segunda-feira, 7 de junho de 2010

Educação pelo mundo. O sistema educacional na Alemanha

O sistema educacional na Alemanha Imprimir E-mail
Por Fernanda Burmeister   
22 de abril de 2006
ImageCorrespondente em Munique

A estrutura do sistema de ensino da Alemanha difere muito da brasileira. Cada Estado tem autonomia sobre o seu sistema educacional que, dentro dos 16 Estados alemães, pode variar muito. A obrigatoriedade escolar, todavia, começa aos seis anos para toda a Alemanha.

Toda criança a partir dos 3 anos de idade tem, por lei, seu lugar garantido no jardim da infância (Kindergarten). Normalmente, o jardim da infância é mantido pelos pais, que pagam uma mensalidade de acordo com o rendimento familiar, independente se o estabelecimento é público ou privado. Muitos deles são mantidos por igrejas e/ou iniciativas particulares que, nas cidades pequenas, exercem grande influencia sobre a comunidade.

Para garantir um lugar no jardim da infância perto de sua residência, o governo aconselha aos pais a iniciarem a procura meses antes da época da criança começar a frequentar as aulas.

Alguns Estados oferecem às crianças um ano de preparação para o ensino fundamental, isto é, através de brincadeiras educativas, a criança aumenta seu conhecimento da língua alemã para a sua iniciação na escola (Grundschule).


ImageUma curiosidade no primeiro dia de aula do ensino fundamental, é a Schultüte, um cone colorido cheio de presentes e doces para.as criancas. O gesto incentiva a ida para a escola e ajuda a tornar o primeiro dia de aula mais prazeroso.
As escolas alemãs no Brasil também seguem esse costume. A tradiçao é fortemente passada para os alunos que em muitos casos são filhos de expatriados alemães que moram principalmente em São Paulo. As escolas oferecem salas separadas para o aprendizado em alemão e em português.

Ensino fundamental (Grundschule) – O ensino fundamental na Alemanha é público, gratuito e tem duração de quatro ou seis anos, dependendo do Estado. Em sua maioria a criança frequenta o “curso primário” da primeira à quarta série, sempre meio período. Recentemente, voltou a ter destaque na mídia alemã a discussão sobre modificar das 7:00 para 9:00 horas o horário de início das aulas para que as crianças apresentem um melhor rendimento.
O ano letivo na Alemanha, diferentemente do que ocorre no Brasil, tem início em agosto.

Escolas secundárias e ensino médio - Ao encerrar o ensino fundamental, as crianças começam a ser orientadas para sua vida profissional e são encaminhadas para as chamadas escolas secundárias. A decisão da melhor opção de escola secundária é tomada pelos professores juntamente com os pais, de acordo com o desempenho da criança no ensino fundamental. A opção da escola pode ser, se necessário, modificada.

As escolas secundárias são de três tipos: Hauptschule, Realschule e Gymnasium.

Na Hauptschule, os alunos recebem uma formação geral básica que normalmente tem duração de cinco a seis anos. Após sua conclusão, o aluno está habilitado a frequentar um curso nas escolas profissionalizantes (Berufschulen), para exercer um ofício na indústria ou na agricultura.

A Realschule, assim como a Hauptschule, também oferece uma formação geral básica, com a diferença de habilitar aos cursos mais adiantados nas escolas profissionalizantes. Normalmente tem duração de seis anos.

O Gymnasium, que tem duração de nove anos, propicia uma formação mais aprofundada. Concluindo o Gymnasium, o aluno podera obter o certificado chamado Abitur, que habilita o jovem a frequentar um curso em uma universidade de sua escolha, de acordo com suas notas. Isto é, os alunos com as melhores notas têm preferência nas faculdades e nas escolhas de profissões mais especializadas, como por exemplo, medicina. O sistema de notas nas escolas alemãs é bem diferente em relacão ao Brasil: As notas variam de 1 a 6, sendo 1 a melhor nota.
O diploma Abitur pode ser comparado ao Vestibular brasileiro.

Nas escolas profissionalizantes (Berufschulen) o jovem é preparado para o exercício de uma profissão oficialmente reconhecida. A formação teórica se dá na escola através das aulas, um a dois dias por semana; a formação prática é feita no posto de trabalho (empresa ou oficina), três dias por semana. Os cursos têm duração de dois a três anos e o estágio é remunerado, sobretudo para os jovens vindos da Hauptschule e da Realschule. Há muitos casos de alunos que cursaram o Gymnasiun e possuem o diploma Abitur, que optam por uma formação deste tipo.

O sistema educacional na Alemanha, em relação ao Brasil, apresenta uma grande vantagem: o ensino gratuito. Muitos estudantes estrangeiros são atraídos pelas universidades que abrem suas portas e oferecem cursos em inglês para aqueles que não dominam o alemão. Apesar de uma decisão judicial recente permitir que os Estados cobrem taxas de estudantes nas universidades, ainda acredita-se na importância de misturar nas salas de aula, várias nacionalidades com diferentes expectativas políticas, sociais, culturais e econômicas.

A internacionalizacão do sistema de ensino alemão ainda é uma questão de grandes discussões entre acadêmicos e especialistas em educação.

* Fernanda Burmeister é brasileira de São Paulo, Capital. Publicitária e profissional de marketing. Permanecerá na Alemanha nos dois próximos anos, em viagem de estudos.
 
Outros dados.

Nos últimos vinte anos, o sistema educacional alemão caiu do 14º para o 20º lugar no ranking dos 30 países da OCDE. Último relatório da organização confirma falência da educação no país.
O sistema educacional alemão recebeu notas baixas de novo, três anos após os péssimos resultados no estudo do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Em decorrência de investimentos insuficientes, estruturas escolares ultrapassadas e do baixo número de estudantes que concluem o curso superior, a Alemanha ameaça ficar para trás entre os países desenvolvidos. Isso foi o que constatou o mais recente estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado esta terça-feira (14/09), em Berlim.
No estudo realizado anualmente, a OCDE compara a eficiência dos sistemas educacionais de seus 30 países-membros. De acordo com a última investigação, no período entre 1995 e 2001, os países da OCDE aumentaram em 21% seus investimentos em educação e em 30% as verbas destinadas ao sistema universitário. Na Alemanha, o aumento se limitou respectivamente a apenas 6% e 7%.

Alunos têm menos aulas

Quanto ao ensino básico e médio, o estudo aponta que as despesas alemãs com os escolares ficaram abaixo da média, enquanto o salário dos professores se mantém acima da média. Os alunos do curso primário na Alemanha têm aproximadamente 160 horas-aula menos que a média dos países da OCDE.
A discrepância entre os resultados alemães e o dos demais países avaliados diminui nos últimos anos escolares. Mesmo assim, a carga horária de alunos na faixa etária de 15 anos ainda é menor na Alemanha, somando 66 horas-aula menos que a média da OCDE. No jardim de infância, as taxas escolares a serem pagas pelos beneficiados na Alemanha correspondem ao dobro da média; por outro lado, as semestralidades universitárias e outras despesas de estudantes do ensino superior somam menos da metade da média registrada na organização.

Menos de 20% formados na idade certa

Entre 1995 e 2002, quase todos os países da OCDE aumentaram nitidamente seus investimentos em escolas superiores e técnicas ou em programas de especialização e profissionalização. O número de estudantes de 3º grau aumentou 40% em média. Além da Áustria e da França, a Alemanha é o único país onde esta cota não aumentou. Na média da OCDE, aproximadamente 32% das pessoas em idade de se formar concluem de fato o curso superior; na Alemanha, este índice é de 19%. Para assegurar esta cota média, o número de ingressantes nas universidades alemãs deveria aumentar nitidamente nos próximos anos.
O educador Andreas Schleicher, especialista da OCDE, responsabilizou a negligência política alemã dos últimos 20 anos pelo grave quadro do sistema educacional. Neste período, o país caiu do 14º para o 20º lugar no ranking da organização. Para Schleicher, as reformas chegaram tarde demais. A principal reforma feita na Alemanha foi a introdução do regime escolar integral, algo que já existia há muitos anos em outros países da OCDE. Além disso, ao contrário do que ocorre na Alemanha, o jardim de infância e a pré-escola fazem parte do sistema de ensino oficial na maioria dos países da organização.
A ministra da Educação, Edelgard Bulmahn, lembrou que o governo federal aumentou as verbas para educação e pesquisa em 36% desde 1998. Ela advertiu da necessidade de estados e municípios se empenharem mais neste sentido, alegando a enorme urgência de recuperar o sistema educacional alemão.
Fonte: www.dw-world.de

 Fontes: http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/170/25/
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/alemanha/educacao-na-alemanha.php

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