terça-feira, 28 de julho de 2020

Pontepretanos #03: Migué do Carmo, onde tudo começou





A Ponte Preta nasceu por corações alvinegros que pulsavam, dentro e fora de campo, um amor incondicional. O clube mais tradicional do futebol brasileiro tem, desde os seus primeiros passos, um laço indescritível com a nação pontepretana. Pelo DNA pontepretano e por tudo o que a macacada representa, está no ar, na PonTV, o terceiro episódio da série "Pontepretanos", uma homenagem especial da Nega Véia para a sua torcida.

Hoje nós vamos nos transportar, por alguns minutos, pra onde tudo começou. A Ponte Preta tem orgulho de contar pra macacada e todos os fãs do futebol, espalhados pelo país e pelo mundo, a história de Jorge Araújo Miguel do Carmo, o nosso eterno Migué do Carmo. O ponto de partida da igualdade, do verdadeiro respeito, da democracia racial no futebol nacional. O primeiro jogador negro do Brasil. A personificação da luta contra qualquer tipo de discriminação no ambiente esportivo. Porque nós
#SomosPontePreta e #JogamosJuntos! 🖤

Locução: Michelle Cruz;
Ilustração: Felipe Gianni;
Animação: Alberto Nucci.



Miguel do Carmo: fundador e atleta da Ponte Preta
Miguel do Carmo, o primeiro atleta negro a jogar em clube no Brasil
São poucos os registros sobre a vida de Jorge Araújo Miguel do Carmo, ou apenas Migué, como costumava ser chamado. Nascido no dia 10 de abril de 1885, três anos antes da abolição da escravatura, Migué não foi apenas um jogador de futebol, mas foi um dos fundadores da tradicional Associação Atlética Ponte Preta. Em 1900, assinou a ata de fundação do clube, e atuou em partidas desde aquele ano, além de ter atuado como tesoureiro. Outros homens negros, ainda não identificados pelos pesquisadores, também fizeram parte das equipes formadas pela Macaca no início daquele século.
Migué atuou com a camisa da Ponte até meados de 1904, quando foi transferido para Jundiaí, pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, empresa para qual trabalhava como fiscal de linha. Morreu em 1932, com apenas 47 anos, por complicações após uma cirurgia no estômago. De acordo com o historiador do clube, José Moraes dos Santos Neto, além de Migué, haviam outros três negros e dois mulatos como fundadores do clube. No dia 10 de agosto de 2014, em comemoração aos 114 anos da Ponte Preta, o filho de Migué, Geraldo do Carmo, recebeu o título de cidadão pontepretano em nome do pai.

 Obrigado pela visita, volte sempre.

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