Resumo: Filosofia da Educação
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Filósofo suíço, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata.
Emanuel Kant (1724-1804). Filósofo alemão. Grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes.
O pensamento misógino de Rousseau se expressa claramente quando justifica um modelo de educação diferenciada segundo o sexo, argumentando: “uma vez que se demonstrou que o homem e a mulher não são e nem devem ser constituídos da mesma maneira, nem quanto ao caráter, nem quanto ao temperamento, segue-se que não devem ter a mesma educação”.
É na exclusão das mulheres de uma educação baseada na razão que o filósofo Rousseau assenta as bases da soberania masculina, que se reflete em todas as esferas da sociedade. A fronteira da razão em Rousseau passou a ser determinante e determinada pela divisão sexual de papéis sociais. Para ele, lugar de mulher não é no mundo científico, e sim em casa, submissa ao marido enquanto que o homem deve ser o herdeiro legítimo dos legados científicos e, referindo-se à instrução das moças, afirma que pudor, recato e ignorância sexual por parte da mulher são essenciais para sustentar a virilidade do marido.
Por outro lado, o peso das mulheres na constituição da República das Letras é testificado pela freqüência com a que o próprio Rousseau faz referência à gravitação das mulheres no mundo intelectual de seu tempo. Pesa sobre ele e o seu radicalismo, a suspeita de que a mulher haja se refugiado na vida privada, sob a forma de argumentações biologicistas, devido a desigualdade e a expulsão do espaço público.
Segundo o filósofo Rousseau a mulher é feita especialmente para agradar ao homem, ser-lhe útil, fazer-se amada e estimada; educar o homem quando jovem, cuidá-lo quando adulto, consolá-lo, fazer-lhe a vida agradável e doce. Sua missão na vida é fazer grandes homens e que, ser mulher, para ele, é ter uma condição esquizofrenizante, pela dicotomia entre ser santa e tentadora. E, ainda mais, que os deveres femininos de todas as épocas deveriam ser ensinados às meninas desde a mais tenra idade.
Essa foi uma forma de educação da mulher que perdurou por muito tempo e em diferentes sociedades.
O pensamento pedagógico e filosófico de Rousseau prega a liberdade masculina e a sujeição feminina. Rousseau aconselha incentivar nos meninos a livre iniciativa e a espontaneidade e insiste na contínua repressão dos impulsos das meninas para acostumá-las à obediência e às tarefas do âmbito doméstico.
Na afirmação filosófica de Rousseau, a mulher mantém-se perpetuamente na infância; ela é incapaz de ver tudo o que lhe é exterior ao mundo fechado da domesticidade que a natureza lhe legou, e daí resulta que ela não pode praticar as ciências exatas.
Rousseau vê a mulher como destinada ao casamento e à maternidade mas, apesar de suas convicções misóginas, não conseguia desejar uma mulher
escravizada.
Acredita Rousseau que o homem depende da mulher através somente do desejo, enquanto que a mulher depende do homem tanto por seus desejos quanto por suas necessidades de forma geral e afirma: “subsistiríamos melhor sem elas do que elas sem nós”. O filósofo justifica com clareza uma educação feminina não só diferente, mas oposta à educação dos homens.
O filósofo Emmanuel Kant, na sua perspectiva, mesmo sendo da mesma época do filósofo Rousseau e, demonstrando ter aprendido algo com Comenius*, acredita que “a mulher compreende o que quer que seja por meio de sensações e que elas devem permanecer o mais próximo possível do comportamento do seu sexo”. Como é o conhecimento empírico que elege os belos pilares, então, o ensino frio e especulativo parece pouco contribuir para a instrução da mulher. Para Kant, a instrução mais apropriada para o gênero feminino depende de um instrutor talentoso, experiente e capaz de transmitir sentimentos. Na falta deste, a mulher não somente pode, mas deve educar-se por conta própria, já que desempenha tal função com admirável destreza.
Kant determina o conhecimento que a mulher deve ter ao afirmar: “a mulher não deve aprender nada de geometria; do princípio da razão suficiente ou das mônadas só saberá o indispensável para entender a graça das poesias humorísticas”. E especifica exatamente o campo restrito do aprendizado feminino: “O conteúdo da grande ciência da mulher é preferencialmente o humano, e no humano, o homem e sua filosofia não consiste em raciocinar, mas em sentir”. Do universo, igualmente, só precisam conhecer o necessário para tornar comovedor o espetáculo do céu numa noite bonita.
Kant diz que a natureza feminina é determinada através da categoria do belo. Para ele encontram-se no caráter espiritual os traços determinantes da mulher, visto que elas tendem a exprimir um forte sentimento inato por tudo que é portador de beleza.
O filósofo Kant pregava: “A uma mulher que tenha a cabeça entulhada de grego, ou que trave disputas profundas sobre mecânica, só pode mesmo faltar uma barba, pois com essa talvez consiga exprimir melhor o grau de profundidade a que aspira”.
______________________________________________________________
* O professor Comenius, o mais antigo dentre esses pensadores, diz que a instrução da mulher deve servir para ela “administrar bem a casa e para promover seu próprio bem, o do marido, dos filhos e de toda a família”.
Ele valoriza o trabalho das mães, sobre o qual escreve um tratado – o Guia da escola materna. Nele destaca o papel das mães, não só delas mas também das amas, no processo pedagógico.
http://www.paralerepensar.com.br/antoniocf_amulher_naoticapedagogica.htm
http://www.partes.com.br/educacao/educacaoparakant.asp
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per03.htm
Emanuel Kant (1724-1804). Filósofo alemão. Grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes.
O pensamento misógino de Rousseau se expressa claramente quando justifica um modelo de educação diferenciada segundo o sexo, argumentando: “uma vez que se demonstrou que o homem e a mulher não são e nem devem ser constituídos da mesma maneira, nem quanto ao caráter, nem quanto ao temperamento, segue-se que não devem ter a mesma educação”.
É na exclusão das mulheres de uma educação baseada na razão que o filósofo Rousseau assenta as bases da soberania masculina, que se reflete em todas as esferas da sociedade. A fronteira da razão em Rousseau passou a ser determinante e determinada pela divisão sexual de papéis sociais. Para ele, lugar de mulher não é no mundo científico, e sim em casa, submissa ao marido enquanto que o homem deve ser o herdeiro legítimo dos legados científicos e, referindo-se à instrução das moças, afirma que pudor, recato e ignorância sexual por parte da mulher são essenciais para sustentar a virilidade do marido.
Por outro lado, o peso das mulheres na constituição da República das Letras é testificado pela freqüência com a que o próprio Rousseau faz referência à gravitação das mulheres no mundo intelectual de seu tempo. Pesa sobre ele e o seu radicalismo, a suspeita de que a mulher haja se refugiado na vida privada, sob a forma de argumentações biologicistas, devido a desigualdade e a expulsão do espaço público.
Segundo o filósofo Rousseau a mulher é feita especialmente para agradar ao homem, ser-lhe útil, fazer-se amada e estimada; educar o homem quando jovem, cuidá-lo quando adulto, consolá-lo, fazer-lhe a vida agradável e doce. Sua missão na vida é fazer grandes homens e que, ser mulher, para ele, é ter uma condição esquizofrenizante, pela dicotomia entre ser santa e tentadora. E, ainda mais, que os deveres femininos de todas as épocas deveriam ser ensinados às meninas desde a mais tenra idade.
Essa foi uma forma de educação da mulher que perdurou por muito tempo e em diferentes sociedades.
O pensamento pedagógico e filosófico de Rousseau prega a liberdade masculina e a sujeição feminina. Rousseau aconselha incentivar nos meninos a livre iniciativa e a espontaneidade e insiste na contínua repressão dos impulsos das meninas para acostumá-las à obediência e às tarefas do âmbito doméstico.
Na afirmação filosófica de Rousseau, a mulher mantém-se perpetuamente na infância; ela é incapaz de ver tudo o que lhe é exterior ao mundo fechado da domesticidade que a natureza lhe legou, e daí resulta que ela não pode praticar as ciências exatas.
Rousseau vê a mulher como destinada ao casamento e à maternidade mas, apesar de suas convicções misóginas, não conseguia desejar uma mulher
escravizada.
Acredita Rousseau que o homem depende da mulher através somente do desejo, enquanto que a mulher depende do homem tanto por seus desejos quanto por suas necessidades de forma geral e afirma: “subsistiríamos melhor sem elas do que elas sem nós”. O filósofo justifica com clareza uma educação feminina não só diferente, mas oposta à educação dos homens.
O filósofo Emmanuel Kant, na sua perspectiva, mesmo sendo da mesma época do filósofo Rousseau e, demonstrando ter aprendido algo com Comenius*, acredita que “a mulher compreende o que quer que seja por meio de sensações e que elas devem permanecer o mais próximo possível do comportamento do seu sexo”. Como é o conhecimento empírico que elege os belos pilares, então, o ensino frio e especulativo parece pouco contribuir para a instrução da mulher. Para Kant, a instrução mais apropriada para o gênero feminino depende de um instrutor talentoso, experiente e capaz de transmitir sentimentos. Na falta deste, a mulher não somente pode, mas deve educar-se por conta própria, já que desempenha tal função com admirável destreza.
Kant determina o conhecimento que a mulher deve ter ao afirmar: “a mulher não deve aprender nada de geometria; do princípio da razão suficiente ou das mônadas só saberá o indispensável para entender a graça das poesias humorísticas”. E especifica exatamente o campo restrito do aprendizado feminino: “O conteúdo da grande ciência da mulher é preferencialmente o humano, e no humano, o homem e sua filosofia não consiste em raciocinar, mas em sentir”. Do universo, igualmente, só precisam conhecer o necessário para tornar comovedor o espetáculo do céu numa noite bonita.
Kant diz que a natureza feminina é determinada através da categoria do belo. Para ele encontram-se no caráter espiritual os traços determinantes da mulher, visto que elas tendem a exprimir um forte sentimento inato por tudo que é portador de beleza.
O filósofo Kant pregava: “A uma mulher que tenha a cabeça entulhada de grego, ou que trave disputas profundas sobre mecânica, só pode mesmo faltar uma barba, pois com essa talvez consiga exprimir melhor o grau de profundidade a que aspira”.
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* O professor Comenius, o mais antigo dentre esses pensadores, diz que a instrução da mulher deve servir para ela “administrar bem a casa e para promover seu próprio bem, o do marido, dos filhos e de toda a família”.
Ele valoriza o trabalho das mães, sobre o qual escreve um tratado – o Guia da escola materna. Nele destaca o papel das mães, não só delas mas também das amas, no processo pedagógico.
http://www.paralerepensar.com.br/antoniocf_amulher_naoticapedagogica.htm
http://www.partes.com.br/educacao/educacaoparakant.asp
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per03.htm
http://pedagogia-opet.blogspot.com.br/2011/05/resumo-filosofia-da-educacao.html
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