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sexta-feira, 10 de novembro de 2023
quarta-feira, 8 de novembro de 2023
Hoje é dia do sagrado jejum de Sri Rana Ekadasi dia 08/11/2023 quarta-feira (feito com Spreaker)
O Comunismo No Brasil 4 livros da série "O comunismo no Brasil" foi digitalizado, os livros apresentam dados, arquivos e relatórios do Regime Militar a respeito da subversão vermelha (postarei os outros volumes no futuro).
Hoje é dia do jejum sagrado de Sri Rama Ekadasi dia 08/11/2023 quarta-feira.
História do Rama Ekadashi
- Arquivado sob Novidades
A História da Rama Ekadasi
Maharaja Yudhisthira disse: “Oh, Janardana! Oh, protetor de todos os seres viventes! Qual é o nome do Ekadashi que ocorre durante a quinzena escura do mês de Kartika (Outubro / novembro)? Por favor, transmita esse Sagrado Conhecimento.
O Supremo Senhor respondeu: “Ó leão entre os Reis”! Por favor, ouça: O Ekadashi que ocorre do mês de Kartika se chama de Rama Ekadashi. É muito auspicioso, pois erradica de imediato os maiores pecados e concede passagem para a morada espiritual. Vou narrar sua história e glórias para ti”.
Uma vez vivia um famoso rei chamado Mucukunda, que tinha muita amizade com o Senhor Indra, o rei do céu, e também com o Yamaraja, Yaruna e Yibhisana o irmão misericordioso do demônio Ravana. Mucukunda sempre falava a verdade e constantemente rendia serviço devocional a Mim. Porque governava segundo os princípios religiosos, não havia distúrbios em seu reino.
A filha de Mucukunda chamava-se Chandrabhaga como o rio sagrado, e de acordo com os costumes védicos, o rei a deu em casamento a Sobhana o filho de Chandrasena. Certo dia, Sobhana visitou o palácio de seu sogro no dia auspicioso de Ekadashi. Esta visita provocou ansiedade na esposa de Sobhana, Chandrabhaga, porque ela sabia que o seu marido estava fisicamente muito enfraquecido e incapaz de suportar a austeridade de um jejum de dia inteiro.
Ela disse-lhe: “Meu pai é muito estrito quanto a seguir cumprimento do Ekadashi. No Dashami, o dia antes de se Ekadashi, ele golpeia um grande tambor timbale, e anuncia: “Ninguém deve comer no Ekadashi, o dia do Senhor Hari”.
Quando Sobhana ouviu o som do timbale disse à sua esposa: “Oh, minha linda o que farei agora”? Por favor, diga-me, como poderei salvar a minha vida e obedecer às restrições ao mesmo tempo”?
Chandrabhaga respondeu: “Meu querido marido na casa do meu pai, ninguém, nem mesmo elefantes e cavalos, sem falar em seres humanos – comem no Ekadashi. De fato, nenhum dos animais recebe sua ração de grãos, folhas ou palha – nem mesmo água! – no Ekadashi, o dia do Senhor Hari. Como poderás escapar de jejuar? Meu amado se tiver de comer algo, então deves sair daqui imediatamente. Agora, com firme convicção decida o que fazer”.
O príncipe Sobhana respondeu: “Decidi jejuar nesse sagrado dia de Ekadashi. Qualquer um seja o meu destino, certamente haverá de acontecer.”
Decidindo assim, Sobhana tentou jejuar naquele dia, mas ficou intoleravelmente perturbado pela fome e sede excessiva. Eventualmente o sol se pôs no oeste, e a chegada da noite auspiciosa fez a felicidade de todos vaishnavas.
“Oh, Yudhisthira!, todos os devotos gostaram de adorar o Senhor Hari e permanecer acordados noite adentro, mas para o príncipe Sobhana aquela noite se tornou absolutamente intolerável. Na verdade quando o sol se levantou no Dvadashi, Sobhana estava morto.
O Rei Mucukunda observou o funeral do seu genro, ordenando que se fizesse uma grande pilha de madeira para o fogo, mas instruiu sua filha a não juntar-se a seu marido na pira funerária. Assim Chandrabhaga, após realizar todos os processos, purificatórios honrando seu marido falecido, continuou a viver na casa de seu pai.
O Senhor Krsna disse: “Oh, melhor dos Reis, embora Sobhana morresse por ter observado Rama Ekadashi, o mérito que acumulou capacitou-o depois da morte, a ser o governante de um reino no alto do pico da montanha chamada Mandarachala. Este Reino era como uma cidade de semideuses; muito brilhante; com ilimitadas joias incrustadas nas paredes de seus prédios. Os pilares eram feitos de rubis e ouro cravejado de diamantes que rebrilhavam por todo lugar. Enquanto o rei Sobhana ficava sentado num trono sob um dossel, branco puro, servos abanavam-no com abanos de rabo de iaque. Uma estupenda coroa repousava sobre a sua cabeça, lindos brincos adornavam seus ouvidos, um colar ornava seu pescoço,
Um dia, um brahmana chamado Somasarma, que morava no reino de Mucukunda, de repente, foi dar ao reino de Sobhana enquanto viajava por diferentes locais de peregrinação. O brahmana viu-o Sobhana em todo o seu brilho de glória e pensou que ele podia ser o genro do seu próprio rei Mucukunda. Quando Sobhana viu o brahmana se aproximando, imediatamente lhe deu as boas-vindas. Depois que Sobhana lhe ofereceu as suas respeitosas reverências, perguntou ao brahmana sobre a saúde e o bem-estar do seu sogro, a sua esposa e todos os residentes da cidade.
Somasarma respondeu: “Ó, Rei, todos súditos estão bem no reino do seu sogro, e Chandrabhaga e teus outros membros familiares também estão bastante bem”.
Por favor, conte-me sobre ti. Ninguém jamais viu cidade tão bela quanto essa. Tenha a bondade de me contar como a obteve.
O Rei Sobhana disse: “Porque observei Rama Ekadashi me foi concedida esta cidade maravilhosa para reinar. Mas apesar de toda sua grandiosidade, é apenas temporária. Imploro-te que faças algo para corrigir esta deficiência”. Podes ver é apenas uma cidade efémera. Como poderei tornar suas belezas e glórias permanentes? Por favor, instrua-me.
O brahmana perguntou-lhe: Por que este reino é instável, e como poderá se tornar estável? Por favor, explique isso para mim e tentarei ajudá-lo.
Sobhana respondeu: “Porque jejuei no Ekadashi sem qualquer fé este reino é impermanente. Agora ouça como poderá se tornar permanente. Por favor, retorne a Chandrabhaga, a linda filha do rei Mucukunda e diga a ela o que viste e compreendeste sobre este lugar e sobre mim. Certamente, se contares isto a ela, minha cidade em breve se tornará permanente”.
Assim o brahmana retornou à sua cidade e relatou-lhe o episódio inteiro a Chandrabhaga, que ficou surpresa e muito feliz por ouvir esta notícia. Disse ela: “Oh, brahmana, isso e um sonho que tivestes ou realmente é um fato”?
Somasarma replicou: “Oh princesa”! De fato eu vi o teu marido falecido cara a cara naquele maravilhoso reino, que se assemelha a um dos reinos dos semideuses. Mas ele diz que o reino inteiro é instável e pode desaparecer a qualquer momento. Portanto, ele espera que possas encontrar algum meio de tornar permanente.
Chandrabhaga disse: “Oh, sábio entre os brahmanas”! Por favor, leve-me até meu marido imediatamente, pois desejo muito é vê-lo novamente. Certamente tornarei seu reino permanente, com o mérito que adquiri jejuando em cada Ekadashi durante minha vida toda. Por favor, reúna-nos novamente. É dito que quem reúne pessoas separadas obtém mérito muito grande.
O brahmana Somasarma guiou Chandrabhaga até o refulgente reino de Sobhana. Antes alcança-lo, entretanto, pararam no sopé do monte Mandarachala, no sagrado asrama de Vamanadeva. Ao ouvir a história deles, Vamanadeva cantou hinos dos Vedas e borrifou água sagrada em Chandrabhaga. Pela influência dos ritos do grande Rishi, o mérito que ela acumulou por jejuar por tantos Ekadashis, tornou seu corpo transcendental. Extática, seus olhos irradiando maravilhados, e Chandrabhaga continuou sua jornada.
Quando Sobhana viu sua esposa se aproximando dele, no alto da Montanha Mandarachala, foi tomado de alegria e chamou-a em voz alta com grande felicidade. Depois que ela havia chegado, sentou-se à sua esquerda e ela lhe disse: “Oh, querido! Por favor, ouça enquanto te conto uma coisa que irá te beneficiar-te grandemente. Desde que tinha oito anos sempre jejuei fiel e regularmente a cada Ekadashi. Se eu transferir a ti todo o mérito que assim acumulei, teu reino certamente de tornará permanente e tua prosperidade irá crescer e crescer até a vinda da grande inundação”.
O Senhor Krsna continuou: “Oh, Yudhisthira! Desta maneira Chandrabhaga, que estava lindamente decorada com os mais finos ornamentos tinha um corpo transcendental de rara beleza, afinal gozou da paz e felicidade com seu marido. Pela potência Rama Ekadashi, Sobhana verificou que seu reino no pico do Monte Mandarachala, pode realizar todos seus desejos e conceder-lhes felicidade eterna. Tal como se aquela obtida da vaca Kama-dhenu”.
“Ó melhor dos Reis”! Assim narrei a ti as glórias de Rama Ekadashi.
Quem quer que observe o sagrado Ekadashi, durante as quinzenas claras e obscuras de cada mês, indubitavelmente se liberta das reações do pecado de matar um brahmana. Não se deve diferenciar entre os Ekadashis da parte iluminada ou obscura do mês. Conforme vimos, ambos podem conceder prazer neste mundo e liberar até mesmo as almas mais pecaminosas e caídas. Assim vacas negras e brancas dão leite de qualidade igual, os Ekadashis da quinzena clara e obscura conferem o mesmo grau elevado de mérito eventualmente liberam a pessoa do ciclo de nascimento e morte. Quem quer que simplesmente ouça as glórias deste sagrado dia, Rama Ekadashi, se liberta de todos os tipos de pecado e obtém a morada Suprema do Senhor Vishnu.
* Desse modo termina a narração das glórias de Kartika Krsna Ekadashi ou Rama Ekadashi de Brahma Vaivarta Purana.
SOBRE O TOQUE RETAL E O CÂNCER NA PRÓSTATA (recomendo que leia até o final)
terça-feira, 7 de novembro de 2023
Coisas que acontecem no Brasil por uma infeliz coincidência.
Viúva de Toninho do PT reafirma que o marido morreu por ferir interesses
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, Roseana Morais Garcia, viúva de Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT - prefeito de Campinas (SP) assassinado em setembro de 2001 - voltou a afirmar nesta terça-feira (8) que o marido foi morto por questões político-administrativas, não tendo sido vítima de crime comum, conforme reconheceu a polícia civil de São Paulo.
Para Roseana Garcia, Toninho morreu por ferir interesses de "gente graúda", incluindo os de figuras importantes na história do PT, como o ex-prefeito do município Jacó Bittar, que saiu do partido em 1990. Mas disse desconhecer qualquer esquema destinado a cobrar propina de empresários de Campinas para abastecer futuras campanhas eleitorais, inclusive a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Num depoimento emocionado, Roseana denunciou que o inquérito que apurou a morte de Toninho "foi mal conduzido" e sustentou que tudo leva a crer que Toninho foi assassinado por denunciar superfaturamento de obras e licitações públicas com "cartas marcadas". Ela citou a licitação para construção do metrô de superfície de Campinas, que jamais entrou em funcionamento, no valor de US$ 80 milhões.
-Por que não interessa a ninguém investigar a morte do Toninho do PT, bem como a do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel? - indagou Roseana Garcia, ao estranhar que a Polícia Federal, na época, ou seja, em 2001, não tenha apurado a morte do marido.
Polícia Federal
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) informou que, por solicitação do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, determinou que a Polícia Federal passasse a investigar o assassinato do prefeito. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) enalteceu a decisão do ministro e solicitou ao presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), que se congratulasse oficialmente com Márcio Thomaz Bastos. A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) observou, no entanto, que a decisão foi tardia.
Roseana Garcia estranhou que Lula, ao ser eleito presidente da República, não tenha acionado, de imediato, a Polícia Federal para apurar a morte do prefeito de Campinas, conforme havia prometido a ela.
A viúva de Toninho do PT disse achar estranho ainda que as autoridades policiais não tenham preservado o local do crime e nem o gabinete do prefeito assassinado para posteriores análises periciais. Além disso, segundo Roseana, a morte de Toninho poderia ter sido acertada no interior de um bingo com sede em Campinas, e supostamente testemunhada por um garçom que já chegou a depor na polícia usando o codinome Jack. A CPI resolveu requisitar o depoimento do garçom.
Sílvio Pereira
Nesta quarta-feira (9), a partir das 11h30, a CPI dos Bingos ouve o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira e o médico e deputado federal Jamil Murad (PCdoB-SP), que acompanhou a necropsia do corpo de Celso Daniel, prefeito de Santo André (SP), também assassinado, em janeiro de 2002.
(Cláudio Bernardo)
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
sábado, 4 de novembro de 2023
Paula Schmitt | A realidade, as operações psicológicas e o aperto de mão
Paula Schmitt | A realidade, as operações psicológicas e o aperto de mão
Falsificação da realidade tornou-se um mercado profissionalizado, escreve Paula Schmitt
Este artigo vai falar de um serviço que, apesar de bastante usado por alguns empresários, juízes, políticos, bilionários, é praticamente desconhecido do grande público: a manipulação da realidade feita sob medida, ao gosto do cliente. Não estou me referindo ao trabalho da grande imprensa em geral –ao menos não por enquanto. Estou falando de um serviço por encomenda que cria ataques, acidentes, estupros, situações comprometedoras; que fabrica pessoas, perfis, reputação, currículos e até um passado –tudo falso, e tudo por um preço bem alto.
Alguém já falou que a grande imprensa serve essencialmente para nos alimentar de ficção –quem quiser conhecer a realidade vai precisar ver filmes e ler romances. Uma frase atribuída a Albert Camus toca na mesma ideia: “A ficção é a mentira através da qual contamos a verdade”. Existem várias explicações para isso, e uma delas é bastante óbvia: medo da perseguição da justiça –e principalmente da injustiça. O aviso legal “esta é uma obra de ficção” protege o autor que revela verdades, provendo-o de imunidade contra processos criminais que podem levá-lo à cadeia, ou processos cíveis que podem deixá-lo pobre. No meu romance “Eudemonia”, eu me resguardei com um aviso legal um pouco mais longo que o normal –só para garantir.
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Dois grandes escritores de ficção do século 20 foram espiões, e certamente usaram a ficção para expor o que não podiam contar na vida real: Graham Greene e John Le Carré. Um 3º escritor famoso, Frederick Forsyth, só revelou 44 anos depois da publicação do seu best-seller “O Dia do Chacal” que ele também foi espião, e trabalhou por 20 anos para o MI6, o serviço secreto estrangeiro do Reino Unido. Existem ex-espiões, contudo, que escolhem um caminho diferente.
Depois que deixam o governo, em vez de revelar a verdade frequentemente sórdida do trabalho que fizeram para uma nação, um povo, uma ideologia ou um partido, esses ex-espiões optam por continuar ludibriando na iniciativa privada. Ludibriar na vida privada não exclui trabalho para pessoas públicas, ou para projetos de governo. Ao contrário –agências de operações psicológicas são frequentemente contratadas por governos e agentes públicos, terceirizadas para fazer o trabalho sujo que a lei não permite a eles fazer diretamente. Uma dessas empresas é a PsyGroup.
Já na 1ª página, a brochura do PsyGroup (leia aqui na íntegra – 2 MB) declara sua missão de forma inequívoca: “A realidade é uma questão de percepção”. Para quem não entendeu as palavras, a empresa desenhou: em 1º plano, a imagem de um gato é refletida ao fundo como a sombra de um leão. Abaixo do símbolo da letra grega “psi”, um slogan resume a coisa toda: “Molde a realidade”.
Nas páginas seguintes, a empresa mostra alguns dos serviços que ela oferece como “líder no mercado de inteligência e influência”. Essa lista de serviços é precedida com uma mensagem visual que dá o tom do que vem pela frente: o fim da confiança mútua. Em duas imagens –um aperto de mãos, seguido de uma mão com os dedos cruzados– milênios de construção moral e civilizatória são destruídos com uma indolência desconcertante.
A 1ª imagem mostra um aperto de mãos –um gesto que desde a pré-história vem servindo para garantir a dois lados antagônicos que ambos negociam de boa-fé. Ao apertar as mãos, inimigos mostravam estar com as mãos livres, sem arma. Desde a “Ilíada” de Homero, passando por registros artísticos de faraós egípcios, imperadores romanos, líderes da mesopotâmia e aristocratas gregos, o aperto de mão vem selando um acordo de cavalheiros, dois adversários se submetendo a regras mantidas por nada além de sua própria honra. Mas na imagem ao lado, esse pacto milenar é destruído, ridicularizado com a displicência de um moleque que virou velhaco sem nunca ter crescido como homem: com 2 dedos cruzados, o parceiro de acordo, ou o adversário de guerra, mostra por trás que não manterá a honra que prometeu pela frente.
“Psy [group] tem uma vasta experiência em vários setores, incluindo diligência corporativa, apoio de litigância, tecnologia, telecomunicações, finanças, infraestrutura, transportes, indústria, e relações governamentais”. Mas o que faz o Psy nessas áreas? A brochura explica melhor: monitoramento e perseguição de alvos; armadilhas amorosas/sexuais (honey traps); campanhas on-line; coleta de inteligência (informações secretas) via “ações cibernéticas”; “botas no solo” (pessoas de carne e osso perseguindo, monitorando, gravando conversas, armando arapucas); campanhas de influência com a criação e destruição de reputações; criação de perfis falsos.
Um parágrafo explica com sinceridade constrangedora o que a empresa faz na deep web: “Como parte da nossa extensa experiência em inteligência cibernética, o Psy mantém “forte capacidade operacional dentro da Deep Web e da Darknet (geralmente descrita como o “lado escuro” [Dark Side] da internet). Como um lugar de encontro para uma variedade de atividades ilegais (hackeagem, fraude, terrorismo), a Darknet requer habilidades especiais para acessar, navegar e operar por dentro, enquanto mantém total conformidade com a lei”.
O PsyGroup foi dissolvido em 2018, depois que passou a ser investigado por autoridades norte-americanas por seu envolvimento com a empresa inglesa Cambridge Analytica, uma “consultoria política” que trabalhava como uma “agência global de gerenciamento eleitoral” e foi acusada de manipulação da opinião pública. Mas seus executivos já fundaram outras empresas que trabalham nas mesmas atividades, com nomes diferentes. Na semana que vem pretendo contar mais sobre como a “comodificação” do crime, da chantagem e da falsificação da realidade vêm mudando os rumos do mundo com a crescente profissionalização de um trabalho que, até um tempo atrás, era feito apenas por mafiosos.
P.S.: O artigo já está escrito, pronto para ser publicado e devidamente resguardado de imprevistos.
Paula Schmitt | Black Cube e a indústria da mentiraEmpresas privadas são pagas para fazer espionagem e fabricar realidades, escreve Paula Schmitt
Paula Schmitt | Black Cube e a indústria da mentira
Empresas são pagas para fazer espionagem e fabricar r
Este é mais um artigo de uma série sobre a manipulação da realidade feita por agentes públicos e empresas privadas, e sobre como essas manipulações e operações psicológicas servem para recriar a realidade e programar consequências. Leia o anterior aqui.
Em abril de 2017, a atriz norte-americana Rose McGowan foi contactada por Diana Filip, vice-presidente de Investimentos Responsáveis e Sustentáveis na empresa de gerenciamento de fortunas Reuben Capital Partners, sediada em Londres. A empresa queria convidar Rose para ajudar com um projeto de caridade chamado Mulher em Foco. Fazia sentido que a Reuben quisesse a participação da atriz, porque ela estava mais famosa do que antes, e não apenas pelo seu trabalho artístico. Rose estava nas manchetes porque ela ameaçava revelar o nome de um homem famoso que a teria estuprado –algo que ela faria tempos depois ao quebrar um contrato de silêncio e delatar o produtor de Hollywood Harvey Weinstein.
“Nós estamos muito interessados no trabalho que a sra. Rose McGowan faz como defensora dos direitos das mulheres, e acreditamos que os ideais pelos quais ela luta se alinham perfeitamente com aqueles defendidos pela nossa nova iniciativa”, dizia o e-mail assinado por Diana. Rose e Diana acabaram se encontrando diversas vezes em vários lugares diferentes, tomaram sorvete, saíram juntas, ficaram amigas. Só tinha um problema: Diana era um nome falso, e Reuben era uma empresa de fachada. Na vida real, a mulher trabalhava para a Black Cube, uma empresa de “inteligência privada” formada por ex-espiões israelenses. A empresa tinha sido contratada por Harvey Weinstein.
Aqui, em entrevista para o 60 Minutes Australia, Rose diz que o fato de que foi enganada por pessoas que pareciam ser suas amigas lhe traumatizou para o resto da vida, e quebrou para sempre algo dentro dela. Neste mesmo programa, é possível ouvir confissões de um outro agente da Black Cube, Seth Freedman. Seth se apresentava como jornalista, e conseguiu enganar vários dos seus alvos porque ele de fato tinha sido jornalista, e tinha reportagens publicadas no jornal inglês The Guardian. Ele conta que a Black Cube tinha uma lista de 91 alvos, incluindo outras atrizes e vários jornalistas.
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Segundo reportagem de Ronan Farrow para a revista The New Yorker, a Black Cube foi descrita para um cliente potencial como “um Mossad pessoal”. Quem a descreveu assim foi ninguém menos que Meir Dagan, diretor do Mossad de 2002 a 2011, e ele próprio integrante do conselho consultivo da Black Cube. Aproveito para fazer uma correção, ou uma explicação: a expressão “ex-espião” é uma contradição em termos, ainda que eu mesma a use para indicar o status oficial de um agente. É praticamente impossível imaginar que alguém que participou de uma agência com acesso a segredos de Estado, crimes do governo e de seus oficiais, possa se afastar e viver uma vida normal e desimpedida. Esse tipo de coisa “non ecsiste”.
Em 2012 eu entrevistei por telefone, de Nova York, o ex-agente do Mossad Victor Ostrovsky, no Arizona. Entrevistar não é a palavra correta, porque Ostrovsky falou tudo em off –concordou em falar, desde que o conteúdo da conversa ficasse em sigilo. Foram mais de 20 minutos da minha vida perdidos nos escaninhos da memória, ou largados lá exatamente porque de lá não poderiam sair. Mas Ostrovsky falou mais do que o suficiente no indispensável e imperdível livro “By Way of Deception”, ou “Por meio do Engodo”.
Se depois de deixar o Mossad e escrever o livro Ostrovsky pôde continuar sua vida pintando quadros no Arizona, é razoável imaginar que a obra foi no mínimo tolerada, e em última instância até desejada pelo Mossad e pelo governo de Israel (as duas entidades nem sempre concordam, vale lembrar). De qualquer maneira, muitos dos segredos revelados não são nada lisonjeiros para um ou para outro. O governo de Israel tentou barrar a venda do livro nos EUA em 1990, ou assim fez parecer, mas a injunção foi derrubada por uma corte de apelação e o tiro saiu pela culatra, porque o livro acabou entrando na lista de best-sellers do New York Times como o mais vendido na lista de não-ficção (lista em pdf aqui – 59 KB).
É também com a palavra “deception” (um falso cognato que significa engano ou engodo, e não decepção) que Ronan Farrow descreve o trabalho da Black Cube. Agentes da empresa espionaram jornalistas escrevendo sobre o caso, inclusive o próprio Farrow, que foi vigiado, seguido, teve seu telefone hackeado e sua localização determinada com truques que envolviam mensagens que não precisam nem ser clicadas para ativarem um mecanismo de espionagem no telefone.
Um desses mecanismos é o software Pegasus. O Pegasus, fabricado pela empresa israelense NSO, foi usado para hackear o telefone da noiva de Jamal Khashoggi antes de o jornalista do Washington Post ser assassinado na embaixada da Arábia Saudita em Istambul. Segundo reportagem da PBS (emissora pública dos Estados Unidos), o Pegasus “tem sido usado por clientes da NSO para espionar jornalistas, ativistas de direitos humanos e outros”.
Uma das arapucas armadas por agentes da Black Cube teve como alvo exatamente um pesquisador que estava investigando o Pegasus para o Citizen Lab, um departamento da Universidade de Toronto que estuda a censura e o controle privado e estatal da informação. Aqui, por exemplo, o Citizen Lab faz uma análise de como um novo sistema de telefonia no Irã vai manter cidadãos iranianos sob constante vigilância.
Segundo a New Yorker, John Scott-Railton, do Citizen Lab, foi abordado por um agente da Black Cube se passando por consultor de uma empresa francesa de tecnologia agrícola para falar sobre mapeamento de terrenos com câmeras aéreas. Mas durante o almoço, o agente mudou de assunto e começou a falar do trabalho do Citizen Lab sobre a NSO, do Pegasus. Bem treinado no engodo, e ciente das ferramentas mais úteis num mundo cada vez mais idiotizado, o agente chegou a perguntar se havia um “elemento racista” no foco do Citizen Lab contra a empresa israelense, e inquiriu o pesquisador acerca de sua opinião sobre o Holocausto. Enquanto isso, uma caneta colocada na mesa gravava a conversa, enquanto um outro agente da Black Cube tirava foto dos 2.
Existe, contudo, uma “progressão” na indústria da espionagem e da traição que faz a coisa toda ainda mais fácil –e mais sinistra. É a terceirização de agentes. Na época de Ostrovsky, o Mossad precisava contar com a ajuda dos sayanin –uma rede de simpatizantes do Estado de Israel que mantinham seu trabalho normal, suas atividades legais, e que, no momento que fossem necessários, eram ativados para providenciar uma “lenda”.
Lenda é a história fabricada para encobrir a real identidade e propósito de um agente. Assim, empresas participantes ofereciam, por exemplo, um número de telefone para o caso de alguém telefonar procurando o suposto funcionário; despachantes produziam documentos; pensões confirmavam a residência de um agente; garçons serviam um cliente que nunca tinham visto com pretensa familiaridade. Com a privatização da inteligência, contudo, tudo isso é produzido com mais facilidade, já que a simpatia por uma causa, por um país ou por uma ideologia se tornaram desnecessárias. Agora, basta a simpatia por dinheiro.
Existem empresas que oferecem esse tipo de mão-de-obra: pessoas “normais” em diferentes ramos que podem ser acionadas de última hora, dependendo da missão. Muitas dessas pessoas não sabem quem estão prejudicando, porque o serviço é compartimentalizado, e uma empresa contrata uma empresa que contrata outra empresa, distanciando quem encomenda o serviço de quem o executa. Uma das razões para essa compartimentalização, ou distanciamento, é a diminuição da responsabilidade criminal. E uma das ferramentas mais eficazes para isso são as firmas de advocacia.
Nesta reportagem, o New York Times conta como agências de relações públicas são usadas para criar realidades, criar e destruir reputações com contratação mediada por firmas de advogados, e não diretamente pelo beneficiado. Isso garante ao cliente final o que ele não teria se a contratação fosse feita diretamente: a vantagem do sigilo advogado-cliente garantido por lei. Harvey Weinstein contratou tanto seu agente de relações públicas quanto a Black Cube através do seu advogado, o famoso David Boies.
David Boies, aliás, é o advogado que contratou o filho do presidente Joe Biden para um emprego em que ele não precisava trabalhar. Segundo o livro “Laptop From Hell”, da jornalista Miranda Devine, assim que Joe Biden virou vice-presidente, seu filho Hunter virou “conselheiro” da firma, e não precisava aparecer no escritório nem participar de reuniões. Seu salário anual era de US$ 216 mil.
Assim que foi convencida da importância da Black Cube, a firma de Boies enviou US$ 100 mil para a empresa como pagamento inicial. Nas comunicações entre advogado e espião, o nome de Weinstein era substituído por um pseudônimo, geralmente “Mr X”. A Black Cube prometeu à firma de Boies “um time dedicado de oficiais de inteligência especializados que vai operar nos EUA e qualquer outro país necessário”, oferecendo “diretor de projeto, analista de inteligência, linguistas, e operadores de avatar, que vão criar falsas identidades nas mídias sociais”, assim como “especialistas operacionais com extensa experiência em engenharia social”.
Segundo reportagem da Bloomberg, um dos serviços prestados por empresas de espionagem, engenharia social e manipulação de massas é conhecido no meio como “poluir o poço”. Descrevendo os serviços do PsyGroup (outra empresa formada por ex-agentes israelenses da qual falei aqui), “as táticas empregadas pelo PsyGroup em eleições estrangeiras incluem inflamar divisões em grupos de oposição e provocar conflitos culturais e étnicos”, conduzindo “operações de mensagens e influência em 12 línguas e dialetos”, utilizando “um grupo de elite de ex-oficiais de algumas das melhores agências [de espionagem e manipulação de massas] do mundo”.
Nesta reportagem exclusiva, o Channel 4 News fala da empresa britânica Cambridge Analytica, que trabalhou com o PsyGroup e ficou famosa tentando ajudar Donald Trump a se eleger. A empresa fechou em 2018 depois de revelações de que teria usado dados pessoais comprados do Facebook para manipulação e influência nas eleições. A reportagem fala que estamos vivendo uma “guerra de informação on-line onde geralmente mãos invisíveis coletam nossas informações e atingem nossas esperanças e medos para fins políticos … trabalhando por baixo dos panos nas eleições da Nigéria, Quênia, República Tcheca, Índia e Argentina”. O CEO da empresa, por sua vez, é pego se gabando de usar chantagem, propina e prostitutas para controlar políticos.
Mesmo com todos esses exemplos, me dói ter que admitir que o trabalho sujo dessas empresas não supera –nem em escopo e nem em efeito– a manipulação de massa e o emburrecimento coletivo promovidos pela imprensa do Consenso Inc. E meu lamento não é só como jornalista –me lamento também como pagadora de impostos que financia isso.fonte https://www.poder360.com.br/opiniao/black-cube-e-a-industria-da-mentira/
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
Novo livro do professor Olavo: “A felicidade geral da nação - o que restou do Imbecil - vol. VI"
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
Críticas de Machado à literatura de sua época. Algo mudou? | PHVOX - Análises geopolíticas e Formação
Machado de Assis, em seu texto “Notícia da atual literatura brasileira. Instinto de nacionalidade” — publicado originalmente em O Novo Mundo, 24 de março de 1873 — expõe algumas críticas sobre a literatura nacional em sua época.
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Umas das críticas (a principal) trata-se da tentativa forçada de criar-se uma “literatura nacionalista”, com apelos poéticos às temáticas indígenas, geográficas, fauna e flora (muito comum também posteriormente na primeira fase do modernismo, a partir de 1922)
“[…] e perguntarei mais se o Hamlet, o Otelo, o Júlio César, a Julieta e Romeu têm alguma coisa com a história inglesa nem com o território britânico, e se, entretanto, Shakespeare não é, além de um gênio universal, um poeta essencialmente inglês” — Machado de Assis
Machado fala sobre o aspecto primitivo da produção intelectual no Brasil: “De todas as formas várias as mais cultivadas atualmente no Brasil são o romance e a poesia lírica […] Não se fazem aqui (falo sempre genericamente) livros de filosofia, de lingüística, de crítica histórica, de alta política […] que em alheios países acham fácil acolhimento e boa extração […]” — Idem
Sobre a poesia Machado diz: “Não faltam à nossa atual poesia fogo nem estro. […] Em que peca a geração presente? Falta-lhe um pouco mais de correção e gosto; peca na intrepidez às vezes da expressão, na impropriedade das imagens na obscuridade do pensamento. […] o sublime é simples.
Sobre o teatro: “Não há atualmente teatro brasileiro, nenhuma peça nacional se escreve, raríssima peça nacional se representa […] Hoje, que o gosto público tocou o último grau da decadência e perversão, nenhuma esperança teria quem se sentisse com vocação para compor obras severas de arte”.
Há também a crítica acerca da linguagem. Machado acusa os escritores de serem muito influenciados pelos modismos populares, como gírias, expressões, coloquialismos. É comum que haja uma influência saudável, mas o escritor é quem deve aperfeiçoar a linguagem do povo, segundo o autor.
Outro aspecto do Brasil do século XIX que parece não ter mudado muito: “[…] não se lêem muito os clássicos no Brasil”, diz Machado.
“Cada tempo tem o seu estilo. Mas estudar-lhes as formas mais apuradas da linguagem, desentranhar deles mil riquezas, que, à força de velhas se fazem novas, — não me parece que se deva desprezar. Nem tudo tinham os antigos, nem tudo têm os modernos; com os haveres de uns e outros é que se enriquece o pecúlio comum.”
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Fonte https://phvox.com.br/criticas-de-machado-a-literatura-de-sua-epoca-algo-mudou/
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