Resumo do livro – O que é ética – Álvaro L. M. Valls – Editora Brasiliense – Coleção Primeiros passos – 177
Jackson Pereira
Os problemas da Ética
O autor inicia o livro buscando entender quais os problemas do estudo da
ética, a divisão didática deste estudo em dois campos: nos problemas
gerais e nos problemas específicos, enfatizando que é uma divisão
acadêmica já que na vida real não existe separação.
A ética em cima do capital, da moral religiosa, ou mesmo das relações
interpessoais é variável de acordo com a sociedade e o tempo em que esta
se desenvolve, mas mesmo ai se busca determinar o que tem de igual nas
passagens de tempo e de sociedades para que possamos identificar uma
atitude ética, este é um problema levantado que ainda não possui solução
adequada, mas todo o “esforço de teorização no campo da ética se debate
como o problema da variação dos costumes” (pag. 16). Explicar
universalmente atitudes pessoais é um exercício produzido por diversos
filósofos.
A citação para exemplificar esta busca se encontra principalmente nos
pensamentos de Sócrates (470-399 a.c) que foi o primeiro a tentar
realizar uma “consulta interior” questionando as tradições gregas
através da vontade de compreender a justiça das leis e Kant (1724-1804)
que buscava uma ética universal que colocasse a igualdade para todos
homens, ambos dialogam intrinsecamente com a moral, a partir das idéias
destes pensadores diferentes discursos foram sendo construídos é isto
que o autor vai nos mostrar durante o restante do livro, como autores de
épocas e espaços diferentes conseguem dialogar sobre a construção de
uma postura ética.
Ética Grega Antiga
O pensamento grego em seu modo geral é representado por três importantes
filósofos, o autor ressalta que não são apenas estes os pensadores
gregos mas as idéias deles merecem ser analisadas.
O ideal de Sócrates já foi citado, para continuar seus estudos Platão os
sistematizou e colocou sua visão de busca pelo bem e pela felicidade,
felicidade entendida como prazer como sabedoria pratica e como verdade,
não há idéia de felicidade contemporânea. Para isso o homem tinha de ser
virtuoso sendo uma imitação ou uma assimilação de Deus e existiam as
virtudes principais: Justiça, Prudência ou Sabedoria, Fortaleza ou Valor
e Temperança.
Já para Aristóteles a questão não é tão teórica, mas um pouco mais
pratica, sem deixar de utilizar a contemplação e a base da busca do bem
ele demostra que o bem é especifico de acordo com o grau de complexidade
do ser, neste sentido a ética de Aristóteles surge com um fim, então
para o homem a busca do bem era algo que envolvia diversas esferas e
diversas buscas.
É importante lembrar que esta visão parte de uma sociedade escravocrata
em que os escritos foram pensados para uma aristocracia que não
trabalhava e tinha tempo de sobra para se dedicar as artes
contemplativas.
Ética e Religião
Neste trecho do livro o autor relaciona conceitos éticos e morais com a
expressão religiosa que parte desde o culto grego as forças da natureza e
a criação dos deuses. As religiões ligadas ao judaísmo e ao
cristianismo tem na vontade de Deus o seu encaminhamento. O individuo é
colocado em segundo plano, este tipo de relação dá a sociedade uma
ênfase no processo moral, Deus é um espelho de perfeição a ser seguido. O
problema com as questões sexuais também veio a tona principalmente
através da doutrina católica.
Destaque para o filosofo Ludwing Feuerbach (1804 – 1872) que “tentou
traduzir a verdade da religião, especialmente a cristã, numa
antropologia filosófica que estivesse ao alcance de todos os homens
instruídos” (pag. 39) esta visão influenciou as idéias marxistas, tanto é
verdade que pensadores cristãos buscam textos de caráter marxista para
afirmar suas posições. Outras visões aparecem como a determinista, a
racionalista e a do positivismo lógico que dialogam com as posturas
religiosas em relação a uma ética.
Os ideais éticos
A busca por um ideal ético pode possuir diversas respostas para Platão,
Aristóteles e Sócrates a busca da felicidade era o principal objetivo,
no Cristianismo os ideais éticos se identificam com os religiosos. O
renascimento e o iluminismo trouxeram acentuou o aspecto da liberdade
individual. Já em Hegel o foco das idéias de ética recaem sobre a noção
de estado. O pensamento social e dialético na vida social mais justa. E
na reflexão do século XX a idéia é de que a sociedade não se comporta de
forma imoral, mas sim amoral.
A liberdade
A questão da liberdade é discutida partindo das idéias de determinismo e
de liberdade, existindo diversas definições de determinismo de acordo
com o momento vivido, mas ele é contrário a ética, da mesma forma o
extremo oposto do determinismo também nega sua função ética, nesse meio o
poder da vontade, o chamado idealismo também não pode ser considerado
como um meio ético já que este é teórico de tal forma que não consegue
se enquadrar no homem real. O autor fala que em Hegel a questão da
liberdade é amplamente discutida, chegando a conclusão que ela se
desenvolva na consciência e nas estruturas.
A teoria de Hegel não pode ser ignorada, mas ela recebe criticas
interessantes de Karl Marx e kierkegaard, a critica do social no
primeiro e da individualidade no segundo complementam a discussão.
O Estado moderno neste contexto está intimamente ligado a questão da
liberdade. Neste sentido para Marx existe uma luta constante com a
natureza uma tentativa de dominação da mesmo, há um ideal em cima da
técnica e não da ética o que esta sendo reestudado pelos pensadores
contemporâneos. E kirkeegard contribui com o conceito de angustia e
busca trabalhar com os aspectos psicológicos.
Comportamento Moral – O bem e o Mal
Os dois extremos o bem e o mal são partes de um mesmo estudo a ética
esta ligada a idéia de bom a tentativa de evitar o mal, neste meio tempo
surgem novos estudos de moral, o surgimento da imprensa é o agente
catalisador desta situação e resulta na preocupação com a autonomia
moral do individuo.
Temos o direito natural em contraposição ao direito divino, Kant é o
expoente desta dicotomia em que a busca de descobrir cada homem uma
natureza igual, porém livre. “Por mais que variem os enfoques
filosóficos ou mesmo as condições históricas, algumas noções, ainda que
bastante abstratas, permanecem firmes e consistentes na ética.”
Para Kierkegaard uma pessoa ética é aquela que age sempre a partir das
alternativas de bem e do mal, e quem vive optando entre uma ou outra,
não vive eticamente.
“A questão atual é principalmente saber se, mesmo sabendo isto, os
homens de hoje ainda se sentem em condições de agir individualmente,
isto é, agir moralmente.”
A ética hoje
Na ética hoje alguns aspectos são interessantes, a colocação da famíllia
na idéia de ética, questões de fidelidade, de amor, relacionadas a
sexualidade como nos casos do celibato, feminismo e da homossexualidade.
Exigindo uma reformulação doutrinária dos estudos.
A relação com a sociedade civil e suas determinações e conjunções com o mundo do trabalho e a privacidade.
E em relação ao Estado, a liberdade do individuo só se completa com a
liberdade de um estado livre e de direito. O estado só é livre se todos
os indivíduos que o fazem também sejam livres.
E nos dias de hoje a luta ganha um caráter muito mais sutil, o poder da
imprensa, a dominação econômica, as massas podem ser dominadas
mentalmente através da disseminação de informações diretas que definem
e/ou direcionam a população para um determinado caminho.
O QUE É ÉTICA
Filosofia da ciência
Professor: Juliano Batista dos Santos
Aluno: Macks Alexandre Araujo Luz
Filosofia da ciência
Professor: Juliano Batista dos Santos
Aluno: Macks Alexandre Araujo Luz
Este fichamento refere-se ao tema “O que é ética”, relacionado ao livro
de Álvaro Valls. Já adiantando, falarei sobre os principais problemas
da ética, idéias e discussões sobre ética antiga, ética e religião, os
ideais éticos, o comportamento moral: o bem e o mal, e ética hoje.
Se me perguntarem o que é ética, certamente não conseguiria responder
com facilidade, porque ética é uma daquelas coisas que todo mudo sabe o
que são, mas que não são fáceis de ser explicadas.
No primeiro
capítulo, o autor expõe os problemas, a maneira tradicional e a moderna
em que povos agiam diante da ética e da moral, assunto esse que gerava
muita polêmica. Como foi o caso de Sócrates, condenado a beber veneno,
acusado de induzir a juventude a questionar as leis. Já Kant, achava que
ética dependia da igualdade humana, estava sempre em busca da moral
racional entre povos, ou seja, todos deveriam agir conforme a razão.
Já no terceiro capítulo, aborda a relação da ética com a doutrina
religiosa, onde se discute as influências de relacionamento, sexualidade
e moralidade. E que a atitude do ser humano perante a sociedade
influenciava no modo em que as pessoas eram vistas.
No capítulo
“Os ideais éticos”, a moral agia de acordo com a consciência de cada
pessoa. Praticar o bem era um ato importante na doutrina. Para outros,
viver de acordo com a natureza era fundamental, soava como viver aos
princípios de Deus.
No quinto capitulo, aborda a liberdade
humana, fato que depende do modo de pensar e agir no seu interior e
exterior, lembrando sempre que há normas a serem seguidas e
responsabilidades a serem cumpridas, sendo que agir para o bem é uma
questão de ética, mais a forma de como esse bem será praticado depende
exclusivamente de cada um.
A ética é um conceito que sempre
esteve presente em todas as sociedades e hoje se resume em uma ética
individual, onde cada pessoa define o que prefere seguir e idealizar,
como praticar o bem e qual caminho a seguir.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe_psAB/que-etica
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