domingo, 13 de abril de 2008

A importância do Psicopedagogo, na Escola.



A Importância Do Psicopedagogo


A Importância do Psicopedagogo Dentro da Instituição Escolar
1. IntroduçãoA Psicopedagogia constitui-se em uma justaposição de dois saberes - psicologia e pedagogia - que vai muito além da simples junção dessas duas palavras. Isto significa que é muito mais complexa do que a simples aglomeração de duas palavras, visto que visa a identificar a complexidade inerente ao que produz o saber e o não saber. É uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento.Surgiu no Brasil devido ao grande número de crianças com fracasso escolar e de a psicologia e a pedagogia, isoladamente, não darem conta de resolver tais fracassos. O Psicopedagogo, por sua vez, tem a função de observar e avaliar qual a verdadeira necessidade da escola e atender aos seus anseios, bem como verificar, junto ao Projeto Político-Pedagógico, como a escola conduz o processo ensino-aprendizagem, como garante o sucesso de seus alunos e como a família exerce o seu papel de parceira nesse processo.Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.O presente artigo, que surgiu da preocupação existente com nossa prática como educadora e de nossa crença de que cada um constrói seus próprios conhecimentos por meio de estímulos, tem justamente o objetivo de fazer uma abordagem sobre a atuação e a importância do Psicopedagogo dentro da instituição escolar.2. A Formação do Psicopedagogo e a Regulamentação da ProfissãoNo Brasil, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial desde a década de 70 em instituições universitárias de renome. Esta formação foi regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em cursos de pós-graduação e especialização, com carga horária mínima de 360h. O curso deve atender às exigências mínimas do Conselho Federal de Educação quanto à carga horária, critérios de avaliação, corpo docente e outras. Não há normas e critérios para a estrutura curricular, o que leva a uma grande diversificação na formação.Os cursos de psicopedagogia formam profissionais aptos a trabalhar na área clínica e institucional, que pode ser a escolar, a hospitalar e a empresarial. No Brasil, só poderão exercer a profissão de psicopedagogo os portadores de certificado de conclusão em curso de especialização em psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da lei vigente - Resolução 12/83, de 06/10/83 - que forma os especialistas, no caso, os então chamados "especialistas em psicopedagogia" ou psicopedagogos.A lei que trata do reconhecimento da profissão de psicopedagogo está na câmara dos deputados federais. Psicopedagogos elaboraram vários documentos nos anos de 1995 e 1996, explicitando suas atribuições, seu campo de atuação, sua área científica e seus critérios de formação acadêmica, um trabalho que contou com a colaboração de muitos.O psicopedagogo possui a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) como elo de interlocução. A ABPp iniciou com um grupo de estudos formado por profissionais preocupados com os problemas de aprendizagem, sendo que, atualmente, também busca o reconhecimento da profissão.É do Deputado Federal Barbosa Neto o projeto de reconhecimento desse profissional (Projeto de Lei 3124/97). De início, o deputado propôs uma sondagem entre os políticos da época (1996) sobre a aceitação ou não do futuro projeto. Nesse período, o MEC organizava a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB), promulgada em dezembro do mesmo ano. A data que formalizou a entrada do Projeto de Lei é 14 de maio de 1997. Em 24 de junho desse mesmo ano, a ABPp assumiu, em visita à câmara, o reiterar do projeto junto às lideranças políticas do país, do que resultou a sua aprovação no dia 03 de setembro de 1997 pela Comissão de Trabalho de Administração e Serviço Público.Após esta aprovação, o projeto foi encaminhado à 2ª Comissão, que é a de Educação, Cultura e Desporto, acontecendo, então, em 18 de junho de 1998 e 06 de junho de 2000, audiências para aprofundamento do tema. A aprovação nessa comissão ocorreu em 12 de setembro de 2001, após um trabalho exaustivo da relatora Marisa Serrano, do Deputado Federal Barbosa Neto e dos psicopedagogos que articularam tal discussão no Brasil.Em 20 de setembro de 2001, houve mais um avanço político com a aprovação do Projeto de Lei 10891, da autoria do Deputado Estadual (SP) Claury Alves da Silva. O Projeto de Lei 10891 "autoriza o poder Executivo a implantar assistência psicológica e psicopedagógica em todos os estabelecimentos de ensino básico público, com o objetivo de diagnosticar e prevenir problemas de aprendizagem".Atualmente, o Projeto de Lei que regulamenta a profissão do Psicopedagogo está na Comissão de Constituição, Justiça e Redação para ser aprovado. Quando aprovado, irá para o Senado onde terá que passar por três comissões: Trabalho, Educação e Constituição, Justiça e Redação para, finalmente, ser sancionado pelo Presidente da República.No momento, a profissão de Psicopedagogo, tendo em vista o trabalho de outras gestões da ABPp ( Associação Brasileira de Psicopedagogia ) e dessa última, tem amparo legal no Código Brasileiro de Ocupação. Isto quer dizer que já existe a ocupação de Psicopedagogo, porém, isso não é suficiente. Faz-se necessário que esta profissão seja regulamentada.3. Áreas de Atuação do PsicopedagogoO psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir.Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas psicológica, psicomotora. fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são multifatoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento. Esse profissional deve ser um mediador em todo esse processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia.O psicopedagogo pode atuar tanto na Saúde como na Educação, já que o seu saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem humana. Da mesma forma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e seu processo de aprendizagem em parceria com a equipe multidisciplinar da instituição hospitalar, tais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos.No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir com as relações, ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa.4. O Psicopedagogo na Instituiçao EscolarDiante do baixo desempenho acadêmico, as escolas estão cada vez mais preocupadas com os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, não sabem mais o que fazer com as crianças que não aprendem de acordo com o processo considerado normal e não possuem uma política de intervenção capaz de contribuir para a superação dos problemas de aprendizagem.Neste contexto, o psicopedagogo institucional, como um profissional qualificado, está apto a trabalhar na área da educação, dando assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem, bem como para prevenção dos problemas de aprendizagem.Por meio de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado na construção de um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos. Elege a metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal processo.Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro da instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar.A psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes. Acreditamos que, se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem menor.Ao psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas dificuldades, encaminhando-o, por meio de um relatório, quando necessário, para outros profissionais - psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, etc. que realizam diagnóstico especializado e exames complementares com o intuito de favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no processo de aquisição do saber.Segundo Dembo (apud FERMINO et al, 1994, p.57), "Evidências sugerem que um grande número de alunos possui características que requerem atenção educacional diferenciada". Neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode contribuir muito, auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho permite que o educador se olhe como aprendente e como ensinante. Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores realizando atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas podem intervir, bem como participando do diagnóstico dos distúrbios de aprendizagem e do atendimento a um pequeno grupo de alunos.Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas nas suas disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva. Também o é a sua participação em reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento dos filhos; em conselhos de classe, avaliando o processo metodológico; na escola como um todo, acompanhando a relação professor e aluno, aluno e aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades, buscando estratégias e apoio.Segundo Bossa (1994, p.23),... cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem.O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem.
5. A Intervenção do Psicopedagogo Junto à FamíliaO conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande parte da sua educação e da sua aprendizagem.É por meio dessa aprendizagem que a criança é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus conhecimentos, seus saberes. Contudo, na realidade, o que temos observado é que as famílias estão perdidas, não estão sabendo lidar com situações novas: pais trabalhando fora o dia inteiro, pais desempregados, brigas, drogas, pais analfabetos, pais separados e mães solteiras. Essas famílias acabam transferindo suas responsabilidades para a escola, sendo que, em decorrência disso, presenciamos gerações cada vez mais dependentes e a escola tendo que desviar de suas funções para suprir essas necessidades.A escola, como observa Sarramona (apud IGEA, 2005, p 19), veio ocupar uma das funções clássicas da família que é a socialização: A escola se converteu na principal instituição socializadora, no único lugar em que os meninos e as meninas têm a possibilidade de interagir com iguais e onde se devem submeter continuamente a uma norma de convivência coletiva ....Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma anamnese com essa família para tomar conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social.O que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico.Vale lembrar o que diz Bossa (1994, p.74) sobre o diagnóstico:O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito.Na maioria das vezes, quando o fracasso escolar não está associado às desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação nesse fracasso. Boa parte dos problemas encontrados são lentidão de raciocínio, falta de atenção e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor rendimento intelectual. Lembramos que a escola e o meio social também têm a sua responsabilidade no que se refere ao fracasso escolar.A família desempenha um papel decisivo na condução e evolução do problema acima mencionado, pois, muitas vezes, não quer enxergar essa criança com dificuldades, essa criança que, muitas vezes, está pedindo socorro, pedindo um abraço um carinho, um beijo e que não produz na escola para chamar a atenção para o seu pedido, a sua carência. Esse vínculo afetivo é primordial para o bom desenvolvimento da criança.Concordamos com Souza (1995, p.58) quando diz que... fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento.Sabemos que uma criança só aprende se ela tem o desejo de aprender. E para isso é importante que os pais contribuam para que ela tenha esse desejo.Existe um desejo por parte da família quando a criança é colocada na escola, pois da criança é cobrado que seja bem-sucedida. Porém, quando esse desejo não se realiza como esperado, surgem a frustração e a raiva que acabam colocando a criança num plano de menos valia, surgindo, daí, as dificuldades na aprendizagem.Para Boszormeny (apud Polity, 2000),uma criança pode desistir da escola porque aceita uma responsabilidade emocional, encarregando-se do cuidado de algum membro da família. Isso se produz, em resposta à depressão da mãe e da falta de disponibilidade emocional do pai que, de maneira inconsciente, ratifica a necessidade que tem a esposa, que seu filho a cuide.A intervenção psicopedagógica também se propõe a incluir os pais no processo, por intermédio de reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam um novo espaço no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros espectadores, assumindo a posição de parceiros, participando e opinando.
6. Considerações FinaisA profissão do psicopedagogo não está regulamentada, mas se encontra na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, na Câmara dos Deputados Federais, para ser aprovada. Enquanto isso, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial em cursos de pós-graduação oferecidos por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas.A psicopedagogia surgiu da necessidade de melhor compreensão do processo de aprendizagem, comprometido com a transformação da realidade escolar, na medida em que possibilita, mediante dinâmicas em sala de aula, contemplar a interdisciplinaridade, juntamente com outros profissionais da escola.O psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse processo. Procura envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar em torno do aluno e das circunstâncias de produção do conhecimento, ajudando o aluno a superar os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à leitura do mundo.A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Dentro dos aspectos biológicos, a criança apresenta uma série de características que lhe permitem, ou não, o desenvolvimento de conhecimentos. As características psicológicas são conseqüentes da história individual, de interações com o ambiente e com a família, o que influenciará as experiências futuras, como, por exemplo, o conceito de si próprio, insegurança, interações sociais, etc.Nesse contexto, é pertinente concluir que:
É fundamental que a criança seja estimulada em sua criatividade e que seja respondida às suas curiosidades por meio de descobertas concretas, desenvolvendo a sua auto-estima, criando em si uma maior segurança, confiança, tão necessária à vida adulta;
­É preciso que os pais se impliquem nos processos educativos dos filhos no sentido de motivá-los afetivamente ao aprendizado. O aprendizado formal ou a educação escolar, para ser bem-sucedida não depende apenas de uma boa escola ou de bons programas, mas, principalmente, de como a criança é tratada em casa e dos estímulos que recebe para aprender;
É preciso entender que o aprender é um processo contínuo e não cessa quando a criança está em casa.As mudanças políticas, sociais e culturais são referenciais para compreender o que acontece nas escolas e no sistema educacional. O psicopedagogo deve saber interpretar e estar inteirado com essas mudanças para poder agir e colaborar, preocupando-se com que as experiências de aprendizagem sejam prazerosas para a criança e, sobretudo, que promovam o desenvolvimento.Portando, a psicopedagogia, pode fazer um trabalho entre os muitos profissionais, visando à descoberta e o desenvolvimento das capacidades da criança, bem como pode contribuir para que os alunos sejam capazes de olhar esse mundo em que vivem, de saber interpretá-lo e de nele ter condições de interferir com segurança e competência. Assim, o psicopedagogo não só contribuirá com o desenvolvimento da criança, como também contribuirá com a evolução de um mundo que melhore as condições de vida da maioria da humanidade.
7. Referências
BRASIL. Projeto de Lei 10.891. Disponível em http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 25 de julho de 2005.
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
FERMINO, Fernandes Sisto; BORUCHOVITH, Evely; DIEHL, Tolaine Lucila Fin. Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
IGEA, Benito del Rincón e colaboradores. Presente e futuro do trabalho psicopedagógico. Porto Alegre : Artmed, 2005.
POLITY, E. Pensando as dificuldades de aprendizagem à luz das relações familiares. Disponível em http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 18 de junho de 2005.
SOUZA, Audrey Setton Lopes. Pensando a inibição intelectual:perspectiva psicanalítica e proposta diagnóstica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1995.
A autora deste artigo é, Juliane Feldmann que é:
Pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica, com 13 anos de atuação como professora de sala de aula, do ensino fundamental de pré à 4ªsérie, com experiência em alfabetização e atualmente atuando como psicopedagoga clínica e ministrando cursos de capacitação para professores. Quem tiver interesse em receber os informativos dos cursos, me enviem um e-mail (psicojuliane@terra.com.br)Ver todos os artigos por Juliane Feldmann

Web-Artigos.

Seqüência Didática (4º série).


Seqüência Didática
Nova Escola
Matemática
Cálculo mental

OBJETIVO
- Utilizar o cálculo mental como ferramenta para controlar as produções.

ANO
4º.

TEMPO ESTIMADO
Seis aulas.

DESENVOLVIMENTO

1ª ETAPA
Lance a discussão para o grupo: quanto é a metade de 12/8? Muitos responderão que é 6/4, pois estarão usando os critérios válidos para os naturais, sem se dar conta de que 12/8 e 6/4 são frações equivalentes. Caso alguém afirme que a metade de 12/8 é 12/4 ou 6/8, peça para explicar como chegou a esses resultados. Em seguida, coloque outras questões: e se quisermos o dobro de 12/8? O leque de opções será igualmente variado: 24/8? 12/16? 24/16?

2ª ETAPA
Nas aulas posteriores, para aprofundar a discussão, crie oportunidades para que a turma resolva problemas dos seguintes tipos:

- Tenho de comprar 2 quilos e 1/4 de café. No supermercado há pacotes de 1/2, 1/4 e 1 quilo. Que pacotes devo levar? Quais as possibilidades? Quais escolho para levar a menor quantidade de pacotes?

- Alunos de outras séries afirmam que 1/5 é a metade de 1/10 e outros dizem que 1/10 é a metade de 1/5. Quem tem razão? Oriente-os a refletir recordando a atividade dos chocolates ou outros exemplos do trabalho já realizado com as frações.

AVALIAÇÃO
Peça que os alunos indiquem os pesos a ser agregados para equilibrar os pratos da balança (veja ilustração abaixo). Observe o raciocínio de cada um e peça que expliquem como chegaram às conclusões.

Ilustação Carlo Giovani





FONTE: ATIVIDADE ADAPTADA DA SITUAÇÃO PROPOSTA POR CLAUDIA BROITMAN,HORACIO ITZCOVICH, CECILIA PARRA E PATRICIA SADOVSKY NO DOCUMENTODE ATUALIZAÇÃO CURRICULAR Nº 4, GCBA, 1997

sábado, 12 de abril de 2008

Fases da Escrita Slides. Concepção da escrita nas series iniciais (Fundamental).



Este é um slade, que funciona como o power point. Clique na imagem para ir à página seguinte. No menu desta tela virtual você encontrará outros slads. Este material eu vi no blog da http://thomaziaqueiroga.blogspot.com/
SE você quer slides entre no http://www.slideshare.net/ Neste site você encontrará todos os tipos de slides.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dificuldades de Aprendizagem (Psicopedagogia).



Dificuldades com a Aprendizagem

Sonia Maria Gomes de Sá Küster
Pedagoga, Psicopedagoga


Antes de enfocarmos a dificuldade, se faz necessário falar sobre o processo de aprendizagem. Como este processo acontece ? Quando e por que surgem as dificuldades? A que estão relacionadas? Enfim, sem conhecermos este processo, fica difícil detectarmos a dificuldade propriamente dita.
De acordo com a Epistemologia Convergente, proposta por Jorge Visca, o ser humano aprende ininterruptamente do seu nascimento em diante.
Visto que esta teoria fundamenta-se na assimilação recíproca das contribuições das escolas piagetianas, psicoanalíticas e da psicologia social, podemos dizer que a aprendizagem é uma variável dependente dos aspectos afetivos, cognitivos e sociais que acontecem simultaneamente em virtude de um processo de retroalimentação constante.
Visca salienta a importância da protoaprendizagem (primeiro nível de aprendizagem) para o posterior desenvolvimento, uma vez que neste nível o aprendiz configura uma pré-condição para o nível seguinte. Este “nível de aprendizagem é construído em virtude da interação entre a organização biológica do bebê e a mãe ou quem cumpre este papel, vale dizer, o agente maternante” (Visca, 1999).
Esta relação com o agente maternante é influenciada pelo meio, constituído pelo pai, irmãos, avós, ... como também pelas experiências vivenciais que o aprendiz contactua. Pode-se concluir que a protoaprendizagem se prolonga até aproximadamente 2 anos de idade, quando o aprendiz termina a conduta puramente motriz e começa a função simbólica ou semiótica, caracterizada pela capacidade de representação de objetos e eventos.
O segundo nível de aprendizagem por que passa o aprendiz é denominado deuteroaprendizagem, caracterizado pela interação e trocas de experiências alcançadas no nível da protoaprendizagem e o meio familiar. Inicia-se no momento em começa a função simbólica caracterizada pelas cinco condutas descritas por Piaget: imitação diferida, jogo simbólico, desenho, imagem mental e linguagem falada – até o momento que a criança começa a sofrer as influências da comunidade, quando estabelece um conceito de mundo. Este conceito de mundo será influenciado pelas relações com os irmãos, com os avós e com os objetos naturais e culturais.
Neste nível muitas vezes o aprendiz inicia sua vida escolar com o ingresso na pré-escola. Nestas instituições as experiências por que passam continuam mantendo um caráter doméstico, propiciando um desenvolvimento harmônico e rico em experiências mediadoras, que estarão estimulando um amadurecimento tanto motor, quanto afetivo e cognitivo. Na pré-escola como o nome bem define, o aprendiz se encontra no meio do caminho entre a aprendizagem que se realiza na família e na escola primária.
O terceiro nível de aprendizagem nomeado de aprendizagem assistemática é caracterizado pelas interações que o aprendiz alcançou na deuteroaprendizagem e a comunidade restrita a que está inserido. Os contatos que mantém com a comunidade que lhe propiciam uma aprendizagem a partir da experiência vivida neste meio, como por exemplo o contato com o significado da escrita e do dinheiro em ações como acompanhar os pais ao supermercado, panificadora, etc. Portanto, cabe a nós enquanto integrantes de uma comunidade restrita, estimular uma interiorização de modelos adequados e condizentes com nossa sociedade e realidade. Tais estímulos implicam em conhecimentos, atitudes e destreza diante das situações do dia a dia.
O quarto e último nível de aprendizagem denominada sistemática é caracterizado pela capacidade em estabelecer trocas com as instituições educativas desde o 1º grau até o pós-doutorado, englobando as aprendizagens instrumentais, de conhecimentos fundamentais, de aquisições transculturais, de formação técnica e de aperfeiçoamento profissional, cada vez mais necessário nos dias atuais.
A partir do conhecimento do processo de aquisição da aprendizagem, o especialista em psicopedagogia consegue detectar que situações podem estar influenciando negativamente este processo, ou que mecanismos o aprendiz está utilizando que podem estar dificultando sua aprendizagem.
Quando recebemos a criança no consultório com uma dificuldade, é importante observamos e analisarmos o sistema familiar, escolar e social em que está inserida, além do seu próprio processo de aprendizagem, para podermos detectar o que pode estar obstaculizando esta aquisição.
A criança deve ser “olhada” como um todo, para podermos chegar nas “partes” e identificar as causas desta dificuldade.
Uma dificuldade de aprendizagem não é vista como patogenia e sim como um obstáculo que pode estar dificultando este processo.
Estes obstáculos são classificados por Jorge Visca como epistêmico, epistemofílico, epistemológico e funcional.
O obstáculo epistêmico refere-se a estrutura cognitiva do aprendiz, que deriva do nível de operatividade da estrutura cognitiva alcançada, ou seja ninguém pode aprender além do que sua estrutura cognitiva permite.
O obstáculo epistemofílico é utilizado para designar o vínculo afetivo que o aprendiz estabelece com os objetos e situações de aprendizagem. Um vínculo inadequado também possui a capacidade de impedir ou dificultar a aprendizagem.
O obstáculo epistemológico está relacionado ao meio cultural em que o aprendiz está inserido. Quando uma criança de um meio cultural desfavorecido é inserida em outro com melhores condições, poderá apresentar o que denominamos de obstáculo epistemológico. Crianças que acompanham os pais em países diferentes do seu de origem, poderão demonstrar uma dificuldade inicial de adaptação ao idioma e costumes, apresentando um obstáculo que Visca denomina de epistemológico.
Outro obstáculo que poderá estar dificultando o processo de aprendizagem é o funcional, que corresponde às diferenças de funcionalidade da estrutura do pensamento, como as desigualdades entre os aspectos figurativos e operativos, as formas de oscilações deste pensamento, a impossibilidade de usar certas justificativas, ... enfim, de que maneira o pensamento do aprendiz acontece.
Identificados os aspectos que poderão estar obstaculizando a aprendizagem, inicia-se o processo de modificação destes obstáculos, através da atuação do psicopedagogo.
Atuação esta que se diferencia na valorização do que o aprendiz traz e faz em situações de jogos de regras, na manifestação espontânea do fazer lúdico e na pesquisa e conseqüente construção de situações relacionadas com a leitura de mundo deste aprendiz. Trabalhamos com o que aprendeu e com o que sabe, valorizando o papel de aprendiz, buscando proporcionar novas e enriquecedoras aprendizagens.
Acreditamos em uma atuação que permita ao aprendiz perceber seu processo de aquisição da aprendizagem de forma significativa. Enfocamos as possibilidades de superação das dificuldades, trabalhando na zona de desenvolvimento proximal do aprendiz, estimulando o avançar de sua potencialidade.
A família e escola desempenham papéis fundamentais neste processo que deverá ser de parceria com o psicopedagogo. Contatos periódicos tanto com a família, como com a escola, possibilitam o repensar e redimensionar do trabalho psicopedagógico.
A Psicopedagogia não veio para substituir nenhuma ciência, nem para instrumentalizar formações deficientes, veio sim, para instigar os profissionais a pesquisa de novas práxis para as dificuldades do aprendiz, da instituição e da sociedade em geral.
Surgiu pela necessidade de profissionais das mais diversas áreas, que buscam respaldo teórico para intervir junto ao aprendiz ou instituição que apresenta dificuldade no processo de ensino aprendizagem. Esta busca nos levou a desenvolver uma formação que possibilite articular várias áreas de conhecimento, criando assim uma nova área de atuação.
A sincronicidade entre a teoria e a prática nos permite aprender como se aprende, interagindo com nossas próprias dificuldades de aprendizagem tentando entendê-las e transformá-las em crescimento profissional e pessoal.
A Psicopedagogia já tem seu espaço social reconhecido, assim como um o órgão de classe que reune profissionais preocupados com a formação e o exercício do Psicopedagogo. A Associação Brasileira de Psicopedagogia congrega e reune profissionais de diferentes formações, que pensam, registram, pesquisam e utilizam técnicas de trabalho que legitimam ainda mais uma práxis psicopedagógica.
Nossa preocupação com o exercício da reflexão, com a opção em que fazer, porque fazer, como fazer, para que e em que condições fazer é que legitimizam nossa profissão.

BIBLIOGRAFIA

RUBINSTEIN, Edith. Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica: epistemologia convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

VISCA, Jorge & Florencia. El Esquema Evolutivo del Aprendizaje. Buenos Aires: Enrique Titakis Servicios Gráficos, 1999.

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

WADSWORTH, Barry. Inteligência e Afetividade da Criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira, 1997.

Quer saber mais sobre este tema
entre,http://members.tripod.com/~Helenab/jan_hunt/distapr.htm

Filosofia Politica: Democracia (20 vídeos).



Estes vídeos são: sobre filosofia política(Democracia) que vão do 1 ao 4. Tem mais 16 vídeos sobre filosofia. De Paulo Ghiraldelli Jr. Filosofo, que por sinal é um dos mais destacados na América Latina. Para poder ver estes vídeos basta clicar no menu desta tela digital. Obrigado e boa sexta-feira a você. Se quiser saber mais entre em, http://www.centrodefilosofia.com.br/index.html.

Qual o seu, valor real. (quem pode avaliar?)



É preciso saber avaliar...?
Segue o diálogo, entre um jovem e seu professor...

- Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada.

- Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?

O professor, sem olhá-lo, disse-lhe:

- Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois o atenda.

E fazendo uma pausa, falou:

- Aliás, se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar também.

- Claro professor, respondeu o jovem, que se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor. O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse:

- Monte no cavalo e vá até o mercado. Preciso vender esse anel...

Tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda, o mais rápido possível.

O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado, começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel.

Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saíam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.

Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.

Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação e seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos.

Entrou na casa e disse:

- Professor sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.

- Importante o que disse meu jovem, contestou sorridente o mestre.

- Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro.

- Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vendê-lo e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda por enquanto. Volte novamente com o meu anel.
54 minutos atrás
O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou-o com uma lupa, pesou-o e disse:

- Diga ao seu professor, se ele quiser vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.

O jovem, surpreso, exclamou:

- 58 MOEDAS DE OURO!!!

- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...

O jovem correu emocionado para a casa do professor, no intuito de lhe contar o que ocorreu.

- Sente-se, disse o professor, e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:

- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert.

- Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?

E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

- Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos, entretanto, habituamos a andamos pelos mercados da vida, pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.
Este artigo pegeui de um amigo, virtual Dinastia, que mora na Bahia. Vlleu Dinas bom dia.
E você mestre, professor está avaliando, corretamente seus educandos.
Bom dia. E obrigado por me visitar.
Quer saber, mais sobre avaliação, http://www.luckesi.com.br/index.htm

quinta-feira, 10 de abril de 2008

De onde vem o papel ? KIKA TV Culutra. (vários vídeos).



Para ver os outros vídeos, basta ir ao menu desta tela virtual.

A você de :Santa Maria, Jandira, Salvador, Limeira, Florianópolis, Londrina e Campinas. Que nos visitaram muito obrigado. Este espaço existe para vocês. Bom dia, Boa Tarde ou Boa Noite. Fiquem com Deus e acredite em seus sonhos. JoãoMaria.

ORIGEM DOS ACRÓSTICOS-Acróstico ( você sabia) 1



ORIGEM DOS ACRÓSTICOS-Acróstico

ORIGEM DOS ACRÓSTICOS


1- ORIGEM DOS ACRÓSTICOS
Acróstico-didático(*)
Por Sílvia Araújo Motta

O- O acróstico é uma poética composição
R- Rimada, na qual, livremente ou não,
I- Impõe um conjunto de letras iniciais
G- Garantidas mediais, cruzadas ou finais,
E- Em que a leitura vertical ou diagonal
M-Muitas vezes forma uma palavra ou frase.

D- Desde os Séculos V e VI, nos oráculos,
O-O grego Epicarmo já fazia acrósticos.
S- Surgia também nos epigramas funerais.

A -A frase “Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador”
C- Contém o mais célebre acróstico “ICHTHUS”
R-Realmente escrito no século IV : “PEIXE”
O-O maior símbolo místico do Cristianismo;
S- Sua autoria foi atribuída a Lactâncio e Eusébio.
T-Tantos por Ênio-em Roma.Comodiano de Gaza,
I- Idade Média, e os feitos na poesia métrica latina.
C-Com Hinos na poesia inglesa de John Davies
O-Os adeptos portugueses :Camões, Garcia Rezende...
S-Sinal Acadêmico do Pe. Antônio de Oliveira, Edgar Pöe.

Belo Horizonte, 10 de fevereiro de 1985

Notas(*):
1-Acróstico=Letras iniciais
Mesóstico=letras mediais
Teléstico=letras finais
Diacróstico=iniciais e mediais

2-Acrósticos podem ser: biográficos, históricos,comemorativos,
filosóficos, humorísticos, líricos, psicológicos, Informáticos, apreciativos, intimistas, eróticos,
didáticos, poéticos ou não,de despedida, de boas-vindas,
em forma de prece, etc

OBS:
A palavra grega para peixe é ICHTHYS - e as suas cinco letras são as do título completo dado a Jesus: I esus Christus Theou Yicus Soter, o que quer dizer: Jesus Cristo filho de Deus Salvador


Silvia Araujo Motta
Publicado no Recanto das Letras em 30/11/2005

Telecurso 2000 2º Grau- Língua Portuguesa - 15 aulas



Telecurso 2000 ensino médio, 15 vídeos relacionados, no menu deste vídeo. Sendo que, tem um falando sobre crase, vale a pena conferir. Professor use a net a seu favor.
Quer se aprofundar, veja os sites, http://sexto-efe.blogspot.com/2007/10/exerccio-de-lngua-portuguesa.html
http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/gramatica.shtml

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Dengue - Mosquitoeira. Todos contra a Dengue.


Dengue - Mosquitoeira

A dengue é uma doença viral que ainda não tem vacina, por isso sua prevenção é difícil. A maneira mais eficiente de prevení-la é combater o mosquito Aedes Aegypti, não deixando pneus, embalagens e recipientes que podem acumular água parada.

No século passado, na década de 50 a febre amarela urbana foi erradificada graças a ação pública criada por Oswaldo Cruz, mas o mosquito Aegypti, que transmite tanto a dengue como a febre amarela, não foi eliminado. Com o aumento a temperatura global o mosquito tem se espalhado causando transtornos cada vêz maiores.

Neste vídeo temos a invenção do professor Maulori Cabral da UFRJ que ensina de forma criativa e barata como fazer uma Mosquitoeira. Temos que contribuir. Faça você também uma e ajude a combater este mal.





Fontes p/saber mais: Planeta Sustentável, HowstuffWorks, Tv Globo.

Este material eu peguei no Blog,
http://fisica-com-quimica.blogspot.com/ Valeu.

Vamos refletir: Rolando Boldrin declama Cleide Canton



É este vídeo me deixou emocionado.

Planos de Aulas 3ª série 1º Bimestre (L. Portuguesa).





Língua Portuguesa – 3ª série – 1º Bimestre

Plano de Aula: Como trabalhar com poemas



Objetivos:


• Valorizar os conhecimentos prévios do aluno, capacitando-o a expressar idéias, sentimentos e opiniões.

• Estabelecer a comparação direta entre dois tipos de texto - o literário (no caso, o poema) e o informativo, com a impressão causada por cada um deles.

• Levar o aluno a refletir e entender que a leitura pode ser fonte de informações, de prazer e de conhecimento.

• Capacitar o aluno a identificar os pontos mais relevantes de um poema.

• Perceber as propriedades da escrita: letras como representação de fonemas, direção da escrita, combinação das letras, formas e tipos de letras.

• Expressar seus sentimentos, experiências, idéias e opções individuais por meio de poemas.

Temas transversais:

Ética: diálogo, respeito mútuo, solidariedade, cooperação. Uso e valorização do diálogo como instrumento para esclarecer os conteúdos e compartilhar descobertas.

Pluralidade Cultural: diferentes formas de transmissão de conhecimento - práticas educativas nas diferentes culturas.
Cidadania: direitos e deveres individuais e coletivos.
Literatura e tradição: línguas, dialetos e variação lingüística.

Meio Ambiente; utilizar o meio ambiente como inspiração para criar poemas, como mar, areia, rio, chuva, cidade e outros.


Material a ser utilizado:

Folhas com textos, livros infantis, livros de poemas, jornais, revistas, gibis etc.

Livros e poemas diversos.

Folhas para escrita dos poemas e desenhos.

Fotos dos próprios alunos ou de lugares conhecidos, ou então, fotos de revistas.

Lápis, giz de cera, tintas, argila ou papel machê.

Lápis e canetas coloridos para desenhos e caderno para as anotações das descobertas.

Cartolinas para cartazes.

Computador para digitar os poemas criados, papel para impressora, se a escola tiver.

Procedimento

Etapas:

Sensibilização: Peça aos alunos que tragam um tipo de poema de que gostam.

Forme uma “Biblioteca de Classe” e faça intercâmbio de leitura.

Motive as crianças a pôr as emoções para fora, procure aguçar os sentidos e
trazer à tona as emoções mais pessoais e profundas fundamentais para elaborar os poemas.

Aproveite momentos especiais com seus alunos para montar poemas coletivos, que exercitam a fluência verbal, anote na lousa as palavras citadas durante o exercício.

O poema é feito em seguida, com os termos listados.

Propor atividades onde os alunos possam mexer com giz de cera, tinta, argila ou papel machê.

Fazer desenhos ou esculturas de tema livre: flores, vulcões, animais.

Concretização:

As crianças também precisam ler muitos poemas para apurar a sensibilidade e o senso crítico.

Na fase da expressividade, propor aos alunos para escreverem palavras que vêm à mente, inspiradas pelo desenho ou pela escultura com base nessa lista, os alunos poderão montar o seu poema.

O professor poderá sugerir novas relações entre as palavras ou novas formas de explorar as sensações sugeridas pelo texto.

Os alunos devem se sentir livres para buscar associações incomuns entre as idéias, vale tudo no poema. As crianças adoram inventar rimas, enquanto os adolescentes preferem os versos livres.

Algumas vezes, é mais importante que rimar buscar a sonoridade das palavras, procurando acentuar o significado e as emoções do que se deseja passar. Criar novas rimas é um exercício que desperta nos alunos atenção à sonoridade das palavras. Manter um verso fixo e peça para as crianças rimarem os seguintes.

Ás vezes, elas buscam palavras que apenas combinam entre si, mas não têm relação de significado com o poema.

Aguçar, por meio da leitura de alguns poemas, a imaginação nos ouvintes, pois, com esse estímulo, a criança vai entender que vale a pena esforçar-se para obter as informações de maneira prazerosa e divertida.

Recortar palavras ou versos e deixe que os alunos os montem como acharem melhor. Eles ficarão surpresos ao verificar que uma mesma poesia pode apresentar muitas combinações diferentes. É uma forma de exercitar a coerência e mostrar que um poema é uma unidade, não um amontoado de palavras.

Os alunos podem levar para a sala fotos próprias ou de lugares conhecidos. Ou então, fotos de revistas. Pedir para contarem à classe as sensações ou lembranças despertadas pelas imagens.

Fazer a lista de palavras, que servirá de base para os poemas.
Os alunos podem digitar, no caso de a escola possuir um laboratório de informática, os poemas criados e imprimi-los.

Dividir a turma em grupos de três ou quatro e distribuir a cada equipe, um saco plástico contendo de cinco a dez poemas de um autor escolhido pelas crianças.

Os alunos lêem os poemas e, finalizada a leitura, o professor distribui materiais de desenho para a classe. Cada estudante escolhe um dos poemas lidos para ilustrar. Depois de terminados os desenhos, o professor oferece aos alunos livros para ler em casa. Em média, 80% da classe leva a obra de um autor já trabalhado.

Pedir para revisarem a escrita dos poemas, observando palavras com erros ortográficos e de pontuação, com as correções indicadas.

Usar o dicionário para verificação da escrita das palavras, criando nos alunos o hábito de consultá-lo para esclarecer dúvidas.

A criatividade e a expressividade são mais importantes que a ortografia. É importante levar isso em consideração, para não inibir o aluno, quando for corrigir um texto.

Trabalho interdisciplinar:

História: pesquisar histórias folclóricas, contos de fadas, mitos e lendas preferidas das crianças e montar poemas.

Artes e Teatro: fazer uma dramatização de um poema e confeccionar um livro de poesias ilustrado.

Música: pesquisar letras para ler e ensaiar a melodia. Observar versos, estrofes, quadras.

Matemática: contar as estrofes em uma poesia.

Informática: reproduzir os poemas, confeccionar o livro e as ilustrações.

Educação Física: integrar as danças típicas e suas poesias.

Sugestão de Leitura:


“O mar e os sonhos”
Coleção Miguilim – Roseana Murray
Companhia Editora Nacional

Sinopse: De forma encantadora, Roseana vai compondo todo o cenário do mar, lembrando do trabalho dos pescadores, da vida dos peixes e de todos os seres que vivem no oceano. Uma mistura de sons, cores e sonhos.


Fonte: www.eaprender.com.br

terça-feira, 8 de abril de 2008

Musicalização na Educação Anos Inicias (fundamental) e Educação Infantil. Experiência.



Conhecendo o som.
Todas as vezes que um objeto produz som, é porque ele está balançando com grande rapidez. Esse, balanço recebe o nome de movimento vibratório. E a possibilidade de sons obtidos são: desde os mais agudos (fininhos) ou mais graves (grossos).

Vamos fazer uma experiência. (Lição de Casa).

1 - Arranje 5 copos de vidro de tamanhos iguais. E coloque água em diferentes níveis.





2 - Coloque os copos de água, numa seqüência decrecente (do maior para o menor)

3 - Com uma lapís em mãos bata nos copos.





Questionário, sobre a experiência.
O que você percebe quando bate com o lapís nos copos?
O som agudo( fininho) é produzido por qual copo?
Qual o copo produz um som mais grave (grosso)?

Este trabalho é uma adaptação, do Livro Ciências. Conhecendo: O Mundo Onde Vivemos. 3º ano do ensino de 9 anos. Autores: Niar Ebling; Admir Arrais. Editora Casa Publicadora Brasileira. 8 ed. 2007 Tatuí, Sp.

MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL - CONCLUSÃO



Sabemos que a música tem capacidade de acalmar, concentrar e disciplinar. Entretanto, a musicalização apresenta uma riqueza que deve ser explorada em toda a sua potencialidade. As informações das professoras entrevistadas sobre como realizam e vivenciam a musicalização na educação infantil demonstram a preocupação em inserir efetivamente a música no currículo, ao mesmo tempo em que comprovam a valorização desse ensino por motivos que estão fora do contexto musical, isto é, ensinando a música como um meio (para amenizar a agressividade, ajudar na concentração, disciplinar, acalmar, facilitar a aquisição de novos conhecimentos em outras disciplinas como Português e Matemática) e ensinando a música visando o conhecimento musical em si.

De acordo com Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil,

O trabalho com música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que apresentam necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-estima e autoconhencimento, além de poderoso meio de integração social (Referencial Curricular Nacional pra Educação Infantil, 1998).

Diante do quanto apresentado, percebemos que a pergunta: “A educação infantil seria a mesma sem a música?” merece uma única resposta: “Claro que não!”.

Estudos comprovam que o ato de ler em voz alta ou ouvir alguém ler mobiliza circuitos do cérebro [1] muito diferentes dos que são acionados quando em silêncio. Uma das primeiras demonstrações de imagens do célebro mostra com toda a nitidez três diferentes regiões do célebro se iluminando quando uma mesma palavra era lida, falada ou ouvida. Por exemplo, o ato de “ouvir” palavras ativa duas áreas distintas nos hemisférios esquerdo e direito do córtex [2] motor[3], nos dois lados do célebro, além do cerebelo [4]. Olhar palavras resulta em estímulos cerebrais diferentes dos obtidos através da leitura em voz alta ou audição de textos. Que podemos dizer, então, da música e seu efeito na educação infantil? (KATZ; RUBIN,2000).

Através desses exemplos, podemos afirmar que a música é uma arte e também uma linguagem, sendo uma forma de comunicação utilizada indistintamente, por homens e mulheres, desde os primórdios da Humanidade. A música está aberta à interpretação de cada pessoa, sendo, portanto, acessível a todos. Por sua universalidade e eficiência na interpretação de sentimentos, idéias e conhecimento, percebemos que sem música seria praticamente impossível implementarmos o processo de ensino-aprendizagem na educação infantil.

Contudo, nos dias de hoje, quando o acesso às expressões musicais de todo o mundo está à distância de um simples botão, percebemos como é raro vermos crianças brincando nas ruas e cantando.

A comunicação entre pais e filhos através da música ficou difícil. Os pais já não transmitem as músicas que aprenderam quando crianças. E coube à escola (principalmente nas grandes cidades) a tarefa de manutenção da memória musical do nosso país, tarefa esta que até o presente vem sendo desempenhada, brilhantemente, pelos nossos educadores(as).

Todavia, assim como muitas brincadeiras deixaram da existir com o passar dos tempos, a musicalização infantil, atualmente, encontra-se ameaçada de extinção. Desta forma, concluímos nossa apresentação ressaltando a importância do educador no processo de aprendizagem através da música, uma vez que, qualquer que seja o material usado no processo de ensino/aprendizagem, haverá sempre um espaço para música, e um mediador - o humano.


REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil.Brasília: Mec,1998.V. 1.KATZ, Lawrence C; RUBIN, Manning. Mantenha o seu célebro vivo. 10 ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. 23-24 p.
QUEIROZ, Tânia Dias (Org.).Dicionário Prático de Pedagogia. São Paulo: Rideel, 2003. 178-179 p.

Algumas informações.
1. Cérebro: organiza, recebe e distribui informações para orientar nossas ações. Também arquiva informações importantes para uso futuro.

2. Córtex: é à parte do cérebro responsável pelas faculdades da memória, linguagem e pensamento abstrato.

3. Córtex motor: controle e coordenação dos músculos.

4. Cerebelo: cuida da coordenação física.


Educador/a, pedagogo/a, arte-educador/a, normalista e professor/a, desde o infantil até os anos inicais (fundamental). Você é muito importante. Lida com a parte mais delicada e maravilhosa da fase humana, de 60 a 80% do que somos se deve a faixa etária que vai dos 0 aos 6 anos de idade. E nosso caráter está praticamente formado aos 7 anos. Quão importe esta fase é. Todos os outros profissionais vão passar por suas mãos. O futuro , polítco, engenheiro, operário, feirante, palestrante. Se de o valor aumente sua estima por você mesmo. Não espere o governo ou a sociedade. Faça sua parte. Nossa obrigação, não é para com os, pais, diretores , Mec. coordenadores. Nossa obrigação é com nossos educandos temos que passar amor e esperança para eles, orientá-los de maneira adequada. Pois a sociedade, está sem um norte. Você atendeu a este chamado ou vocação (vocação vem do latim: vocare, atender a um chamado; professor Caio no curso de pedagogia). Quem faz o que gosta se torna uma pessoa realizada, que o diga, Skinner, Piaget, Paulo Freire, Emília Ferrero, Montessori. Estes homens e mulheres devem ser nossos ombros, para que possamos nos apoiar. E acima de todos (DEUS).



"Não podemos nos ver como coitadinhos, que não tiveram outra opção na vida."

João Maria. (autor). Estudante de pedagogia EaD. Aluno Unopar Virtual.

Uma Reflexão.


Não diga tudo quanto sabes...
Não faças tudo quanto podes...
Não creias em tudo quanto ouves..
Não gastes tudo quanto tens...
Porque...


Quem diz tudo quanto sabe...
Quem faz tudo quanto pode...
Quem crê em tudo quanto ouve..
Quem gasta tudo quanto tem...
Muitas vezes...






Diz o que não convém...
Faz o que não deve...
Julga o que não vê...
Gasta o que não pode.





Bom dia , boa tarde ou boa noite a você que nos visitou.
Este artigo, foi garimpado no yahoo!Respostas. http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=AkTYkKA5Wypc2YRE2NJedIJMHxh.;_ylv=3?qid=20080408025939AAXGXrt

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Supernanny participa de videochat no iG

A Indisciplina na sala de aula.



A Indisciplina na sala de aula.


Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado



Primeiro dia de aula. Professor novo. Turma pouco afeita ao estudo. No caminho para seus novos afazeres os corredores da escola não parecem nada animadores para o recém-chegado professor. Na sala de aula todos os alunos estão de pé, circulando despreocupadamente, sem qualquer tipo de compromisso com o trabalho que está apenas começando. Querem falar de outros assuntos, mais próprios e interessantes em sua opinião para pessoas que, como eles, estão em idade para freqüentar o Ensino Médio. Matemática não lhes parece parte integrante dos conhecimentos que necessitam para sobreviver na selva que percebem em seus cotidianos. Jaime, seu novo professor, mal consegue se apresentar, pois é interrompido com menos de 10 minutos em sala de aula pelo acionamento do sinal que faz com que todos os alunos saiam rapidamente da classe. É apenas mais uma entre várias “brincadeiras” promovidas pelos alunos para interromper o trabalho que está sendo desenvolvido. Numa outra aula, quando as primeiras páginas do livro estavam sendo abertas no capítulo sobre frações e porcentagens, surgem dois novos alunos, atrasados, que trazem consigo justificativas que lhes permitem permanecer na aula. Nenhum dos dois tem os materiais apropriados e ainda desrespeitam o professor com gestos obscenos. Ao ser interpelado pelo professor no final da aula um dos estudantes diz que não tem qualquer interesse pelo que está sendo ensinado e, além disso, ameaça o professor. Para desestabilizar ainda mais as aulas de matemática, os jovens amotinados passam a assistir a aula tendo a seu lado outras pessoas que, como eles, não estão dispostos a estudar e que, da mesma forma como os primeiros, querem ameaçar e boicotar os esforços de Jaime. Para piorar ainda mais a situação, entre os outros membros do corpo docente a descrença na capacidade dos estudantes também se faz notar. Nas reuniões pedagógicas ou mesmo nos intervalos (na sala dos professores), fica claro para o novo professor de matemática que entre seus colegas de trabalho não há nenhuma perspectiva positiva quanto ao futuro de seus novos alunos. Nem mesmo entre os pais a educação é vista como uma possibilidade de crescimento, de amadurecimento e de melhores chances no futuro...
A seqüência de acontecimentos acima descrita poderia retratar fatos ocorridos em qualquer escola do Brasil. Apresenta o que para muitos que trabalham com educação seriam situações corriqueiras, do cotidiano de seu trabalho. Trata-se, entretanto de um recorte feito a partir do filme “O Preço do Desafio” (Stand and Deliver), do diretor Ramon Menendez, produzido pela Warner Bros em 1988 a partir da história real de Jaime Escalante, um professor de matemática.
Quando nos referimos a Instituição Escolar, não podemos deixar de enfocar essa questão que suscita muitas dúvidas a educadores, diretores, pais e até mesmo a alunos: a indisciplina.
- O que é uma classe indisciplinada?
- O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?
No ambiente escolar em que trabalho, as principais queixas dos professores relativamente à indisciplina são: falta de limite dos alunos, bagunça, tumulto, mau comportamento, desinteresse e desrespeito às figuras de autoridade da escola e também ao patrimônio; alguns professores apontam que os alunos não aprendem porque são indisciplinados em decorrência da não imposição de limites por seus familiares; o fracasso escolar seria então o resultado de problemas que estão fora da escola e que se manifestam dentro dela pela indisciplina; de acordo com esses professores, nada pode ser feito enquanto a sociedade não se modificar. Condutas como essas são também observadas em outras instituições particulares e em escolas públicas. Podemos afirmar que no mundo atual a maioria das escolas enfrenta estas questões, que perduram há anos, sofrendo obviamente alterações históricas de acordo com as contingências sócio-culturais.Atualmente a indisciplina tornou-se um “obstáculo” ao trabalho pedagógico e os professores ficam desgastados, tentam várias alternativas, e já não sabendo o que fazer, chegam mesmo em algumas oportunidades a pedir ao aluno indisciplinado que se retire da sala já que ele atrapalha o rendimento do restante do grupo. Nesses casos, os alunos são encaminhados ao Serviço de Orientação Educacional. Muitas vezes há pressões por parte dos professores para que sejam aplicadas punições severas a esses estudantes.
- Como agir nessa situação? De que forma ajudar?
O que é uma Classe Indisciplinada?
Para iniciarmos uma reflexão sobre essas questões, vamos destacar o que significa a palavra indisciplina a partir de algumas definições quanto ao termo.
Indisciplina – procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência, desordem, rebelião. (Dicionário Aurélio).
De acordo com o sociólogo francês François Dubet (1997), “a disciplina é conquistada todos os dias, é preciso sempre lembrar as regras do jogo, cada vez é preciso reinteressá-los, cada vez é preciso ameaçar, cada vez é preciso recompensar”. Isso nos coloca diante de um antônimo de indisciplina, nos lembrando que o respeito às regras dentro de uma instituição é de fundamental importância para o seu funcionamento pleno e que, conseqüentemente, a indisciplina representa a ameaça pela desobediência às regras estabelecidas. Por isso Dubet ressalta a necessidade dos professores relembrarem as regras e estimularem o seu cumprimento no decorrer do ano letivo.
Segundo o professor Júlio Groppa Aquino: ”O conceito de indisciplina, como toda criação cultural, não é estático, uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade.”
Groppa ressalta que a manutenção da disciplina era uma preocupação de muitas épocas como vemos em textos de Platão e nas confissões de Santo Agostinho, de como a sua vida de professor era amargurada pela indisciplina dos jovens que perturbavam “a ordem instituída para seu próprio bem”.
Diante dessa idéia de Júlio Groppa, não podemos deixar de lembrar da forma como as escolas até os anos 1960, conseguiam fazer com que seus alunos se comportassem. A disciplina era imposta de forma autoritária, com ameaças e castigos.
Os educandos temiam as punições e esse medo levava a obediência e a subordinação. Além de submetidos a uma rigorosa fiscalização, não podiam se posicionar utilizando-se de questionamentos e reflexões. Os professores eram considerados modelos e, em virtude do conhecimento que possuíam, agiam como donos do saber.
“A educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante” (Freire, 1998) por isso passa a ser chamada de “educação bancária”. Segundo a educadora Rosana Ap. Argento Ribeiro, “a educação bancária é classificada também como domesticadora, porque leva o aluno a memorização dos conteúdos transmitidos, impedindo o desenvolvimento da criatividade e sua participação ativa no processo educativo, tornando-o submisso perante as ações opressoras de uma sociedade excludente. O papel da disciplina na educação bancária é fundamental para o sucesso da aprendizagem do aluno. Nela, a obediência e o silêncio dos alunos são aspectos importantes para garantir que os conteúdos sejam transmitidos pelos professores”.
Atualmente, nos primeiros anos do século XXI, estamos vivendo num outro contexto. Influenciados por mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais, professores e alunos, e mesmo a própria instituição escolar, assumem um papel diferente na sociedade. Nessa nova realidade a educação bancária já não deveria ser aplicada dentro das escolas.
Acredita-se hoje que os professores devem estar mais preocupados com seu aperfeiçoamento, permitindo que seus alunos questionem, tirem suas dúvidas, se posicionem. Enquanto os alunos, por sua vez, têm mais acesso à informação, se consideram livres para questionar, criar e participar. Outro aspecto importante quanto à educação no 3° milênio refere-se ao fato de que a instituição escolar deveria estar mais aberta para a participação dos pais e da comunidade em suas atividades e mesmo, nas propostas curriculares.
François Dubet reforça a idéia de que “os professores mais eficientes são, em geral, aqueles que acreditam que os alunos podem progredir, aqueles que têm confiança nos alunos. Os mais eficientes são também os professores que vêem os alunos como eles são e não como eles deveriam ser”.
Quanto às afirmações anteriores percebo em minha realidade que alguns professores se mostram preocupados quanto a sua formação e prática profissional enquanto uma quantidade expressiva ainda demonstra grande resistência à reflexão e ao aperfeiçoamento do seu trabalho por se considerarem experientes e prontos para o exercício do magistério.
No que se refere aos estudantes é possível verificar que há um grande incentivo da família quanto aos estudos e ao mesmo tempo há um maior acesso a recursos que facilitam e promovem o processo de ensino-aprendizagem, como livros, computadores, internet, revistas, jornais, filmes... Essa circunstância realmente os torna mais críticos, questionadores e participativos. Porém, nem todos conseguem utilizar essas ferramentas de forma consciente e produtiva.
Os pais, por sua vez, comparecem a escola para presenciar a apresentação de trabalhos realizados por seus filhos apenas como observadores, sem posicionamentos mais efetivos e críticos. Há, porém baixo índice de comparecimento nas reuniões solicitadas pela escola, especialmente entre os pais cujos filhos freqüentam turmas da sexta série do ensino fundamental ao ensino médio.
O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?
Sabemos que para obter disciplina em qualquer ambiente em que vivemos não podemos deixar de falar de respeito. Segundo Tardeli (2003), o tema respeito está centralizado na moralidade. Isso quer dizer que cada pessoa tem, junto com sua vida intelectual, afetiva, religiosa ou fantasiosa, uma vida moral. E o primeiro a atribuir um significado a moralização e inserir no conceito de ética foi o filósofo Demócrito.
Sabemos que atualmente o papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e para preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante.
Será que sabemos ouvir nossos alunos? O diálogo envolve o respeito em saber ouvir e entender nossos alunos, mostrando a eles nossa preocupação com suas opiniões e com suas atitudes e o nosso interesse em poder dar a assistência necessária ao aperfeiçoamento do seu processo de aprendizagem.
É também compromisso do educador se preocupar com a disciplina e a responsabilidade de seus alunos. Para Piaget (1996), “o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais” .Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.
O professor passa a se preocupar com a motivação de seus alunos, tendo maior compromisso com seu projeto pedagógico e as questões afetivas, obtendo dessa forma uma relação verdadeira com seus educandos. Sob uma visão Piagetiana, o professor que na sala de aula dialoga com seu aluno, busca decisões conjuntas por meio da cooperação, para que haja um aprendizado através de contratos, que honra com sua palavra e promove relações de reciprocidade, sendo respeitoso com seus alunos, obtendo dessa forma um melhor aproveitamento escolar.
Segundo Tardeli (2003), “Só se estabelece um encontro significativo quando o mestre incorpora o real sentido de sua função, que é orientar e ensinar o caminho para o conhecimento, amparado pela relação de cooperação e respeito mútuos”.
Como agir nessa situação? De que forma ajudar?
Não podemos deixar de ter como foco em nosso trabalho o SER HUMANO. Precisamos valorizar as pessoas. Uma frase de Walt Disney ilustra bem essa idéia: “Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo... Mas é necessário TER PESSOAS para transformar seu sonho em realidade”. Estamos envolvidos com pessoas em nosso dia a dia: alunos, professores, pais, coordenadores, orientadores e diretores e, por isso, precisamos aprender a trabalhar em equipe para obter uma instituição forte, competente e coesa. A qualidade é obtida através do esforço de todos os seus integrantes, onde cada profissional é importante e cada aluno também. A escola é uma organização humana em que as pessoas somam esforços para um propósito educativo comum.

Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado Licenciada em Pedagogia Pós-graduada em Psicopedagogia Especializada em Orientação Educacional Contato: sc-machado@uol.com.br



QUADRO ATUAL DA EDUCAÇÃO NO BRASIL



Brincar, a criança se constrói no brincar e no mundo dos jogos.
http://www.icpg.com.br/artigos/rev03-07.pdf



Evasão escolar. Para mais detalhes entre neste link.
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domingo, 6 de abril de 2008

A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS


A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA EDUCAÇÃO
Maria Clara S. Salgado Gama

O aparecimento da competência simbólica é visto em bebês quando eles começam a perceber o mundo ao seu redor.


No início do século XX, as autoridades francesas solicitaram a Alfredo Binet que criasse um instrumento pelo qual se pudesse prever quais as crianças que teriam sucesso nos liceus parisenses. O instrumento criado por Binet testava a habilidade das crianças nas áreas verbal e lógica, já que os currículos acadêmicos dos liceus enfatizavam, sobretudo o desenvolvimento da linguagem e da matemática. Este instrumento deu origem ao primeiro teste de inteligência, desenvolvido por Terman, na Universidade de Standford, na Califórnia: o Standford-Binet Intelligence Scale.

Subseqüentes testes de inteligência e a comunidade de psicometria tiveram enorme influência, durante este século, sobre a idéia que se tem de inteligência, embora o próprio Binet (Binet & Simon, 1905 Apud Kornhaber & Gardner, 1989) tenha declarado
que um único número, derivado da performance de uma criança em um teste, não poderia retratar uma questão tão complexa quanto a inteligência humana. Neste artigo, pretendo apresentar uma visão de inteligência que aprecia os processos mentais e o potencial humano a partir do desempenho das pessoas em diferentes campos do saber.

As pesquisas mais recentes em desenvolvimento cognitivo e neuropsicologia sugerem

que as habilidades cognitivas são bem mais diferenciadas e mais espcíficas do que se acreditava (Gardner, I985). Neurologistas têm documentado que o sistema nervoso humano não é um órgão com propósito único nem tão pouco é infinitamente plástico. Acredita-se, hoje, que o sistema nervoso seja altamente diferenciado e que diferentes centros neurais processem diferentes tipos de informação ( Gardner, 1987).

Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Hervard, baseou-se nestas pesquisas para questionar a tradicional visão da inteligência, uma visão que enfatiza as habilidades lingüística e lógico-matemética. Segundo Gardner, todos os indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes e, até certo ponto, independentes áreas intelectuais. Ele sugere que não existem habilidades gerais, duvida da possibilidade de se medir a inteligência através de

testes de papel e Iápis e dá grande importância a diferentes atuações valorizadas em culturas diversas. Finalmente, ele define inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais.

A teoria

A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Sua insatisfação com a idéia de QI e com visões unitárias de inteligência, que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver problemas. Através da avaliação das atuações de diferentes profissionais em diversas culturas, e do repertório de habilidades dos seres humanos na busca de soluções, culturalmente apropriadas, para os seus problemas, Gardner trabalhou no sentido inverso ao desenvolvimento, retroagindo para eventualmente chegar às inteligências que deram origem a tais realizações. Na sua pesquisa, Gardner estudou também:

( a) o desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e crianças superdotadas;
(b) adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de sua produção intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades, sem que outras habilidades sejam sequer atingidas;
(c ) populações ditas excepcionais, tais como idiot-savants e autistas, e como os primeiros podem dispor de apenas uma competência, sendo bastante incapazes nas demais funções cerebrais, enquanto as crianças autistas apresentam ausências nas suas habilidades intelectuais;
(d) como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos milênios.

Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner distingue-se de seu colega de Genebra na medida em que Piaget acreditava que todos os aspectos da simbolização partem de uma mesma função semiótica, enquanto que ele acredita que processos psicológicos independentes são empregados quando o indivíduo lida com símbolos lingüisticos, numéricos gestuais ou outros. Segundo Gardner uma criança pode ter um desempenho precoce em uma área (o que Piaget chamaria de pensamento formal) e estar na média ou mesmo abaixo da média em outra (o equivalente, por exemplo, ao estágio sensório-motor). Gardner descreve o desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de entender e expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto cultural, e sugere que não há uma ligação necessária entre a capacidade ou estágio de desenvolvimento em uma área de desempenho e capacidades ou estágios em outras áreas ou domínios (Malkus e col., 1988). Num plano de análise psicológico, afirma Gardner (1982), cada área ou domínio tem seu sistema simbólico próprio; num plano sociológico de estudo, cada domínio se caracteriza pelo desenvolvimento de competências valorizadas em culturas específicas.

Gardner sugere, ainda, que as habilidades humanas não são organizadas de forma horizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como organizadas verticalmente, e que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formas independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis semelhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta.

As inteligências múltiplas

Gardner identificou as inteligências lingúística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Postula que essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos

próprios. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Embora algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos as ocupações ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Por exemplo, um cirurgião necessita da acuidade da inteligência espacial combinada com a destreza da cinestésica.

Inteligência lingüística - Os componentes centrais da inteligência lingüistica são uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias. Gardner indica que é a habilidade exibida na sua maior intensidade pelos poetas. Em crianças, esta habilidade se manifesta através da capacidade para contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas.

Inteligência musical - Esta inteligência se manifesta através de uma habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. A criança pequena com habilidade musical especial percebe desde cedo diferentes sons no seu ambiente e, freqüentemente, canta para si mesma.

Inteligência lógico-matemática - Os componentes centrais desta inteligência são descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los. É a inteligência característica de matemáticos e cientistas Gardner, porém, explica que, embora o talento cientifico e o talento matemático possam estar presentes num mesmo indivíduo, os motivos que movem as ações dos cientistas e dos matemáticos não são os mesmos. Enquanto os matemáticos desejam criar um mundo abstrato consistente, os cientistas pretendem explicar a natureza. A criança com especial aptidão nesta inteligência demonstra facilidade para contar e fazer cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio.

Inteligência espacial - Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. É a inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos arquitetos. Em crianças pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido através da habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais.

Inteligência cinestésica - Esta inteligência se refere à habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. A criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se move com graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma grande habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada.

Inteligência interpessoal - Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade pare entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos de outras pessoas. Ela é melhor apreciada na observação de psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem sucedidos. Na sua forma mais primitiva, a inteligência interpessoal se manifesta em crianças pequenas como a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma mais avançada, como a habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e para reagir apropriadamente a partir dessa percepção. Crianças especialmente dotadas demonstram muito cedo uma habilidade para liderar outras crianças, uma vez que são extremamente sensíveis às necessidades e sentimentos de outros.

Inteligência intrapessoal - Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva. Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável através dos sistemas simbólicos das outras inteligências, ou seja, através de manifestações lingüisticas, musicais ou cinestésicas.

O desenvolvimento das inteligências

Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduos possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as inteligências. A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Ele propõe, ainda, que cada uma destas inteligências tem sua forma própria de pensamento, ou de processamento de informações, além de seu sitema simbólico. Estes sistemas simbólicos estabelecem o contato entre os aspectos básicos da cognição e a variedade de papéis e funções culturais.

A noção de cultura é básica para a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com a sua definição de inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que são significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner sugere que alguns talentos só se desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente. Ele afirma que cada cultura valoriza certos talentos, que devem ser dominados por uma quantidade de indivíduos e, depois, passados para a geração seguinte.

Segundo Gardner, cada domínio, ou inteligência, pode ser visto em termos de uma seqüência de estágios: enquanto todos os indivíduos normais possuem os estágios mais básicos em todas as inteligências, os estágios mais sofisticados dependem de maior trabalho ou aprendizado.

A seqüência de estágios se inicia com o que Gardner chama de habilidade de padrão cru. O aparecimento da competência simbólica é visto em bebês quando eles começam a perceber o mundo ao seu redor. Nesta fase, os bebês apresentam capacidade de processar diferentes informações. Eles já possuem, no entanto, o potencial para desenvolver sistemas de símbolos, ou simbólicos.

O segundo estágio, de simbolizações básicas, ocorre aproximadamente dos dois aos cinco anos de idade. Neste estágio as inteligências se revelam através dos sistemas simbólicos. Aqui, a criança demonstra sua habilidade em cada inteligência através da compreensão e uso de símbolos: a música através de sons, a linguagem através de conversas ou histórias, a inteligência espacial através de desenhos etc.

No estágio seguinte, a criança, depois de ter adquirido alguma competência no uso das simbolizacões básicas, prossegue para adquirir níveis mais altos de destreza em domínios valorizados em sua cultura. À medida que as crianças progridem na sua compreensão dos sistemas simbólicos, elas aprendem os sistemas que Gardner chama de sistemas de segunda ordem, ou seja, a grafia dos sistemas (a escrita, os símbolos matemáticos, a música escrita etc.). Nesta fase, os vários aspectos da cultura têm impacto considerável sobre o desenvolvimento da criança, uma vez que ela aprimorará os sistemas simbólicos que demonstrem ter maior eficácia no desempenho de atividades valorizadas pelo grupo cultural. Assim, uma cultura que valoriza a música terá um maior número de pessoas que atingirão uma produção musical de alto nível.

Finalmente, durante a adolescência e a idade adulta, as inteligências se revelam através de ocupações vocacionais ou não-vocacionais. Nesta fase, o indivíduo adota um campo específico e focalizado, e se realiza em papéis que são significativos em sua cultura.

Teoria das inteligências múltiplas e a educação

As implicações da teoria de Gardner para a educação são claras quando se analisa a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento das várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição de conhecimento e a cultura.

A teoria de Gardner apresenta alternativas para algumas práticas educacionais atuais, oferecendo uma base para:

( a) o desenvolvimento de avaliações que sejam adequadas às diversas habilidades humanas (Gardner & Hatch, 1989; Blythe & Gardner, 1 990)
(b) uma educação centrada na criança c com currículos específicos para cada área do saber (Konhaber & Gardner, 1989); Blythe & Gardner, 1390)
(c) um ambiente educacional mais amplo e variado, e que dependa menos do desenvolvimento exclusivo da linguagem e da lógica (Walters &- Gardner, 1985; Blythe & Gardner, 1990)

Quanto à avaliação, Gardner faz uma distinção entre avaliação e testagem. A avaliação, segundo ele, favorece métodos de levantamento de informações durante atividades do dia-a-dia, enquanto que testagens geralmente acontecem fora do ambiente conhecido do indivíduo sendo testado. Segundo Gardner, é importante que se tire o maior proveito das habilidades individuais, auxiliando os estudantes a desenvolver suas capacidades intelectuais, e, para tanto, ao invés de usar a avaliação apenas como uma maneira de classificar, aprovar ou reprovar os alunos, esta deve ser usada para informar o aluno sobre a sua capacidade e informar o professor sobre o quanto está sendo aprendido.

Gardner sugere que a avaliação deve fazer jus à inteligência, isto é, deve dar crédito ao conteúdo da inteligência em teste. Se cada inteligência tem um certo número de processos específicos, esses processos têm que ser medidos com instrumento que permitam ver a inteligência em questão em funcionamento. Para Gardner, a avaliação deve ser ainda ecologicamente válida, isto é, ela deve ser feita em ambientes conhecidos e deve utilizar materiais conhecidos das crianças sendo avaliadas. Este autor também enfatiza a necessidade de avaliar as diferentes inteligências em termos de suas manifestações culturais e ocupações adultas específicas. Assim, a habilidade verbal, mesmo na pré-escola, ao invés de ser medida através de testes de vocabulário, definições ou semelhanças, deve ser avaliada em manifestações tais como a habilidade para contar histórias ou relatar acontecimentos. Ao invés de tentar avaliar a habilidade espacial isoladamente, deve-se observar as crianças durante uma atividade de desenho ou enquanto montam ou desmontam objetos. Finalmente, ele propõe a avaliação, ao invés de ser um produto do processo educativo, seja parte do processo educativo, e do currículo, informando a todo momento de que maneira o currículo deve se desenvolver.

No que se refere à educação centrada na criança, Gardner levanta dois pontos importantes que sugerem a necessidade da individualização. O primeiro diz respeito ao fato de que, se os indivíduos têm perfis cognitivos tão diferentes uns dos outros, as escolas deveriam, ao invés de oferecer uma educação padronizada, tentar garantir que cada um recebesse a educação que favorecesse o seu potencial individual. O segundo ponto levantado por Gardner é igualmente importante: enquanto na Idade Média um indivíduo podia pretender tomar posse de todo o saber universal, hoje em dia essa tarefa é totalmente impossível, sendo mesmo bastante difícil o domínio de um só campo do saber.

Assim, se há a necessidade de se limitar a ênfase e a variedade de conteúdos, que essa limitação seja da escolha de cada um, favorecendo o perfil intelectual individual.

Quanto ao ambiente educacional, Gardner chama a atenção pare o fato de que, embora as escolas declarem que preparam seus alunos pare a vida, a vida certamente não se limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. Ele propõe que as escolas favoreçam o conhecimento de diversas disciplinas básicas; que encoragem seus alunos a utilizar esse conhecimento para resolver problemas e efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertencem; e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais individuais, a partir da avaliação regular do potencial de cada um.


Referências Bibliográficas

1. Blythe, T.; Gardner, H. A school for all intelligences. Educational Leadership, v.47, n.7, p.33-7, 1990.
2. Gardner, H.; Giftedness: speculation from a biological perspective. In: Feldman, D.H. Developmental approaches to giftedness and creativity. São Francisco, 1982. p.47-60.
3. Gardner, H.Frames of mind. New York, Basic Books Inc., 1985.
4. Gardner, H. The mind's new science. New York, Basic Books Inc., 1987.
5. Gardner. H.;Hatcb, T. Multiple intelligences go to school: educational implications of the theory of Multiple Intelligences. Educational Researcher, v.18, n.8. p.4-10, 1989.
6. Kornhaber, M.L.; Gardner, H. Critical thinking across multiple intelligences. Trabalho apresentado durante a Conferência "The Curriculum Redefined. Paris, 1989.
7. Malkus, U.C.; Feldman, D.H.; Gardner, H. Dimensions of mind in early childhood. In: Pelegrini, A. (ed.)The psychological bases for early education Chichester, Wilev. 1988, p.25-38.
8. Walter,J.M.; Gardner, H. The theory of multiple intelligences: some issues and answers. In: Stemberg, RJ.; Wagner, R.K. (ed.) Pratical intelligence: nature and origins of competence in the every world.. Cambridge. Cambridge University Press, p.163-82






Publicado em 01/01/2000
Maria Clara S. Salgado Gama - Doutora em Educação Especial pela Universidade de Colúmbia, Nova Iorque


Howard Gadner.

Rubem Alves , Ser professor ( várias partes).



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