quinta-feira, 24 de agosto de 2023

O que faz um neurocientista e como se especializar na área?


A carreira de neurocientista atrai muita curiosidade. E não à toa, afinal esse especialista vem ganhando destaque nos últimos anos, mas muitos ainda não sabem o que faz um neurocientista. Esse é o seu caso? Ou você sabe qual é a ocupação desse perfil profissional e pretende se tornar um também?

Seja qual for a situação, este texto vai responder às suas dúvidas sobre a neurociência e sobre como se tornar um especialista na área. Confira o post completo!

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Neurociência na atualidade

A neurociência é o ramo que estuda o funcionamento do sistema nervoso central, suas estruturas, suas funcionalidades, suas alterações, o seu desenvolvimento e qual a influência dele sobre o funcionamento de todo o nosso corpo. Ele é composto pelo cérebro, medula espinhal e nervos periféricos.

Inicialmente, a neurociência fazia parte das ciências biológicas. Mas, com o passar dos anos e com o entendimento de toda a complexidade do sistema nervoso central, além da forma como esse mecanismo se altera com o passar dos anos e com interferência do meio em que vivemos, a neurociência se firmou como uma área de estudos mais ampla e mais independente.

A curiosidade e encantamento com essa parte do funcionamento humano impulsionou o crescimento do setor. E, ainda, em um mundo em que nunca se falou tanto em saúde mental e nos impactos dela no restante da nossa vida, uma ciência como a neurociência se torna ainda mais visada. Logo, ela pode se tornar uma profissão ainda mais requisitada em um futuro próximo.

Hoje, a neurociência é uma área muito importante, necessária inclusive para diagnosticar e tratar problemas urgentes da nossa sociedade, como depressão, esclerose múltipla, esquizofrenia, Mal de Parkinson e Mal de Alzheimer, todas classificadas como doenças neuropsíquicas.

O que faz um neurocientista?

O neurocientista é o especialista estudioso do sistema nervoso central, composto pelo cérebro, medula espinhal e nervos periféricos. Ele é o profissional responsável por analisar as alterações e manifestações desse sistema tão importante.

Para se tornar um neurocientista é preciso completar uma graduação e uma pós-graduação ou especialização na área. Existem hoje no Brasil apenas duas graduações específicas, na Universidade Federal do ABC (UFABC) e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Mas essa não é a única opção para quem quer se tornar um neurocientista.

As especializações na área podem ser buscadas por diferentes tipos de profissionais, principalmente médicos, biólogos, biomédicos, farmacêuticos e psicólogos.

Quais são as possibilidades da profissão?

A área de graduação costuma definir o tipo de atuação do profissional dentro da neurociência. Algumas vertentes se relacionam mais com a medicina, outras com a biologia ou biomedicina, outras com a psicologia. E um neurocientista pode escolher especializar-se e atuar em diferentes campos específicos.

A neurociência é uma ciência muito rica e multidisciplinar:

  • Neuroanatomia: a frente de estudos mais antiga dentro da neurociência, a neuroanatomia estuda as estruturas e organizações anatômicas do sistema nervoso central. É na neuroanatomia que, em geral, se concentram também as investigações sobre a coluna vertebral e os nervos periféricos;
  • Neurofisiologia: essa parte da neurociência se dedica a estudar as funções e o funcionamento do sistema nervoso. Aqui, se encaixam os estudos dos distúrbios e lesões dessa parte do corpo humano;
  • Neurociência cognitiva: estuda as capacidades cognitivas relacionadas ao sistema nervoso central, como o raciocínio, memória, aprendizado, percepção e sensação. Tem o objetivo principal de estudar as representações nervosas dos nossos atos mentais;
  • Neuropsicologia: foca os esforços de estudo na relação entre o sistema nervoso central e as funções psíquicas; a relação entre nosso cérebro e nosso comportamento humano;
  • Neurociência comportamental: também relacionada à psicologia, a vertente de neurociência comportamental estuda a relação entre os fatores internos relacionados ao sistema nervoso central, como pensamentos, sentimentos e emoções, com as reações que externalizamos como a fala, os gestos e até nossa personalidade.

O neurocientista pode atuar com pesquisa, educação e ensino, na parte da aplicação teórica dos estudos. Bem como na aplicação prática, nas áreas de saúde relacionadas ao atendimento ao paciente com diferentes necessidades.

Assim, podemos citar como espaços que oferecem possibilidades de contratação e atuação de neurocientistas os centros de pesquisa, laboratórios, indústrias, consultórios, universidades, empresas privadas, organizações governamentais etc.

Como se especializar na área?

Mais uma vez: se você quer se tornar um neurocientista, precisa se especializar com um curso de pós-graduação. Hoje já existem alguns cursos especializados que podem ser buscados para essa finalidade. Além da graduação, é preciso entender que tipo de atuação, dentre as que citamos, você desejaria ter.

Uma das nossas professoras, a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, passou uma visão de quem já está nesse mercado:

“Não há receita de bolo. Recomendo informar-se sobre as graduações possíveis e ver a grade de disciplinas que serão obrigatórias ou eletivas. Aos aspirantes, lembrem que é sempre possível especializar-se depois, mas ganhar a base ampla e sólida mais tarde é mais desafiador”.

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