INTRODUÇÃO
"O pedagogo não pode mais ser aquele elemento da escola que tem como única perspectiva promover a adaptação dos indivíduos, pois, ao permanecer nessa prática, simplesmente continua a valorizar o poder das estruturas dominantes e, consequentemente, a dominação do capital e a submissão ao trabalho." (Urbanetz e Silva, pag.58)
Inicio este trabalho colocando em questão a visão que se tem do orientador educacional e do supervisor e a própria visão que eles têm de si mesmos.
Muito tem se falado sobre trabalho coletivo e gestão democrática, o que sugere uma participação mais integrada, principalmente da chamada equipe gestora de uma escola.
Mais do que em outros tempos, o trabalho coletivo e integrado entre a supervisão escolar e a orientação educacional se faz presente, pois, hoje, educando, família e educadores carecem de intermediários que possam elucidar as transformações pelas quais a sociedade como um todo vem passando.
Todos parecem sentir que seus papéis já não são mais os mesmos, auqle que conhecíamos há décadas atrás e, realmente ,não são.
A sociedade vive numa crise de identidade em que muitos pais deixam para a escola o papel da educação básica (não Educação Básica, mas aquela que "vem de berço"). Muitos educadores sentem-se constrangidos ou mesmo inseguros, agredidos e descompassados ao terem que ensinar a alguns alunos noções básicas como higiene pessoal, posturas adequadas e convivência, entre outros.
Nesse ínterim, surgem as figuras maestrinas do supervisor edccional, ou coordenador pedagógico, e do orientador escolar, na busca de uma gestão mais democrática, participativa e de responsabilidades compartilhadas.
JUNTANDO FORÇAS, CONQUISTANDO OBJETIVOS
Um bom planejamento se faz necessário desde o início do ano letivo, com a participação de todos os envolvidos nesse processo de educar e desenvolver as competências e habilidades dos alunos. Esses envolvidos não são somente os professores, para discutir curriculos e conteúdos afins, mas também toda a equipe gestora: direção, supervisão e orientação.
"O movimento de democratização e qualificação da educação é um amplo e complexo processo, que tem como meta a mudança da prática em sala de aula e na escola. Neste, a equipe diretiva (direção, supervisão, coordenação pedagógica, orientação educacional) tem um importante papel, dada sua influencia na criação de um clima organizacional favorável." (VASCONCELLOS, Coordenação do Trabalho Pedagógico,p. 51, 2002.)
torna-se fundamental planejar não só quais serão os conteúdos, as estratégias ou metodologias a serem usadas durante o ano, mas aproveitar esse momento de construção coletiva, para definir bem os papéis e o que se espera de cada um.
Buscar nesse ato de planejar espaços para, mais tarde, re-planejar sempre que necessário, afinal sabemos que educar não é um ato estático, pronto e acabado. É necessário acompanhar as evoluções, as necessidades de cada contexto histórico e social.
Esse planejamento participativo leva a uma gestão mais democrática, voltada para o bem comum e coletivo. Deixa de ser uma gestão meramente burocrática, em que o papel de supervisor, ou coodenador, e de orientador são tão isolados em si mesmos, que parecem não fazer parte de um mesmo barco. Não conseguem se entender, cada um vê a sua função ou cargo como mais importante do que do outro e, se possível, demonstram aos alunos, professores e famílias que cada um é o melhor para ser consultado e que a grande culpa de as coisas não estarem indo bem é do outro que não faz bem o seu papel. E com isso quem sai perdendo são os professores, os alunos e os pais.
"Tendo em vista o papel de referência que a equipe diretiva desempenha, podemos dizer que o desenvolvimento de práticas autenticamente democráticas no interior da escola vai depender, em grande medida, de uma nova postura a ser assumida por essa equipe." (ibid, p.53)
O professor não pode sentir-se, em momento algum, desamparado em sua prática. O coordenador pedagógico, em sua função de supervisor escolar, apresenta a função de articular estratégias e conteúdos juntamente com o professor , com o grande objetivo de atingir o seu alunado, principalmente aquela parcela que mais necessita do apoio docente em sua aprendizagem.Cito Vasconcellos:
"A equipe de coordenação escolar tem por função articular todo o trabalho em torno da proposta geral da escola e não ser elemento de controle formal e burocrático. É interessante refletir sobre a diferença em acompanhar ? que é uma necessidade ? e fiscalizar ? que é colocar-se fora e acima do processo." (ibid, p. 151)
O Orientador Educacional, como próprio nome sugere, orienta alunos, professores e familiares, fazendo mediações, favorecendo o diálogo, para que a escola possa caminhar de forma harmoniosa. O Orientador , numa perspectiva atual, não é aquele que deve manter a regulação do aluno, ensina-lhe a duras penas como encaixar-se nas regras da escola e por conseguinte nas regras da sociedade. Seu papel é o de provocar experiências e vivências que leve o aluno a conscientizar-se de seu papel na sociedade e que para uma convivência harmoniosa e saudável é necessário refletir sobre suas ações e perceber o outro como ser humano que somos.Cito:
"Na perspectiva dialética que estamos assumindo, a disciplina consciente e interativa pode ser entendida como o processo de construção da auto-regulação do sujeito e/ou grupo, que se dá na interação social e pela tensão dialética adaptação-transformação, tendo em vista atingir conscientemente um objetivo, qual seja, disciplina é essencialmente auto-disciplina, auto-organização". (id. P. 42)
Esses personagens, Supervisor e o Orientador, atores tão fundamentais na peça teatral do desenvolvimento dos alunos, sendo o primeiro voltado mais às questões pedagógicas, porém com um olhar sobre o aluno como um todo, como um ser que não é só aspecto cognitivo, mas também emocional, psicológico e que possui características próprias.O segundo , mais voltado à vivência, ao emocional e ao social do aluno, às questões familiares, intervindo nas relações para que professor ? aluno ? família possam interagir de forma a garantir o desenvolvimento do educando.
Unindo-se esses atores, em um trabalho integrado, conjunto e harmonioso, em prol do educando e de sua formação, teremos uma escola provocante no sentido de despertar habilidades, desenvolver competências e formar seres humanos aptos à conviver em sociedade de uma forma mais pacifica, porém, ativa e consciente.
CONCLUSÃO
Diante de tantas mudanças que a sociedade, a família e escola enfrentam, a democratização da gestão escolar talvez seja uma das mais comprometidas. Muito se fala em descentralizar o poder e compartilhar funções, mas a inexperiência e a má formação fazem com que coordenadores e orientadores trabalhem isoladamente, como se um não dependesse do outro. Como diz Vasconcellos, "É tarefa intransferível da equipe comprometer-se com a melhoria das condições de trabalho dos profissionais da educação. Sem isto, todo o resto corre o risco de ser remendo novo sobre o tecido velho" (ibid, p. 57)
Supervisor e Orientador precisam trabalhar de forma mais orgânica, visto que a própria escola é uma instituição que funciona como um organismo vivo, em que cada órgão tem sua função e se não está desempenhando de acordo com o que é esperado, todo o resto acaba sentindo-se mal. Portanto um trabalho integrado entre os membros gestores / professores / alunos / família, é fundamental para o bom funcionamento desse corpo que é a escola.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VASCONCELLOS, CELSO S.Coordenação do trabalho Pedagógico. 10ª ed. São Paulo: Libertad, 2002.
______. ______. Disciplina:Construção da Displina Consciente e Interativa em sala de aula e na escola.12 ed.São Paulo: Libertad, 2001.
"O pedagogo não pode mais ser aquele elemento da escola que tem como única perspectiva promover a adaptação dos indivíduos, pois, ao permanecer nessa prática, simplesmente continua a valorizar o poder das estruturas dominantes e, consequentemente, a dominação do capital e a submissão ao trabalho." (Urbanetz e Silva, pag.58)
Inicio este trabalho colocando em questão a visão que se tem do orientador educacional e do supervisor e a própria visão que eles têm de si mesmos.
Muito tem se falado sobre trabalho coletivo e gestão democrática, o que sugere uma participação mais integrada, principalmente da chamada equipe gestora de uma escola.
Mais do que em outros tempos, o trabalho coletivo e integrado entre a supervisão escolar e a orientação educacional se faz presente, pois, hoje, educando, família e educadores carecem de intermediários que possam elucidar as transformações pelas quais a sociedade como um todo vem passando.
Todos parecem sentir que seus papéis já não são mais os mesmos, auqle que conhecíamos há décadas atrás e, realmente ,não são.
A sociedade vive numa crise de identidade em que muitos pais deixam para a escola o papel da educação básica (não Educação Básica, mas aquela que "vem de berço"). Muitos educadores sentem-se constrangidos ou mesmo inseguros, agredidos e descompassados ao terem que ensinar a alguns alunos noções básicas como higiene pessoal, posturas adequadas e convivência, entre outros.
Nesse ínterim, surgem as figuras maestrinas do supervisor edccional, ou coordenador pedagógico, e do orientador escolar, na busca de uma gestão mais democrática, participativa e de responsabilidades compartilhadas.
JUNTANDO FORÇAS, CONQUISTANDO OBJETIVOS
Um bom planejamento se faz necessário desde o início do ano letivo, com a participação de todos os envolvidos nesse processo de educar e desenvolver as competências e habilidades dos alunos. Esses envolvidos não são somente os professores, para discutir curriculos e conteúdos afins, mas também toda a equipe gestora: direção, supervisão e orientação.
"O movimento de democratização e qualificação da educação é um amplo e complexo processo, que tem como meta a mudança da prática em sala de aula e na escola. Neste, a equipe diretiva (direção, supervisão, coordenação pedagógica, orientação educacional) tem um importante papel, dada sua influencia na criação de um clima organizacional favorável." (VASCONCELLOS, Coordenação do Trabalho Pedagógico,p. 51, 2002.)
torna-se fundamental planejar não só quais serão os conteúdos, as estratégias ou metodologias a serem usadas durante o ano, mas aproveitar esse momento de construção coletiva, para definir bem os papéis e o que se espera de cada um.
Buscar nesse ato de planejar espaços para, mais tarde, re-planejar sempre que necessário, afinal sabemos que educar não é um ato estático, pronto e acabado. É necessário acompanhar as evoluções, as necessidades de cada contexto histórico e social.
Esse planejamento participativo leva a uma gestão mais democrática, voltada para o bem comum e coletivo. Deixa de ser uma gestão meramente burocrática, em que o papel de supervisor, ou coodenador, e de orientador são tão isolados em si mesmos, que parecem não fazer parte de um mesmo barco. Não conseguem se entender, cada um vê a sua função ou cargo como mais importante do que do outro e, se possível, demonstram aos alunos, professores e famílias que cada um é o melhor para ser consultado e que a grande culpa de as coisas não estarem indo bem é do outro que não faz bem o seu papel. E com isso quem sai perdendo são os professores, os alunos e os pais.
"Tendo em vista o papel de referência que a equipe diretiva desempenha, podemos dizer que o desenvolvimento de práticas autenticamente democráticas no interior da escola vai depender, em grande medida, de uma nova postura a ser assumida por essa equipe." (ibid, p.53)
O professor não pode sentir-se, em momento algum, desamparado em sua prática. O coordenador pedagógico, em sua função de supervisor escolar, apresenta a função de articular estratégias e conteúdos juntamente com o professor , com o grande objetivo de atingir o seu alunado, principalmente aquela parcela que mais necessita do apoio docente em sua aprendizagem.Cito Vasconcellos:
"A equipe de coordenação escolar tem por função articular todo o trabalho em torno da proposta geral da escola e não ser elemento de controle formal e burocrático. É interessante refletir sobre a diferença em acompanhar ? que é uma necessidade ? e fiscalizar ? que é colocar-se fora e acima do processo." (ibid, p. 151)
O Orientador Educacional, como próprio nome sugere, orienta alunos, professores e familiares, fazendo mediações, favorecendo o diálogo, para que a escola possa caminhar de forma harmoniosa. O Orientador , numa perspectiva atual, não é aquele que deve manter a regulação do aluno, ensina-lhe a duras penas como encaixar-se nas regras da escola e por conseguinte nas regras da sociedade. Seu papel é o de provocar experiências e vivências que leve o aluno a conscientizar-se de seu papel na sociedade e que para uma convivência harmoniosa e saudável é necessário refletir sobre suas ações e perceber o outro como ser humano que somos.Cito:
"Na perspectiva dialética que estamos assumindo, a disciplina consciente e interativa pode ser entendida como o processo de construção da auto-regulação do sujeito e/ou grupo, que se dá na interação social e pela tensão dialética adaptação-transformação, tendo em vista atingir conscientemente um objetivo, qual seja, disciplina é essencialmente auto-disciplina, auto-organização". (id. P. 42)
Esses personagens, Supervisor e o Orientador, atores tão fundamentais na peça teatral do desenvolvimento dos alunos, sendo o primeiro voltado mais às questões pedagógicas, porém com um olhar sobre o aluno como um todo, como um ser que não é só aspecto cognitivo, mas também emocional, psicológico e que possui características próprias.O segundo , mais voltado à vivência, ao emocional e ao social do aluno, às questões familiares, intervindo nas relações para que professor ? aluno ? família possam interagir de forma a garantir o desenvolvimento do educando.
Unindo-se esses atores, em um trabalho integrado, conjunto e harmonioso, em prol do educando e de sua formação, teremos uma escola provocante no sentido de despertar habilidades, desenvolver competências e formar seres humanos aptos à conviver em sociedade de uma forma mais pacifica, porém, ativa e consciente.
CONCLUSÃO
Diante de tantas mudanças que a sociedade, a família e escola enfrentam, a democratização da gestão escolar talvez seja uma das mais comprometidas. Muito se fala em descentralizar o poder e compartilhar funções, mas a inexperiência e a má formação fazem com que coordenadores e orientadores trabalhem isoladamente, como se um não dependesse do outro. Como diz Vasconcellos, "É tarefa intransferível da equipe comprometer-se com a melhoria das condições de trabalho dos profissionais da educação. Sem isto, todo o resto corre o risco de ser remendo novo sobre o tecido velho" (ibid, p. 57)
Supervisor e Orientador precisam trabalhar de forma mais orgânica, visto que a própria escola é uma instituição que funciona como um organismo vivo, em que cada órgão tem sua função e se não está desempenhando de acordo com o que é esperado, todo o resto acaba sentindo-se mal. Portanto um trabalho integrado entre os membros gestores / professores / alunos / família, é fundamental para o bom funcionamento desse corpo que é a escola.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VASCONCELLOS, CELSO S.Coordenação do trabalho Pedagógico. 10ª ed. São Paulo: Libertad, 2002.
______. ______. Disciplina:Construção da Displina Consciente e Interativa em sala de aula e na escola.12 ed.São Paulo: Libertad, 2001.
Sobre a autora deste artigo,
Pedagoga.Atuo no Ensino Fundamental I e Educação Infantil, desde 1995. Atualmente estou na função de Professora Coordenadora do Fundamental I na rede municipal de Monteiro Lobato/SP. Pós em Gestão do Trabalho Pedagógico
fonte http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-do-trabalho-integrado-entre-supervisao-escolar-e-orientacao-educacional/42644/
Obrigado por sua visita, volte sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário