terça-feira, 11 de outubro de 2022

Críticas à Teoria de Ausubel

 

Carlos Martins

Joseph Novak (1981, Novak e Gowin, 1996) propôs a visão humanista da Teoria da Aprendizagem Significativa, segundo Novak a teoria de Ausubel está subordinada à integração construtivista, positiva, entre pensamentos, sentimentos e ações que conduz ao engrandecimento humano. De acordo com Novak, quando a aprendizagem é significativa o aprendiz cresce e se predispões a novas aprendizagens, no entanto, a consequência disso é que se a aprendizagem for mecânica o sujeito acaba por desenvolver uma atitude de recusa.

Segundo D.B.Gowin (1981, Novak e Gowin, 1996) a visão interacionista social da Teoria de Ausubel é uma visão basicamente vigotskyana, na qual o processo ensino-aprendizagem é visto como uma negociação de significados. Nessa visão o professor é quem domina os significados e o aprendiz busca captar tais significados. Cabe ao professor apresentar esses significados das mais diversas maneiras e quantas vezes for necessário para que o aluno capte os conhecimentos. 

A teoria dos modelos mentais de Johnson-Laird (1983) oferece uma explicação para interação entre novos conhecimentos e conhecimentos prévios, que estão na essência da aprendizagem significativa.

Frente a um novo conhecimento, uma nova situação, a primeira representação mental que o sujeito constrói, em sua memória de trabalho, é um modelo mental. Em certas circunstâncias essa representação pode estabilizar-se e evoluir até um esquema de assimilação piagetiano. (Moreira, 2002; Greca e Moreira, 2002). É isso que está esquematizado na figura abaixo.

Essa visão cognitivista contemporânea da aprendizagem significativa é compatível com a visão clássica também no sentido de que o conhecimento prévio é fundamental pois os modelos mentais são construídos a partir de conhecimentos que o indivíduo já tem em sua estrutura cognitiva e daquilo que ele percebe da nova situação, seja por percepção direta seja por alguma descrição ou representação dessa situação, desse novo conhecimento.

A visão da complexidade e da progressividade está muito clara na teoria dos campos conceituais de Vergnaud (1990;Moreira, 2002) é importante para que não se pense que a aprendizagem significativa ocorre rapidamente ou que a aprendizagem é significativa ou mecânica, ou seja, que há uma divisão entre as duas.

Para Vergnaud, o conhecimento está organizado em campos conceituais cujo domínio, por parte do sujeito que aprende, ocorre ao longo de um extenso período de tempo. Os conhecimentos dos alunos são moldados pelas situações que encontram e progressivamente dominam. Mas essas situações são cada vez mais complexas. As situações são os novos conhecimentos e são elas que dão sentido aos conceitos, mas para dar conta delas o sujeito precisa dos conceitos, ou seja, conhecimentos prévios. Mas esses conhecimentos prévios ficarão mais elaborados em função dessas situações nas quais são usados. Está aí a interação que caracteriza a aprendizagem significativa, porém em uma óptica de progressividade e complexidade.

Os novos conhecimentos de Ausubel seriam as novas situações. Os conhecimentos preexistentes seriam conceitos em construção. Da interação entre eles resultaria a aprendizagem significativa, de maneira progressiva.

A visão autopoiética (Maturana, 2001), os seres vivos são máquinas autopoiéticas, ou seja, máquinas que continuamente especificam e produzem sua própria organização através da produção de seus próprios componentes, sob condições de contínua perturbação e compensação dessas perturbações.

As máquinas autopoiéticas são autônomas, podem ser perturbadas por fatores externos e experimentam mudanças internas que compensam essas perturbações. Contudo, a perturbação não contém em si mesma uma especificação de seus efeitos sobre o ser vivo (no caso, o aluno) é este em sua estrutura que determina sua própria mudança frente a tal perturbação. Esta propriedade das máquinas autopoiéticas chama-se determinismo estrutural. O ser vivo é uma máquina autopoiética determinada estruturalmente. A aprendizagem significativa ocorre no domínio de interações perturbadoras que geram mudanças de estado, ou seja, mudanças estruturais sem mudar a organização, mantendo a identidade de classe.

Os conhecimentos prévios dos alunos são explicações que são reformulações da experiência. E essas explicações se dão na linguagem. Os novos conhecimentos são perturbações que, na aprendizagem significativa, receberão significados e, ao mesmo tempo, através de uma interação perturbadora modificarão em alguma medida, a estrutura dos conhecimentos prévios sem alterar sua organização.

A visão computacional Por um lado tem muito a ver com a que chamamos de cognitiva contemporânea, ou seja, a dos modelos mentais. Por outro, tem a ver com o computador como instrumento de aprendizagem.

A idéia é a mesma proposta por Ausubel há mais de quarenta anos, porém ao invés de falar-se em subsunçores, que muitas vezes são interpretados como conhecimentos puntuais, fala-se em representações mentais que decorrem de computações mentais nãoconscientes. Não se trata de complicar a proposta de Ausubel sobre a enorme influência dos conhecimentos prévios na aprendizagem de novos conhecimentos, mas sim de ter uma visão melhor e contemporânea da estrutura desses conhecimentos prévios.

Para facilitar a aprendizagem significativa da modelagem computacional, Araujo, Veit e Moreira (2006) adaptaram o chamado Vê de Gowin (1981, 2005), ou diagrama V, e o transformaram em um diagrama AVM (Adaptação do Vê à Modelagem), tal como apresentado na figura abaixo. Na experiência desses autores os alunos constroem diagramas AVM, antes, durante ou depois, de construírem os modelos computacionais com o objetivo primordial de estimular sua reflexão crítica sobre os modelos físicos construídos e sobre a modelagem em si. Busca-se assim facilitar a aprendizagem significativa de atividades computacionais desenvolvidas pelo aluno.

 Segundo A visão crítica (subversiva, antropológica) é importante que a aprendizagem significativa seja também crítica, subversiva, antropológica. Quer dizer, na sociedade contemporânea não basta adquirir novos conhecimentos de maneira significativa, é preciso adquiri-los criticamente. Ao mesmo tempo que é preciso viver nessa sociedade, integrar-se a ela, é necessário também ser crítico dela, distanciar-se dela e de seus conhecimentos quando ela está perdendo rumo.

Para isso, Moreira, 2000 lista, no quadro abaixo, princípios facilitadores de uma aprendizagem significativa crítica.

Concluímos, que mesmo passado mais de 40 anos da proposição da Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel, ainda é um tema atual e que mesmo refletindo sobre esse tema nas várias visões proposta, não tira a originalidade dessa teoria, no entanto, com o passar do tempo é necessário novas visões e perspectivas, principalmente no que diz respeito a sua complexidade e visão crítica.

Referência

Moreira, M.A. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: da visão clássica à visão crítica. Instituto de Física da UFRGS. 2007

 

Mapa conceitual: A teoria a respeito dos Mapas Conceituais foi desenvolvida na década de 70 pelo pesquisador e navegador norte-americano Joseph Novak, com vistas a facilitar a administração, ao nível de Comando e Estado Maior, de uma companhia de navegação. Ele define mapa conceitual como uma ferramenta administrativa, para organizar e representar o conhecimento, de forma geral, sendo basicamente um aperfeiçoamento do conhecido organograma, somente que, bastante, e muito detalhado, com fins de ser utilizado em trabalho de equipe e/ou em colegiado.
Ancoragem: Nos esportes desenvolvidos em altura chama-se de ancoragem a técnica de fixar cabos para a instalação de sistemas verticais, para descer ou subir barreiras ou para transportar cargas e pessoas com segurança.
Consiste num conjunto de conhecimentos sobre a física dos materiais, execução de nós e voltas, análise do ambiente e usos pretendidos, estabelecendo níveis de segurança para o desenvolvimento de tarefas.
Cognição: é o ato ou processo da aquisição do conhecimento que se dá através da percepção, da atenção, associação, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. A palavra Cognitione tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles.
É o conjunto dos processos mentais usados no pensamento na classificação, reconhecimento e compreensão para o julgamento através do raciocínio para o aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas.
De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos.

Subsunçores: são estruturas de conhecimento específicos que podem ser mais ou menos abrangentes de acordo com a frequência com que ocorre aprendizagem significativa em conjunto com um dado subsunçor.

Bibliografia
MOREIRA, Marco Antônio (1999). Aprendizagem significativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
MOREIRA, Marco Antônio (1999). Teorias de Aprendizagem. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda.
 
 



David Ausubel Psicólogo

Nascimento: 25 de outubro de 1918, Brooklyn, Nova Iorque, EUA
Falecimento: 9 de julho de 2008
David Paul Ausubel nasceu nos Estados Unidos, na Cidade de Nova York, no ano de 1918, filho de famíliajudia e pobre, imigrantes da Europa Central, cresceu insatisfeito com a educação que recebera. Revoltado contra os castigos e humilhações pelos quais passara na escola, afirma que a educação é violenta e reacionária, relatando um dos episódios que o marcou profundamente nesse período:
"Escandalizou-se com umpalavrãoque eu, patife de seis anos, empreguei certo dia. Comsabãodelixívialavou-me a boca. Submeti-me. Fiquei de pé num canto o dia inteiro, para servir de escarmento a uma classe de cinquenta meninos assustados (…)".1 Para ele, "A escola é umcárcerepara meninos. O crime de todos é a pouca idade e por isso os carcereiros lhes dão castigos."1
Após sua formação acadêmica, em território canadense resolve dedicar-se à educação no intuito de buscar as melhorias necessárias ao verdadeiro aprendizado. Totalmente contra a aprendizagem puramente mecânica, torna-se um representante do cognitivismo, e propõe uma aprendizagem que tenha uma "estrutura cognitivista", de modo a intensificar a aprendizagem como um processo de armazenamento de informações que, ao agrupar-se no âmbito mental do indivíduo, seja manipulada e utilizada adequadamente no futuro, através da organização e integração dos conteúdos aprendidos significativamente.

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A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE AUSUBEL

 

A aprendizagem significativa é uma teoria que todo educador precisa conhecer. Ausubel foi o inventor dos mapas conceituais e de tantas outras metodologias que utilizamos hoje na sala de aula. além disso, em tempos de tecnologias nas escolas ele aponta bons caminhos para pensar e propor ações.

Neste novo contexto educacional, de grande expansão tecnológica e de informação, as palavras de ordem são aprendizagem significativa, mudança conceitual e a construção do conhecimento. Ao contrário de uma aprendizagem mecânica ou repetitiva, com pouca ou nenhuma atribuição de significação sendo armazenadas isoladamente na estrutura mental levando ao esquecimento e a dificuldade de associar com novos conhecimentos.

A aprendizagem é um processo de mudança no comportamento obtido através da experiência com o meio, sendo esta construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais, ou seja, aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. Segundo Palangana (2001, p. 71) sobre o modelo proposto por Piaget: “Ele acredita que o conhecimento não é imanente nem ao sujeito nem ao objeto, sendo, isto sim, construído na interação entre estes dois polos”.

Pode considerar que a aprendizagem humana é definida como sendo a mudança relativamente estável do comportamento do aluno resultante da sequência do estabelecimento de associações, ou seja, é o resultado das experiências anteriormente adquiridas fundamentais para o ajustamento de novos conceitos e modelos mentais para incluir e organizar as novas experiências.

 

O Homem, dotado de estruturas biológicas, herda uma forma de funcionamento intelectual, ou seja, uma maneira de interagir com o ambiente que o leva à construção de um conjunto de significados. A interação deste sujeito com o ambiente permitirá a organização desses significados em estruturas cognitivista (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001, p.127).

 

Assim, para Ausubel, aprendizagem significa organização e integração do material na estrutura cognitiva, e se torna significativa quando uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo, tornando a aprendizagem significativa. A Aprendizagem Significativa é uma teoria de aprendizagem em que o novo conteúdo deve se relacionar com o conhecimento prévio do aluno, também chamado de subsunçor. O subsunçor é uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena experiências prévias do aprendiz (MOREIRA, 1983, p. 62).

Esse processo ocorre por meio do qual uma nova informação interage de forma não literal, que significa a relação entre o material a ser aprendido e a estrutura cognitiva não deve ser ao pé da letra, ou seja, a relação não se altera se símbolos diferentes, mas equivalentes, forem usados e também não-arbitrária, em relação ao novo item com a estrutura cognitiva, não deve ser ao acaso, mas feita de modo intencional para permitir a ancoragem com os subsunçores específicos.

A aprendizagem significativa pode ocorrer tem três tipos:

 

 - Aprendizagem de representações: é a aprendizagem por meio de símbolos e o que eles representam, seus conceitos. Esse é o muito utilizado principalmente com crianças pequenas, pois o aluno associa o conceito com um símbolo para representar qualquer objeto. Percebe, intuitivamente, que todo objeto pode ser representado por um símbolo verbal e que o significado a ser relacionado ao símbolo é a imagem evocada pelo objeto. Quando estiver firmemente estabelecido na estrutura cognitiva do aluno ele conquistou condições para realizar quaisquer aprendizagens de representações.

 - Aprendizagem de proposições: é o inverso da Representacional, necessita do conhecimento prévio dos conceitos e símbolos, mas seu objetivo é promover uma compreensão sobre uma proposição. O objetivo apreender o significado de ideias expressas em forma de proposição e não isoladamente, ou seja, aprender o significado que está além dos significados das palavras ou conceitos que compõem a proposição.

 - Aprendizagem de conceitos: A aprendizagem de conceitos comporta dois tipos de aquisição: a formação de conceitos e a assimilação de conceitos. A formação de conceitos é uma aprendizagem inicial em que ocorre uma aquisição espontânea e indutiva de ideias gerais sobre um assunto. A assimilação de conceitos é um processo que se quando o aluno já possui os atributos criteriais do conceito por meio de uma definição. Assim, o aluno relaciona os atributos do conceito com as ideias pertinentes em sua estrutura cognitiva. O processo de “subsunção” é descrito pelo princípio da assimilação. Pela assimilação um conceito ou proposição A, potencialmente significativo é assimilado sob uma ideia ou conceito mais inclusivo já existente na estrutura cognitiva. Essa assimilação ou ancoragem indica ter um efeito maior na retenção.

            Para haver aprendizagem significativa é preciso que o aluno tenha um interesse para aprender e que o material a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo e lógico. Assim, pode-se concluir que para que a aprendizagem significativa ocorra, três condições são necessárias: 1) o material deve ser claro, com exemplos e linguagem relacionada com o conhecimento prévio do aprendiz; 2) o aprendiz deve possuir o conhecimento prévio relacionado ao novo conteúdo; e 3) o aprendiz precisa ter vontade de aprender de modo significativo. Ausubel, na sua teoria foi o primeiro a se preocupar com a aprendizagem dentro de sala de aula, acreditava no valor da descoberta e experiência. Neste sentido, sua maior contribuição foi repensar acerca da aula do tipo “tradicional”, e refletir sobre o que é uma aprendizagem mecânica e uma aprendizagem significativa (MOREIRA & MASINI, 2006). Segundo Ausubel (2003), os principais conceitos relativos à aprendizagem se articulam esquematicamente da seguinte forma (figura 1):


 

A teoria de Ausubel oferece, portanto, diretrizes, princípios e uma estratégia de facilitadores da aprendizagem e como colocá-las em prática, desenvolvida principalmente por Novak. Novak desenvolveu os mapas conceituais que são uma técnica que, como sugere o próprio nome, enfatiza conceitos e relações entre conceitos à luz dos princípios da diferenciação progressiva e reconciliação integrativa. Os mapas conceituais podem ser usados como recurso didático, de avaliação e de análise de currículo, como também como instrumento de metacognição, para aprender a aprender.

Resumindo, Ausubel destaca que só vale a pena a aprendizagem para o ser humano se ele conseguir “Ampliar e reconfigurar as formas de descobrir para aprender”. Diante disso, o autor considera relevante considerar que o ser humano já possui algum conhecimento quando chega na escola, ou seja, é preciso considerar a realidade que o mesmo já traz de suas relações familiares e socias antes da escola e com a junção dos ensinos que o professor vai sistematizar no meio escolar, juntamente com os conhecimentos advindos dos livros e da relação social, vai construir novos conhecimentos que para Ausubel é a aprendizagem significativa que nada mais é que a ampliação e reconfiguração da aprendizagem.

 Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24179_12230.pdf

 

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quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Srila Prabhupada e o Vedanta


Srila Prabhupada e o Vedanta




Existem muitos comentários sobre o Vedanta-sutra. Na Índia especialmente o sistema é que qualquer pessoa que seja líder de uma instituição religiosa seja bem versada nos Vedanta-sutras, e espera-se que escreva comentários sobre o Vedanta-sutra, sem o quê não se é aceito como um acharya. Acharya significa alguém que conhece o propósito do conhecimento védico. Pratica-o pessoalmente além de ensinar a seus discípulos o sistema de conhecimento védico.
Há muitos acharyas, especialmente da vaisnava-sampradaya, subdividida em quatro sampradayas: ramanuja-sampradaya, madhvacarya sampradaya, vishnuswami-sampradaya, e nimbarka-sampradaya. Nossa sampradaya se chama gaudiya-sampradaya, ou os Vaisnavas que estão na sucessão discipular do Senhor Chaitanya Mahaprabhu. A gaudiya-sampradaya na verdade pertence à madhva-sampradaya e a madhva-sampradaya por sua vez pertence à brahma-sampradaya.
Além destas quatro vaisnava-acharya-sampradayas, também há sampradayas não-Vaisnavas, especialmente a escola impersonalista liderada por Shankaracharya. Shankaracharya escreveu um comentário sobre o Vedanta-sutra, conhecido como Sariraka-bhasya, e em geral este Sariraka-bhasya feito por Shankaracharya é muito popular devido aos indianos atualmente estarem influenciados pelas atividades materialistas. Ainda assim os outros bhasyas diferentes, ou comentários, feitos pelos acharyas Vaisnavas, também estão disponíveis na gaudiya-sampradaya, especificamente liderada por Rupa Goswami.
No princípio não havia comentário sobre o Vedanta-sutra porque conforme o Srimad-Bhagavatam, diz-se que o comentário real sobre o Vedanta-sutra é o próprio Srimad-Bhagavatam, apresentado pelo autor, o próprio Sri Vyasadeva. Em nosso comentário inglês sobre o Srimad-Bhagavatam, Primeiro Canto, Capítulo Um, explicamos este fato de que o Srimad-Bhagavatam é o tipo certo de comentário ao Vedanta-sutra. Sendo assim, a gaudiya-sampradaya não se preocupou muito em apresentar seu comentário ao Vedanta-sutra.
Há uns 200 anos atrás havia uma conclusão no distrito de Golpa em Jaipur, na qual os acharyas ou seguidores das outras sampradayas desafiavam a gaudiya-vaisnava-sampradaya por não ter um comentário sobre o Vedanta-sutra. Naquela época Sri Visvanatha Chakravarti Thakura estava morando em Vrndavana, porém era velho demais, e quando os Gaudiya Vaisnavas se aproximaram dele para apresentar um comentário sobre o Vedanta-sutra, ele pediu a seu discípulo Sri Baladeva Vidyabhushana para escrever um comentário ao Vedanta-sutra. Como Vaisnavas em geral são muito humildes e submissos, Sri Baladeva Vidyabhushana se achou desqualificado para escrever um comentário autorizado sobre o Vedanta-sutra, portanto aproximou-se do Senhor Govinda no templo de Jaipur. Colocou-se diante do Senhor Govinda para receber sua permissão e autoridade para começar a escrever um comentário sobre o Vedanta-sutra, e Govinda assegurou-lhe que poderia fazê-lo. Com esta inspiração ele escreveu o comentário ao Vedanta-sutra conhecido como Govinda-bhasya. Este Govinda-bhasya é muito autorizado e aceito por todas vaisnava-sampradayas. Este comentário, que pode ser conhecido como Bhaktivedanta-basya, segue os passos do Govinda-basya.
A necessidade de apresentar o comentário Bhaktivedanta-bhasya sobre o Vedanta-sutra também deve ser explicada aqui. Meu mestre espiritual, Om Vishnupada Paramahamsa Sri Srimad Bhaktisiddhanta Saraswati Goswami Maharaja, ordenou-me que apresentasse a filosofia Gaudiya Vaisnava em inglês o máximo possível, e nesta tentativa para as pessoas que falam inglês, desde 1965 tenho estado nos países ocidentais com meus três livros do Primeiro Canto do Srimad-Bhagavatam. Depois apresentei meu comentário sobre o Srimad-Bhagavad-gita conhecido como O Bhagavad-gita Como Ele É, e similarmente apresentei Os Ensinamentos do Senhor Chaitanya. Também, a pedido de muitos de meus discípulos ocidentais, especialmente de meus dignos discípulos Sriman Hamsadutta Das Adhikari e Janardana Das Adhikari, que estão encarregados do Centro de Montreal, estou tentando apresentar um comentário em inglês sobre o Vedanta-sutra conforme a seguir.
No presente momento pelo mundo inteiro existem inúmeras pessoas sem Deus. Em geral as pessoas são muito apegadas à filosofia vazia apresentada pelo Senhor Buddha ou à filosofia impersonalista apresentada por Shankaracharya. Em outras palavras, para ser mais direto e simples, as pessoas estão se tornando muito ateístas. Dizer que não há Deus, como declaram os ateístas, é um tanto audacioso e simples, porém dizer que existe uma causa suprema que é vazia, ou que há um Deus mas Ele não tem forma, é mais perigoso que a simples declaração de que não há Deus.
Nossa sociedade, conhecida como a Sociedade Internacional para Consciência de Krishna - ISKCON, agora começou o movimento para Consciência de Krishna, e é muito gratificante que a geração mais nova da parte ocidental do mundo, na América, Canadá, e Europa, estejam se interessando por esse grande movimento. Já temos filiais em quase todas cidades importantes dos Estados Unidos e Canadá, e começamos centros também em Londres e Hamburgo. Esperamos que nosso movimento para Consciência de Krishna gradualmente cresça, conforme previsto pelo Senhor Chaitanya, que disse que Suas atividades missionárias, bem como o movimento para Consciência de Krishna, seriam pregados pelo mundo todo, em cada vilarejo, em cada país. Levando em consideração as atuais atividades deste movimento, espera-se que a previsão do Senhor Chaitanya brevemente seja realizada e as pessoas do mundo todo sejam muito felizes, tendo Consciência de Krishna.
Conforme acima referido, em geral o comentário conhecido como Sariraka-bhasya é tido pelas pessoas como o significado do Vedanta, ou em outras palavras, o que o Vedanta significa segundo a opinião dos seguidores do significado por Shankaracharya, explicado por ele no Sariraka-bhasya. Além do Sariraka-bhasya de Shankaracharya existem muitas outras escolas ateístas pregando Vedanta com base na bondade.
Um dos eminentes seguidores de Shankaracharya, Sadananda Yogindra, compilou seu livro conhecido como Vedanta-sara, no qual escreve para provar que para compreender tanto os Upanishads quanto o Vedanta-sutra, o único meio é o Sariraka-bhasya de Shankaracharya. Esta é a reivindicação de monopólio pela escola mayavada. Na verdade o Vedanta-sutra tem muitos comentários e todos esses comentários não são com base no princípio do monismo ou impersonalismo.
Todos acharyas proeminentes das diferentes vaisnavas-sampradayas compilaram comentários sobre o Vedanta-sutra, porém não seguem os princípios da escola Shankarista. Por outro lado, os monistas impersonalistas frisam mais a não-dualidade. Em geral eles se declaram Deus e não há existência de Deus separadamente.
A escola monista não reconhece os comentários do Vedanta apresentados pelos acharyas Vaisnavas, conhecido como suddhadvaita, vishisthtadvaita e dvaitadvaita, bem como a filosofia do inconcebivelmente-uno-e-diferente do Senhor Chaitanya, conhecida como acinthyabhedabheda-tattva. Segundo eles o comentário monista do Vedanta-sutra é final, o Senhor Krishna tem um corpo material, e os seguidores da filosofia de Consciência de Krishna não são transcendentalistas.
Vedanta significa a última palavra em matéria de buscar conhecimento. Todo mundo está buscando algum tipo de conhecimento. Existem universidades, instituições, e muitos estabelecimentos educacionais buscando conhecimento, porém Vedanta significa a última palavra na busca do conhecimento. Esta última palavra na busca do conhecimento é explicada no Bhagavad-gita pelo Senhor Krishna. O propósito do conhecimento védico é compreender Krishna. As palavras exatas do Capítulo XV do Bhagavad-gita são: are sarvasya caham hrdi sannivishtah. “O Senhor está situado no coração de todos. Ele dá inteligência e ilusão. Ele é a fonte original do conhecimento. Ele é a meta do conhecimento. Ele é o compilador do Vedanta-sutra, e Ele conhece o que é Vedanta.
Estas palavras são uma explicação mui significativa do Vedanta-sutra pelo próprio Krishna. Em outra parte Ele também Se referiu ao Vedanta-sutra dizendo: “Ao longo do Brahma-sutra pode-se de fato compreender o que é a filosofia do Bhagavad-gita. Bhagavad-gita e Vedanta-sutra estão mui intimamente inter-relacionados. Compreender o Vedanta-sutra corretamente é compreender o Bhagavad-gita corretamente.”
A palavra sutra significa “código resumido”. No Skanda e Vayu Puranas a palavra sutra é explicada como “quando uma tese é apresentada em poucas palavras, porém com grandes volumes de significado e, quando compreendido, é muito belo.” Mencionam-se os nomes de diferentes comentários sobre Vedanta-sutra por diferentes acharyas.
Este Sariraka-bhasya de Shankaracharya também é conhecido como Vedanta-siddhanta. O resumo da filosofia não-dualista exposta por Shankaracharya é o seguinte.
Segundo esta filosofia só existe a Verdade Absoluta. Para esta filosofia a entidade viva é Brahman e a manifestação cósmica é falsa. O exemplo da realidade e falsidade é dado por eles na comparação de confundir uma serpente com uma corda. Na escuridão, na ilusão, uma corda pode ser aceita como serpente. Quando se recobra os sentidos, entende-se que a corda não era uma serpente. Então a “serpente” se torna falsa. Similarmente, segundo a filosofia de Shankaracharya esta manifestação cósmica na verdade não existe. Maya significa “Aquilo que não é”. Ma significa “não” e ya significa “isto”. Em outras palavras, a representação fenomenal do mundo material não tem realidade. Por trás deste fenômeno o NOUMENON é realidade.
De acordo com a filosofia de Shankaracharya a Verdade Absoluta é impessoal. Sendo assim, não há diversidade. No mundo material existem diferentes tipos de diversidade, assim como diversidades da espécies de vida. A espécie dos cachorros não é como a humana. Esta especialidade, espécie canina ou humana, está presente no mundo material, porém espiritualmente não há tal diferenciação. Mesmo nas considerações pessoais há diversidades. Numa forma pessoal temos pernas, mãos e cabeça. Mas esta diferenciação, segundo a filosofia mayavada de Shankaracharya, também é falsa. Shankaracharya não reconhece qualificar o Brahman, assim como a filosofia Vaisnava qualifica o Supremo Brahman. Tomemos o exemplo: Deus é misericordioso. Isto é uma qualificação de Deus ou da Verdade Absoluta. Mas, sendo impersonalista a filosofia de Shankara, eles não aceitam a Verdade Absoluta qualificada com misericórdia, ou beleza, ou opulência. Eles não aceitam. Segundo eles, se a Verdade Absoluta for qualificada então se torna limitada pela qualificação. A conclusão deles é que se Brahman, ou a Verdade Absoluta, é ilimitado, não deve haver qualquer limitação pela qualificação.
A encarnação da Verdade Absoluta, ou Deus, é aceita por eles como uma manifestação da designação material. Em outras palavras, segundo a filosofia de Shankara quando Deus ou a Verdade Absoluta encarna, Ele assume um corpo material. Portanto Ele é designado. Nessa forma designada só a Verdade Absoluta se torna o criador, sustentador, e aniquilador da manifestação cósmica, embora em seu comentário ao Bhagavad-gita, no início, Shankaracharya tenha aceito que Narayana está além desta manifestação cósmica. Tudo que está manifesto no mundo material é produzido do imanifesto mahat-tattva, porém Narayana ainda assim é transcendental ao mahat-tattva. Em outras palavras, ele aceitou que o mahat-tattva também é criado pela Suprema Personalidade de Deus, Narayana. Há tantas contradições na filosofia dele. Isso é pano para outro assunto. Não desejamos entrar nas contradições da filosofia dele, mas na medida do possível estamos apresentando o resumo da filosofia mayavada, não-dualismo.
Segundo Shankaracharya, na concepção espiritual mais elevada, a Verdade Absoluta é sem qualquer contaminação da existência material, e portanto Ele não tem conecção com a criação, sustento ou aniquilação (do mundo material). Está sempre destituída de todas qualidades, sem qualquer diversidade, sem qualquer condição material, e sem qualquer responsabilidade por atividades. Como tal, a manifestação cósmica é falsa. Similarmente, a Personalidade de Deus, que aceita Sua designação a partir desta manifestação material falsa, a concepção da Personalidade de Deus, também é falsa. A Verdade Absoluta só é concebida como eterna, plena de conhecimento e cheia de bem-aventurança. O aparecimento como Narayana, ou como uma encarnação, não é eterno, porém é temporário. Para algum propósito Ele aparece assim. A meta final é impessoal.
Segundo a filosofia de Shankara, a diferenciação entre Deus e as entidades vivas é uma ilusão. De fato, isso não é assim. As entidades vivas não são energia subordinada do Supremo. Simplesmente estando cobertas pela concepção de maya, as entidades vivas parecem ser diferentes da Verdade Absoluta. Esta diferenciação entre entidades vivas e o Supremo se manifesta no mundo material nos procedimentos comuns. Espiritualmente não há tal diferença. As atividades da entidade viva no espírito de desfrutar no mundo material, sua qualidade infinitesimal, ou sua minusculosidade, ou como é inumerável, são apenas designações da falsa maya.
Um exemplo neste sentido dado pelos filósofos mayavadis é que, o copo de cristal parece vermelho quando nele se reflete uma flor vermelha, embora isso não tenha nada a ver com o rubor do vidro. É completamente diferente da cor. Similarmente, a entidade viva na contaminação da maya se torna ativa, ou se transforma em desfrutador, ou se torna infinitesimal, ou em outras palavras, se torna individual. Todas estas coisas são apenas reflexo colorido artificial. De fato, uma entidade viva é puro Brahman. Esta teoria do reflexo se chama pratibimbavada. Segundo esta filosofia, transcendentalmente não existe diferença entre a Verdade Absoluta, as entidades vivas, e a natureza material.
Esta não-diferenciação entre a Verdade Absoluta, as entidades vivas, e a manifestação cósmica, é exemplificada pelo filósofo mayavadi por seguir-se o exemplo do firmamento todo e do pote. O céu no pote e o firmamento todo são o mesmo. Porém o céu dentro do pote parece ser limitado devido a ter sido designado pela tampa do pote. Quando o pote se quebra, ou a ilusão de maya se dissipa, não existe tal diferença que este pote seja diferente daquele pote, ou este céu diferente daquele céu. Segundo Shankaracharya esta manifestação cósmica também é maya. Quando estes elementos materiais desaparecerem, então apenas o Brahman existencial permanecerá. Portanto, Brahman é verdade e esta manifestação cósmica é falsa.
Shankaracharya não aceita a teoria da transformação, como o fazem os acharyas Vaisnavas. A teoria da transformação é explicada desta maneira. Assim como o leite se transforma em iogurte sob certas condições, mas iogurte não pode ser transformado novamente em leite, nem tampouco pode ser usado como leite, da mesma maneira as entidades vivas não podem se tornar a Suprema Verdade Absoluta. Esta teoria da transformação não é aceita pelo filósofo mayavadi.
Na verdade, este tipo de propaganda por Shankaracharya foi executada sob ordem Suprema a fim de dissipar a obscura filosofia budista e estabelecer a filosofia védica, a Verdade Absoluta. Segundo Sri Chaitanya Mahaprabhu, a filosofia mayavada de Shankara é outra versão da filosofia de Buddha. A filosofia do vazio de Buddha é quase igual à filosofia impersonalista de Shankara. Portanto, segundo a filosofia de Shankara, a não-variedade impersonalista é o estágio final de conhecimento perfeito.
A maior oposição à filosofia de Shankara foi feita por Sri Ramanujacharya. A filosofia de Ramanuja é conhecida como vishishtadvaita. Esta doutrina de vishishtadvaita não foi novidade apresentada por Ramanujacharya, mas sim, antes dele havia outros expoentes desta doutrina e foram conhecidos como Nathamuni e Yamunacharya.
O princípio básico da doutrina vishishtadvaita é que na criação de Deus existe a divisão entre o que é sensível e não-sensível, assim como ao estudarmos a nós mesmos, descobrimos que nosso corpo é material, ou insensível, e nossa inteligência da mente e falso-ego são o caminho entre nosso eu e nosso corpo. Nosso eu é sensível. Similarmente, o Senhor Supremo é sensível, e esta manifestação cósmica é Seu corpo. Combinados juntos, a Verdade Absoluta forma uma combinação das características sensíveis e insensíveis. Isto se chama vishishtadvaita.
Segundo Sri Ramanujacharya existem três verdades: ou seja, o sensível, o insensível, e o Senhor Supremo. Em geral se chamam de tattva-traya. As inúmeras entidades vivas como um grupo se chamam de energia sensível do Senhor Supremo, ao passo que a manifestação cósmica se chama a energia material do Senhor. O próprio Senhor está acima delas. Ele tem qualidades transcendentais totalmente auspiciosas. Ele é onisciente e onipotente. Ele é conhecido como a Suprema Personalidade de Deus, Vasudeva. O mundo material e as entidades vivas são partes corpóreas sensíveis e insensíveis do Senhor.
Sri Ramanujacharya delineou elaboradamente sua filosofia em 12 divisões conforme a seguir:
1. A Suprema Verdade Absoluta é una na combinação dos grupos grosseiros, sutis, sensíveis e insensíveis.
2. Ele protestou contra a doutrina de dualismo bem como a doutrina do monismo.
3. Ele aceitou que a Verdade Absoluta, Brahman, tem qualidades e potências transcendentais, e portanto Ele não é impessoal.
4. Ele protestou veementemente a doutrina de uma Verdade Absoluta impessoal, não-qualificada.
5. Ele estabeleceu deliberadamente a doutrina das entidades vivas serem infinitesimais e do Senhor Supremo ser infinito, e portanto as entidades vivas infinitesimais destinam-se constitucionalmente a servir a infinita Suprema Personalidade de Deus.
6. Ele estabeleceu que as entidades vivas, que são infinitesimais, estão sujeitas a caírem vítimas da ignorância, mas quando estão fora dessa posição de ignorância elas se tornam novamente liberadas.
7. Ele provou que só o transcendental serviço amoroso ao Senhor Supremo é o meio de liberação do enredamento material.
8. Segundo sua opinião, serviço devocional é o processo mais supremo de auto-realização.
9. Ele declarou enfaticamente que mesmo no estado de liberação não se pode ser igual ao Senhor Supremo.
10. Ele colocou fortes argumentos contra a doutrina impersonalista do monismo.
11. Ele provou que este mundo material é abominável, e o mundo espiritual é vida real de bem-aventurança eterna.
12. Ele estabeleceu que as entidades vivas e a manifestação cósmica são diferentes partes corpóreas do Senhor Supremo.

E ainda, Ramanujacharya explicou que a Suprema Personalidade de Deus descende em cinco diferentes aspectos, ou seja: arca, a Deidade no templo, as encarnações, tais como a encarnação do peixe, tartaruga, javali, e Nrshimha, as quais se chamam vaibhava. Depois Ele tem expansões chamadas vyuha, tais como as expansões de Vasudeva, Sankarshana, Pradyumna, e Aniruddha. Sua expansão impessoal é a refulgência de Seu corpo. Ele também está presente no coração de todo mundo como Antaryami, ou a Superalma. Todas estas diferentes porções plenárias do Senhor Supremo são além da contaminação material, eternas, sem qualquer lamentação, sempre superiores às entidades vivas, e cheias das seis opulências.
Segundo Ramanujacharya, existem cinco tipos de métodos de adoração, que se chamam abhigamana, upadana, ijya, sadhyaya e yoga. Quando devotos vão ao templo, limpam o templo ou o acesso ao templo, e decoram o templo de várias maneiras, tais atividades se chamam abhigamana. Coletar ingredientes como flores e outras parafernálias para adoração se chama upadana. Adoração do Senhor no templo se chama ijya. Cantar diferentes mantras e oferecer diferentes tipos de orações se chama sadhyaya. Meditação, ou lembrar das atividades do Senhor em plena absorção, se chama yoga. Praticando todos diferentes tipos de adoração se pode alcançar os planetas no mundo espiritual conhecidos como Vaikunthaloka. Segundo Sri Ramanujacharya, alcançar Vaikuntha é o estágio perfeccional mais elevado.
A grandeza de Ramanujacharya é que ele próprio, e mais tarde sua sucessão discipular, protestava crescentemente o impersonalismo de Shankaracharya. Ainda no sul da Índia estes dois partidos entram em conflito e em geral o grupo pertencente à ramanujacharya-sampradaya é vitorioso.
Princípios regulativos Pancaratra prevalesciam antes do advento de Shankaracharya, mas devido à influência da filosofia de Buddha tais princípios regulativos pancaratra foram interrompidos. Shankaracharya, em vez de estabelecer diretamente o método pancaratra, refugiou-se na filosofia mayavada para derrotar a filosofia de Buddha. Sri Ramanujacharya restabeleceu o pancaratra, ou adoração.
Após Sri Ramanujacharya, temos o aparecimento de Madhvacharya, cuja doutrina é suddha-advaitavada. Estabeleceu com muita firmeza a doutrina da dualidade, que Deus, ou a Verdade Absoluta, e as entidades vivas são entidades completamente diferentes, com evidência do Brahma-sutra ou Vedanta-sutra, bem como do Bhagavad-gita, dos Puranas, e do Narada-pancaratra.
Ele provou a dualidade em cada estágio, ou seja, que o Senhor Supremo e a entidade viva são duas entidades diferentes. Similarmente, a manifestação cósmica e o Senhor Supremo também são duas entidades vivas diferentes. Uma entidade viva é diferente de outra entidade viva. Em outras palavras, cada uma das entidades vivas é individual. Há uma diferença entre entidades sensíveis e insensíveis, e também há uma diferença entre um tipo de matéria insensível e outro tipo de matéria insensível. Madhvacharya estabeleceu que dois não é um, mas dois.
Uma verdade é completamente independente e a outra verdade é dependente. O Senhor VIshnu é a Personalidade de Deus supremamente independente, qualificada com qualidades transcendentais sem qualquer contaminação material. Portanto Ele é plenamente independente. Exceto o Senhor Vishnu, qualquer outra coisa, seja a manifestação cósmica ou entidades vivas, não é independente mas dependente do Senhor Supremo.
As entidades vivas são qualitativamente representações do Senhor Supremo. A doutrina de que o homem é feito à imagem de Deus é aceita por Madhvacharya. As características do homem são um reflexo exato da característica do Senhor Supremo. Ele também aceita que o Senhor Supremo Se expande em porções multi-plenárias, bem como porções separadas chamadas jiva-tattva. Todas jiva-tattvas, ou entidades vivas, são eternamente associados do Senhor Supremo para prestar serviço amoroso transcendental a Ele. O conhecimento das entidades vivas sempre é inferior ou incompleto.
O Senhor Supremo e as entidades vivas estão sempre na posição do Supremo e dos subordinados. As entidades vivas são sempre subordinadas. Elas não tem poder independente. Conforme é confirmado no Bhagavad-gita, Cap. 5, Verso 15, o Senhor diz que conhecimento e lembrança são sempre dados pelo Senhor Supremo, como antaryami ou Superalma, para as entidades vivas. Senão, as entidades vivas não tem poder independente para memorizar, pensar, ou agir.
Em contraste à entidade viva, a Suprema Personalidade de Deus, Vishnu, é completa em conhecimento e completa em bem-aventurança. Ele é sempre adorável pelas entidades vivas e Ele é o dominador supremo original, ao passo que as entidades vivas são as predominadas originais. Portanto, Ele é o criador original desta manifestação cósmica, que também é eterna, embora temporariamente manifestada. Portanto tanto as entidades vivas e a manifestação cósmica estão em subordinação ao Senhor Supremo.
O Senhor Supremo está sempre situado diferentemente, como também é confirmado pelo Bhagavad-gita, onde se diz que tudo descansa no Senhor Supremo, mas ainda assim Ele sempre é diferente de tudo. Segundo Madhvacharya, mesmo na hora da dissolução cósmica as entidades vivas e a energia material permanecem separadas do Senhor Supremo. Elas nunca se misturam conforme é advogado pelos impersonalistas.
Madhvacharya estava em mui grande oposição à doutrina de Shankaracharya. Praticamente os seguidores da madhvacharya-sampradaya estão simplesmente lutando contra a doutrina da filosofia mayavada propalada por Shankaracharya. Ele derrotou a doutrina de Shankaracharya e estabeleceu a doutrina da dualidade.
Além destas duas doutrinas acima-mencionadas de vishishtadvaitavada e suddha-dvaitavada, existem outras doutrinas advogadas pela vishnuswami-sampradaya e nimbarka-sampradaya. A vishnuswami-sampradaya mais tarde desenvolveu-se na baladeva-sampradaya. A doutrina deles se chama suddhavaitavada e a doutrina da nimbarka-sampradaya se chama dvaitadvaitavada.
De modo mui adequado, foi feito o ajuste de todas doutrinas: vishishtadvaitavada, suddha-dvaitavada, suddhadvaitavada, e dvaitadvaitavada pelo Senhor Chaitanya Mahaprabhu em Sua doutrina acinthya-bhedabheda-tattva. Nesta doutrina, o Senhor Chaitanya discutiu mui elaboradamente todo tipo de doutrinas antigas e novas sobre o assunto de compreender assuntos transcendentais, e a fim de minimizar as diferentes visões de diferentes filósofos, Ele adicionou uma concepção muito boa que se chama acintya.
Esta palavra é muito aplicável às doutrinas filosóficas da alma condicionada. Uma alma condicionada na verdade não consegue apurar a natureza da Verdade Absoluta simplesmente através da especulação, mas apenas através da autoridade do conhecimento védico. A palavra acintya se aplica em todas as doutrinas.
Sri Chaitanya Mahaprabhu não estava muito interessado que essas doutrinas compreendessem a Verdade Absoluta. Sua principal ocupação era distribuir para a massa geral do povo os princípios do Srimad-Bhagavatam, que é o comentário natural ao Vedanta-sutra.
Segundo o Srimad-Bhagavatam, toda especulação filosófica e princípios religiosos combinados juntos culminam na compreensão do amor por Deus. O homem não pode ficar satisfeito simplesmente através de sentimentos religiosos ou especulação filosófica mas, conforme o Srimad-Bhagavatam, quando nos elevamos à plataforma de prestar serviço amoroso à Suprema Personalidade de Deus sem qualquer motivo e sem ser impedidos por qualquer condição material, esse estágio de realização transcendental é o princípio mais elevado de compreensão espiritual, e só nesse estágio é que podemos ser plenamente satisfeitos.
Chaitanya Mahaprabhu Se interessava mais por transmitir para as pessoas este estado de vida sem muita preocupação com especulações filosóficas. O Senhor Sri Chaitanya Mahaprabhu nunca Se esforçou muito por apresentar uma tese desta doutrina num livro separado, porém mais tarde Sua sucessão discipular, especialmente dentre os seis Goswamis, Srila Jiva Goswami, apresentou seis teses, que combinadas se chamam Sat-sandarbha. Dos seis sandarbhas, aquele conhecido como Tattva-sandarbha é uma apresentação prática desta doutrina e explica o Vedanta-sutra estritamente de acordo com os princípios de acyntya-bhedabheda-tattva. Mais tarde, Sri Baladeva Vidyabhushana pegou esta doutrina e explicou o Vedanta-sutra rigorosamente de acordo com este princípio de acintya-bhedabheda-tattva.
Texto de A. C. Bhaktivedanta Swami PrabhupadaTraduzido por Indumukhi Dasi

fonte    http://rasadasa.blogspot.com/2007/08/srila-prabhupada-e-vedanta.html                  

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Hoje é dia do Sagrado Jejum de Sri Pashankusha Ekadasi dia 05/10/2022 Lendo a história Podcast conservador sobre: política , filosofia, arte, cultura, educação, pedagogia , religião

 

 

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domingo, 2 de outubro de 2022

Origem da Palavra Processo.

 Portal de Gestão de Processos Organizacionais - Gestão de Processos  Organizacionais na UFPA

Etimologia de Processo

 

Responde ao francês antigo proces, sobre o latim em processus, particípio associado ao verbo procedĕre, por proceder, conjugando pro-, interpretado como "para frente", e cedĕre, em torno a ideia de caminhar, ir ou marchar, sendo também a referência etimológica para o termo ceder, com raiz no indo-europeu *ked-, por ir. Um processo é aquilo que se encontra em pleno desenvolvimento, tendo uma conotação especial no contexto jurídico, em relação à evolução de um caso, bem como na area científica, sobre os estudos que estão se realizadondo para a verificação de uma hipótese, ou no plano económico, à espera dos resultados após a implementação de uma medida.

Benjamin Veschi. Ano: 2020. Em: https://etimologia.com.br/processo/

Palavra processo

Direito Processual Penal

processo e recurso

Resposta:

Em se tratando da origem:

1) Latim, PROCEDERE, “avançar, mover adiante”, de PRO, “à frente”, mais CEDERE, “ir”. Um processo, em qualquer assunto, implica num conjunto ordenado de passos no tempo para se chegar a um objetivo.

Outros derivados de uso comum são proceder e procedimento.  

2) L., RECURSUS, “ato de desfazer caminho, possibilidade de voltar”, literalmente “fazer de novo um caminho”, de RE, “outra vez”, mais CURSUS, “carreira, caminho”.

Origem da Palavra 2022

 

 

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Hoje é dia de Durga Puja.

Dussehra (Dassera) é um dos festivais hindus mais importantes, celebrado com muita alegria em todo o país. A ocasião marca a ocasião em que o Senhor Rama e o irmão Lakshman se aproximam da Mãe Durga para pedir suas bênçãos em Seu ataque planejado ao demônio Ravana. Considera-se, portanto, que a aproximação da Suprema Personalidade de Deus com ela para bênçãos para remover impedimentos materiais aos Seus objetivos espirituais deve ser a abordagem do humilde devoto do Senhor para conquistar o importante triunfo do Senhor Rama sobre o rei demônio, Ravana, a vitória do bem sobre o mal.
   Quadros e procissões brilhantemente decorados representando várias facetas da vida de Rama são retirados. No décimo dia, o dia de Vijayadasmi, colossais efígies de Ravana, seu irmão Kumbhkarna e filho Meghnath são colocados em vastos espaços abertos. Rama, acompanhado por sua consorte Sita e seu irmão Lakshman, chegam e atiram flechas de fogo nessas efígies, que são recheadas com material explosivo. O resultado é uma explosão ensurdecedora, reforçada pelos gritos de alegria e triunfo dos espectadores.
   É significativo que o Senhor tenha invocado as bênçãos da mãe divina, a Deusa Durga, antes de realmente sair para a batalha. Ao queimar as efígies do demônio Ravan, que foi morto pelo Senhor Rama, também é simbólico para nós que nós, o povo, somos convidados a queimar o mal dentro deles e, assim, seguir o caminho da virtude e da bondade, tendo em mente o exemplo de Ravana, que apesar de todo o seu poder e majestade foi destruído por seus maus caminhos.
   Deve ser lembrado que Ravana era um grande erudito e um fervoroso devoto do Senhor Shiva, mas os próprios poderes que foram concedidos a ele por sua devoção inabalável provaram ser sua ruína, devido ao uso grosseiro do mesmo. Além disso, embora fortalecido por suas austeridades realizadas ao Senhor Shiva, seus poderes eram ineficazes sobre os poderes de Rama.

Conversas sobre Didática,