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terça-feira, 30 de abril de 2013
Leitura de Clássicos - Aula de apresentação
Leitura de Clássicos - Aula de apresentação
Luiz Gonzaga de Carvalho
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Conheça a história do campo de concentração soviético Gulag
Publicado em 24/08/2012
Na entrevista Anne Applebaum fala do livro GULAG -
Uma História dos Campos de Prisioneiros Soviéticos, ganhador do Prêmio Pulitzer 2004 Não-Ficção. Leia:http://www.libertarianismo.org/livros...
"Quanto mais formos capazes de entender como as diferentes sociedades transformaram seu próximo e seu semelhante em objetos quanto mais conhecermos as circunstâncias específicas que orientaram cada episódio de tortura e execução em massa, mais entenderemos o lado sombrio de nossa natureza humana. Este livro não foi escrito para que "a história não se repita", como diz um velho clichê. Este livro foi escrito porque é quase certo que a história se repetirá. As filosofias totalitaristas tiveram, e continuarão a ter, um grande apelo sobre milhões de pessoas. A destruição do "inimigo impessoal", como Hannah Arendt disse certa vez, continua sendo um objetivo fundamental de muitas ditaduras. Precisamos saber por quê - e todas as histórias, todas as memórias, todos os documentos da história do Gulag são uma parte do quebra-cabeça, uma parte da explicação. Sem eles, vamos acordar um dia e perceber que não sabemos quem somos."
Uma História dos Campos de Prisioneiros Soviéticos, ganhador do Prêmio Pulitzer 2004 Não-Ficção. Leia:http://www.libertarianismo.org/livros...
"Quanto mais formos capazes de entender como as diferentes sociedades transformaram seu próximo e seu semelhante em objetos quanto mais conhecermos as circunstâncias específicas que orientaram cada episódio de tortura e execução em massa, mais entenderemos o lado sombrio de nossa natureza humana. Este livro não foi escrito para que "a história não se repita", como diz um velho clichê. Este livro foi escrito porque é quase certo que a história se repetirá. As filosofias totalitaristas tiveram, e continuarão a ter, um grande apelo sobre milhões de pessoas. A destruição do "inimigo impessoal", como Hannah Arendt disse certa vez, continua sendo um objetivo fundamental de muitas ditaduras. Precisamos saber por quê - e todas as histórias, todas as memórias, todos os documentos da história do Gulag são uma parte do quebra-cabeça, uma parte da explicação. Sem eles, vamos acordar um dia e perceber que não sabemos quem somos."
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Perfil dos coordenadores pedagógicos Saiba quem são esses profissionais e o que pensam sobre a Educação brasileira
Perfil profissional
Perfil dos coordenadores pedagógicos
Saiba quem são esses profissionais e o que pensam sobre a Educação brasileira
AUTORIA: FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA
A Fundação Victor Civita realizou em 2010 e 2011 ampla pesquisa sobre os coordenadores pedagógicos brasileiros, em parceria com a Fundação Carlos Chagas e o Ibope Inteligência. O estudo foi conduzido em duas fases e teve coordenação geral da professora Dra. Vera Placco. Já disponível, o resultado da primeira fase - quantitativa - traz informações preciosas sobre quem são e o que pensam os profissionais que estão à frente da coordenação das escolas de todo o país. A segunda fase - qualitativa - teve como objetivo identificar e analisar os processos de coordenação pedagógica em curso em escolas de diferentes regiões brasileiras, de modo a ampliar o conhecimento sobre a função e identificar potencialidades e limitações. Com isso, a intenção da FVC é subsidiar políticas públicas de formação docente e organização dos sistemas escolares. Confira abaixo os resultados já publicados e leia a edição especial produzida pela equipe da revista GESTÃO ESCOLAR sobre o tema.
Edição Especial
Os caminhos da coordenação pedagógica e da formação de professores
PDF | Zip | HTML Conteúdo exclusivo: a edição "Os caminhos da coordenação pedagógica e da formação de professores" não é vendida em bancas.
1ª fase: estudo quantitativo
Documentos
Apresentação dos resultados
PDF | Zip
Relatório quantitativo
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Questionários
PDF | Zip
2ª fase: estudo qualitativo
Documentos
Apresentação dos resultados
PDF | Zip
Relatório qualitativo
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Questionários
PDF | Zip
Quadro de atribuições pela legislação, por região
PDF | Zip
Reportagens
Coordenador pedagógico atua como bedel
PDF
[O Estado de S. Paulo - 03/06/2011]
Pesquisa mostra que 72% dos coordenadores pedagógicos atuam como bedel
PDF[Seduc MT - 03/06/2011]
47% dos coordenadores pedagógicos das escolas não sabem o que é Ideb
PDF
[Todos pela Educação - 03/06/2011]
Avaliações em série confundem professores
PDF
[O Estado de S. Paulo - 20/06/2011]
Para que serve o Ideb mesmo?
PDF
[O Diário - 19/08/2011]
Paraná terá metas próprias para avaliar Educação
PDF
[Gazeta do Povo - 22/08/2011]
Gestores devem usar Ideb para criar ações efetivas, afirmam pesquisadores PDF
[Todos pela Educação – 14/08/2012]
Projeto pretende expor notas das escolas
PDF
[Rede Bom dia - 28/08/2011]
Artigo Acadêmico
O coordenador pedagógico (CP) e a formação de professores: intenções, tensões e contradições
PDF | HTML
Vera Maria Nigro de Souza Placco, Laurinda Ramalho de Almeida, Vera Lucia Trevisan de Souza, da Fundação Carlos Chagas (FCC)
Edição Especial
Os caminhos da coordenação pedagógica e da formação de professores
PDF | Zip | HTML Conteúdo exclusivo: a edição "Os caminhos da coordenação pedagógica e da formação de professores" não é vendida em bancas.
1ª fase: estudo quantitativo
Documentos
Apresentação dos resultados
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Relatório quantitativo
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Questionários
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2ª fase: estudo qualitativo
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Apresentação dos resultados
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Relatório qualitativo
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Questionários
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Quadro de atribuições pela legislação, por região
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Reportagens
Coordenador pedagógico atua como bedel
[O Estado de S. Paulo - 03/06/2011]
Pesquisa mostra que 72% dos coordenadores pedagógicos atuam como bedel
PDF[Seduc MT - 03/06/2011]
47% dos coordenadores pedagógicos das escolas não sabem o que é Ideb
[Todos pela Educação - 03/06/2011]
Avaliações em série confundem professores
[O Estado de S. Paulo - 20/06/2011]
Para que serve o Ideb mesmo?
[O Diário - 19/08/2011]
Paraná terá metas próprias para avaliar Educação
[Gazeta do Povo - 22/08/2011]
Gestores devem usar Ideb para criar ações efetivas, afirmam pesquisadores PDF
[Todos pela Educação – 14/08/2012]
Projeto pretende expor notas das escolas
[Rede Bom dia - 28/08/2011]
Artigo Acadêmico
O coordenador pedagógico (CP) e a formação de professores: intenções, tensões e contradições
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Vera Maria Nigro de Souza Placco, Laurinda Ramalho de Almeida, Vera Lucia Trevisan de Souza, da Fundação Carlos Chagas (FCC)
http://fvc.org.br/estudos-e-pesquisas/2010/perfil-coordenadores-pedagogicos-605038.shtml
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O papel do coordenador no Fundamental 2 e no Ensino Médio
O papel do coordenador no Fundamental 2 e no Ensino Médio
Confira como superar os desafios do segundo segmento do Ensino Fundamental e do Ensino Médio
Aurélio Amaral (novaescola@atleitor.com.br)
Troca entre disciplinas Professores da EMEF Amorim Lima, em São Paulo, fazem projetos que envolvem as várias áreas
Há algumas explicações. Primeiro, a estrutura curricular se transforma. Nas séries iniciais, há apenas um professor responsável por praticamente todas as aulas de uma turma e que, por causa disso, fica mais tempo na escola. Já nos anos finais, o horário se fragmenta. Cada disciplina tem um titular, geralmente cumprindo carga horária reduzida, o que dificulta a presença de toda a equipe nos encontros formativos. "Temos apenas 20 minutos no intervalo para falar com os colegas", disse uma professora de Ciências na pesquisa Anos Finais do Ensino Fundamental: Aproximando-se da Configuração Atual, realizada em 2011 pela Fundação Carlos Chagas (FCC) sob encomenda da Fundação Victor Civita (FVC), ambas em São Paulo. O desafio, aqui, é dar unidade ao PPP - e para isso é preciso garantir os horários coletivos.
O perfil dos profissionais muda nas séries mais avançadas. Os polivalentes são substituídos por especialistas e, para o coordenador, isso pode ser um problema se ele se sentir constrangido para dar orientação pedagógica a quem tem formação específica - o que, veremos mais adiante, pode ser superado com o conhecimento que ele vai procurar ter sobre as didáticas específicas.
Tanto para refletir sobre a prática quanto para aprender a lidar com temas recorrentes da pré-adolescência e da adolescência - como a sexualidade, os conflitos e as dúvidas sobre a carreira -, a equipe precisa do apoio da coordenação pedagógica.
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/papel-coordenador-fundamental-2-ensino-medio-739951.shtml
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Qual é a importância do professor?
Discuta nas suas aulas sobre o mundo do trabalho o papel do professor na sociedade e porque a carreira docente é tão desvalorizada. Utilize, na explicação, teóricos como Émile Durkheim e Max Weber
- Discutir a importância do professor para a sociedade
- Compreender como funciona o mercado de trabalho para os docentes
Conteúdos
- Educação
- Mercado e divisão do trabalho
Anos
Ensino Médio
Tempo estimado
Três aulas
Materiais necessários
- Cópias da entrevista "Uma missionária da educação" (Veja, 2319, 01 de maio de 2013), para todos os alunos
- Material para a confecção de faixas ou cartazes (papel, cartolina, tinta, cola, tesoura, revistas, jornais, etc)
- Cópias do texto "Professores do Brasil" (disponível na 4º etapa) para todos os estudantes.
Introdução
O compromisso do Estado brasileiro com a educação está formalizado no artigo 205 da Constituição Federal de 1988, onde se lê que "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho."
Para que isso ocorra é indispensável a boa atuação dos professores, personagens centrais em todas as fases da educação formal. No entanto, a profissão docente é atualmente percebida como mal remunerada e pouco valorizada pela sociedade. Trata-se, portanto, de uma situação paradoxal: ainda que o Estado seja obrigado a garantir educação de qualidade para as novas gerações, a carreira docente aparenta ser cada vez menos popular e mais fragilizada.
Neste plano de aula serão discutidas, em linhas gerais, a situação da carreira de professor no Brasil, sua importância e as dificuldades enfrentadas por esses profissionais. A proposta é estimular a discussão sobre o problema da educação e as políticas públicas relacionadas à formação, remuneração e condições da carreira docente no Brasil.
Desenvolvimento
1ª etapa
Escreva no quadro uma lista de profissões e ocupações. Utilize o modelo abaixo, adaptando-o para sua realidade (você pode incluir novas profissões ou omitir aquelas que não refletem a realidade cotidiana da comunidade).
Enfermeiro/ Padeiro/ Bombeiro/ Cozinheira/ Agricultor/ Médico / Mecânico / Lixeiro/ Diplomata/ Maestro /Engenheira/ Farmacêutico/ Professora/ Agrônomo/ Psicóloga/ Jornalista
Advogado/ Policial /Político /Educador infantil
Peça que os estudantes analisem o que está escrito por alguns instantes. A seguir, conduza uma rodada de discussões utilizando as questões abaixo. Peça que os alunos anotem suas impressões no caderno.
- Quais das profissões listadas são mais bem remuneradas? Por qual razão?
- Quais as ocupações que demandam mais tempo de estudo formal?
- Quais as profissões menos prestigiadas? Por quê?
- Quais as diferenças entre, por exemplo, advogados e agricultores?
- O que a maioria das profissões listadas tem em comum?
O objetivo da discussão é fazer com que todos discutam e compreendam:
- o papel da educação para a carreira profissional dos indivíduos, tanto do ponto de vista formal e legal (por exemplo, a necessidade de completar um curso superior para poder exercer regularmente a medicina ou a engenharia), quanto em relação ao prestígio, status e possibilidade de mobilidade social (note que entre as profissões apresentadas, as mais prestigiadas são normalmente associadas com maior investimento de tempo e recursos em educação).
- a situação dos professores no mundo do trabalho: ressalte que a educação é um dever do Estado brasileiro e um direito do cidadão. Mesmo as pessoas envolvidas com atividades menos prestigiadas e socialmente reconhecidas provavelmente passaram pela escola! Nesse sentido, você pode usar o exemplo das dificuldades enfrentadas por uma pessoa analfabeta para se colocar no mercado de trabalho atual, demonstrando assim a importância da educação formal e, portanto, dos professores.
Lembre-se: não se trata de classificar as profissões entre "melhores" e "piores". A atividade do lixeiro é tão importante para nossa saúde quanto a do médico, imagine uma cidade grande sem coleta de lixo! O importante é ressaltar que a sociedade apresenta oportunidades e recompensas desiguais para diferentes carreiras e profissionais.
2ª etapa
Complemente a etapa anterior com uma exposição. Esta é a hora de apresentar ao grupo alguns conceitos sobre divisão do trabalho, mercado e mobilidade social por meio da educação. Utilize o texto abaixo como base:
O que explicar para a turma?
Desde o século 19, uma das questões abordadas pela Sociologia é a crescente complexificação das sociedades capitalistas modernas e a especialização profissional decorrente dessas mudanças. De acordo com o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), as sociedades complexas se assemelhariam a organismos vivos, onde cada parte desempenha uma função específica. Para que esse grande organismo (a sociedade) funcione corretamente, é necessário que cada uma das suas partes (os indivíduos) se comportem como é esperado. A analogia equipara a sociedade com o corpo humano: se cada um dos órgãos está saudável (isto é, funcionando adequadamente), o corpo funcionaria corretamente. Assim, para que a sociedade funcione bem é necessário que cada indivíduo se comporte de acordo com o esperado para sua posição social, profissão etc.De acordo com Durkheim, a divisão de trabalho seria uma consequência da percepção dos indivíduos a respeito de sua dependência dos outros "órgãos" e obrigação moral com a manutenção da sociedade. Para o autor, essa "solidariedade orgânica" é a essência da coesão social. Sob essa perspectiva, o papel do professor seria instruir as pessoas para se adequarem à lógica dessa solidariedade e da divisão do trabalho.
Para o sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), a especialização e a distinção entre os indivíduos funcionaria de acordo com uma lógica diferente. Para ele, a divisão do trabalho seria resultado da industrialização e da mudança das pessoas para a cidade: se nos contextos pré-modernos um indivíduo se encarregava de diversas atividades de produção, nas sociedades industrializadas cada pessoa se especializa em uma função ou ocupação específica. As diferenças de classe e posição social entre os indivíduos estariam então relacionadas com o poder e o status que eles ocupam nessa divisão do trabalho. É claro que existem profissões mais valorizadas e remuneradas, mas ao contrário da percepção de Durkheim, os indivíduos poderiam almejar "mudar de posição" na divisão do trabalho, buscando posições de maior poder, status ou recompensas financeiras (em um processo de chamado de mobilidade social).
Nos dias de hoje, é comum a percepção de que um dos principais mecanismos de mobilidade social é a educação. Defensores dessa posição acreditam que indivíduos mais instruídos possuem um diferencial na competição do mercado de trabalho, podendo ascender internamente nas organizações e empresas, tendo acesso a melhores salários e reconhecimento. Ainda que membros das classes altas tenham melhores condições de se diferenciarem (por já possuírem instrução e reconhecimento herdados de suas famílias), a educação universal de qualidade proporcionaria formas de "nivelar" as condições de todas as pessoas. Nesse contexto, o papel do professor seria então fundamental para uma sociedade mais equalitária: caberia a ele, por meio dos processos formais de educação, proporcionar aos alunos menos favorecidos as condições indispensáveis para sua mobilidade social ascendente.
Certifique-se que os pontos expostos foram compreendidos e que a turma entendeu as noções de "divisão do trabalho" e "mobilidade social". Veja se eles demonstram capacidade de argumentação sobre o papel dos profissionais da educação para a sociedade contemporânea.
3ª etapa
Distribua as cópias da entrevista com Wendy Kopp, "Uma missionária da educação" (Veja, 2319, 01 de maio de 2013) para todos. Realize uma leitura dirigida, seguida de discussão. Aproveite a oportunidade para esclarecer dúvidas e para saber a opinião dos adolescentes sobre a iniciativa "Ensina!" mencionada no texto. Na opinião deles, por que ela "emperrou" no Brasil? Como isso pode se relacionar com a valorização e as dificuldades da carreira de educador no país?
4ª etapa
Para aprofundar a compreensão do tema, distribua cópias do texto abaixo para cada estudante e conduza uma leitura coletiva.
Ao longo da atividade, faça perguntas e estimule os estudantes a comentarem e relacionarem o texto com o que já estudaram. Você pode utilizar as questões abaixo:
- Eles concordam que as distinções de remuneração são um fator preponderante para a situação atual dos docentes? Existem outros pontos a serem ressaltados?
- Como essas informações podem se relacionar com o texto de Veja discutido anteriormente?
Professores do Brasil
Em 2009, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) editou um livro contendo os resultados de uma pesquisa extensiva sobre a formação de professores e o exercício da docência na educação básica no Brasil. De autoria de Bernardete Gatti e Elba Siqueira de Sá Barretto, o livro "Professores do Brasil: Impasses e Desafios" aborda desde as questões legais até as barreiras práticas e institucionais que marcam as carreiras dos professores no Brasil.
Em 2009, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) editou um livro contendo os resultados de uma pesquisa extensiva sobre a formação de professores e o exercício da docência na educação básica no Brasil. De autoria de Bernardete Gatti e Elba Siqueira de Sá Barretto, o livro "Professores do Brasil: Impasses e Desafios" aborda desde as questões legais até as barreiras práticas e institucionais que marcam as carreiras dos professores no Brasil.
Com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais, organizada pelo Ministério do Trabalho, da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio, de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Censo Escolar da Educação Básica, as autoras apresentam conclusões importantes: no Brasil, os professores são o terceiro maior grupo profissional no país (sendo que cerca de 80% são empregados pelo sistema público de educação), mas o reconhecimento da profissão ainda é insuficiente, variando muito de região para região.
Nesse aspecto, os dados apurados demonstram que em todos os níveis da educação básica (infantil, fundamental e médio), os professores das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste são melhor remunerados em comparação aos profissionais das regiões Norte e Nordeste.
Em comparação a outras profissões, o quadro fica ainda mais desanimador:
Profissão Rendimento médio mensal
Arquitetos: R$ 2.018,00
Biólogos: R$ 1.791,00
Dentistas: R$ 3.322,00
Farmacêuticos: R$ 2.212,00
Enfermeiros: R$1.751,00
Advogados: R$ 2.858,00
Jornalistas: R$ 2.389,00
Professores (Ed.básica): R$ 927,00
Diante dessas e outras evidências, as autoras se dedicam a questionar a atratividade dessa profissão para as novas gerações. Historicamente, elas argumentam, a representação da docência como "vocação" e "missão" afastou a categoria dos professores da ideia de uma categoria profissional de trabalhadores, prevalecendo a perspectiva de "doação de si", o que explica parcialmente as dificuldades que professores encontram em sua luta por salários e melhores condições.
Para reverter esse quadro, Gatti e Barretto ressaltam a necessidade de adoção de estratégias articuladas entre as diferentes instâncias formadoras de professores e as que os contratam como profissionais, construindo assim soluções que tornem possível a melhoria da qualidade da educação oferecida no país. (Maiko Rafael Spiess, adaptado de Gatti & Barreto, 2009)
Avaliação
Para encerrar, divida a turma em grupos de quatro. Os adolescentes deverão utilizar os materiais disponíveis (papel, cartolina, tinta, cola, tesoura, revistas, jornais e o que mais estiver à mão) para confeccionar faixas ou cartazes sobre a profissão docente no Brasil, destacando sua importância, as dificuldades percebidas e possíveis soluções para sua baixa valorização. Procure estimular a criatividade dos alunos, incentivando-os a explorar formas novas e inusitadas de apresentar os conteúdos aprendidos.
Após a conclusão da atividade, afixe os cartazes e faixas na sala de aula. Se quiser, peça que cada grupo faça uma breve apresentação sobre o trabalho. Para socializar os conhecimentos e estimular a discussão na sua escola, sugira que os alunos mostrem os trabalhos para outros professores.Faça você também uma "propaganda" a respeito da atividade nos intervalos e na sala dos professores, pedindo que seus colegas prestigiem os trabalhos e reflitam sobre a questão. Essa também é uma forma de valorizar sua importante profissão!
Os alunos serão avaliados por sua participação nas aulas, compreensão dos temas, e pela qualidade e criatividade do material produzido na última etapa.
Maiko Rafael Spiess
Sociológo e pesquisador visitante do Departamento de História da Ciência da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos
Sociológo e pesquisador visitante do Departamento de História da Ciência da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos
http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/plano-de-aula-sociologia-importancia-professor-739981.shtml
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segunda-feira, 29 de abril de 2013
Darwin e a prática da 'Salami Science' 27 de abril de 2013 | 2h 03
FERNANDO REINACH - O Estado de S.Paulo
Em 1985, ouvi pela primeira vez no Laboratório de Biologia Molecular a expressão "Salami Science". Um de nós estava com uma pilha de trabalhos científicos quando Max Perutz se aproximou. Um jovem disse que estava lendo trabalhos de um famoso cientista dos EUA. Perutz olhou a pilha e murmurou: "Salami Science, espero que não chegue aqui". Mas a praga se espalhou pelo mundo e agora assola a comunidade científica brasileira.
"Salami Science" é a prática de fatiar uma única descoberta, como um salame, para publicá-la no maior número possível de artigos científicos. O cientista aumenta seu currículo e cria a impressão de que é muito produtivo. O leitor é forçado a juntar as fatias para entender o todo. As revistas ficam abarrotadas. E avaliar um cientista fica mais difícil. Apesar disso, a "Salami Science" se espalhou, induzido pela busca obsessiva de um método quantitativo capaz de avaliar a produção acadêmica.
No Laboratório de Biologia Molecular, nossos ídolos eram os cinco prêmios Nobel do prédio. Publicar muitos artigos indicava falta de rigor intelectual. Eles valorizavam a capacidade de criar uma maneira engenhosa para destrinchar um problema importante. Aprendíamos que o objetivo era desvendar os mistérios da natureza. Publicar um artigo era consequência de um trabalho financiado com dinheiro público, servia para comunicar a nova descoberta. O trabalho deveria ser simples, claro e didático. O exemplo a ser seguido eram as duas páginas em que Watson e Crick descreveram a estrutura do DNA. Você se tornaria um cientista de respeito se o esforço de uma vida pudesse ser resumido em uma frase: Ele descobriu... Os três pontinhos teriam de ser uma ou duas palavras: a estrutura do DNA (Watson e Crick), a estrutura das proteínas (Max Perutz), a teoria da Relatividade (Einstein). Sabíamos que poucos chegariam lá, mas o importante era ter certeza de que havíamos gasto a vida atrás de algo importante.
Hoje, nas melhores universidade do Brasil, a conversa entre pós-graduandos e cientistas é outra. A maioria está preocupada com quantos trabalhos publicou no último ano - e onde. Querem saber como serão classificados. "Fulano agora é pesquisador 1B no CNPq. Com 8 trabalhos em revistas de alto impacto no ano passado, não poderia ser diferente." "O departamento de beltrano foi rebaixado para 4 pela Capes. Também, com poucas teses no ano passado e só duas publicações em revistas de baixo impacto..." Não que os olhos dessas pessoas não brilhem quando discutem suas pesquisas, mas o relato de como alguém emplacou um trabalho na Nature causa mais alvoroço que o de uma nova maneira de abordar um problema dito insolúvel.
Essa mudança de cultura ocorreu porque agora os cientistas e suas instituições são avaliados a partir de fórmulas matemáticas que levam em conta três ingredientes, combinados ao gosto do freguês: número de trabalhos publicados, quantas vezes esses trabalhos foram citados na literatura e qualidade das revistas (medida pela quantidade de citações a trabalhos publicados na revista). Você estranhou a ausência de palavras como qualidade, criatividade e originalidade? Se conversar com um burocrata da ciência, ele tentará te explicar como esses índices englobam de maneira objetiva conceitos tão subjetivos. E não adianta argumentar que Einstein, Crick e Perutz teriam sido excluídos por esses critérios. No fundo, essas pessoas acreditam que cientistas desse calibre não podem surgir no Brasil. O resultado é que em algumas pós-graduações da USP o credenciamento de orientadores depende unicamente do total de trabalhos publicados, em outras o pré-requisito para uma tese ser defendida é que um ou mais trabalhos tenham sido aceitos para publicação.
Não há dúvida de que métodos quantitativos são úteis para avaliar um cientista, mas usá-los de modo exclusivo, abdicando da capacidade subjetiva de identificar pessoas talentosas, criativas ou simplesmente geniais, é caminho seguro para excluir da carreira científica as poucas pessoas que realmente podem fazer descobertas importantes. Essa atitude isenta os responsáveis de tomar e defender decisões. É a covardia intelectual escondida por trás de algoritmos matemáticos.
Mas o que Darwin tem a ver com isso? Foi ele que mostrou que uma das características que facilitam a sobrevivência é a capacidade de se adaptar aos ambientes. E os cientistas são animais como qualquer outro ser humano. Se a regra exige aumentar o número de trabalhos publicados, vou praticar "Salami Science". É necessário ser muito citado? Sem problema, minhas fatias de salame vão citar umas às outras e vou pedir a amigos que me citem. Em troca, garanto que vou citá-los. As revistas precisam de muitas citações? Basta pedir aos autores que citem artigos da própria revista. E, aos poucos, o objetivo da ciência deixa de ser entender a natureza e passa a ser publicar e ser citado. Se o trabalho é medíocre ou genial, pouco importa. Mas a ciência brasileira vai bem, o número de mestres aumenta, o de trabalhos cresce, assim como as citações. E a cada dia ficamos mais longe de ter cientistas que possam ser descritos em uma única frase: Ele descobriu...
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O Brasil pintado de rosa 28 de abril de 2013 | 2h 07
O Estado de S.Paulo
Com produção em alta, inflação em queda, finanças públicas em ordem e contas externas bem sólidas, o Brasil vai bem, no mundo imaginário do Ministério da Fazenda, retratado na edição de março do boletim Economia Brasileira em Perspectiva. Nesse universo de fantasia, o único fator de perturbação é a crise internacional.
Sem ela, a situação do País seria ainda mais brilhante. Mas essa história feliz se desfaz quando se examinam com alguma atenção os números divulgados pelas próprias fontes oficiais. Exemplo: com um buraco de US$ 67 bilhões, o Brasil exibiu nos 12 meses terminados em março o pior resultado das contas externas desde 2002. O rombo acumulado nas transações correntes com o exterior chegou a 2,93% do PIB. As transações correntes englobam a balança comercial, a conta de serviços e as transferências unilaterais. No boletim da vida cor-de-rosa, os resultados são "estáveis" e facilmente financiáveis com investimentos estrangeiros diretos.
Os fatos desmentiram essa última afirmação nos 12 meses terminados em março, quando aqueles investimentos somaram US$ 63,6 bilhões. Foi necessário, portanto, completar com outros recursos, provavelmente mais especulativos, a cobertura do buraco.
A realidade conflita com a avaliação do Ministério da Fazenda em muitos outros pontos. O comércio vai mal, as importações têm crescido bem mais que as exportações e o País continua muito dependente das exportações de commodities para a China e outros mercados emergentes - uma tendência resultante dos erros cometidos pela diplomacia comercial petista a partir de 2003.
No mundo imaginário do Ministério da Fazenda, a economia brasileira retomou com firmeza o crescimento, depois de dois anos de fiasco. O fracasso de 2011 e 2012 é atribuído, naturalmente, às más condições internacionais. Como de costume, evita-se um tema delicado e incômodo: o desempenho muito melhor de outras economias em desenvolvimento. A nova fase de prosperidade brasileira, segundo o boletim, será sustentada por investimentos crescentes. Em 2012, o governo e o setor privado investiram o equivalente a 18,1% do PIB. A proporção havia chegado a 19,5% em 2010.
Para 2013 o Ministério projeta um número maior que o de 2012, sem bater, no entanto, em 20% do valor do produto interno. A projeção indica uma trajetória de alta contínua até 24% do PIB em 2018. Nesse momento, o País estará investindo, talvez, o necessário para um crescimento sustentável de uns 5% ao ano ou pouco mais. A aplicação de recursos em máquinas, equipamentos, construções privadas e infraestrutura continuará, portanto, muito abaixo do volume necessário por vários anos. Isso é uma confissão de impotência feita com palavras de otimismo e de confiança.
A embromação fica mais evidente quando se apresentam detalhes das grandes vitórias da política econômica. Segundo o relatório, já se aplicaram R$ 328,2 bilhões nos projetos do PAC 2, tendo sido concluídos 46,4% das ações previstas. Como de costume, a realização mais vistosa foi a destinação de dinheiro ao programa Minha Casa, Minha Vida - R$ 188,1 bilhões, ou 57,3% do total empregado.
Estimular a construção habitacional pode ser muito bom, mas investimentos planejados para aumentar a produtividade e a competitividade da economia nacional pertencem a categorias muito diferentes. Em energia, por exemplo, foram gastos apenas R$ 108,1 bilhões. Em transportes, míseros R$ 27,7 bilhões, apenas 8,4% dos R$ 328,2 bilhões aplicados no PAC 2. Nada mais natural, portanto, que as dificuldades para levar aos portos a soja destinada à exportação.
Quanto às contas públicas, aparecem no boletim como em ótimas condições. Não há uma palavra, é claro, sobre a contabilidade criativa para o fechamento das contas fiscais nem sobre o mal disfarçado endividamento do Tesouro para apoiar os bancos públicos. Muito menos uma palavra sobre o uso desse dinheiro para financiar empresas escolhidas para ser campeãs nacionais nem sobre a quebra de várias dessas favoritas da corte.
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A difícil realidade da economia brasileira
O editorial de hoje do Estadão (http://www.estadao.com.br/noticias/im...) faz uma análise bastante dura da situação da economia brasileira atual, sobretudo do ângulo das contas externas. O editorialista ridicularizou o Ministério da Fazenda, por ter feito relatório otimista contra os próprios números que estava analisando e publicando. O princípio de realidade está se imponto às loucuras da política econômica do PT, que finge não existir limites para a ação do Estado. Visivelmente o Brasil está vivendo além das suas posses. E isso terá que ser corrigido.
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domingo, 28 de abril de 2013
O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: Blog o Santo Nome: Metáfora, O verdadeiro culpado....
O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: Blog o Santo Nome: Metáfora, O verdadeiro culpado....: Blog o Santo Nome: Metáfora, O verdadeiro culpado. Alumas reflexões por João Maria. http://osantonome.blogspot.com.br/2011/11/o-verdad...
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Blog o Santo Nome: Metáfora, O verdadeiro culpado. Alumas reflexões por João Maria.
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Hora de mudar o ECA 25 de abril de 2013 | 2h 05
José Serra *
Em novembro de 2003 um casal de namorados foi sequestrado por um bando quando acampava num sítio na Grande São Paulo. Felipe, de 19 anos, foi morto com um tiro na nuca no dia seguinte. Liana, de 16, foi estuprada, torturada e assassinada no quinto dia, com 15 facadas.
Um dos bandidos, o Champinha, de 16 anos, foi internado na Fundação Casa, onde poderia passar, no máximo, três anos, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Mas a Justiça, diante de laudos psiquiátricos, não permitiu que ele fosse posto em liberdade quando esse período se encerrou. Em 2007 Champinha conseguiu fugir, mas foi recapturado. Um juiz impediu, porém, que ele fosse transferido para a Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, pois conviveria com detidos adultos, embora, àquela altura, ele já tivesse 20 anos, dois acima do limite da maioridade penal. Mas era impossível interná-lo num dos hospitais públicos, que não dispõem da contenção física necessária para pacientes psiquiátricos perigosos. Preparamos, então - eu era governador -, uma unidade especial de saúde para poder recebê-lo. Hoje, há seis internados nesse local.
Um procurador federal, pasmem, acaba de entrar com ação pedindo o fechamento dessa unidade e a entrega dos internos a hospitais. Imaginem como seria a internação de Champinha e dos outros na ala psiquiátrica de um hospital comum. Na verdade, se prevalecer, a ação do procurador implicará soltar esses internados perigosos, que só teriam de receber acompanhamento ambulatorial.
O episódio ilustra, de modo emblemático, a necessidade de alterar a legislação vigente para dirimir dúvidas e fixar critérios que combinem, com mais clareza, os direitos humanos dos infratores e a segurança da população, que, ainda que alguns se surpreendam, também é um direito humano - e de pessoas que não infringiram lei alguma. A interdição dessas mudanças e até do debate é liderada pelo governo federal e pelas bancadas do PT no Congresso, por oportunismo político e ideológico.
Há outros temas que envolvem o assunto, como a maioridade penal. O artigo 228 da Constituição estabelece que são penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, que devem sujeitar-se a legislação especial. Mas a eventual mudança desse artigo é improvável, dadas a politização do assunto, a dificuldade de alterar a Constituição e também do debate sobre se esse ponto é ou não cláusula pétrea, que, portanto, não pode ser objeto de emenda. Há, porém, um caminho mais curto, eficaz e viável para punir os crimes violentos praticados por jovens que têm plena consciência dos seus atos. É a mudança do § 3.º do artigo 121 do ECA, que estabelece que, "em nenhuma hipótese, o período de internação excederá a três anos". Esse trecho da lei permitiu, por exemplo, que fosse posto em liberdade em fevereiro de 2010 um adolescente que integrou o bando que, num carro, arrastou e matou uma criança no Rio, três anos antes. É o que vai acontecer com o rapaz que recentemente matou o estudante Victor Deppman, em São Paulo. O assassino completou 18 anos três dias depois do crime.
Opositores da mudança do prazo máximo de internação consideram meramente "oportunistas" as iniciativas a respeito motivadas por algum crime recente. Nada mais falso: o tema vem sendo debatido no Congresso há 13 anos, a partir de um projeto de lei do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). Outros parlamentares apensaram propostas, como os líderes do PSDB Jutahy Magalhães (em 2003) e Carlos Sampaio (em 2013). A ex-deputada Rita Camata, a grande relatora (e desde então a maior defensora) do ECA em 1990, apresentou um projeto, dez anos depois, prevendo a ampliação dos prazos de internação nos casos de crimes hediondos e ligados ao tráfico de entorpecentes. Em 2003 o governador Geraldo Alckmin fez a defesa dessa ampliação, reiterada este ano, quando relançou o debate e encaminhou proposta, por meio de Sampaio. Em fevereiro de 2007, quando governador, publiquei artigo na Folha de S.Paulo defendendo a proposta de ampliação do prazo máximo para dez anos, preparada pelo então secretário de Justiça, Luiz Marrey. Acolhida pelos governadores do Sudeste, foi por eles logo apresentada aos presidentes da Câmara e do Senado.
Outro argumento contrário à alteração do ECA enfatiza que os jovens que cometeram crimes hediondos são minoria entre os infratores. E daí? A morte de apenas uma pessoa, já se disse, nos diminui. O assassinato nos ofende. E a garantia da impunidade, por força da lei, nos humilha. Ora, leis contra o crime punem mesmo é a minoria criminosa, ou seria impossível viver em sociedade. A punição dos que violam o pacto democrático é condição necessária para que o comportamento indesejável não se multiplique.
Diz-se ainda que só políticas sociais oferecem uma resposta adequada. Trata-se de preconceito inaceitável contra os pobres. Qual é a inferência? Que sua condição social os predispõe à violência? Mais ainda, vamos dizer às pessoas que aceitem, estoicamente, a morte violenta de seus filhos, maridos, mulheres e namorados enquanto não alcançamos uma sociedade desenvolvida e igualitária?
É natural e saudável que a comoção causada por eventos trágicos nos leve a refletir e cobrar providências, evidenciando a omissão do governo federal e a resistência dos petistas em fazer o óbvio. Políticas sociais, educacionais e de juventude são urgentes, mas não bastam para impedir a violência. A questão deve ser tratada com racionalidade e responsabilidade. Os brasileiros não podem ser reféns - e vítimas passivas - de disputas de caráter ideológico. A população não quer saber de dogmas ou se uma ideia é rotulada como "de esquerda" ou "de direita". Quer o combate à violência escandalosa que há no País. Criar uma oposição entre a segurança pública e a defesa dos direitos humanos é uma trapaça intelectual. Se o governo resiste, o Congresso tem de se lembrar que é ele, por excelência, o Poder que representa a vontade do povo.
Um dos bandidos, o Champinha, de 16 anos, foi internado na Fundação Casa, onde poderia passar, no máximo, três anos, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Mas a Justiça, diante de laudos psiquiátricos, não permitiu que ele fosse posto em liberdade quando esse período se encerrou. Em 2007 Champinha conseguiu fugir, mas foi recapturado. Um juiz impediu, porém, que ele fosse transferido para a Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, pois conviveria com detidos adultos, embora, àquela altura, ele já tivesse 20 anos, dois acima do limite da maioridade penal. Mas era impossível interná-lo num dos hospitais públicos, que não dispõem da contenção física necessária para pacientes psiquiátricos perigosos. Preparamos, então - eu era governador -, uma unidade especial de saúde para poder recebê-lo. Hoje, há seis internados nesse local.
Um procurador federal, pasmem, acaba de entrar com ação pedindo o fechamento dessa unidade e a entrega dos internos a hospitais. Imaginem como seria a internação de Champinha e dos outros na ala psiquiátrica de um hospital comum. Na verdade, se prevalecer, a ação do procurador implicará soltar esses internados perigosos, que só teriam de receber acompanhamento ambulatorial.
O episódio ilustra, de modo emblemático, a necessidade de alterar a legislação vigente para dirimir dúvidas e fixar critérios que combinem, com mais clareza, os direitos humanos dos infratores e a segurança da população, que, ainda que alguns se surpreendam, também é um direito humano - e de pessoas que não infringiram lei alguma. A interdição dessas mudanças e até do debate é liderada pelo governo federal e pelas bancadas do PT no Congresso, por oportunismo político e ideológico.
Há outros temas que envolvem o assunto, como a maioridade penal. O artigo 228 da Constituição estabelece que são penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, que devem sujeitar-se a legislação especial. Mas a eventual mudança desse artigo é improvável, dadas a politização do assunto, a dificuldade de alterar a Constituição e também do debate sobre se esse ponto é ou não cláusula pétrea, que, portanto, não pode ser objeto de emenda. Há, porém, um caminho mais curto, eficaz e viável para punir os crimes violentos praticados por jovens que têm plena consciência dos seus atos. É a mudança do § 3.º do artigo 121 do ECA, que estabelece que, "em nenhuma hipótese, o período de internação excederá a três anos". Esse trecho da lei permitiu, por exemplo, que fosse posto em liberdade em fevereiro de 2010 um adolescente que integrou o bando que, num carro, arrastou e matou uma criança no Rio, três anos antes. É o que vai acontecer com o rapaz que recentemente matou o estudante Victor Deppman, em São Paulo. O assassino completou 18 anos três dias depois do crime.
Opositores da mudança do prazo máximo de internação consideram meramente "oportunistas" as iniciativas a respeito motivadas por algum crime recente. Nada mais falso: o tema vem sendo debatido no Congresso há 13 anos, a partir de um projeto de lei do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). Outros parlamentares apensaram propostas, como os líderes do PSDB Jutahy Magalhães (em 2003) e Carlos Sampaio (em 2013). A ex-deputada Rita Camata, a grande relatora (e desde então a maior defensora) do ECA em 1990, apresentou um projeto, dez anos depois, prevendo a ampliação dos prazos de internação nos casos de crimes hediondos e ligados ao tráfico de entorpecentes. Em 2003 o governador Geraldo Alckmin fez a defesa dessa ampliação, reiterada este ano, quando relançou o debate e encaminhou proposta, por meio de Sampaio. Em fevereiro de 2007, quando governador, publiquei artigo na Folha de S.Paulo defendendo a proposta de ampliação do prazo máximo para dez anos, preparada pelo então secretário de Justiça, Luiz Marrey. Acolhida pelos governadores do Sudeste, foi por eles logo apresentada aos presidentes da Câmara e do Senado.
Outro argumento contrário à alteração do ECA enfatiza que os jovens que cometeram crimes hediondos são minoria entre os infratores. E daí? A morte de apenas uma pessoa, já se disse, nos diminui. O assassinato nos ofende. E a garantia da impunidade, por força da lei, nos humilha. Ora, leis contra o crime punem mesmo é a minoria criminosa, ou seria impossível viver em sociedade. A punição dos que violam o pacto democrático é condição necessária para que o comportamento indesejável não se multiplique.
Diz-se ainda que só políticas sociais oferecem uma resposta adequada. Trata-se de preconceito inaceitável contra os pobres. Qual é a inferência? Que sua condição social os predispõe à violência? Mais ainda, vamos dizer às pessoas que aceitem, estoicamente, a morte violenta de seus filhos, maridos, mulheres e namorados enquanto não alcançamos uma sociedade desenvolvida e igualitária?
É natural e saudável que a comoção causada por eventos trágicos nos leve a refletir e cobrar providências, evidenciando a omissão do governo federal e a resistência dos petistas em fazer o óbvio. Políticas sociais, educacionais e de juventude são urgentes, mas não bastam para impedir a violência. A questão deve ser tratada com racionalidade e responsabilidade. Os brasileiros não podem ser reféns - e vítimas passivas - de disputas de caráter ideológico. A população não quer saber de dogmas ou se uma ideia é rotulada como "de esquerda" ou "de direita". Quer o combate à violência escandalosa que há no País. Criar uma oposição entre a segurança pública e a defesa dos direitos humanos é uma trapaça intelectual. Se o governo resiste, o Congresso tem de se lembrar que é ele, por excelência, o Poder que representa a vontade do povo.
* José Serra é ex-governador e ex-prefeito de São Paulo.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,hora-de-mudar-o-eca,1025245,0.htm
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O novo imbecil coletivo Detalhes Publicado em Terça, 30 Outubro 2012 19:07 Escrito por Olavo de Carvalho
O novo imbecil coletivo
- Detalhes
- Publicado em Terça, 30 Outubro 2012 19:07
- Escrito por Olavo de Carvalho
Quando entre os anos 80 e 90 comecei a redigir as notas que viriam a compor O Imbecil Coletivo, os personagens a que ali me referia eram indivíduos inteligentes, razoavelmente cultos, apenas corrompidos pela autointoxicação ideológica e por um corporativismo de partido que, alçando-os a posições muito superiores aos seus méritos, deformavam completamente sua visão do universo e de si mesmos. Foi por isso que os defini como "um grupo de pessoas de inteligência normal ou mesmo superior que se reúnem com a finalidade de imbecilizar-se umas às outras".
Essa definição já não se aplica aos novos tagarelas e opinadores, que atuam sobretudo através da internet e que hoje estão entre os vinte e os quarenta anos de idade. Tal como seus antecessores, são pessoas de inteligência normal ou superior separadas do pleno uso de seus dons pela intervenção de forças sociais e culturais. A diferença é que essas forças os atacaram numa idade mais tenra e já não são bem as mesmas que lesaram os seus antecessores.
Até os anos 70, os brasileiros recebiam no primário e no ginásio uma educação normal, deficiente o quanto fosse. Só vinham a corromper-se quando chegavam à universidade e, em vez de uma abertura efetiva para o mundo da alta cultura, recebiam doses maciças de doutrinação comunista, oferecida sob o pretexto, àquela altura bastante verossímil, da luta pela restauração das liberdades democráticas.
A pressão do ambiente, a imposição do vocabulário e o controle altamente seletivo dos temas e da bibliografia faziam com que a aquisição do status de brasileiro culto se identificasse, na mente de cada estudante, com a absorção do estilo esquerdista de pensar, de sentir e de ser – na verdade, nada mais que um conjunto de cacoetes mentais.
O trabalho dos professores-doutrinadores era complementado pela grande mídia, que, então já amplamente dominada por ativistas e simpatizantes de esquerda, envolvia os intelectuais e artistas de sua preferência ideológica numa aura de prestígio sublime, ao mesmo tempo que jogava na lata de lixo do esquecimento os escritores e pensadores considerados inconvenientes, exceto quando podia explorá-los como exceções que por sua própria raridade e exotismo confirmavam a regra.
Criada e mantida pelas universidades, pelo movimento editorial e pela mídia impressa, a atmosfera de imbecilização ideológica era, por assim dizer, um produto de luxo, só acessível às classes média e alta, deixando intacta a massa popular.
A partir dos anos 80, a elite esquerdista tomou posse da educação pública, aí introduzindo o sistema de alfabetização "socioconstrutivista", concebido por pedagogos esquerdistas como Emilia Ferrero, Lev Vigotsky e Paulo Freire para implantar na mente infantil as estruturas cognitivas aptas a preparar o desenvolvimento mais ou menos espontâneo de uma cosmovisão socialista, praticamente sem necessidade de "doutrinação" explícita.
Do ponto de vista do aprendizado, do rendimento escolar dos alunos, e sobretudo da alfabetização, os resultados foram catastróficos.
Não há espaço aqui para explicar a coisa toda, mas, em resumidas contas, é o seguinte. Todo idioma compõe-se de uma parte mais ou menos fechada, estável e mecânica – o alfabeto, a ortografia, a lista de fonemas e suas combinações, as regras básicas da morfologia e da sintaxe – e de uma parte aberta, movente e fluida: o universo inteiro dos significados, dos valores, das nuances e das intenções de discurso.
A primeira aprende-se eminentemente por memorização e exercícios repetitivos. A segunda, pelo auto-enriquecimento intelectual permanente, pelo acesso aos bens de alta cultura, pelo uso da inteligência comparativa, crítica e analítica e, last not least, pelo exercício das habilidades pessoais de comunicação e expressão. Sem o domínio adequado da primeira parte, é impossível orientar-se na segunda. Seria como saltar e dançar antes de ter aprendido a andar.
É exatamente essa inversão que o socioconstrutivismo impõe aos alunos, pretendendo que participem ativamente – e até criativamente – do "universo da cultura" antes de ter os instrumentos de base necessários à articulação verbal de seus pensamentos, percepções e estados interiores.
O socioconstrutivismo mistura a alfabetização com a aquisição de conteúdos, com a socialização e até com o exercício da reflexão crítica, tornando o processo enormemente complicado e, no caminho, negligenciando a aquisição das habilidades fonético-silábicas elementares sem as quais ninguém pode chegar a um domínio suficiente da linguagem.
O produto dessa monstruosidade pedagógica são estudantes que chegam ao mestrado e ao doutorado sem conhecimentos mínimos de ortografia e com uma reduzida capacidade de articular experiência e linguagem.
Na universidade aprendem a macaquear o jargão de uma ou várias especialidades acadêmicas que, na falta de um domínio razoável da língua geral e literária, compreendem de maneira coisificada, quase fetichista, permanecendo quase sempre insensíveis às nuances de sentido e incapazes de apreender, na prática, a diferença entre um conceito e uma figura de linguagem. Em geral não têm sequer o senso da "forma", seja no que leem, seja no que escrevem.
Aplicado em escala nacional, o socioconstrutivismo resultou numa espetacular democratização da inépcia, que hoje se distribui mais ou menos equitativamente entre todos os jovens brasileiros estudantes ou diplomados, sem distinções de credo ou de ideologia. O novo imbecil coletivo, ao contrário do antigo, não tem carteirinha de partido.
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia
http://www.dcomercio.com.br/index.php/opiniao/sub-menu-opiniao/98688-o-novo-imbecil-coletivo
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sábado, 27 de abril de 2013
Códigos Mortais.COMPLETO DUBLADO
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Refém. Dublado Completo
Kyle (Nicolas Cage) e Sarah (Nicole Kidman) são casados e vivem em uma elegante e confortável casa ao lado da filha, Avery (Liana Liberato). A vida deles segue sem problemas, até a casa ser invadida e o trio ser mantido refém por criminosos. A família se une para combatê-los, mas isto significa revelar alguns segredos
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