sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Lembre-se: sem memória não há aprendizagem


REPORTAGEM DE CAPA

Lembre-se: sem memória não há aprendizagem

Conhecendo como o cérebro guarda informações você vai ajudar os alunos a fixar os conteúdos estudados em classe

Paola Gentile
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Gustavo Lourenção

Fotos Gustavo Lourenção

Durante séculos, na escola, memorizar foi sinônimo de decorar nomes, datas e fórmulas. Afinal, eram esses os conhecimentos sempre exigidos nas provas, nas chamadas e nos testes. Com base nos estudos sobre o processo de aprendizagem da criança, concluiu-se que a decoreba era inimiga da educação. E a memória — confundida com repetição — foi posta de castigo.

Um grande erro. A memória é a base de todo o saber — e, por que não dizer, de toda a existência humana, desde o nascimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. "É ela que dá significado ao cotidiano e nos permite acumular experiências para utilizar durante toda a vida", afirma a psicóloga e antropóloga Elvira Souza Lima, especialista em desenvolvimento humano.

Nos últimos 20 anos, a neurociência avançou muito nas descobertas sobre o funcionamento do cérebro. Hoje sabe-se o que acontece quando ele está captando, analisando e transformando estímulos em conhecimento e o que ocorre nas células nervosas quando elas são requisitadas a se lembrar do que já foi aprendido. "Com isso o professor pode aprimorar suas estratégias de ensino", diz o neuropsiquiatra Everton Sougey, coordenador do curso de pós-graduação em Neuropsicologia da Universidade Federal de Pernambuco. Estão provadas, por exemplo, as vantagens de estabelecer ligações com o conhecimento prévio do aluno ao introduzir um novo assunto e de trabalhar também a emoção em sala de aula. O cérebro responde positivamente a essas situações, ajudando a fixar não somente fatos, mas também conceitos e procedimentos.

Teoria

"Somos aquilo que recordamos", conceitua Iván Izquierdo, professor de Neuroquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele dá um exemplo: nenhum texto é compreendido se não se lembra o significado das palavras e a estrutura do idioma utilizado. Tudo isso precisa estar registrado no cérebro para ser resgatado no momento oportuno. A memória, enfatiza Elvira Lima, é a reprodução mental das experiências captadas pelo corpo por meio dos movimentos e dos sentidos. Essas representações são evocadas na hora de executar atividades, tomar decisões e resolver problemas, na escola e na vida.

O valor do conhecimento prévio

Quando assiste aula, o estudante recebe informações de todo tipo, tanto visuais como auditivas. Elas se transformam em estímulos para o cérebro e circulam pelo córtex cerebral antes de serem arquivadas ou descartadas (veja infográfico na página seguinte). Sempre que encontram um arquivo já formado (o tal conhecimento prévio) arrumam um "gancho" para o seu armazenamento, fazendo com que no futuro ela seja resgatada mais facilmente. "É como se o recém-chegado fosse morar em uma nova casa, mas em rua conhecida", ilustra Elvira Lima. Quando essa informação é resgatada da memória, trilha os mais variados caminhos. Se eles já tiverem sido percorridos anteriormente, a recuperação de conhecimentos será simples e rápida. O que não tem nada a ver com decoreba.

"Se o estudante não aprende um conteúdo é porque não encontrou nenhuma referência nos arquivos já formados para abrigar a nova informação e, com isso, a aprendizagem não ocorreu . Não adianta insistir no mesmo tipo de explicação", ressalta a neuropsicóloga Leila Vasconcelos, da Universidade Federal de Pernambuco. Cabe ao professor oferecer outras conexões. Como? Usando abordagens diferentes e estimulando outros sentidos. Daí a importância de investigar os conhecimentos prévios da turma, recordar conteúdos de aulas anteriores, para formar os "ganchos", e dispor de diferentes estratégias de ensino.

Criando elaborações mentais

O cérebro funciona em módulos cooperativos, que se ajudam na hora de recuperar informações. Quanto mais caminhos levarem a elas, mais fácil será o "resgate". Exemplo: se um conceito estiver conectado simultaneamente a uma imagem e a um som, pelo menos três áreas diferentes do cérebro trabalharão para recuperá-lo. Por isso, inventar uma imagem simbólica — associar conceitos a formas, palavras a sons, cores a significados e assim por diante — é um hábito extremamente saudável. "Sair do concreto faz com que determinada informação seja guardada sob várias chaves, como se fossem fichas de armazenamento, facilitando a consulta", destaca Jiitka Soskova, psicóloga checa especialista em inteligência artificial. As fórmulas mnemônicas (criação de letra para música conhecida, versinhos rimados, frases engraçadas) são outros exemplos de associações que levam à memorização. Ofereça esses mecanismos e estimule cada aluno a criar as próprias associações para os conteúdos que devem ser armazenados.

O papel da emoção

Os sentimentos regulam e estimulam a formação e a evocação de memórias. São eles que provocam a produção e a interação de hormônios, fazendo com que os estímulos nervosos circulem mais nos neurônios. Graças a esse fenômeno cerebral é mais fácil para uma criança lembrar-se do processo de fotossíntese se ligar esse conteúdo de Ciências a uma planta que tem em casa ou à árvore em que costuma subir quando está em férias na casa da vovó.

Memória inconsciente

Algumas lembranças ficam "escondidas" porque estamos expostos a mais informações do que conseguimos guardar. Aparentemente perdidas, elas ficam num lugar do cérebro chamado inconsciente. Ninguém sabe explicar exatamente por que, mas elas voltam à consciência sem que o indivíduo controle. Pesquisas mostram que isso sempre ocorre em alguma circunstância especial, quando algum fato ou informação evoca lembranças que se julgavam perdidas.

Como se forma a memória

Um arquivo organizado
O cérebro é dividido por uma fenda em dois hemisférios, que são segmentados em lobos, regiões demarcadas sem muita nitidez. As informações captadas pela visão, pela audição, pelo olfato, pelo paladar e pelo tato provocam impulsos elétricos e reações químicas em lobos diferentes e não são guardadas da maneira como foram captadas. Elas são fragmentadas, classificadas e hierarquizadas. Para se ter uma idéia de como o cérebro se organiza, podemos visualizar na ilustração abaixo:

Getty Images

1. elaborações mentais sofisticadas, como o planejamento, o julgamento e a decisão;
2. dados sobre movimentos corporais, tato, orientação espacial e análise sensorial;
3. informações olfativas;
4. linguagem, leitura e fala;
5. informações auditivas;
6. estímulos e associações visuais.

Paulo Caramelli, especialista em neurologia cognitiva do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, explica que tanto novas informações quanto as já armazenadas, depois de conectadas e reelaboradas, passam obrigatoriamente pelo hipocampo (H), estrutura que fica sob os dois hemisférios. De lá as informações são espalhadas por toda a superfície do cérebro, o córtex. A classificação e o armazenamento de informações são tão específicos a ponto de, dentro do "arquivo" linguagem, uma "pasta" guardar verbos; outra, substantivos, e assim por diante.

Mais conexões, mais memória

A informação captada transita pelos neurônios, células nervosas semelhantes a árvores sem folhas: os galhos seriam os dentritos; o tronco, o axônio; e as raízes, os terminais pré-sinápticos. Eles criam emaranhados de caminhos que se orientam em diversas direções. Quando os galhos de uma célulaencontram-se com as raízes de outra forma-se uma sinapse, local de comunicação entre os neurônios e unidade elementar de armazenamento da memória. Lá acontece síntese de proteínas, trocas elétricas e ativação de genes que provocam o armazenamento da informação. Quanto mais conexões, mais memória. Cada neurônio pode se comunicar com até outros mil. Como o ser humano tem de 10 bilhões a 100 bilhões dessas células, é possível haver até 100 trilhões de conexões sinápticas.

Informação visual

Uma imagem, por exemplo, é captada pelos olhos e segue pelo nervo óptico — formado por neurônios — até a parte posterior do cérebro, chamada occipital. Ela é desmembrada em formas, cores, movimentos e outros dados que a compõem. Dali essas informações espalham-se pelas áreas vizinhas, à procura de outra informação correlata. Encontrando essa referência, surge um novo arquivo que vai para o hipocampo para depois ser armazenado no cérebro.

Uma rede bem montada

Sempre que você oferecer informações de diferentes naturezas sobre um mesmo conteúdo, estará ajudando o aluno a formar um aprendizado e um conhecimento que poderá durar por toda a vida. Fornecendo imagens, sons, a possibilidade de usar o corpo em movimentos e produzindo emoções, diversas partes do cérebro serão ativadas quando esse conteúdo precisar ser resgatado, tornando a sua lembrança mais fácil. E ao unir esse conteúdo a um conhecimento prévio, serão traçados vários caminhos que tornarão o aprendizado mais eficaz.


Tipos de memória

Acredita-se existirem tantas memórias quantas forem as experiências acumuladas e, com isso, a capacidade de armazenamento de informações seria imensa. Aqui vamos falar apenas da capacidade geral do homem de captar, armazenar e se lembrar de informações. Por isso, grosso modo, a memória pode ser classificada da seguinte maneira:

1. Pela sua duração

Memória de curto prazo

Sobrevive o tempo necessário para a informação ser utilizada. Exemplo: qualquer conteúdo que é decorado para uma prova permanece no cérebro até o aluno entregar o documento ao professor. Se ele tiver boa nota, talvez nunca mais se lembre do que estudou. Não forma arquivos. Só vira memória de longo prazo se encontrar vínculo com outra informação já armazenada ou pela repetição.

Memória de longo prazo

Fica mais tempo no cérebro e é aquela que todo professor gostaria de fomentar em seus alunos. Quando dura anos, vira memória remota. Uma informação permanece no cérebro porque, quando foi apreendida, seus estímulos geraram novas sinapses, desencadearam síntese de proteínas, ativaram genes e provocaram a sua consolidação como conhecimento apreendido.

2. Pelo seu conteúdo

Memória declarativa

A episódica ou autobiográfica guarda os fatos vividos pelo indivíduo, como o primeiro encontro com a pessoa amada ou uma aula especial, em que algo inusitado tenha acontecido (um teatrinho, show ou uma situação que despertou algum tipo de emoção no aluno).
A semântica — a mais importante durante o aprendizado — arquiva os conhecimentos gerais, como o significado de palavras e conceitos.

Memória de procedimentos

É composta pelas habilidades motoras ou sensoriais. Como andar de bicicleta ou a maneira de proceder diante de determinadas experiências realizadas na escola.
Muitas vezes, pela observação e pelo treinamento, esses conhecimentos são arquivados de maneira implícita, sem que haja consciência do aprendizado.

Amemória de trabalho ou ativa

Não se encaixa em nenhuma das categorias anteriores. É assim chamada por analogia com a memória dos computadores. Iván Izquierdo define-a como "gerenciadora da realidade": ela conecta as informações da memória de curto prazo com as já arquivadas para comparar, analisar, decidir ou não abrir um novo arquivo. Ele dá o exemplo: conservamos na consciência algumas palavras utilizadas no início desta frase somente para compreender o significado da sentença. Depois esquecemos o termo exato, mas conservamos na memória a idéia principal. É também aquela que o aluno usa ao receber suas instruções antes de realizar uma atividade, ao recordar as orientações no momento da execução. Essa memória usa as capacidades do córtex pré-frontal do cérebro, lugar das chamadas funções cerebrais superiores, como a tomada de decisão, a análise crítica, o julgamento.

Entenda o cérebro e ensine melhor

Ao conhecer o funcionamento da memória, você pode planejar ações para ajudar a turma a armazenar e evocar conhecimentos. Confira algumas estratégias:

Estabelecer relações entre novos conteúdos e aprendizados anteriores faz com que o caminho daquela informação seja percorrido novamente (evocação), tornando mais fácil seu reconhecimento.

Criar elaborações mentais envolvendo recursos como sons, imagens, fantasias, significados e (por que não?) humor permite que várias áreas do cérebro trabalhem simultaneamente no resgate de informações e estimula a memória.

Utilizar gráficos, diagramas, tabelas e organogramas para classificar as informações faz com que o cérebro tenha mais facilidade para armazená-las e, portanto, resgata-as com mais facilidade.

Reservar os últimos minutos da aula para conversar sobre o conteúdo estudado possibilita que o novo conhecimento percorra mais uma vez o caminho no cérebro dos estudantes. Assim, eles fazem uma releitura do que aprenderam.

Usar brincadeiras, dramatizações ou jogos para levar emoção à classe favorece a aprendizagem. Isso só funciona se houver relação entre o conteúdo e a situação lúdica.

A memória no tempo

Mnemósine foi a deusa escolhida por Zeus para ser a mãe das musas do conhecimento: Calíope (poesia), Clio (história), Polímnia (retórica), Euterpe (música), Terpsícore (dança), Érato (lírica coral), Melpômene (tragédia), Tália (comédia) e Urânia (astronomia). Com os escritos de Paros, descobertos no século 17, soube-se que o poeta grego Simônides era um especialista em memorizar. Único sobrevivente de um desmoronamento, durante um banquete, ele identificou os corpos das vítimas lembrando-se do local onde cada uma estava sentada. Na Idade Média, a mnemotécnica era utilizada pelos universitários para decorar nomes dos reis e períodos de governos. Assim essa capacidade mental, relacionada a repetições, foi estigmatizada como uma das barreiras para a verdadeira aprendizagem. Nos últimos 20 anos, pesquisas apontaram a existência de vários tipos de memória, todas elas essenciais na aquisição do conhecimento.

Esquecer para lembrar

O esquecimento (de fato) é o descarte de algo pouco importante que só serve para sobrecarregar os mecanismos de memorização. É fundamental no processo de aprendizagem, porque deixa o caminho livre para que as informações e conteúdos fundamentais sejam arquivados. Uma pessoa que conhece os conceitos de presidencialismo e parlamentarismo (importante) pode explicar a diferença entre os dois a qualquer interlocutor em qualquer momento de sua vida, mas provavelmente jamais se lembrará do dia em que aprendeu isso nem da roupa que o professor usava na hora em que o assunto foi discutido em classe (pouco importante). O cérebro jogou fora detalhes, mas o conhecimento foi arquivado e depois conectado com outras informaões correlatas, formando novos arquivos.

Evolução vem com a idade
Até os 9 meses, o bebê já tem praticamente a quantidade definitiva de neurônios. São raras as pessoas que se lembram de fatos ocorridos antes dos 4 anos de idade. Nos primeiros anos de vida, os dois hemisférios cerebrais ainda não estão totalmente formados e os feixes de neurônios que fazem a comunicação entre o lado esquerdo e o direito ainda não foram consolidados. Nem todo mundo se desenvolve exatamente do mesmo jeito, mas pode-se dizer que, em geral, até os 7 anos a memória visual é mais dinâmica — daí por que o desenho deve ser bastante utilizado nessa fase. Se for bem estimulada, por volta dos 9 ou 10 anos a criança começa a usar o raciocínio abstrato — e o material pedagógico deixa de ser tão útil na ativação da memória. Segundo Mel Levine, pediatra e professor da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, é nessa idade que se constroem os padrões e as regras que permitirão reconhecer dados semelhantes. Depois dos 13 ou 14 anos é hora de aprimorar as habilidades matemáticas e de leitura e escrita, pois elas podem ser resgatadas da memória automaticamente. Nos adolescentes, a informação circula em altíssima velocidade no cérebro — cada hemisfério sabe o que o outro guarda e faz. A maioria dos estudantes é capaz de criar estratégias próprias para armazenar dados, estabelecendo relações com sua vida, suas fantasias e seus conhecimentos prévios. Por volta dos 70 anos, quando não é estimulada, a memória pode começar a falhar em algumas pessoas.

Quer saber mais?

Educação Individualizada, Mel Levine, 343 págs., Ed. Campus, tel. ( 21) 3970-9300, 69 reais

Desenvolvimento e Aprendizagem na Escola - Aspectos Culturais, Neurológicos e Psicológicos, Elvira Souza Lima, 32 págs., Ed. Sobradinho 107, tel. (11) 5083-6043, 4 reais

Memória, Iván Izquierdo, 95 págs., Ed. Artmed, tel. 0800 703-3444, 22 reais

Memória - Da Mente às Moléculas, Larry R. Squire e Eric R. Kandel, 251 págs., Ed. Artmed, 96 reais

A Memória - Do Cérebro à Escola, Alain Lieury, 110 págs., Ed. Ática, tel. (11) 278-9322, 9,90 reais

Fonte: Revista Nova Escola da edição 163 - jun/2003

De: titaniccity
Método Supera - INSTITUCIONAL


De: kumongraca
Kumon 50 anos


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Um mural para organizar sua sala

Faça você mesmo

Um mural para organizar sua sala

Lúdico ou com um caráter pedagógico, ele deve ter um espaço reservado para informes da escola e outro para as crianças

Cristiane Marangon
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FotosDulla/Produção Mauad

O mural auxilia na organização de qualquer sala de aula. A forma de utilizá-lo é que muda de acordo com a faixa etária dos alunos. "Para a Educação Infantil e as séries iniciais do Ensino Fundamental, ele tem foco no lúdico. Nas turmas mais avançadas, ganha caráter informativo", afirma Maria Conceição dos Santos Barros Nogueira, diretora-assistente de Ensino Fundamental do Colégio São Judas Tadeu, em São Paulo.

O exemplo desta página tem mais a ver com os menores. Está dividido em duas partes — de um lado ficam circulares, horários, datas de reuniões ou festas escolares e, do outro, há espaço para a lista de aniversariantes do mês, recados, novidades e fotos da turma. Maria Conceição defende que o mural não seja usado para expor trabalhos dos alunos. "Dificilmente cabem todos", justifica. Para isso é melhor montar um varal no fundo da sala.

Outra possibilidade do mural é funcionar como apoio pedagógico. "Em salas de alfabetização, é possível usá-lo para afixar o alfabeto", recomenda Maria Conceição. E, em qualquer série, para conhecer melhor os estudantes. Ao observar como eles utilizam o espaço você pode avaliar itens como atenção, postura e emoções. Uma boa sugestão é eleger um ajudante por dia para manter o quadro sempre bem arrumado.

Material necessário

1 placa de emborrachado tipo E.V.A. com 6 milímetros de espessura, 120 centímetros de comprimento e 90 centímetros de largura

2 tiras de E.V.A. de cor diferente do primeiro com 6 milímetros de espessura, 120 centímetros de comprimento e 8 centímetros de largura

3 clipes grandes

Lápis

Régua

Tesoura ou estilete

Cola de contato ou cola quente

Se preferir, faça seu mural com cartolina, madeira ou outro material

Como fazer

1. Decorando as bordas
Comece decorando as tiras vermelhas que servirão de margens. Na foto aparece um alfabeto, mas, dependendo do nível da turma, outros elementos podem ser utilizados, como formas geométricas, números ou a identificação da sala (1ª série A, matutino).

2. Clipes para pendurar
Na parte superior da placa, fixe com cola de contato três clipes, um em cada lateral e outro no centro. Eles servirão para pendurar o mural na parede. Cole a tira decorada na borda de cima. Ela vai encobrir os clipes. Depois cole a borda inferior.

3. Cuidado com os detalhes
Crie diversos elementos para compor o mural. Uma fatia de bolo feita de E.V.A., por exemplo, pode indicar o espaço reservado ao nome dos aniversariantes.

4. É hora de pendurar
Escolha um local que todos os alunos possam ver e alcançar. São eles que alimentam o mural e cuidam dele. Geralmente a melhor opção é a parede lateral, ao lado da porta.

Quer saber mais?

Colégio São Judas Tadeu, R. da Mooca, 2817, 03167-070, São Paulo, SP, tel. (11) 6605-6422




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A vírgula pela fechadura


Análise mais detida do sinal de pontuação mostra como é primária a noção de que ele serve só para marcar pausas

Josué Machado

Em muitos textos, a má colocação de vírgulas pode gerar duplo sentido e alterar o significado do que se queria dizer. Há casos até em que a má virgulação resulta em significado oposto ao pretendido.

Em parte por isso, deve-se esquecer a noção algo primária de que a vírgula serve apenas para marcar pausas. Porque, com essa noção, se o escriba estiver com soluço ou tiver tendência ao balbuceio e à tartamudez, também conhecida como gagueira, estará inclinado a usar vírgulas a mancheias. O que não ficará bem. A vírgula serve, sim, para marcar pausas, mas relaciona-se, sobretudo, com o modo como se distribuem os componentes da oração. O que explica, por exemplo, que construções como "Sim, senhor." e "Não, senhor." sejam marcadas na escrita por vírgulas que não correspondem a pausas reais na fala, como aponta Celso Cunha em sua Gramática da Língua Portuguesa (Fename, 1982).

Portanto, em caso de dúvida, melhor seguir um conselho que causará arrepios a muitos sábios: não se usa vírgula. Menos mal a vírgula esquecida do que a abundosa. Salvo se sua falta for catastrófica, desastre algo raro.

Proibição 1
Jamais se separa por vírgula o sujeito (sublinhado nos exemplos abaixo) do predicado verbal, mesmo que o núcleo, modificado por adjuntos, esteja distante do verbo

Para descobrir o sujeito pergunta-se ao verbo: o que ou quem.

O consultório daquele cirurgião plástico açougueiro no extremo oposto de minha rua foi fechado pela polícia.

1. O que foi fechado? Sujeito: o consultório (núcleo do sujeito).

O padre procurado pela justiça e o filho dele mantinham a igreja caça-níqueis em funcionamento.

2. Quem mantinha a igreja caça-níqueis? Sujeito: o padre e o filhote (sujeito composto por dois núcleos).

Muito melhor do que cassar aquele político seria forçá-lo a devolver o dobro do que afanou.

3. O que seria melhor do que cassá-lo? Sujeito: forçá-lo a devolver a bufunfa em dobro.

Proibição 2
A vírgula jamais deve separar o verbo de seus complementos (grifados)
- O Luís come empadinhas engorduradas (compl.) todos os dias.
- O Edgar gostou muito daquela garota robusta. (compl.)
- Elas responderam a eles (compl.) que não voltariam (compl.)
- À mulher e aos filhos (compl.) ele disse que não voltaria mais (compl.).
- Deu aos senadores (compl.) a garantia de que não os denunciaria (compl.).

Com aposto
Usa-se vírgula com aposto explicativo (grifado). O aposto explica ou especifica um termo da frase. Pode ser nome próprio ou não; quando explicativo, é seguido de vírgula se começar a frase; no meio do texto, vem entre vírgulas.
- Aposto explicativo (grifado): Grande poeta popular, Vinícius deixou obra extensa. Tímido e introvertido, Luiz Fernando Verissimo escreve com leveza e bom humor. Luciano Pavarotti, grande tenor italiano, morreu em 2007.
- O aposto especificativo (grifado) rejeita vírgulas: O presidente Lula apoiou o pacote; Avenida São João; Rua Breves.

Ao interromper
Usa-se virgula em interrupções de frase, intercalações ou termos explicativos (grifados)
- Ela, muito surpresa, concordou com ele.
- A decisão do Senado, supõe-se, será uma glória.
- Aquele senador, um cadáver político, usará todos os recursos, até inimagináveis, para se salvar.

Com vocativo
Usa-se vírgula com vocativo. O vocativo é uma interpelação ou chamado da pessoa com quem se fala. Aparece no início, no meio ou no fim da frase, sempre separado por vírgulas, às vezes precedido de "ó" (grifados):
- Deus meu, por que me abandonaste?
- Vejo que está grudado à cadeira, senador, para vergonha nossa.
- "Ó Fulô, ó Fulô, / Vem me ajudar, ó Fulô / Vem abanar meu corpo / Que eu estou suada, Fulô!" (de Essa Nega Fulô, de Jorge de Lima.)

Com a conjunção E
A conjunção e raramente é antecedida de vírgula porque em geral une idéias; é necessária quando liga orações com sujeitos diferentes (grifados):
- Ela falou sem parar por muito tempo, e eles ficaram ouvindo desanimados. ?
- A loja distribuiu roupas, sapatos, jóias, e o resto?será doado a instituições de caridade.

De jornais:
- "Tenho rendimento tributável exclusivamente na fonte e minha mulher, renda do trabalho assalariado."
- "O jornal publicará a carta de protesto e a repórter incompetente que escreveu a reportagem com erros dará a última palavra."

Falta a vírgula antes do "e" nos dois casos. Deveria ser, portanto:

- "Tenho rendimento tributável exclusivamente na fonte, (vírgula) e minha mulher, renda do trabalho assalariado."
- "O jornal publicará a carta de protesto, (vírgula) e a repórter incompetente que escreveu a reportagem com erros dará a última palavra."

- A distância entre ser e estar
- O tabu da linguagem escolar
- Bumba, meu Boi!
- Canto primo

Fonte: Revista Língua Portuguesa - 11/2008 - Edição 37

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O curso Normal Superior.


O que era normal ficou superior?
Novas diretrizes acoplam a docência de séries iniciais e o preparo para cargos administrativos ao currículo do curso de pedagogia e prevêem assim o desaparecimento dos cursos normais superiores
Carolina Cassiano

Em 2005, o coordenador do curso de pedagogia das Faculdades Integradas de Botucatu passou nas classes explicando que o Ministério da Educação (MEC) estava prestes a aprovar novas diretrizes para o curso. Ana Carolina Vilas Boas ouviu as explicações, mas não entendeu bem o que aquilo significava. Aluna do primeiro ano, Ana resolveu reunir os colegas em torno de um movimento que pedia à direção da faculdade ajuda para obter mais esclarecimentos sobre o que seria do futuro profissional deles depois do currículo aprovado.

Com alunos de pedagogia e normal superior, a faculdade organizou leituras das novas diretrizes e discussões em grupo, para que os alunos pudessem entender as mudanças e participar da construção do novo currículo. Em maio de 2006, a faculdade avisou aos alunos que o MEC acabara de publicar a resolução número 1, que aprovava as novas diretrizes, cuja implantação nas instituições de ensino superior deve ser concluída até maio deste ano. "No começo, fiquei com medo de sermos prejudicados pelo novo currículo. Ainda bem que estudamos a fundo o tema, porque agora acho que a formação ficou mais completa. Estamos muito satisfeitos", diz Ana Carolina.

Se Ana está convicta de que as novas diretrizes são positivas, pelo Brasil afora, os milhares de alunos de pedagogia e do normal superior, que também se viram diretamente atingidos pelas novidades, estão cheios de dúvidas - e boa parte não sabe sequer do que se trata. Uma busca pelas comunidades temáticas do site de relacionamentos Orkut confirma esta tese. São dezenas de grupos sobre pedagogia e curso normal superior, todos eles com algum espaço em que as angústias sobre as novas diretrizes ficam patentes.

Ericah Piva é uma das estudantes que expôs na internet suas inquietações sobre o tema e pediu aos colegas informações sobre o futuro das carreiras. Em entrevista, Ericah se mostra ainda confusa. "Ouvi dizer que as matérias como filosofia, sociologia e história da educação serão eliminadas e que o gestor só será formado em nível de pós-graduação", diz a estudante da Faculdade Campos Salles, em São Paulo, que não teve acesso às diretrizes. As mudanças levantadas por Ericah não estão colocadas desta forma no novo documento, mas constituem algumas das boatarias geradas pelo novo currículo. Apesar dos temores, Ericah ouviu dizer que alunos do novo currículo teriam assegurado o direito de atuar em mais áreas da educação, já que o currículo seria mais amplo - o que, de fato, corresponde à verdade. Isso a vem fazendo cogitar a possibilidade de trancar a faculdade por um ano. "Acho que vou esperar o novo currículo entrar em vigor para fazer o último ano em 2008 e ter direito a dar aulas na educação infantil", avalia Ericah.

Entre as principais mudanças que o novo currículo traz, estão no cerne das discussões a formação em licenciatura em vez de bacharelado, a incorporação da docência para séries iniciais, a ampliação da carga horária do curso e o esvaziamento do Curso Normal Superior. As novidades surgiram não por acaso, mas após anos de debates envolvendo todo o setor acadêmico, instituições de ensino superior, profissionais da educação e até alunos de pedagogia que discutiram sobre o formato curricular do curso. Muitos especialistas dizem que as novidades são bem-vindas porque viriam "para corrigir algumas falhas da LDB", como crê Ana Cristina Canettieri, consultora em educação da Cadec Consultoria.

A polêmica sobre o tema está em pauta há décadas, mas ganhou mais fôlego desde a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996, cujo artigo 62 dizia que a formação docente para o ensino básico (de zero a dez anos) deveria ser feita em nível superior, por meio dos Institutos Superiores de Educação, no Curso Normal Superior. A partir daí, o cenário da formação docente virou de cabeça para baixo.

Histórico das mudanças
Até anos atrás, o professor das séries iniciais era formado no curso normal, no ensino médio e não superior. O Normal acabou e, em 1996, para garantir que estes docentes tivessem uma graduação específica para formá-los, a LDB criou o curso normal superior.

Desta forma, a lei estabelecia que não seria a pedagogia, mas sim o normal superior, a formar professores das séries iniciais. Isto seria feito por meio dos Institutos Superiores de Educação, que deveriam ser criados por todas as instituições de ensino superior que desejassem formar profissionais para esta função. O decreto que regulamentava essa medida como sendo obrigatória foi publicado em 1999 e gerou embates por cerca de um ano.

As universidades e centros universitários, que tinham autonomia para gerir seus cursos, não aceitavam criar o instituto. Em agosto de 2000, depois de muita pressão, foi publicado outro decreto, substituindo o termo "exclusivamente" por "preferencialmente" - o que permitia que a formação de professores de séries iniciais não precisaria ser feita unicamente nos institutos. As instituições com autonomia criaram habilitações em pedagogia para formar professores para as séries iniciais e, assim, não tiveram que criar outro curso para atender a esta demanda.

Outras 1.700 instituições sem autonomia, as faculdades, deveriam investir nos institutos e no Normal Superior se quisessem formar professores de séries iniciais. Já a pedagogia ficou direcionada não àqueles que queriam ser professores das séries iniciais (infantil e 1ª à 4ª), mas sim para quem queria dar aulas de 5a a 8a série, ser um teórico da educação ou assumir um cargo de gestão (administrador, inspetor, supervisor, diretor ou orientador pedagógico). "O curso de pedagogia ficou associado a uma profissão não docente. Quando a sociedade percebeu que a pedagogia não formava mais professores do ensino básico, se assustou", diz Ana Cristina.

Enquanto as escolas se adaptavam à legislação, também debatiam, nos fóruns e seminários, sobre as alterações curriculares desejáveis para a pedagogia. A mudança veio em 5 de dezembro de 2005, com as novas diretrizes, ainda em caráter extra-oficial. "A partir desse momento, as instituições sem autonomia teriam novamente que adequar sua estrutura administrativa e pedagógica. Isso gera um prejuízo grande para as faculdades", diz Ana Cristina.

O vai-e-vem de legislações faz a escola investir em novos professores, em estrutura física, em equipamentos, em divulgação das novidades e ter, dessa forma, gastos significativos. Nas Faculdades Integradas de Botucatu, o investimento em torno do Instituto Superior de Educação e do normal superior foi de cerca de R$ 300 mil. Hoje o Instituto ainda existe, mas perdeu a função inicial, já que o normal superior não é mais oferecido na instituição. "São recursos que não voltam mesmo e a instituição perde em estabilidade", diz Cecília de Anderline, diretora da mantenedora da faculdade.

Pontos centrais
Acrescentar a formação de professores das séries iniciais no novo curso amplia o preparo do docente, mas também torna a sua formação mais generalista. Isso porque as novas diretrizes concentram toda a atuação do educador, seja de docente, de gestor escolar, de educador para atuar em espaços não-escolares (empresas, ongs ou outras entidades), teórico da educação ou outras aplicações. As entidades que há anos vêm propondo mudanças comemoram. "A LDB havia criado uma cisão na área. Os antigos institutos, que são espaços de menor exigência do ponto de vista acadêmico, eram compostos por menos docentes com tempo integral ou titulares. Formar um pedagogo para diversas funções é uma luta histórica", diz Helena Lopes de Freitas, presidente da Associação Nacional de Formação de Professores (Anfop).
Com essa medida, o curso normal superior passa a não fazer mais sentido, uma vez que terá que se adaptar às exigências curriculares do curso de pedagogia. Não houve nenhum decreto que determinasse o fim do normal superior, mas, agora, a tendência é que nenhum aluno escolha este curso, que habilita apenas para a educação das séries iniciais, enquanto a pedagogia assegura também a formação para cargos de gestão, ensino fundamental e médio. Para sobreviver ao mercado, as instituições de ensino, amparadas pelas diretrizes, migrarão seus currículos de normal superior para pedagogia - o que, na prática, trará a extinção do curso.

Há instituições de ensino que lamentam essa visão por acreditar que a formação para os professores de séries iniciais requer um trabalho específico. "Todos os países do mundo têm dois níveis de formação no âmbito da educação, uma voltada para a gestão e pesquisa e outra profissionalizante, que responde às demandas do mercado. É uma perda para o Brasil", defende Gisela Wajskop, diretora do Instituto Singularidades, que ministra o curso normal superior.
A professora Eunice Durham, ex-conselheira do Conselho Nacional de Educação e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa sobre Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (Nupes/USP), também é bastante crítica da medida que enfraquece o normal superior. Segundo a acadêmica, seria necessário avaliar cuidadosamente os resultados do curso nos últimos anos antes de pôr em prática qualquer medida que o desmereça. "Destrói-se toda uma nova experiência que estava dando certo e se multiplicando no país, sem sequer uma avaliação dos seus resultados. É um 'golpe' porque passa por cima da legislação, pretendendo que uma mera portaria invalide determinações explícitas da lei maior da educação brasileira, a LDB", diz.

Por trás deste impasse, pulsa uma discussão polarizada da função do pedagogo, representada pela visão da USP e pela Universidade de Campinas (Unicamp). Em linhas gerais, enquanto a USP vê no pedagogo um teórico, um cientista da educação, que deve se debruçar sobre as questões macro deste segmento social, a Unicamp enxerga a pedagogia como o espaço para a ampla atuação docente. Isto faz com que a USP tenha visto com ressalvas alguns aspectos das diretrizes de pedagogia, que hoje fazem com que esta formação seja uma licenciatura, e não um bacharelado, como antes ocorria. "A formação como uma licenciatura cria um constrangimento para nós, porque a pedagogia é uma formação mais ampla, é o espaço do pesquisador, do acadêmico da educação também", diz Sonia Penin, diretora da Faculdade de Educação da USP. Embora diga ser entusiasta de mudanças curriculares, porque "a formação deve se aprimorar para acompanhar os novos tempos, as novas demandas", Sonia acredita que essas diretrizes "não contemplaram os entendimentos necessários para a formação do pedagogo".

A Unicamp, no entanto, acredita que a formação em licenciatura não impedirá que o docente se dedique à pesquisa. "O professor pode e deve produzir conhecimento. A carreira do acadêmico não é desvalorizada pelo fato de o currículo estar focado na docência", diz Angela Soligo, coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp. E acrescenta: "Em vez de ficar brigando por manter a divisão, com medo de o pesquisador perder a importância, vamos brigar para valorizar a licenciatura plena, a docência", diz.

A carga horária também mudou com o novo currículo. As antigas diretrizes determinavam 2.800 horas, 1.800 delas teóricas e 1.000 práticas. Agora, a resolução impõe 2.800 horas teóricas, 300 de estágio e outras 100 dedicadas a outras práticas enriquecedoras do currículo - o que totaliza 3.200 horas. O currículo obriga instituições de ensino a reprogramar sua grade curricular para quatro anos. "Infelizmente, tem gente resistindo e querendo fazer o curso em menos tempo. Não é possível fazer este curso em menos de quatro anos porque ele é muito denso", diz Sonia Carvalho Salles, coordenadora do curso de pedagogia da Universidade de Brasília (UnB).

Outra questão avaliada pelos especialistas diz respeito ao acesso ao mercado de trabalho destes profissionais de educação formados em pedagogia ou normal superior. "Os pedagogos reclamavam da falta de formação para a docência, cobravam esta habilitação", diz Adelson Cavalcanti de Queiroz, vice-presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem). Antes, um professor das séries iniciais deveria ser formado em normal superior e só poderia tornar-se um coordenador, supervisor ou diretor se fizesse um novo curso de graduação em pedagogia ou uma pós-graduação em gestão escolar.

Desta forma, o professor não podia ascender na carreira e virar um gestor. Do mesmo modo, um gestor também não poderia ser professor sem uma habilitação especial. O MEC comemora esta correção. "É sabido que o melhor orientador, supervisor ou diretor é aquele que já foi professor e que teve experiência em sala de aula. As novas diretrizes corrigem isso porque fazem do professor um possível gestor. Mais amplo, o currículo contribui para a gestão democrática das escolas", diz André Lázaro, secretário-executivo adjunto do MEC.

Em termos de contratações, o impacto não deve ser grande, dizem os especialistas. "Acho que os mercados não vão preterir um currículo em favor de outro. O que importa é que o pedagogo se mantenha estudando e mostre o valor que tem seu conhecimento aprofundado nas ciências da educação e na visão panorâmica do projeto pedagógico e da escola", diz Maria Inês Marcondes, professora da pós-graduação da Faculdade de Educação da PUC-Rio. O único possível ponto de conflito são os concursos públicos, que podem exigir algum dos currículos, especificamente. "Isto pode gerar alguma confusão e fazer alguns pedagogos entrarem com ações judiciais", avalia Helena, da Anfop.

Impacto na formação
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) mostra que a maioria dos jovens de 15 anos, portanto que deveriam ter terminado a 8a série, é analfabeta funcional, ou seja, incapaz de ler e entender, por exemplo, textos de livros didáticos. O Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb/MEC), hoje substituído pelo Prova Brasil, colheu, anos atrás, resultados que endossam esse quadro. Em 2001, o Saeb avaliou 300 mil alunos das séries terminais (4a e 8a do fundamental e 3a do ensino médio) em leitura e matemática. Obteve como resposta apenas 4,9% de notas consideradas adequadas. Estavam em situação crítica ou muito crítica 58,3% dos alunos brasileiros.

Segundo os especialistas, esta deficiência acompanha os alunos pelos anos escolares; as defasagens apenas se acumulam. "Uma das causas da evasão das universidades é que o aluno é mal alfabetizado e não consegue acompanhar a universidade. É um problema de ensino, não de aprendizagem", diz Ana Cristina, consultora.

Ela ainda questiona:"A reforma curricular mudará o fato de crianças, jovens e adultos, com passado escolar, não compreenderem o mundo?" Para alguns estudiosos, a formação mais ampla do educador sugerida pelo novo currículo pode contribuir, em alguma medida, para a melhora do ensino. "Acredito que é possível que o cenário da educação infantil mude com uma formação mais sólida do professor", diz Angela Soligo, da Unicamp. "Um currículo melhor é o primeiro passo", diz Wania Maria Madeira da Fonseca, presidente da Associação Universitária de Pedagogos do Brasil.

Outros acreditam que o impacto do currículo de pedagogia no quadro drástico da educação brasileira é mínimo, porque a qualidade do trabalho do professor dependeria de outros fatores que não apenas a sua formação inicial. "O desempenho do profissional também está ligado às condições de trabalho que ele tem", analisa Helena, da Anfop. "A influência do currículo neste cenário caótico é ínfima. Isso depende sim da valorização do profissional, da priorização da educação básica", diz Lourdes Hawatt, coordenadora do curso de pedagogia da Faculdade Martha Falcão, de Manaus, que já está trabalhando com o novo currículo desde o segundo semestre do ano passado.

Perspectiva legal
Depois de tantas mudanças, a expectativa dos especialistas da área é que não haja novas reformas. "O Brasil é carente de continuidade de projetos e de avaliações. Esperamos que agora a educação possa firmar suas bases nessas diretrizes sem ser surpreendida por novas alterações", analisa Ana Cristina, da Cadec. "As diretrizes não vão resolver o problema da educação e da falta de qualidade dos cursos oferecidos por muitas instituições de ensino. De todo modo, é um começo, é um norte", diz Angela Soligo, da Unicamp. Caso não haja muitas outras variáveis, daqui a dez anos o país poderá começar a enxergar os resultados agora plantados.


- A libélula e a tartaruga
- Tão longe, tão perto
- Vilã ou aliada?
- As grandes emoções dos pequenos

Fonte: REVISTA EDUCAÇÃO - 01/2007 - EDIÇÃO 117

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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O que é Cultura?


Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identifica uma sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.

Principais conceitos

Na sua primeira acepção, cultura é um termo que vem do alemão e que é oriundo de palavras como "folk" e "kulture" que quer dizer povo(agricultura)
Voltaire, um dos poucos pensadores franceses do século XVIII partidários de um concepção relativista da história humana.

Diversos sentidos da palavra variam consoante a aplicação em determinado ramo do conhecimento humano.

  • Ciências sociais - (latu sensu) é o aspecto da vida social que se relaciona com a produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc., bem como à sua perpetuação pela transmissão de uma geração à outra.
  • Sociologia - o conceito de cultura tem um sentido diferente do senso comum. Sintetizando simboliza tudo o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo que pertença. Na sociologia não existem culturas superiores, nem culturas inferiores pois a cultura é relativa, designando-se em sociologia por relativismo cultural, isto é, a cultura do Brasil não é igual à cultura portuguesa, por exemplo: diferem na maneira de se vestirem, na maneira de agirem, têm crenças, valores e normas diferentes... isto é, têm padrões culturais distintos.
  • Filosofia - cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural. Por seu turno, em biologia uma cultura é normalmente uma criação especial de organismos (em geral microscópicos) para fins determinados (por exemplo: estudo de modos de vida bacterianos, estudos microecológicos, etc.). No dia-a-dia das sociedades civilizadas (especialmente a sociedade ocidental) e no vulgo costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de vida reconhecidas como melhores, superiores, ou seja, erudição; este sentido normalmente se associa ao que é também descrito como “alta cultura”, e é empregado apenas no singular (não existem culturas, apenas uma cultura ideal, à qual os homens indistintamente devem se enquadrar). Dentro do contexto da filosofia, a cultura é um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos. Cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros. A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. Cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos.
  • Antropologia - esta ciência entende a cultura como o totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Tylor, sob a etnologia (ciência relativa especificamente do estudo da cultura) a cultura seria “o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Portanto corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.

O uso de abstração é uma característica do que é cultura: os elementos culturais só existem na mente das pessoas, em seus símbolos tais como padrões artísticos e mitos. Entretanto fala-se também em cultura material (por analogia a cultura simbólica) quando do estudo de produtos culturais concretos (obras de arte, escritos, ferramentas, etc.). Essa forma de cultura (material) é preservada no tempo com mais facilidade, uma vez que a cultura simbólica é extremamente frágil.

A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível evolução biológica. O homem não precisou, por exemplo, desenvolver longa pelagem e grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais frios – ele simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de habitações. A evolução cultural é mais rápida do que a biológica. No entanto, ao rejeitar a evolução biológica, o homem torna-se dependente da cultura, pois esta age em substituição a elementos que constituiriam o ser humano; a falta de um destes elementos (por exemplo, a supressão de um aspecto da cultura) causaria o mesmo efeito de uma amputação ou defeito físico, talvez ainda pior.

Além disso a cultura é também um mecanismo cumulativo. As modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, de modo que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados à sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações.

Um exemplo de vantagem obtida através da cultura é o desenvolvimento do cultivo do solo, a agricultura. Com ela o homem pôde ter maior controle sobre o fornecimento de alimentos, minimizando os efeitos de escassez de caça ou coleta. Também pôde abandonar o nomadismo; daí a fixação em aldeamentos, cidades e estados.

A agricultura também permitiu o crescimento populacional de maneira acentuada, que gerou novo problema: produzir alimento para uma população maior. Desenvolvimentos técnicos – facilitados pelo maior número de mentes pensantes – permitem que essa dificuldade seja superada, mas por sua vez induzem a um novo aumento da população; o aumento populacional é assim causa e conseqüência do avanço cultural.

Cultura e identidade

Ver artigo principal: Identidade cultural

Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano.

Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente existia. Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até ao plano individual.

Evolução Biológica Cultural

Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em grandes velocidades variadas nas diferentes sociedades.

Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.

A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis. A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito.

O ambiente exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.

Percepção e etnocentrismo

O ser humano comum, imerso em sua própria cultura, tende a encarar seus padrões culturais como os mais racionais e mais ajustados a uma boa vida. Quando muito, percebe algo que é inadequado e que “poderia ser de outra forma.” O que permite uma percepção cultural mais intensa é o contato com outras culturas.

Mas, uma vez que se dá este contato, a tendência natural é rejeitar a outra cultura como inferior, como inatural. É o chamado etnocentrismo, uma barreira que, a despeito de prejudicar o entendimento e relação com outras culturas, serve justamente para preservar a identidade de uma cultura frente à possível difusão de preceitos de outras culturas.

Os estudiosos da cultura utilizam o chamado relativismo cultural contra o etnocentrismo: consideram cada aspecto cultural em relação à cultura estudada, e não em relação à sua própria cultura, enquanto sujeitos formados dentro de outro sistema de valores.

Cultura em animais

É possível, na opinião de alguns cientistas, identificar uma “espécie de cultura” em alguns animais superiores, especialmente mamíferos (e dentro destes, especialmente primatas). Toda esta “espécie de cultura” é muito diferente da que se identifica na espécie humana. Sendo ainda muito inferior à humana, é unicamente física, não englobando qualquer sinal comprovativo de aplicação racional, mas do entendimento. Enquanto os animais inferiores utilizam-se de adaptações físicas e biológicas para resistir aos perigos do meio (por exemplo, reprodução exagerada para manter a espécie - contorna as facilidades na extinção de indivíduos), grupos como os primatas utilizam-se do comportamento adaptável para sobreviver. Os primatas possuem como características fundamentadoras destas opiniões: o uso de instrumentos toscos (para quebrar cascas de alimentos, para se defender), a transmissão para os filhotes de conhecimento.

Ver também

Wikiquote
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Cultura.

Ligações externas


Veja abaixo algúns vídeos sobre o que é cultura?

Curso: Complementação de Estudos
Disciplina: Princípios e Métodos de Ensino de Cultura Religiosa

De:
graduacaounitins O que é Cultura


De: camilaeiro25
Cultura e Sociedade - unama


De: nickolasxavier
Cultura e Comportamento Organizacional & Capital Intelectual

Vídeo produzido para a disciplina de Endomarketing - ministrada pelo professor Tio Flávio - Turma 21 do curso de pós-graduação em Marketing e Comunicação do UNI-BH.
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Paulo Freire - Pedagogía

De: enavideo


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O que é inclusão?


O que é inclusão?

Adiron
14/07/2004

Entenda as bases da inclusão social e escolar e evite confusões em matéria de inclusão de pessoas com deficiência

Incluir
do Lat. includere
verbo transitivo direto
compreender, abranger;
conter em si, envolver, implicar;
inserir, intercalar, introduzir, fazer parte, figurar entre outros;
pertencer juntamente com outros

No bom e velho "Aurélio" , o verbo incluir apresenta vários significados, todos eles com o sentido de algo ou alguém inserido entre outras coisas ou pessoas. Em nenhum momento essa definição pressupõe que o ser incluído precisa ser igual ou semelhante aos demais aos quais se agregou.

Quando falamos de uma sociedade inclusiva, pensamos naquela que valoriza a diversidade humana e fortalece a aceitação das diferenças individuais. É dentro dela que aprendemos a conviver, contribuir e construir juntos um mundo de oportunidades reais (não obrigatoriamente iguais) para todos.

Isso implica numa sociedade onde cada um é responsável pela qualidade de vida do outro, mesmo quando esse outro é muito diferente de nós.

Inclusão ou integração?

Semanticamente incluir e integrar têm significados muito parecidos, o que faz com que muitas pessoas utilizem esses verbos indistintamente. No entanto, nos movimentos sociais inclusão e integração representam filosofias totalmente diferentes, ainda que tenham objetivos aparentemente iguais, ou seja, a inserção de pessoas com deficiência na sociedade.

Os mal-entendidos sobre o tema começam justamente aí. As pessoas usam o termo inclusão quando, na verdade, estão pensando em integração.

Quais são as principais diferenças entre inclusão e integração? O conteúdo das definições do quadro abaixo é de autoria de Claudia Werneck, extraído do primeiro volume do Manual do Mídia Legal:

Inclusão: a inserção é total e incondicional (crianças com deficiência não precisam "se preparar" para ir à escola regular)
Integração: a inserção é parcial e condicional (crianças "se preparam" emescolas ou classes especiais para estar em escolas ou classes regulares)

Inclusão: exige rupturas nos sistemas
Integração: Pede concessões aos sistemas

Inclusão: mudanças que beneficiam toda e qualquer pessoa (não se sabe quem "ganha" mais; TODAS ganham);
Integração: Mudanças visando prioritariamente a pessoas com deficiência (consolida a idéia de que elas "ganham" mais)

Inclusão: exige transformações profundas
Integração: contenta-se com transformações superficiais

Inclusão: sociedade se adapta para atender às necessidades das pessoas com deficiência e, com isso, se torna mais atenta às necessidades de TODOS
Integração: pessoas com deficiência se adaptam às necessidades dos modelos que já existem na sociedade, que faz apenas ajustes

Inclusão: defende o direito de TODAS as pessoas, com e sem deficiência
Integração: Defende o direito de pessoas com deficiência

Inclusão: traz para dentro dos sistemas os grupos de "excluídos" e, paralelamente, transforma esses sistemas para que se tornem de qualidade para TODOS
Integração: Insere nos sistemas os grupos de "excluídos que provarem estar aptos" (sob este aspecto, as cotas podem ser questionadas como promotoras da inclusão)

Inclusão: o adjetivo inclusivo é usado quando se busca qualidade para TODAS as pessoas com e sem deficiência (escola inclusiva, trabalho inclusivo, lazer inclusivo etc)
Integração: O adjetivo integrador é usado quando se busca qualidade nas estruturas que atendem apenas as pessoas com deficiência consideradas aptas (escola integradora, empresa integradora etc)

Inclusão: valoriza a individualidade de pessoas com deficiência (pessoas com deficiência podem ou não ser bons funcionários; podem ou não ser carinhosos etc);
Integração: Como reflexo de um pensamento integrador podemos citar a tendência a tratar pessoas com deficiência como um bloco homogêneo (exemplos: surdos se concentram melhor; cegos são excelentes massagistas)

Inclusão: Não quer disfarçar as limitações, porque elas são reais
Integração: Tende a disfarçar as limitações para aumentar a possibilidade de inserção

Inclusão: Não se caracteriza apenas pela presença de pessoas com e sem deficiência em um mesmo ambiente
Integração: A presença de pessoas com e sem deficiência no mesmo ambiente tende a ser suficiente para o uso do adjetivo integrador


A escola e a inclusão

Os objetivos tradicionais na educação de pessoas com necessidades educativas específicas, ainda se orientam por conseguir alcançar comportamentos sociais controlados, quando deveriam ter como objetivo que essas pessoas adquirissem cultura suficiente para que pudessem conduzir sua própria vida. Ainda vivemos em um modelo assistencial e dependente quando a meta da inclusão é o modelo competencial e autônomo.

O pensamento pedagógico dos profissionais, é que "as crianças com necessidades educativas específicas são os únicos responsáveis (culpados) por seus problemas de aprendizagem (às vezes esse sentimento se estende aos pais), mas raras vezes questionam o sistema escolar e a sociedade... o fracasso na aprendizagem deve-se às próprias crianças com deficiência e não ao sistema, pensa-se que são eles e não a escola quem tem que mudar."*

É um modelo baseado no déficit, que destaca mais o que a criança não sabe fazer do que aquilo que ela pode realmente fazer. Assim, esse modelo se centra na necessidade do especialista, e se busca um modo terapêutico de intervir, como se a resolução dos problemas da diversidade estivesse sujeita à formação de especialistas que se fazem profissionais da deficiência.

Essa escola seletiva valoriza mais a capacidade dos que os processos; os agrupamentos homogêneos do que os heterogêneos; a competitividade do que a cooperação; o individualismo do que a aprendizagem solidária; os modelos fechados, rígidos e inflexíveis do que os projetos educativos abertos, compreensivos e transformadores; apóia-se em desenvolver habilidades e destrezas e não conteúdos culturais e vivenciais como instrumentos para adquirir e desenvolver estratégias que lhes permitam resolver os problemas da vida cotidiana.

Essa postura é um problema ideológico, por que o que se esconde atrás dessa atitude é a não-aceitação da diversidade como valor humano e a perpetuação das diferenças entre os alunos, ressaltando que essas diferenças são insuperáveis.

A escola inclusiva é aquela onde o modelo educativo subverte essa lógica e pretende, em primeiro lugar, estabelecer ligações cognitivas entre os alunos e o currículo, para que adquiram e desenvolvam estratégias que lhes permitam resolver problemas da vida cotidiana e que lhes preparem para aproveitar as oportunidades que a vida lhes ofereça. Às vezes, essas oportunidades lhes serão dadas mas, na maioria das vezes, terão que ser construídas e, nessa construção, as pessoas com deficiência têm que participar ativamente.

Esta incompreensão da cultura da diversidade implica em que os profissionais pensem que os processos de integração estavam destinados a melhorar a "educação especial" e não a educação em geral. Encontramo-nos em um momento de crise, por que os velhos parâmetros estão agonizando e os novos ainda não terminaram de emergir. Penso que a cultura da diversidade está colocando contra a parede o fim de uma época (o ocaso da modernidade?) educativa.

A cultura da diversidade vai nos permitir construir uma escola de qualidade, uma didática de qualidade e profissionais de qualidade. Todos teremos de aprender a "ensinar a aprender". A cultura da diversidade é um processo de aprendizagem permanente, onde TODOS devemos aprender a compartilhar novos significados e novos comportamentos de relações entre as pessoas. A cultura da diversidade é uma nova maneira de educar que parte do respeito à diversidade como valor.


*Melero, Miguel Lopez - Diversidade e Cultura: uma escola sem exclusões. Universidade de Málaga. Espanha.2002

Fonte: http://www.fraterbrasil.org.br/o%20que%20e%20inclusao.htm

Vídeo feito por Maria Paula V. Lima para trabalho escolar sobre inclusão social.
De: wuups
Inclusão Social - Todos nós temos defeitos.


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EMBARGO (em.bar.go). Palavra do Dia.


Palavra do Dia:

EMBARGO

Em visita recente ao Vaticano, o presidente Lula disse que gostaria que o presidente eleito dos EUA acabasse com o embargo que aquele país impõe a Cuba já há várias décadas.

A palavra “embargo” originou-se do verbo “embargar”, que veio do latim ‘imbarricare.’. O termo designa qualquer coisa que represente um obstáculo, empecilho. Na política e no comercio internacional, entende –se “embargo” como a proibição do comércio e da comercialização com um determinado país, a fim de se criar uma situação desconfortável para seu governo.

>> Definição do “iDicionário Aulete”:

EMBARGO (em.bar.go)

Substantivo masculino.

1 Qualquer coisa que represente um obstáculo; EMPECILHO; IMPEDIMENTO. [ + a: embargo à presença de menores.]

2 Jur. Instituto jurídico que trata de impedir a conquista de algum direito

3 Jur. Ver arresto

[Formação: Dev. de embargar. Hom./Par.: embargo (fl. de embargar)]

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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

ETIQUETA (e.ti.que.ta). Palavra do Dia.

Palavra do Dia:

ETIQUETA

A partir 2009, os veículos incluídos no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular sairão de fábrica com uma etiqueta indicando o consumo de combustível, o que oferece ao consumidor mais um critério de avaliação antes de comprar um novo veículo.

A palavra “etiqueta” originou-se no francês, ‘étiquette’, e, no sentido do texto acima, designa um adesivo, rótulo etc.. que dê informações sobre determinado produto. A palavra também designa o conjunto de regras e normas de comportamento e conduta em solenidades ou festas oficiais que tenham a participação de pessoas importantes na sociedade.

>> Definição do “iDicionário Aulete”.

ETIQUETA (e.ti.que.ta)

Substantivo feminino.

1 Conjunto de regras, de normas de conduta, que devem ser observadas na corte real ou em solenidades e festas oficiais de que participam altas autoridades.

2 Conjunto de normas de conduta us. no trato entre particulares, esp. em ocasiões formais.

3 Marca ou condição de produto feito ou vendido por fabricante ou lojista de prestígio (roupas de etiqueta)

4 Marca, rótulo, adesivo etc. que identificam ou têm informações sobre os produtos que os contém: Etiqueta de roupa, livro, bagagem, prazo de validade etc.

5 Produto que, fabricado ou vendido por fabricante ou lojista, tem fama ou prestígio: Usava um vestido de etiqueta.

[Formação: Do fr. étiquette.]

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Putin, Olavo e o “Império do Fim” por Daniel Lopez

Ouça este conteúdo Temos a tendência de acreditar que a guerra é sempre algo a ser evitado. Mas, e se existisse um grupo que conquistasse fo...