A ideia de lugar é muito abrangente, pois faz parte tanto do senso comum quanto do conhecimento científico. Na geografia, o termo lugar já foi empregado de muitas formas, pois cada corrente de pensamento geográfico o define de um modo distinto.
Assim, na geografia tradicional, a palavra lugar
não constituía um conceito científico, pois era utilizada
frequentemente do mesmo modo que no senso comum, ou seja, como sinônimo
de localização. Quando usada no plural, servia geralmente para fazer
referência à variabilidade das combinações de elementos na superfície da
Terra e, por conseguinte, ao conjunto de características naturais e
humanas que particularizam uma determinada porção da superfície
terrestre. Isso era visível quando Paul Vidal de La Blache afirmava que “a geografia é a ciência dos lugares, não dos homens” e quando autores como Richard Hartshorne diziam que “os lugares são únicos” [1].
A geografia quantitativa, interessada em estudar a organização espacial, também se utilizava da palavra lugar com o sentido de localização, já que os conceitos de organização espacial, região homogênea, região funcional, polo de crescimento,
entre outros do gênero, eram mais apropriados para enfoques de tipo
morfológico, isto é, interessados em explicar os padrões de distribuição
e de relações espaciais estabelecidos pelos agentes econômicos e
sociais[2].
Nesse sentido, a geografia humanista foi a primeira vertente da geografia a fazer uso da palavra lugar
como um conceito científico. De fato, esse foi um dos conceitos
fundamentais para os propósitos dessa corrente, interessada em pesquisar
as relações subjetivas do homem com o espaço e o ambiente. Os geógrafos
humanistas destacam a importância de estudar o cotidiano
como forma de compreender os valores e atitudes que as pessoas comuns
elaboram a respeito do espaço e do ambiente em que vivem. O conceito de lugar
é apropriado para esse tipo de pesquisa por dizer respeito aos espaços
vivenciados pelas pessoas em suas atividades cotidianas de trabalho,
lazer, estudo, convivência familiar, etc. Por esse motivo, a geografia
humanista define o lugar como uma forma de experiência humana, “um tipo especial de vivência do espaço”. Ele tem, portanto, o mesmo conteúdo que os fenomenologistas atribuem ao conceito de mundo, isto é, o conjunto das vivências individuais e subjetivas dos sujeitos; “aquilo que em primeiro lugar aparece à consciência”[3].
A geografia crítica, por sua vez, não dá a mesma importância teórica ao conceito de lugar, pois trabalha principalmente com os conceitos de espaço geográfico e de território. Todavia, alguns geógrafos críticos, como Milton Santos, passaram a conferir maior importância teórica ao conceito de lugar ao longo do tempo. No livro A natureza do espaço,
esse autor fala sobre a “força do lugar” e o qualifica como um espaço
produzido por duas lógicas, a saber, a das vivências cotidianas das
pessoas e a dos processos econômicos, políticos e sociais que constituem
a globalização.
Nesse sentido, a abordagem crítica do lugar procura se diferenciar da
abordagem humanista na medida em que leva em conta as influências dos
processos relacionados à globalização no estudo das vivências que os
indivíduos desenvolvem nos lugares[4].
E essa influência é caracterizada por Milton Santos e outros
geocríticos, em geral, como impositiva, perversa e estranha aos
interesses do lugar.
Referências
- ↑ Luis Lopes Diniz Filho. Fundamentos epistemológicos da geografia. Curitiba: IBPEX, 2009 (Metodologia do Ensino de História e Geografia, v. 6)
- ↑ Luis Lopes Diniz Filho. Fundamentos epistemológicos da geografia. Curitiba: IBPEX, 2009 (Metodologia do Ensino de História e Geografia, v. 6)
- ↑ Nécio Turra Neto. Em busca do lugar reencontrado. In: VESTENA, L. R. Et al. (org.). Saberes geográficos: teorias e aplicações. Guarapuava (PR): Unicentro, 2009, p. 112
- ↑ Nécio Turra Neto. Em busca do lugar reencontrado. In: VESTENA, L. R. Et al. (org.). Saberes geográficos: teorias e aplicações. Guarapuava (PR): Unicentro, 2009, p. 112
Abaixo uma explicação, que encotrei na web e acehi interessante.
Lugar: Desafio 6º Ano
Meus pequenos e grandes educandos,
Para a Geografia o Lugar refere-se ao espaço que conhecemos, temos amigos, trabalhamos, fazemos compras, brincamos etc. Cada lugar tem uma história que se encontra representada nos diferentes tipos de construções, nos traçados das ruas, nas atividades econômicas desenvolvidas e, principalmente, na maneira como as pessoas se realacionam. Fonte:BIGOTTO, J., VITIELLO, M. e ALBUQUERQUE,M. A.Geografia sociedade e cotidiano: fundamentos do espaço geográfico, 6ºano. São Paulo: Escala Educacional, 2009.
Agora é com vocês, façam um comentário descrevendo como é lugar em que vivem...
Saudações Geográficas,
Prof. Paula Priscila : Mestre em Geografia. Professora de Geografia nas cidades de Guarabira e Solânea.
Para a Geografia o Lugar refere-se ao espaço que conhecemos, temos amigos, trabalhamos, fazemos compras, brincamos etc. Cada lugar tem uma história que se encontra representada nos diferentes tipos de construções, nos traçados das ruas, nas atividades econômicas desenvolvidas e, principalmente, na maneira como as pessoas se realacionam. Fonte:BIGOTTO, J., VITIELLO, M. e ALBUQUERQUE,M. A.Geografia sociedade e cotidiano: fundamentos do espaço geográfico, 6ºano. São Paulo: Escala Educacional, 2009.
Agora é com vocês, façam um comentário descrevendo como é lugar em que vivem...
Saudações Geográficas,
Prof. Paula Priscila : Mestre em Geografia. Professora de Geografia nas cidades de Guarabira e Solânea.
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