quinta-feira, 6 de junho de 2013

Resumo da Filosofia de Kant: O Problema Crítico e a Classificação dos Juízos


Resumo da Filosofia de Kant: O Problema Crítico e a Classificação dos Juízos

kant

Kant tentou limitar ao máximo o valor da metafísica, rejeitando o racionalismo de Leibniz e ao fenomenismo de Hume. Esse é o primeiro de uma série de artigos em que vou tentar apresentar a filosofia complexa de Kant. Terei como base a obra Compêndio de história da filosofia, de Thonnard.
Classificação do saber.
Kant percebeu a diferença dos progressos das diversas ciências de seu tempo. Por um lado, a matemática, a física, a geometria e a astronomia de Newton, que se impunham sem contestação; de outro, a metafísica, que se revela contraditória e vacilante desde Descartes. O mundo, a psicologia e a teodicéia entram em crise. Kant vai analisar se a metafísica é possível e se será válida; no entanto, às ciências não será necessário investigar, pois elas já estão confirmadas, restando apenas determinar como são verdadeiras.
Classificação dos juízos
Kant admitia que o principal objeto do problema crítico é o juízo, que é a fonte da verdade e do erro ( tese de São Tomás de Aquino). O juízo exclui àqueles puramente analíticos e também os sintéticos a posteriori, retendo somente os sintéticos a priori, já que Kant só considera esse último como juízo científico para determinar o funcionamento da razão nas ciências.
O juízo analítico é formado quando o predicado repete o conteúdo formal do sujeito, desenvolvendo-o. Thonnard dá o exemplo da frase ” o corpo é uma substância extensa”, que representa uma tautologia e é incapaz de fazer progredir a ciência, pois não é um juízo científico, mas analítico. A frase mencionada, para Kant não passa de um princípio de contradição, que é apenas a regra negativa dos juízos. A conclusão à que chegamos é que todo o juízo implicando contradição é errôneo, mas a ausência de contradição não basta para que um juízo seja verdadeiro ou científico, porque, segundo Thonnard, o puro conceito, mesmo analisado, não contém verdade alguma.
O juízo sintético é formado quando o predicado é estranho ao conteúdo formal do sujeito e lhe é atribuído por uma razão diferente da análise desse conteúdo. A frase ” todo ser é inteligível” é um juízo sintético, pois a inteligibilidade é um fato especial da  inteligência, que  não é necessariamente exigida pela noção de ser. O juízo sintético é àquele que vai enriquecer e avançar a ciência.
Os juízos puramente sintéticos( a posteriori): A frase ” estou com dor de cabeça” não é um juízo científico, porque é totalmente subjetiva e representa a experiência atual. Não possuem o caráter universal dos juízos de ciência.É um juízo contingente.
Os juízos sintéticos a priori: o juízo( frase) ” todo ser contingente tem uma causa”, a noção de contigência, ou seja, a indiferença para existir ou não, nas palavras de Thonnard, não contém a noção de causa, pois o ser perfeito e distinto do qual um outro depende para existir não está presente no juízo. Kant queria uma ciência que rejeitasse o empirismo de Hume, e fosse baseada na condição a priori, com base no espírito e dominando a experiência. É um juízo universal.

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