domingo, 31 de dezembro de 2023

Escola de Frankfurt - Origem, Filósofos e Teorias


Escola de Frankfurt

“Mr. Gorbachev, open this gate. Mr. Gorbachev, tear down this wall”. Com essas palavras, o presidente americano Ronald Reagan pedia a demolição do Muro de Berlim. Em 1989, o muro caiu. O capitalismo e os valores do Ocidente pareceram vitoriosos sobre o socialismo. Mas outra realidade é percebida ao estudar o que foi os trabalhos da Escola de Frankfurt, especialmente sobre a indústria cultural.

O que você vai encontrar neste artigo?

  1. O que foi a Escola de Frankfurt?
  2. Contexto histórico da Escola de Frankfurt
  3. A origem da Escola de Frankfurt
  4. Objetivo da Escola de Frankfurt
  5. A influência do marxismo cultural
  6. A função da teoria crítica da Escola de Frankfurt
  7. A indústria cultural da Escola de Frankfurt
  8. Resumo das principais características da Escola de Frankfurt
  9. Principais pensadores da Escola de Frankfurt
  10. A destruição da família
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O que foi a Escola de Frankfurt?

A escola de Frankfurt foi uma das escolas de pensamento mais importantes para a cultura ocidental do século XX adiante, afirma o professor de filosofia Guilherme Freire. Ela surgiu sob o nome de Instituto de Pesquisas Sociais na Universidade de Frankfurt, Alemanha. Desde o princípio, foi criada com a finalidade de destruir a cultura ocidental, atacando o capitalismo, a dimensão religiosa da vida e a tradição clássica.

marxismo original foi adaptado para que influenciasse o Ocidente e mudasse a cultura por meio das ideias e da linguagem, alterando os hábitos das pessoas.

Os principais pensadores da Escola de Frankfurt eram filósofos ou sociólogos marxistas, como:

  • Max Horkheimer;
  • Friedrich Pollock;
  • Theodor Adorno;
  • Herbert Marcuse;
  • Erich Fromm;
  • Jurgen Habermas;
  • Wilhelm Reich.

As ideias desses teóricos permanecem vivas nos dias de hoje, sobretudo nas universidades e nas grandes mídias de comunicação. A partir do ensino acadêmico e da formação de novos profissionais, as ideias frankfurtianas permeiam a cultura.

Estes pensadores desenvolveram o Marxismo Cultural, uma vertente já existente das ideias de Marx.

Contexto histórico da Escola de Frankfurt

A Escola de Frankfurt está inserida no contexto histórico do século XX. Apesar das duas guerras mundiais, os trabalhadores não se uniram contra seus patrões como Marx previa. Além disso, devido à Revolução Russa, as discussões sobre a implementação de regimes socialistas se fortaleciam.

A queda do Muro de Berlim não significou o fim das ideias socialistas. Ao contrário, seu aparente fim serviu para estas ideias fortalecerem-se no Ocidente. Não há dúvidas de que os Estados Unidos venceram militarmente, mas a verdade é que o povo americano entregou sua cultura ao inimigo.

Todavia, antes de entender o que foi a Escola de Frankfurt, é preciso retomar o socialismo tal qual Marx o concebeu, um aspecto da filosofia de Hegel e as principais características da cultura ocidental.

O socialismo de Karl Marx

Karl Marx defendeu que a sociedade era injusta por explorar o trabalhador. Para vencer essa injustiça, acreditou que a solução estava no método revolucionário. Ele esperava que a classe trabalhadora tomasse o governo à força, com violência, e implantasse a ditadura do proletariado.

Marx descreveu uma ditadura necessária e provisória, que controlaria os meios de produção, até então em posse dos burgueses, a fim de acabar com as desigualdades.

Quando tudo estivesse sob o controle do proletariado, sua ideia era que a sociedade não precisaria mais de governo. Também não haveria mais classes sociais. Este seria o estágio do comunismo.

Em O Manifesto do Partido Comunista, Marx convocou o proletariado a se unir, porque imaginava que os trabalhadores dos vários países europeus lutariam juntos contra o capitalismo.

Ele acreditou que o capitalismo seria o próprio responsável por seu próprio fim e que os operários uniriam forças em uma grande revolução. Nada disso aconteceu e, após as guerras, o capitalismo assumiu outras formas e saiu fortalecido.

Com a Primeira Guerra Mundial, os proletários do mundo não se uniram contra seus patrões, mas sim uns contra os outros.

A crise do marxismo levantou uma questão:

Quem alienou os trabalhadores?

Segundo Marx, alienado é aquele que abdicou de seus direitos de classe e os outorgou a outrem. É a situação de quem não luta por si mesmo, mas pelos outros.

A civilização ocidental foi culpada.

Tese e antítese em Hegel

O princípio da filosofia hegeliana é que o mal possui uma força criativa. Cada vez que ideias são confrontadas, isto é, teses contra antíteses, surge uma síntese superior, melhorada.

Hegel acreditava que não existe uma verdade absoluta, pronta e objetiva. Sempre haverá embate entre ideias, e uma nova e melhor surgirá como resultado.

Consequentemente, o mundo sempre estará mudando em sua forma de pensar, contanto que as ideias sejam combatidas por opostos, a fim de que surjam novas ideias, as sínteses. Todavia, elas não permanecerão assim, pois aparecerão outras ideias contrariando-as e assim por diante…

A cultura ocidental

O Ocidente é sustentado pelo encontro de Jerusalém, Atenas e Roma. A ética judaico-cristã, a filosofia grega clássica e o pensamento jurídico romano formaram uma única identidade.

Em suma, a cultura ocidental reconhece uma moralidade objetiva, a relação do homem com Deus, sua essência e seus direitos naturais.

Mas é suficiente ler alguns autores explicando o que foi a Escola de Frankfurt para perceber que o pensamento que dela surgiu contraria tudo isso.

A origem da Escola de Frankfurt

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Antonio Gramsci vira, na União Soviética, os limites da teoria marxista. Foi quando entendeu que era preciso mudar a cultura para implantar nas pessoas a mentalidade socialista. A ele deve-se o marxismo cultural.

Entretanto, restava ainda a necessidade de estudar como implantar o marxismo na mentalidade das pessoas.

Em 1923, Felix Weil, filántropo e acadêmico alemão de origem argentina, fundou o Instituto de Pesquisa Social na Universidade de Frankfurt. Fundou-o conjuntamente com  Georg Lukács, um filósofo marxista.

A função do Instituto era estudar a civilização ocidental para entender como destruí-la. Efetivamente, sua fundação ocorreu em 22 de junho de 1924, colocando em prática o que no ano anterior eram apenas ideias.

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Seis anos mais tarde, em 1930, outro teórico marxista assumiu o cargo de diretor da Escola de Frankfurt, Max Horkheimer, do qual ainda falaremos.

Em 13 de março de 1933, o Instituto frankfurtiano foi fechado pelo governo prussiano, na ausência de seus diretores Max Horkheimer e Friedrich Pollock. Alguns meses mais tarde, o edifício foi expropriado e cedido para a utilização da Liga Estudantil Nacional-Socialista.

  • Leia também sobre os projetos de comunismo mundial da Internacional Comunista. Até o Brasil estava em seus projetos.

Já na década de 40, durante a Segunda Guerra Mundial, muitos integrantes judeus da Escola de Frankfurt transferiram-se para Genebra (Suíça), Paris (França) e Nova Iorque (EUA). A mudança compulsória que sofreram foi ocasião para a difusão de suas ideias em outros países.

Objetivo da Escola de Frankfurt

Tratando-se de uma escola de análise e pensamento filosófico, o objetivo da Escola de Frankfurt foi destruir a cultura ocidental a partir de uma ótica marxista.

Fundamentalmente, os pensadores de Frankfurt, desenvolveram dois importantes conceitos:

  • Teoria crítica;
  • Indústria cultural.

Ambos os conceitos precedentes envolvem ideias filosóficas com finalidades sociais, isto é, ideias pensadas para serem aplicadas na sociedade.

  • Entenda como a sociedade pode ser manipulada por meio das estratégias da Janela de Overton.

A influência do marxismo cultural

Os principais pensadores da escola de Frankfurt reconheceram que a teoria marxista tradicional não podia explicar o desenvolvimento das novas sociedades capitalistas, nem impedi-las.

Por considerarem os seguidores de Marx apenas repetidores de ideias, buscaram ir além da defesa do partido e do comunismo.

Somou-se a isso a percepção que tiveram: a revolução não iria atingir o sucesso pleno e mundial que Marx descrevera. Ao menos, não conseguiria pela violência, se fosse causada por guerrilhas ou por governos ditatoriais.

O marxismo original foi complementado com a psicanálise freudiana, a filosofia existencialista e a filosofia da linguagem.

A própria ideia positivista foi desacreditada. De acordo com os positivistas, o avanço moral da sociedade caminharia lado a lado com o avanço da ciência e da escolarização. Apesar disso, o aumento das tecnologias, do conhecimento e da educação não foi capaz de impedir as guerras.

Era preciso mudar o foco.

Antonio Gramsci

Gramsci foi o pioneiro na compreensão de que era necessário destruir a cultura ocidental em vez de tomar o governo pelas armas. Sua ideia era dominar a cultura sem que a estratégia fosse descoberta.

A mudança cultural deveria ter aparência de luta pela dignidade e liberdade do homem. Ele defendeu que o início da nova sociedade só aconteceria mediante a mudança interior das pessoas.

Gramsci e a Escola de Frankfurt descobriram que a cultura é, de alguma forma, uma religião exteriorizada.

Consequentemente, o marxismo cultural não envolve a luta armada, mas sim a posse da cultura, de forma que as pessoas passem a enxergar o mundo de forma dividida, como se a história fosse apenas formada por opressores e oprimidos.

Mas como levar as pessoas a abandonar a herança tradicional que haviam recebido?

A função da teoria crítica da Escola de Frankfurt

Os estudos filosóficos da Escola de Frankfurt ficaram conhecidos como teoria crítica, opondo-se à teoria tradicional. A tradicional foi criada para ser neutra, a crítica para destruir a realidade e reconstruí-la segundo a ideologia marxista.

Tradicionalmente, estudavam-se os conceitos e apenas depois de entender a realidade de forma objetiva e verdadeira, analisava-se quais ações eram necessárias para gerar alguma mudança.

A teoria crítica, ao contrário, critica o máximo possível as condições sociopolíticas e econômicas, focando não a análise da realidade, mas a crítica em primeiro lugar. Na dialética hegeliana, a crítica recebeu ainda mais força.

O importante é criticar o máximo possível, desconstruir, rejeitar, ridicularizar e ocultar o máximo possível dos valores ocidentais. O modo de operar frankfurtiano não é construtivo, é sempre destrutivo.

A religião, a moral, a filosofia grega e até mesmo as teorias marxistas clássicas são atacadas.

A teoria crítica é a politização da lógica. Horkheimer declarava que a lógica não é independente do conteúdo, mas sim que é um instrumento político. Este raciocínio aplicado significa dizer que um argumento lógico apoia a destruição das bases culturais do Ocidente. Por outro lado, se as defende, é ilógico.

Surgiu também a noção do politicamente correto, que despreza o debate aberto e sem censura. Quanto mais o discurso for censurado e impedido de chegar às pessoas, mais facilmente se distorce a realidade para fins ideológicos.

Os principais pensadores da Escola de Frankfurt consideravam que a verdade é algo impossível de ser encontrado. Sendo assim, ensinaram que as ideias precisam sempre estar em choque, como explicado na filosofia de Hegel.

A teoria crítica é ensinada principalmente nas universidades, para que os estudantes aprendam a rejeitar a civilização ocidental e tudo o que ela representa. Acreditam que somente assim o homem será livre e o mundo, um lugar melhor.

Um problema ainda maior é que os pensadores de Frankfurt não tinham um projeto para ser aplicado após a destruição.

Seguindo os passos de Hegel, esses neomarxistas esperavam que da ruína, do caos, a ordem surgisse de alguma maneira desconhecida.

Para Horkheimer, o objetivo da teoria crítica era:

“…libertar os seres humanos das circunstâncias que os escravizam”.

A indústria cultural da Escola de Frankfurt

Escola-de-Frankfurt-e-Industria-Cultural

De acordo com a teoria formulada na Escola de Frankfurt, a sociedade está permeada de uma lógica proposital, que cria um padrão artístico e cultural da mesma forma que uma fábrica produz seus bens em uma esteira de produção.

Os valores tradicionais, capitalistas e burgueses, padronizados, perpetuam-se pela indústria cultural. Tudo o que é produzido destina-se a sustentá-los.

As relações trabalhistas consolidadas por anos, somadas aos meios de comunicação, dizem os frankfurtianos, manipula a população sem que esta perceba.

Theodor Adorno e Max Horkheimer defendiam que esta é uma das maneiras utilizadas pela cultura capitalista para dominar a sociedade.

Por tudo isso, a indústria cultural é uma forma do capitalismo manter as pessoas alienadas, produzindo uma cultura que não resolve as injustiças sociais entre as classes.

Os pilares da indústria cultural são basicamente três:

  • Cultura erudita;
  • Cultura popular;
  • Cultura de massa.

A erudita é produzida por uma elite cultural, refinada, com alto valor estético e mais elaborada. Para os pensadores de Frankfurt, deveria ser preservada e usada como meio para atingir as camadas intelectuais com ideias marxistas.

A popular também é considerada autêntica. Está vinculada às culturas tradicionais intuitivas, vividas pelo povo, sem refinamento técnico. Igualmente, é um meio para garantir que a desconstrução ocidental alcance as camadas populares.

A de massa é considerada inautêntica, porque é entendida como o resultado da fusão dos elementos capitalistas. Segundo os teóricos de Frankfurt, ela é pensada para perpetuar o domínio burguês em todas as classes sociais.

A função da cultura de massa é entreter as pessoas para que se distraiam dos verdadeiros problemas. Por esta razão, deve ser destruída e o instrumento para tal é a crítica.

A dialética de Hegel é o meio de combate, para que por meio dele surja algo melhor.

Na Escola de Frankfurt, considera-se que os trabalhadores não se uniram contra aqueles que os oprimiam porque estavam embebidos da cultura de massa, que os impediu de lutar.

A conclusão a que esses pensadores chegaram é que a militância, a revolução cultural e uma nova educação artística seriam fundamentais para a libertação da opressão que atinge a sociedade.

Resumo das principais características da Escola de Frankfurt

As principais características da Escola de Frankfurt são:

  1. Influência marxista com reformulações da psicanálise, linguística e existencialismo;
  2. Inspiração de teóricos marxistas como Marx, Gramsci, Sartre, Hegel, Freud, Lukács, Kant e Weber;
  3. Finalidade de destruição da cultura ocidental;
  4. Oposição ao sistema capitalista, ao Cristianismo, à filosofia grega e ao direito romano;
  5. Instrumentalização da ciência para uso ideológico;
  6. Relativismo;
  7. Difusão do pensamento crítico pelas mídias, livros, escolas e universidades;
  8. Adoção do hegelianismo, que busca o poder criativo do mal;
  9. Libertação do ser humano pelo prazer, educação, arte, militância e revolução cultural;
  10. Adesão ao antipositivismo, anticonservadorismo, teoria crítica e indústria cultural;
  11. Tática de alteração da cultura de forma não imediata, mas lenta e gradativa ao longo de gerações.

Principais pensadores da Escola de Frankfurt

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  • Max Horkheimer (1895-1973): filósofo e sociólogo. Junto com Adorno, desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, presente no livro A Dialética do Esclarecimento;
  • Theodor W. Adorno (1903-1969): filósofo, sociólogo e músico. Autor dos livros Dialética Negativa e A Ideia de História Natural. Defendia a educação como forma de emancipação do sujeito;
  • Friedrich Pollock (1894-1970): filósofo, sociólogo e economista. Foi cofundador do Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt. Seus trabalhos mais proeminentes estudaram as relações entre capitalismo e Estado;
  • Herbert Marcuse (1898-1979): sociólogo e filósofo. Dedicou-se a apontar as relações entre capitalismo e sexualidade, bem como as questões que envolvem raça e exclusão social;
  • Erich Fromm (1900-1980): psicanalista, filósofo e sociólogo. Utilizou bases do pensamento marxista aliadas aos elementos da psicanálise. Em seus trabalhos, analisava as relações sociais, a família e outros elementos que interferem na formação da pessoa;
  • Jürgen Habermas (1929): filósofo e sociólogo ainda vivo. Integrou a segunda geração da Escola de Frankfurt. Seus trabalhos analisam as relações entre política, comunicação, linguagem e discursos.

Max Horkheimer e Theodor W. Adorno

Horkheimer e Adorno se empenharam em convencer os americanos de que eles próprios eram os grandes fascistas da história. Juntos, escreveram o livro A Personalidade Autoritária.

A intenção da obra era atrelar a civilização ocidental ao fascismo, fazendo crer que o capitalismo, a civilização ocidental e o Cristianismo eram a fonte do mal.

A difusão dos propósitos da Escola de Frankfurt encontrou apoio na criação de um inimigo.

Os americanos eram fervorosos defensores da liberdade e fortemente contrários ao fascismo. Por esta razão, levá-los a crer que tinham atitudes fascistas na própria cultura era o caminho para mudar seus pensamentos e hábitos.

A América começou a ver em seus valores mais ricos, os mesmos que os fortaleciam diante do mundo, símbolos de autoritarismo que deveriam acabar.

O livro A Personalidade Autoritária inclusive apresentou os graus que marcam os traços fascistas em cada pessoa.

  • Entenda melhor como esse projeto deu certo nos Estados Unidos. Assista à trilogia O Fim das Nações. Nela, é retratado o que aconteceu com os americanos por receberem tais ideias.

Friedrich Pollock

Pollock elaborou a vertente econômica do projeto da teoria crítica e ficou conhecido por seus estudos sobre o capitalismo de Estado.

Em 1941, em seu livro State capitalism: its possibilities and limitations, defendeu que vários países da Europa e os Estados Unidos estavam transitando do capitalismo privado para o capitalismo de Estado.

Neste novo modelo, o mercado foi retirado de sua função de coordenador da produção e da distribuição. O substituto foi o Estado. Por esta razão, os meios econômicos foram substituídos pelos meios políticos.

O capitalismo de Estado, segundo Pollock, pode ser totalitário, como o nacional-socialismo; ou democratico, como na América. De qualquer forma, o poder político sobrepõe-se à economia.

Philipp Lenhard, editor das obras reunidas de Pollock na Alemanha, considera que “a teoria do ‘capitalismo de Estado’, também chamada mais tarde de ‘mundo administrado’ ou ‘capitalismo tardio’, marca o verdadeiro início da teoria crítica”.

De acordo com Pollock, abandona-se, assim, uma era predominantemente econômica para se alcançar uma era predominantemente política.

Herbert Marcuse

Herbert Marcuse escreveu Eros e Civilização na década de 50. Nesta obra, traçou um programa de revolução hippie, sexual e a estratégia pacifista.

Ele uniu os pensamentos de Marx e Freud e alcançou, como conclusão, a tese de que o americano é agressivo porque reprime o sexo. Ora, a solução proposta por Marcuse, diante desse resultado, foi abandonar os tabus sexuais.

Segundo ele, o homem faz guerra por causa de sua agressividade, resultante de não fazer sexo. Logo, se fizesse sexo sem restrições, seria menos agressivo e não provocaria guerras.

Marcuse escreveu que a repressão sexual era um instrumento de manutenção do capitalismo. Não foi à toa que a revolução hippie foi fruto de seu pensamento. O slogan “Paz e Amor” torna-se autoexplicativo nesse contexto, bem como “Faça amor, não faça guerra”.

Com os jovens vivendo os prazeres de forma livre e sem impedimentos, seriam mais pacíficos e não fariam guerras, levando o sistema capitalista à ruína. O mesmo aplica-se às intenções de Woodstock.

A Escola de Frankfurt buscou realizar a revolução marxista alterando a forma das pessoas lidarem com sua sexualidade. O problema era o pressuposto de que, com o fim da moral sexual, o que surgiria seria melhor.

A transgressão dos jovens foi acompanhada pelo uso de drogas, em altas doses. A realidade foi a da doença e da depressão, do vício, do hedonismo e, no pior dos casos, a perda do sentido da vida.

Sobre estas consequências, veja os artigos sobre:

Erich Fromm

A partir do final da década de 1920, ele representou um socialismo democrático e humanista influenciado principalmente por Freud e Marx.

Suas contribuições foram maiores no que ficou conhecido como psicanálise humanística. Abordou o que considerava ser as necessidades básicas do ser humano: a de liberdade e a de pertencimento.

A partir disso, descreveu as possíveis personalidades das pessoas, os tipos receptivos, exploradores, acumuladores, marqueteiros, necrófilos e produtivos. Segundo Fromm, apenas os produtivos eram autênticos por saberem cuidar da própria autoestima antes de cuidar dos outros.

Outro tema sobre o qual escreveu foi sobre o fardo da liberdade, que vem carregada de limitações, dores e sofrimento.

Dissertando sobre os dilemas humanos, explicou que as pessoas sofrem por pensarem sobre a morte, por buscarem uma autorrealização impossível e por se sentirem isoladas.

Como humanista socialista, apresentou um trabalho menos sofisticado entre os colegas participantes da Escola de Frankfurt.

tudo isso chamou de dicotomias existenciais, que muitos resolvem pensando que existe uma vida após a morte, como forma de significar a vida.

Jürgen Habermas

Seu conteúdo filosófico não foi tão preponderante como o dos demais. Sua importância é ancorada no fato de que foi o diretor da propagação do marxismo cultural nas universidades alemãs.

O sucesso foi alcançado já na década de 50. O que já dominava a Alemanha Oriental alcançou a Ocidental com dinheiro do governo e de organizações milionárias.

Em sua produção teórica, o que mais se destacou foi sua distinção entre pensamento propositivo racional e o pensamento comunicativo.

O primeiro seria um pensamento lógico dirigido a um fim para produzir resultado definido. O segundo seria baseado na busca de um vago consenso de harmonia entre as pessoas.  

Habermas e todos os outros pensadores que criaram ou participaram da Escola de Frankfurt, apesar de focos em áreas de estudo diferentes, tinham o mesmo objetivo: destruir o modelo de família ocidental.

A destruição da família

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Para o pensamento marxista, a família é uma instituição burguesa que perpetua valores opressores. A família é uma entidade que cria os filhos de forma autoritária, gera adultos submissos, obedientes e dependentes.

Ela precisa ser extinta, porque impede a revolução, já que se baseia na propriedade privada, na opressão patriarcal e na ética social burguesa.

  • O problema da propriedade é que ela passa para os herdeiros e não é dividida entre os que não tem propriedades, o que mantém a desigualdade;
  • O problema da dita opressão patriarcal é que ela institui a desigualdade entre homens e mulheres;
  • O problema da ética sexual burguesa é que ela considera o matrimônio somente entre o homem e a mulher.

Em suma, a família replica o fascismo por causa do que ensina, como foi explicado. Baseando-se nesses pensamentos, a Escola de Frankfurt entendeu onde deveria atuar para desfazer a educação que os filhos recebiam em casa.

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A instrumentalização das universidades

Para controlar a cultura, é fundamental controlar a linguagem e as ideias. Disso decorre a infiltração nos canais institucionais, como a mídia e a educação.

  • Se você ainda não conhece a Janela de Overton, leia sobre ela. Trata-se de uma estratégia de manipulação da opinião pública.

Como a revolução cultural deve ser lenta e gradual, passando a impressão de naturalidade, o melhor caminho seria formar profissionais para as gerações futuras. No Brasil, por exemplo, há décadas dominando o sistema de ensino e a mídia, o pensamento socialista já possui hegemonia cultural.

  • Isso está presente na educação, com o método de Paulo Freire. Veja mais sobre isso na trilogia Pátria Educadora.

Pela política, alcançou-se a dominação de espaços e da classe falante: jornalistas, cineastas, psicólogos, padres, juízes, políticos e escritores.

O ensino nas escolas e faculdades está vinculado ao projeto de destruição da família. Para tirar a autoridade dos pais, é preciso ensinar de modo diferente do deles em todos os níveis de ensino; é preciso reprogramar a sociedade.

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Por meio de uma educação controlada, consegue-se um ensino igual, que exclui o pensamento independente.

Estudantes em todo o país aprendem sobre política em sala de aula, mas não o conteúdo em si. Aprendem a criticar os governos que se opõem ao socialismo e consideram um inimigo quem os defende.

O debate com opositores das ideias marxistas não é incentivado, antes evitado. Quem pensa de forma contrária deve ser denunciado, acusado, mas não ouvido.

Já tendo percebido o que foi a Escola de Frankfurt, não é difícil perceber o abandono da tradição grega, patrística, escolástica e até a moderna. Aristóteles, São Tomás de Aquino e até mesmo modernos como Hegel, Fichte, Schelling e Goethe foram deixados de lado.

Nenhuma dessas filosofias seria necessária se as regras do “pensamento correto” da Escola de Frankfurt fossem seguidas.

Combate à religião

O Cristianismo representa, para os pensadores de Frankfurt, uma ameaça, porque mantém a crença na ficção chamada Deus, que mantém as pessoas alienadas.

Ter uma religião, suportar o sofrimento e esperar uma vida melhor após a morte deveriam ser atitudes e crenças intoleráveis. O modo de vida baseado na fé foi considerado distração à miséria causada pelo capitalismo.

Na Escola de Frankfurt, não é Deus, mas sim o homem o ser que merece reverência. Segundo seus teóricos, o homem é um produto da natureza como todos os outros animais, sem espiritualidade, mas igualmente guiado por seus instintos mais básicos.

Quanto à moralidade como a religião a ensina, havendo certo e errado objetivos, bem como verdade e mentira objetivas, foi considerada inexistente. Bom é o que favorece a revolução, mau o que a atrapalha.

Isso leva a outra consequência.

Descriminalização do crime

Desacreditar na moralidade, no livre-arbítrio e na responsabilidade do homem foi a base teórica para descriminalizar o crime. Habermas foi um dos pensadores que defendeu que o homem é produto da sociedade.

Somou-se a essa, outra crença: é inevitável que o ser humano se comporte segundo seus instintos animais e ceda a tendências consideradas criminosas. No entanto, a culpa é do sistema capitalista que o tornou assim, não dele mesmo.

Esta é uma das origens do pensamento de que o criminoso não é culpado, sendo, na verdade, vítima da sociedade.

Quem se arvora em estudar o que foi a Escola de Frankfurt encontra esses raciocínios sobre a cultura. A promessa era a de que se alcançaria liberdade, justiça e igualdade.

Mas não foi revelado como conseguir nada disso, porque o foco dos pensadores de Frankfurt é desconstruir, não construir.

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É feitiçaria travestida de tecnologia l Pedro Augusto l Cortez Veraz


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A miséria de um país rico:Percival Puggina - MEU PAÍS DE VOLTA


O luxo que ostentam com os recursos do Estado contrasta com o propagandeado amor aos pobres.

sábado, 30 de dezembro de 2023

Neurociência e a sua banalização. (feito com Spreaker)





MEC, ONGs e as escolas. O que vai acontecer? (feito com Spreaker)

Ensino superior apresenta críticas à proposta do MEC para EAD


Autor: Nayara Rosolen – Jornalista
29 de novembro de 2023

A edição mais recente da Revista Ensino Superior apresenta uma extensa reportagem de cinco páginas em crítica à proposta do Ministério da Educação (MEC) que visa restringir a oferta de cursos de ensino superior na modalidade de educação a distância (EAD). O impacto surge principalmente no sentido de propor um aumento nos critérios de qualidade para a oferta e autorização somente para aqueles com atividades presenciais obrigatórias inferior a 30% da carga horária. A medida afeta 16 graduações diretamente.

Conforme divulgado pela revista, em 2022 foram mais de três milhões de estudantes que ingressaram na modalidade EAD nas instituições de ensino superior (IES). Mas a ampliação da modalidade começou já em 2017, com o Decreto nº 9.057/2017, que possibilitou a abertura de polos condicionada ao Conceito Institucional (CI). Anualmente, as IES com CI 3 podem abrir 50 polos; as IES com CI 4, 150 polos; e com CI 5, 250 polos. A fiscalização passa a ser por meio de documento, e não in loco.

Para a presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), Elizabeth Guedes, o MEC “foi o grande articulador do caos ao emitir portarias irresponsáveis”. “O polo de tornou um endereço no sistema, foi como transformá-lo em terra de ninguém. Saímos de uma situação de absoluto controle e repressão para um libera geral – e sem um sistema de avaliação. O mercado se tornou agressivo com IES que querem trabalhar de forma correta”, salienta. A profissional afirma que o momento não é de “culpar as IES”, mas rever políticas de avaliação e institucionais, já que “há IES sérias oferecendo cursos de qualidade”.

“De fato, temos instituições que abusam ao não proporcionar aos alunos as atividades práticas necessárias à sua formação, principalmente em laboratórios físicos. Mas o MEC não está avaliando as IES que estão preocupadas com a qualidade e oferecem aos alunos a prática muito próxima ao presencial, em seus polos. Infelizmente, o MEC está generalizando”, apontou o reitor da Uninter, Benhur Gaio, para a reportagem.

A discussão começou com o Grupo de Trabalho de Educação a Distância (GT-EAD), que em setembro de 2023 apresentou um relatório das análises acerca da oferta na modalidade dos cursos de Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia. A consulta pública aberta a partir do relatório do grupo se encerrou no dia 20 de novembro.

Caso se concretize, a proposta do MEC proíbe a EAD para outras 12 graduações: Biomedicina, Ciências da religião, bacharelado em Educação Física, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Geologia/Engenharia geológica, Medicina, Nutrição, Oceanografia, Saúde Coletiva e Terapia Ocupacional.

Com relação a carga horária mínima de atividades presenciais, o reitor Gaio acredita que vai contra as metodologias da EAD. “Esse ponto vincula inadequadamente as atividades de estágios supervisionados aos 30% de atividades presenciais. Estágio supervisionado não é realizado em polo. É um erro material”, garante.

No tema que indica o CI 4 para que instituições possam ofertar cursos EAD, o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), João Mattar, destaca que “é um preconceito com a modalidade”. “Se o MEC considera que CI 3 é suficiente para o presencial, deveria ser para a EAD. Isso não impede que o MEC tenha seus critérios mais rígidos para controlar a EAD, mas entendemos que essa subida de régua não seja adequada. […] Já construímos por mais de duas décadas um referencial para EAD no Brasil, com histórico de bons resultados”, afirma.

A publicação ressalta ainda que a evasão nos cursos EAD é maior que nos presenciais e traz preocupações ao setor. Mattar lembra, entretanto, que “esse aluno que evadiu não necessariamente vai para o presencial e resolve o problema dele”.

“As pessoas não entendem ainda que a escola não está mudando a sua forma de ensinar, mas a comunidade já mudou a forma de aprender. A sensação que eu tenho é que tirar ou punir o EAD causará uma evasão maior no ensino superior”, diz a pró-reitora da Univesp, Simone Telles. “Enquanto o mundo progride, o Brasil fica tentando pautar o passado. As crianças que vêm por aí não vão mais aceitar cursos 100% presenciais”, complementa Elizabeth.

Gaio aposta na Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação (Seres), que, segundo a reportagem, deveria ser o embrião da nova agência reguladora que o MEC implantará. “A Seres veio ocupar um espaço fantástico dentro da estrutura ministerial. Antes era tudo muito distribuído, não havia direcionamento seguro às IES. Ela estabeleceu um processo de regulação e supervisão muito organizado, qualificado e tem profissionais capacitados para desenvolver essas atividades de forma ampliada. Precisamos de um processo de supervisão mais eficiente para evitar os ‘ajustes’ visando somente os ganhos financeiros”, conclui o reitor da Uninter.

Os profissionais abordaram este e outros tópicos do tema na edição de novembro de 2023 da Revista Ensino Superior, disponível para assinatura no site.

Autor: Nayara Rosolen – Jornalista
Edição: Arthur Salles – Assistente de Comunicação Acadêmica

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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Filme A Verdadeira História Do Comunismo Soviético - Legendado E o Livro Negro do Comunismo. Abaixo Vídeo e livro.


O vídeo acima esta com restrição de idade. Talvez não consiga assitir aqui no Blog. 
Então assista abaixo o mesmo vídeo no Internet arquive.
O Livro Negro Do Comunismo - Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin

O Livro Negro do Comunismo traz a público o saldo estarrecedor de mais de sete décadas de história de regimes comunistas: massacres em larga escala, deportações de populações inteiras para regiões sem a mínima condição de sobrevivência, expurgos assassinos liquidando o menor esboço de oposição, fome e miséria que dizimaram indistintamente milhões de pessoas, enfim, a aniquilação de homens, mulheres, crianças, soldados, camponeses, religiosos, presos políticos e todos aqueles que, pelas mais diversas razões, se encontraram no caminho de implantação do que, paradoxalmente, nascera como promessa de redenção e esperança.Os autores, historiadores que permanecem ou estiveram ligados à esquerda, não hesitam em usar a palavra genocídio, pois foram cerca de 100 milhões de mortos. Esse número assustador ultrapassa, por exemplo, o número de vítimas do nazismo e até mesmo o das duas guerras mundiais somadas. Genocídio, holocausto, por tanto, confirmado pelos vários relatos de sobreviventes e, principalmente, pelas revelações dos arquivos hoje acessíveis. O Livro Negro do Comunismo não quer justificar nem encontrar causas para tais atrocidades. Tampouco pretende ser mais um capítulo na polêmica entre esquerda e direita, discutindo fundamentos e teorias marxistas. Trata-se, sobretudo, de dar nome e voz às vítimas e a seus algozes. Vítimas ocultas por demasiado tempo sob a máquina de propaganda dos PCs espalhados pelo mundo. Algozes muitas vezes festejados e recebidos com toda a pompa pelas democracias ocidentais. Todos que de algum modo tomaram parte na aventura comunista neste século estão, doravante, obrigados a rever suas certezas e convicções. Encontra-se, assim, uma das principais virtudes deste livro: à luz dos fatos aqui revelados, o Terror Vermelho deve estar presente na consciência dos que ainda creem num futuro para o comunismo. Uma verdadeira mina de informações detalhadas que registra a perversidade de um sistema que sempre será violento pois não entende outro modo de se impor, especialmente em tempos de paz. Esta edição acompanha numerosos testemunhos, mapas dos “Gulags” e das deportações e ainda 32 páginas de fotografias.

A GUERRA CONTRA A INTELIGÊNCIA todas as 5 aulas Professor Olavo de Carvalho março de 2018











A Guerra Contra a Inteligência Análise do ambiente intelectual e psicológico e das inibições e obstáculosque ele impõe à inteligência individual OLAVO DE CARVALHO Aula março de 2018 O Curso "A Guerra Contra a Inteligência" ministrado por Olavo de Carvalho é uma experiência intelectual inigualável que aborda os desafios contemporâneos relacionados à inteligência, educação e pensamento crítico. Durante esse curso envolvente, os participantes terão a oportunidade de mergulhar nas profundezas das questões que permeiam o mundo intelectual e acadêmico. Você explorará as tensões entre diferentes correntes de pensamento, as ameaças à liberdade de expressão e os obstáculos que a inteligência enfrenta em nosso mundo atual. O curso se propõe a analisar e debater as questões mais urgentes da contemporaneidade, oferecendo uma visão crítica e informada sobre o assunto.



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Numerologia Fácil by Regina Maria Azevedo

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Paula Schmitt | Feliz Ano Novo


Em artigo “atrasado” de Natal, ou assim quero crer, repasso uma experiência de anos atrás em uma farmácia na Jordânia que me transformou

Trigo
O glúten é uma proteína que pode ser encontrada em alimentos que levam trigo; para a articulista, cortar o consumo fez diferença na saúde física e mental. Na foto acima, retirada de um banco de imagens gratuitos, uma plantação de trigo
Copyright
Pixabay/Rosy_Photo

Meu artigo de hoje é um presente de Natal atrasado –ou assim eu quero crer. Não será útil para todos, ou talvez para ninguém, mas faço questão de repassar essa experiência porque ela me transformou. Eu já tinha contado esse caso em um fio no X (ex-Twitter) uns anos atrás, mas o ímpeto em compartilhá-lo aqui me foi dado por um homem que conheci na minha noite de autógrafos. 

Depois de esperar mais de uma hora em pé na fila, ele disse que estava ali para pessoalmente me agradecer por lhe ter “salvado a vida”. Agradeci pela hipérbole generosa, mas quando eu já me preparava para ouvir sobre as maravilhas dos remédios testados pelo tempo que não causam AVC ou miocardite, esse homem me conta que o que lhe “salvou a vida” foi aquela humilde postagem no Twitter em que relato o que aconteceu comigo depois que eu parei de comer glúten.

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Eu sempre desconfio de “curas milagrosas” e das “recentes descobertas da ciência” que de um dia para o outro transformam o que era bom em algo ruim. Mas por isso mesmo faço questão de contar essa história, e na cronologia certa, porque mostra que o que aconteceu comigo não foi resultado de sugestão ou do efeito placebo, ao contrário: eu estava determinada a não acreditar.

O ano era 2012, ou por volta disso, e eu estava morando em Amã, na Jordânia. No 1º mês, antes de encontrar um apartamento, eu fiquei hospedada num hotelzinho simples que oferecia café da manhã. Depois de algumas semanas no país, eu comecei a ficar doente. Doente mesmo. Vou poupar o leitor de detalhes, mas os sintomas eram, principalmente, febre, mal-estar e problemas estomacais e intestinais que me impediam de dormir. O que me causava estranheza era o fato de que havia dias em que eu não sentia nada errado, mas em outros dias parecia que eu ia morrer. Fui então a um laboratório, mas quando cheguei com a amostra a porta estava fechada. 

Fui à farmácia ao lado perguntar sobre o horário de funcionamento do laboratório, mas ao ouvir minha história o farmacêutico falou para eu guardar o dinheiro do exame e fazer algo bem simples: cortar o glúten. “Eita”, eu pensei, “já chegou aqui essa moda”. Agradeci ao farmacêutico, mas falei que eu não tinha essas frescuras: “Lá em casa a gente come de tudo”. Ele insistiu para que eu fizesse um teste. Expliquei para ele que o meu problema não podia ser esse porque sempre comi pão e morei 1 ano na Itália comendo massa regularmente sem nunca me sentir mal. Ele insistiu: “Não custa nada. Corta o glúten alguns dias e vê o que acontece”.

A 1ª coisa que aconteceu foi o desaparecimento total dos sintomas. Mas nos dias seguintes, outras coisas foram mudando. Depois de vários anos sem fazer ginástica, eu comecei a sentir uma energia que me fez sair à procura de uma máquina de step (que simula subida em escada) porque eu não conseguia mais ser sedentária. Paradoxalmente (ou não), eu também comecei a dormir melhor, de forma contínua e reparadora. Mas a mudança mais incrível, e que até hoje me faz mandar pensamentos positivos cheios de gratidão para aquele farmacêutico que não vendeu um só produto com seu conselho, foi o desaparecimento de algo que achei que fizesse parte de mim: a depressão.

Minha depressão era tão antiga que eu já a aceitava como inevitável. Em conversas com diferentes psicólogos, todo tipo de causa foi aventada, desde o excesso de Nietzsche e Dostoiévski na infância até a possibilidade de que aquela tristeza latente era mesmo parte da minha constituição, um mal orgânico, inerente e possivelmente congênito. Cheguei a questionar meus pais por me deixarem ler o “Diário de Anne Frank” tão pequena, e um outro livro que é uma das coisas mais tristes e inadequadas para uma criança, “Flor de Abandono“, sobre o drama de uma órfã que foi passando de mão em mão por várias famílias, abandonada por todas elas.

A depressão acontecia com uma regularidade que me fazia entender que toda felicidade era passageira, e a tristeza, certa. Em momentos maravilhosos de alegria e amor, sem qualquer aviso prévio ou explicação, a vida de repente ficava cinza e vazia. Era como se as cores desaparecessem do mundo. Hoje tenho até dificuldade em descrever essas sensações porque não me assolam mais. Mas ali em Amã eu ainda me lembrava delas e acordava todos os dias com a surpresa de não ser visitada pela melancolia.

A ausência de tristeza já durava tempo o bastante para eu acreditar que era permanente, e resolvi escrever um longo e-mail para os meus pais contando a novidade sem medo de gorar a sorte. Mas eis que uns 4 dias depois desse e-mail, eu acordo num mundo sem sol. O dia estava ensolarado, mas não para mim. Aquilo foi como um soco na cara. Eu estava fazendo tudo direitinho –não comia mais nada com glúten, e quando ia beber com amigos me certificava de que a bebida alcoólica não tinha cereal nenhum. Eu não me conformava com essa decepção. Aquilo era para mim uma prova de que minha depressão não estava relacionada com o glúten, porque eu tinha certeza absoluta que não tinha consumido nada com esse ingrediente e lá estavam de volta a nuvem cinza, o vazio orgânico, o oco na alma.

Tentei refazer meus passos falando com um amigo e de repente me lembrei de algo: uma aspirina que havia tomado na noite anterior. Eu não estava com dor de cabeça, mas na hora de procurar um livro na minha mala de rodinhas, eu achei uma cartela daquelas aspirinas recomendadas profilaticamente para afinar o sangue e, talvez até por um novo impulso de vida, resolvi tomar. O remédio tinha a lista dos ingredientes ativos, mas eu não tinha mais a bula para ver os excipientes. Entrei no site da empresa e lá estava: contém glúten.

Existem várias teorias sobre a intolerância ou sensibilidade ao glúten que não dizem respeito necessariamente ao glúten, mas ao tipo do trigo que se consome. Na Itália, país onde comi massa quase diariamente, o trigo geneticamente modificado era proibido, ao menos até recentemente. Isso só para dizer que não sei explicar o fenômeno, e admito nunca ter investigado –me satisfaço apenas com o que vivenciei e as transformações que aconteceram em mim.

Existem outros casos de pessoas conhecidas que mudaram sua performance física com essa mudança na alimentação. Um deles é Novak Djokovic, o tenista, que cortou o glúten em 2010, como contou recentemente uma página de notícias do COI (Comitê Olímpico Internacional).

Antes de terminar, queria contar um depoimento que ouvi de um cara que conheci na praia de Ipanema. Todos os dias eu ia tomar meu banho de sol, e lá estava aquele homem, de pé, sempre no mesmo lugar. Um dia, acabamos conversando, e ele me contou que era australiano e estava viajando o mundo para visitar todos os países que ele já tinha visitado. Achei estranha a escolha. “Por que não visitar países que ainda não conhece?”, pensei. Ele então me contou que tinha se curado da depressão e queria ver todos os lugares agora que ele –não os países– estava diferente. “Quero ver esses lugares com olhos novos.” Perguntei a ele como ele se curou da depressão e ele disse: “Cortei o glúten”.

Faça com esse texto o que achar melhor. O legal do presente de Natal é que se a gente não gostar, pode passar para outra pessoa no ano seguinte… Feliz Ano Novo para todos, com muito amor, saúde, bons amigos, momentos felizes, justiça e liberdade.

fonte  www.poder360.com.br/opiniao/feliz-ano-novo/

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PORTARIA MEC Nº 2.041, DE 29 DE NOVEMBRO DE 2023Sobrestamento de processos de autorização de cursos superiores e de credenciamento de instituições de educação superior na Modalidade a Distância - EaD



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Explicação de um portugês sobre o "c" em actor

Aprenda com esse português como é que se diz "principais tetas", se é que há tetas secundárias ou inferiores. 🤔 pic.twitter.com/E...