberalismo brasileiro neste exato momento.

Em relação ao Brasil, as ideias liberais um dia já foram parte corrente da Janela de Overton, mesmo em períodos de grande predominância da mentalidade estatista do país. Nos anos da República Populista, apesar do amplo domínio da mentalidade varguista e do nacionalismo latente, a apresentação da mentalidade liberal, principalmente por meio dos representantes da UDN, foi recorrente e tratada como algo de penetrações populares por grande parte da população, inserindo o liberalismo no espectro que o qualificaria como Popular, pela janela de Overton.

Porém, na ditadura militar, com a crescente escalada estatista e nacionalista do governo, alinhando-se cada vez mais às pautas que entravam em conluio com sua oposição, o MDB, a janela de Overton da política nacional cada vez mais passou a se afastar do liberalismo, tornando-o uma ideia de aparência inviável politicamente no regime.

Entretanto, o liberalismo ainda era uma ideia popular e sua agenda cativou grande parte da população, algo que pode ser refletido no sucesso que os discursos de caráter liberalizante do então candidato Fernando Collor, que, com altíssima popularidade, foi conduzido à presidência do Brasil – mesmo que no mandato Collor tenha dado digressões em rumo contrário ao liberalismo de seu discurso.

No início do novo milênio, quando o governo FHC, liderado por um social democrata, porém gerenciado em aliança ao liberalismo, praticou reformas liberais, a aceitação da doutrina liberal parecia estar próxima nos corredores políticos, mas, como afirmava o ex-deputado federal Roberto Campos, declarar-se liberal publicamente era algo tão mal visto quanto praticar sexo explícito na rua, e, logo no começo do mandato do governo petista, a janela de Overton ao nível popular sofreu uma distorção em níveis alarmantes para o liberalismo brasileiro. Antes tido como uma política de nível popular, o liberalismo foi arremessado para o espectro do Radical e Impensável.

Declarar-se publicamente de direita, liberal, conservador ou qualquer ideologia que se distanciasse da influência marxista no Brasil se tornava um tabu público; nem mesmo políticos com herança política do PFL ou antigos membros do ARENA tinham coragem de assumir serem de “direita”. A janela de Overton no país se tornou uma bizarrice coordenada para o espectro das ideias de esquerda. O reflexo dessa janela de Overton, mesmo que se tenha tentado conduzi-la à normalidade à base dos pontapés, ainda é evidente quando se nota no âmbito do debate público a ampla derrota do segmento da direita brasileira. O debate público nacional trata um stalinista explícito como um membro da janela do Aceitável, enquanto uma mera proposta de parceria público-privada do SUS com hospitais é agredida, praticamente sendo tomada como uma proposta Impensável.

A agenda liberal no Brasil precisa combater a transformação da janela de Overton numa espécie de tolerância ao radicalismo, onde apenas ideias que comumente entrariam em caráter Radical na maioria das democracias liberais do planeta são vistas como algo que seria tratado como Aceitável, ou, no pior dos casos, como Sensato.

A transformação da tolerância de ideias impensáveis no cotidiano levará a uma derrota que possivelmente se tornará irreversível num futuro próximo.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

Espiral do silêncio

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Espiral do silêncio é uma teoria da ciência política e comunicação de massa proposta em 1977 pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann. Neste modelo de opinião pública, a ideia central é que os indivíduos omitem sua opinião quando conflitantes com a opinião dominante devido ao medo do isolamento, da crítica, ou da zombaria. Os agentes sociais analisam o ambiente ao seu redor e, ao identificar que pertencem à minoria, preferem resguardar-se para evitar impasses. Esse comportamento gera uma tendência progressiva ao silêncio, tratando-se, pois, de um movimento ascendente em espiral, daí a denominação espiral do silêncio, porque o indivíduo, ao não expôr sua ideia, automaticamente compactua com a maioria, de modo que outras pessoas, que poderiam com ele concordar, também deixam de verbalizar suas ideias. Quanto menor o grupo que assume abertamente a opinião divergente, maior o ônus social em expressá-la.

Preocupada com os efeitos que levaram o eleitorado à mudança na reta final das eleições de 1965 e 1972, na Alemanha, Noelle-Neumann decidiu estudar o que, de fato, ocorria. Então, ela descobriu que um fator importante para a mudança ter ocorrido é o Clima de Opinião. Noelle-Neumann descobriu que quando um lado é superestimado, outras pessoas, decididas ou não, são influenciadas a seguir por ele. Consequentemente, quando o outro é subestimado, as pessoas tendem a afastar-se dele. Para chegar a tal conclusão, ela utilizou alguns instrumentos para medir o Clima de Opinião. Segundo ela, são necessárias questões que possam mensurar a tendência de as pessoas falarem ou de manterem-se em silêncio quando submetidas a ideias diversas daquelas que elas apoiam. Outro fator importante é a opinião sobre a escolha do eleitor em função de quem ele acha que vai ganhar.

Aristóteles sugere que a sociabilidade é uma propriedade essencial do homem, de forma que precisa de vínculos sociais para satisfazer suas necessidades e, consequentemente, teme o isolamento.

Segundo Lage:

A ideia central desta teoria situa-se na possibilidade de que os agentes sociais possam ser isolados de seus grupos de convívio caso expressem publicamente opiniões diferentes daquelas que o grupo considere como opiniões dominantes. Isso significa dizer que o isolamento das pessoas, de afastamento do convívio social, acaba sendo a mola mestra que aciona o mecanismo do fenômeno da opinião pública, já que os agentes sociais têm aguda percepção do clima de opinião. E é esta alternância cíclica e progressiva que Noelle-Neumann chamou de Espiral do Silêncio
— [1]

História e contexto

Os estudos sobre a Espiral do Silêncio foram iniciados na década de 60. A teoria foi proposta especificamente por Noelle-Neumann sobre os efeitos dos meios de comunicação de massa. A pesquisadora estudou o eleitorado social-democrata e democrata-cristão na Alemanha durante as campanhas eleitorais alemãs entre 1965 e 1972, em que os dois partidos alternavam a liderança e na reta final do processo de eleição, ocorreu uma súbita mudança de opinião dos eleitores. De acordo com seus estudos, ao mudar de opinião, os eleitores buscavam se aproximar das opiniões que julgavam dominantes.

O ponto principal da teoria é a dominação da opinião pública pelos líderes dos media e de opinião. A autora vê a televisão como essencial na consolidação da opinião pública, uma vez que as discussões públicas são, em grande parte, impostas pela consonância temática mediática, que consiste numa abordagem unilateral por diversos meios de comunicação. Segundo a hipótese de Agenda-Setting, a comunicação social determina a pauta pública ao ressaltar certos assuntos e preterir outros, o que influencia na formação da Espiral do Silêncio, que guia a opinião pública, ou seja, o indivíduo recorre aos meios de comunicação para se inteirar sobre quais temas falar e se expressar de acordo com o que observa no ambiente. Um exemplo é em casos de ostensiva cobertura de um mesmo crime em vários canais de televisão. A comunicação social mantém por semanas esse tema em evidência, e, ao desfavorecer os envolvidos, instaura um debate parcial.

Além disso, há a influência também da aculturação, teoria que propõe que a televisão estabelece um padrão de estabilidade através da veiculação de imagens, práticas e crenças. Gerbner sugere que os media televisivos estão concentrados em grandes conglomerados, comprometidos com a visão de seus acionistas. Shanaham e Morgan escrevem em seu livro que o sistema é estruturado de forma que beneficia apenas as elites econômicas, que detêm os mesmos pontos de vista e os meios de comunicação.

Influências

Noelle-Neumann indica as influências de seu trabalho de forma igualitária, porém, é possível dividi-las entre indiretas, referentes à opinião pública e diretas, que abordam a tendência ao silêncio.

Entre as indiretas, encontra-se Rousseau, que identifica três tipos de leis: o direito público, o privado e o civil, e, acima dessas, indica a opinião pública, que, embora não conste na constituição, dita como essas funcionam. Noelle-Neumann situa o conceito Rousseau de opinião pública como intermediário entre consenso social e as convicções individuais.

Locke também identifica três leis, denominando-as como lei divina, lei civil e a lei da virtude, do vício, da opinião ou da reputação, sendo esta última principal referência para humanidade, que buscam mais a boa consideração entre seus conhecidos que cumprir as outras leis, uma vez que é possível obter impunidade nas leis do Estado, mas nunca da censura dos seus semelhantes.

Entre os autores influentes, Tocqueville é o maior precursor ao propor elementos como o medo do isolamento, o incômodo e sensação de insignificância perante à opinião dominante e a tendência à adequação da minoria.

A Ignorância Pluralística

O fenômeno psico-social causado pela Ignorância Pluralística[2] é caracterizado pela percepção errada do que acredita ser a opinião majoritária. Um grupo rejeita uma opinião de forma inapropriada por achar que a maioria também o faz, porém, esta não é a real opinião majoritária. O termo foi estudado pelo psicólogo americano Daniel Ketz.

Um exemplo da Ignorância Pluralítisca foi a segregação racial dos Estados Unidos em 1960. Indivíduos que não necessariamente concordavam com os termos impostos aos cidadãos negros americanos seguiam a opinião por acreditarem ser a majoritária, com medo da exclusão social, que serve de base para a explicação da Espiral do Silêncio.

Percepções Looking-glass

O termo Looking-glass é aplicado para definir o efeito que o indivíduo sofre ao pautar a percepção sobre si mesmo de acordo com a opinião que a sociedade tem dele. As interações sociais ao longo da vida do indivíduo servem como molde para sua identidade, o que dá a conceituação do termo looking-glass self, criado por Charles Cooley em 1902.

Referências

  1.  LAGE 1998, p. 16.
  2.  ROSAS (2010). A espiral do silêncio: uma teoria da opinião pública e dos media. Portugal: LabCom Books. pp. 155–164

Bibliografia

  • NOELLE-NEUMANN, Elisabeth. A Espiral do Silêncio: Opinião Pública - nosso tecido social. Estudos Nacionais, 2017.
  • BARROS FILHO, Clóvis. Ética na Comunicação: da informação ao receptor, São Paulo: Moderna,1995.
  • HOHLFELDT, Antônio; MARTINO, Luís C.; FRANÇA, Vera Veiga (2010). Vozes, ed. Teorias da Comunicação: Conceitos, Escolas e Tendências. Petrópolis: [s.n.].
  • LAGE, Nilson. Estrutura da notícia. 4 ed. São Paulo: Ática, 1998.
  • NOELLE-NEUMANN, Elisabeth. The Spiral of Silence: Public Opinion - Our Social Skin. University of Chicago Press, 1993.
  • SHANAHAM, James e MORGAN, Michael. Television and Its Viewers: Cultivation Theory and Research. Cambridge University Press, 1999.
  • WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação, Lisboa: Presença, 1992.


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