quinta-feira, 4 de março de 2010

Métodos e Teorias Pedagógicas



Métodos e Teorias Pedagógicas
 
Quando uma escola se diz partidária deste método ou daquela teoria, é preciso distinguir as diferenças entre ambos. Existem teorias da aprendizagem, ou seja, hipóteses e modelos de como o ser humano aprende, e métodos pedagógicos, isto é, maneiras de proceder nesta e naquela situação. 
Dentre os utilizados no Brasil destacam-se os de Piaget, Freinet, Montessori e Waldorf. Mais recentemente as idéias do norte-americano Howard Gardner (inteligências múltiplas) começaram a ser difundidas.
São propostas alternativas ao sistema pedagógico tradicional, que é baseado na memorização de conteúdos.
Conheça aqui um pouco de cada uma destas propostas.
Piaget / Construtivismo
O que é habitualmente chamado de construtivismo é a aplicação das teorias de aprendizagem de Jean Piaget. Em vez de apontar "erros" e fornecer a resposta "correta", cabe ao professor questionar as respostas dadas pela criança de maneira que ela perceba as limitações da sua resposta.
É fundamental permitir que a criança desenvolva suas próprias teorias e hipóteses a respeito da escrita e garantir o raciocínio, que não se desenvolve com a repetição mecânica de conteúdos. Segundo Piaget, cada vez que ensinamos prematuramente a uma criança algo que ela poderia ter descoberto por si mesma, esta criança foi impedida de inventar, e conseqüentemente de entender completamente.
Para mais informações consulte:
The Jean Piaget Society
Montessori
É um dos mais populares métodos educacionais, criado por Maria Montessori inicialmente para crianças portadoras de deficiências e depois aplicado em crianças não excepcionais partindo do princípio de que o método desenvolvia a inteligência.
Não é apenas uma técnica de alfabetização, mas um sistema de educação. Os principais objetos são blocos de madeira, cubos, fitas e todo tipo de material que estimule a audição, o tato, a visão e mesmo a concentração. A educação dos sentidos é essencial. Busca-se a criança "equilibrada", aquela que consegue dominar a si mesma e o espaço a sua volta.
Para Maria Montessori o conceito de educação está relacionado com o conceito de criança: um ser capaz de crescer por si mesmo; um ser diferente do adulto; um ser com necessidades próprias, original e único; um ser que precisa de ajuda adequada e oportuna; um ser capaz de aprender naturalmente.
O método Montessori algumas vezes sofre críticas por ser muito estruturado. Mas Maria Montessori costumava dizer: "Eu estudo minhas crianças e elas me ensinaram a ensiná-las".
Procura estimular a capacidade de criação e expressão, longe das restrições impostas pela escola tradicional. Nasceu da observação da grande separação existente entre o dia-a-dia e a escola, e do fato de o interesse demonstrado pelas crianças pelo meio social ser muito maior que pelos textos escolares.
Freinet costumava sair com as crianças para passeios e ao voltar, cada um contava a sua visão da experiência. Em vez de se preocupar com a perfeição e correção gramatical do material, dava grande estímulo à criatividade dos alunos. Assim, um gafanhoto visto por um aluno era o ponto de partida para uma aula sobre insetos; o tecelão com quem conversavam era o pretexto para aprender sobre tecelagem ou a necessidade de medir os tecidos.
Os textos elaborados pelas crianças posteriormente eram selecionados por elas para serem divulgados com a comunidade. Eram então corrigidos pelo grupo, ilustrados, impressos e distribuídos para os pais, amigos e demais habitantes da cidade. Nascia a imprensa escolar. À medida que suas idéias foram sendo difundidas, chamaram a atenção de outros professores na França, e as classes passaram a trocar resultados e experiências. Foi o início da correspondência interescolar. 
Trazida para o Brasil em 1974 pelo professor francês Michel Lunay, as técnicas da pedagogia Freinet até hoje são pouco conhecidas, apesar de dispensarem materiais especiais ou formação específica do professor. 
Para mais informações consulte:
Freinet, o educador
Escola Curumim - Campinas SP
FIMEM Fédération Internationale des Mouvements d'Ecole Moderne
Waldorf
Criado na Alemanha por Rudolf Steiner, foi aplicado pela primeira vez em 1919 com filhos de operários da fábrica Waldorf-Astoria. Para a escola Waldorf, cada idade tem suas necessidades. No primeiro período aprende-se por imitação, de maneira eficiente, mas pouco consciente. Dos 7 aos 14 anos a criança é educada por meio de uma vida de sentimentos, emoções, vivência e estética. Dos 14 aos 21 educa-se para aprender a lidar com o mundo com ênfase na ética, tornando-se cognitiva.
A educação Waldorf procura um equilíbrio entre os trabalhos artísticos, acadêmicos e práticos, educando a criança como um todo, envolvendo as emoções, o físico e o cérebro.
Para mais informações consulte:
Rudolf Steiner College
Rudolf Steiner Archive & e.Lib
Múltiplas inteligências
É um método de vanguarda, desenvolvido por Howard Gardner que, ao pesquisar o cérebro e pacientes com lesões cerebrais, percebeu que o que se chama de "inteligência" não se refere apenas à capacidade de entender alguma coisa, mas também à criatividade e à compreensão.
A principal mudança está na forma de avaliação. Segundo Gardner a escola tradicional está centrada na exploração das inteligências lingüísticas e lógico-matemática. Para ele, a escola deveria ter uma educação pessoal, centrada no aluno, onde ele não poderia ser comparado. Coloca-se também que mesmo Piaget, em sua análise de "inteligência", tinha uma visão apenas da inteligência lógico-matemática e que a linha Freinet está muito próxima da teoria das múltiplas inteligências.
As múltiplas inteligências são: lingüística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-sinestésica, naturalista, intrapessoal, interpessoal e existencial (em estudo). Veja aqui um texto (em inglês) com mais detalhes.
Para mais informações consulte:
ABRAE - Associação Brasileira de Estudos das Inteligências Múltiplas e Emocional
Quadro comparativo
  Papel do professor O que fazer com alunos apáticos ou rebeldes Como se realiza a aprendizagem
Construtivismo Deve ser vigilante sem ser restritivo, procurando "antecipar" respostas possíveis, encorajando a criança a encontrá-las, aceitando hipóteses provisórias que surgem nas aulas. As relações de conduta em sala de aula devem ser trabalhadas a partir de "contratos" nos quais todos têm as mesmas responsabilidades e direitos. O conhecimento é construído a partir da interação entre a criança e o meio. Conhecer é agir.
Montessori Seu dever principal é explicar o uso do material. O professor representa a ligação entre o material e a criança. Cada criança tem seu espaço. Aos poucos consegue-se a normalização. Os rebeldes são isolados em um canto da sala enquanto os demais continuam suas atividades. Na alfabetização usa-se o método fonético apresentando para a criança a letra e seu som. Associa-se o som a uma imagem conhecida.
Freinet É um orientador, e deve usar seu conhecimento como instrumento de mediação. É amigo, age e aprende com os alunos. À medida que as crianças propõe suas idéias e trabalhos, os apáticos e rebeldes vão se colocando no grupo e descobrirão o que gostam de fazer. Tateamento experimental. A criança vai dando passos até acertar.
Waldorf Profundo conhecedor do ser humano, deve usar o amor como base da relação com os alunos e ter qualidades artísticas, principalmente criatividade e fantasia. São tratados pelo professor em sala de aula. Em casos mais graves, há o auxílio de um grupo pedagógico, que trabalha pela reintegração. Varia conforme a faixa etária: 0 a 7 anos, por imitação; 7 a 14 por vivências emocionais e 14 a 21 por cognição intelectual.
Inteligências Múltiplas É um "fisioterapeuta da inteligência". Deve abandonar o conceito unitário de inteligência e ver-se não como um repetidor de conceitos, mas como um estimulador de talentos. Essas atitudes estão condicionadas ao aluno ter inteligências dinâmicas ou ignoradas pela escola. Uma criança com talento pictórico precisa de estímulos para escrever. Inteligência não é apenas a capacidade de entender alguma coisa, mas também criatividade e compreensão.
Breves biografias
Jean Piaget Nasceu na Suíça em 1896 e faleceu em 1980. Doutor em Ciências Naturais com mais de 20 doutorados Honoris Causa conferidos por universidades de todo o mundo. Sua principal preocupação era a maneira como as pessoas aprendem. Ele afirma em sua teoria que o conhecimento é construído por intermédio das relações existentes entre o sujeito e o meio físico e social.
Em sua Teoria Psicogenética estabelece como se dá a construção do conhecimento pelo indivíduo, trazendo um importante subsídio para a prática pedagógica pois nos ajuda a compreender melhor a criança, conhecendo os estágios pelos quais ela passa e os mecanismos que utiliza para se reequilibrar nos seus contatos com o meio.
Embora não tenha criado um método pedagógico defendeu ativamente a importância da educação. Em seu livro "Psicologia e Pedagogia" Piaget destaca o trabalho de Freinet.
Maria Montessori Nasceu na Itália em 1870 em uma família de classe média e faleceu na Holanda em 1952.
Sempre foi uma pessoa à frente de seu tempo, foi a primeira mulher na Itália a doutorar-se em medicina. Especializou-se em pediatria e psiquiatria. Foi professora na Escola de Medicina de Roma e iniciou suas pesquisas sobre a aprendizagem como médica assistente em um hospital psiquiátrico com um grupo de crianças excepcionais.
É creditado a ela o desenvolvimento da sala de aula aberta, da educação individualizada, dos materiais de aprendizado para manipulação, brinquedos educativos e a instrução programada.
Célestin Freinet Francês, nasceu em 1896 e faleceu em 1966. Desenvolveu seu método pedagógico a partir de 1920, usando o mínimo de materiais didáticos, fruto de seu trabalho em regiões pobres da França. Embora não tivesse uma sólida base teórica, a observação dos alunos forneceu-lhe uma série de dados que usaria para transformar radicalmente a forma de ensino.
Preso durante a II Guerra Mundial, trabalhou na alfabetização dos presos dentro do campo de concentração. Libertado em 1941, tornou-se membro da Resistência Francesa.
Rudolf Steiner
Austríaco, nasceu em 1861 e faleceu na Suíça em 1925. Formou-se em ciências exatas mas preferiu os estudos filosóficos e literários. Criador da Antroposofia.
Encarregado de cuidar de uma criança excepcional, considerada incurável, conseguiu que ela progredisse ao ponto de se formar em uma universidade. Em 1919, a pedido de um diretor da fábrica de cigarros Waldorf-Astoria, criou uma escola para os filhos dos funcionários.
Howard Gardner
Norte-americano, especializou-se em educação e neurologia pela Universidade de Harvard. É professor de Educação e co-diretor do Projeto Zero, no Harvard Graduate School of Education e professor adjunto de Neurologia na Boston University School of Medicine.
Autor de diversos livros, incluindo "Estruturas da Mente", "Inteligências Múltiplas: A teoria na prática", "A Criança Pré-Escolar: como pensa e como a escola pode ensiná-la" e, mais recentemente, "Mentes que Criam". 
Sua teoria é confundida com as teses de seu colega Daniel Goleman, autor do best-seller Inteligência Emocional. É um crítico implacável dos testes de QI e de aptidão escolar. Considerado um dos principais pedagogos deste fim de século. Esteve no Brasil em 1997 para uma série de palestras.
Bibliografia:
Revista Educação n. 211 Nov/98 artigo de Luís Mauro Martino
Revista Educação n. 221 Set/99 artigo de Luís Mauro Martino
Site da Escola Curumim de Campinas - SP
Material pedagógico do IEEB
Fotos:
Piaget www.piaget.org
Montessori www.montessori.org
Freinet www.freinet.clic3.net
Steiner www.elib.com/Steiner
Gardner www.weac.org
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