quarta-feira, 23 de abril de 2008

AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR: COMO FERRAMENTA DE EXCLUSÃO SOCIAL




AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR:COMO FERRAMENTA DE EXCLUSÃO SOCIAL
Débora Osório(*) Rio de Janeiro - 2002

Monografia apresentada como pré-requisito de conclusão do curso de Pedagogia, Habilitação em Gestão Escolar, da Universidade Veiga de Almeida, tendo como orientador o prof. José Luiz de Paiva Bello.


À minha família pelo apoio prestado, pelo aprendizado da humildade e pelo exemplo de amor e de fé.

Agradecimentos
A Deus que me concedeu a oportunidade de concluí mais uma etapa em minha vida Aos meus filhos Brenno e Anna Carolina e ao meu marido Osório, pela compreensão pela minha ausência, em função da dedicação aos estudos. Aos meus pais, pois me deram muita força nas horas que mais precisei. Aos meus professores, pela orientação dada no decorrer do curso que foi de grande importância para a conclusão deste trabalho.


1. INTRODUÇÃO Este trabalho não tem a pretensão de contemplar todas as questões e definições em "Avaliação do Rendimento Escolar". Trata-se de uma pesquisa concisa sobe o assunto, porém com muita dedicação e carinho, onde alunos, mestres e responsáveis possam ler, avaliar e talvez ter como parâmetro, o assunto contido neste trabalho. Este trabalho foi realizado devido a exigência da disciplina denominada: "Monografia", orientada pelo Professor José Luiz Bello, que cursamos no último período. Esta disciplina exige que nós educandos escolhamos e desenvolvamos um tema de nossa preferência. Nosso tema foi escolhido com a intenção de esclarecer pontos favoráveis à exclusão social, tendo como ferramenta a avaliação do rendimento escolar. Na primeira parte do nosso trabalho, procuramos definir o que é avaliação propriamente dita. Em seguida explicamos sobre alguns tipos de avaliação. A avaliação da aprendizagem assume sentido orientador e cooperativo e, ressalta que aprender é construir seu próprio conhecimento, e que a avaliação funciona como feedback. A avaliação do rendimento escolar tenta explicar que algumas instituições e alguns professores não usam a avaliação corretamente, pois as vezes não respeitam o ambiente na qual o aluno está inserido e também que os instrumentos de avaliação são apenas medidores , e com isso afastam-se das características humanas. Avaliar é um ato complexo que tem que ser feito com responsabilidade e comprometimento ético e moral. Este trabalho apresenta algumas dificuldades desse avaliar. Notamos que alguns professores usam a educação bancária, um aprende e outro ensina. Tentamos explicar de forma clara, o que realmente é aprender e ensinar. Alguns docentes usam o conselho de classe de forma punitiva. Quando na realidade servem para unir os que participam do processo educativo do aluno, com a finalidade de ajudá-lo a superar as dificuldades. Algumas escolas acabam moldando seus alunos criando "soldadinhos", não lhes dando oportunidades de se expressar e , com isso, de aprender. Um trecho do texto "A escola é de vidro" demonstra como as crianças se sentem nessas escolas. Outra parte importante que enfatizamos, foi a violência e de como pais, professores, e a própria instituição de certa forma, são responsáveis por esta violência. A exclusão social ocorre, porque, de certa forma todos são responsáveis: pais , professores, instituição, governo etc., que por falta de participação dos mesmos o educando às vezes não tem oportunidade para se desenvolver. Precisamos reestruturar nossa política para que possamos construir uma sociedade mais digna e igualitária. Tivemos a oportunidade e liberdade para mostrar no nosso trabalho, uma pesquisa feita em Curitiba / MT, pelo IBGE, que pôde nos fornecer informações sobre o fracasso escolar e talvez ratificar a nossa hipótese e, tivemos também a oportunidade de analisar e pesquisar autores (obras) que nos fizeram entender um pouco mais sobre uma nova proposta: a Avaliação Inovadora. A partir desta pesquisa pudemos chegar a nossa conclusão de forma respeitosa e, ressaltando que este trabalho pode contribuir muito para todos que de alguma forma participam do processo educativo.


1.1 PROBLEMA Até que ponto a avaliação do rendimento escolar pode ser usada como ferramenta para exclusão institucional e conseqüentemente social.

1.2 HIPÓTESE As escolas apresentam diferentes critérios de avaliação do rendimento escolar, com isso, exclui o aluno da instituição e da sociedade.

1.3 OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o papel da avaliação do desempenho escolar e sobretudo da educação, tendo consciência de que para aceitar o grande desafio do desenvolvimento, não é possível obter êxito sem o alicerce de um povo que se educa para a cidadania. É objetivo: 1. A compreensão da avaliação como processo permanente de aprendizagem, dinâmico e transformador do contexto social, político, econômico e cultural, para com isso podermos construir uma educação mais democrática e igualitária; 2. A conscientização dos docentes que uma realizada de forma incorreta (tradicional), contribui para o fracasso escolar e conseqüentemente com as relações do contexto social. A avaliação deve ser um processo de mediação na construção do conhecimento; 3. Perceber que o educando deve ser respeitado em todo os aspectos, físico, social e econômico, não podendo haver qualquer espécie de discriminação, pois sendo valorizado como ser humano pleno, atingirá seus objetivos sem maiores problemas. A educação é como etapas que funcionam como degraus.


1.4 JUSTIFICATIVA Após a realização de Pesquisas, sentimos a necessidade de apresentarmos um trabalho onde podemos conscientizar docentes, orientadores, pedagógicos, supervisores escolares, diretores, enfim a todos aqueles que fazem parte do processo avaliativo de uma instituição escolar, que na hora de uma avaliação devemos tomar medidas de precaução para que não façamos uma avaliação errada do educando, respeitando suas características individuais, conhecendo-os e a partir disso, decidir o tipo de ajuda pedagógica que será oferecida e interagir com essa ajuda. Este trabalho pode ser entendido como facilitador da visão do que é uma avaliação do desempenho escolar e que esta pode servir de ferramenta para exclusão social.

1.5 METODOLOGIA A metodologia adotada neste trabalho foram análise de textos, revistas, Internet, vários livros foram consultados e procurou-se encontrar uma maneira de sintetizá-los numa obra que tivesse o caráter de objetividade e riqueza de dados, que possam ajudar no entendimento da avaliação do desempenho escolar e da exclusão social.

2. AVALIAÇÃO Na verdade, considerar cada um desses eixos em separado constitui o principal equívoco para a compreensão desse programa. Isto significa que qualquer iniciativa de formação de professores para um trabalho de acordo com a Escola Plural deveria começar pela perfeita compreensão do processo de articulação entre os eixos básicos que o compõem. Assim, compreender a concepção de avaliação escolar só é possível quando se entendem os sentidos e significados dos eixos que irão nortear a concepção de ciclo de formação. Esta, por sua vez, só será possível quando se compreendem os princípios de organização curricular e de ensino propostos (conteúdos e processos), assim como de organização do trabalho pedagógico e administrativo da escola (organização dos tempos). O programa Escola Plural não introduz alterações pontuais na prática escolar. Ele é radical. Altera os valores básicos dos programas de escolarização. Fala de sujeitos socioculturais que produzem conhecimentos a partir de suas vivências. Situa os ciclos de idade como os pilares para a prática educativa e relativiza a centralidade dos conteúdos escolares como eixos norteadores da organização do processo de ensino. Nesse contexto, evidencia novos sentidos e significados para os sistemas públicos de ensino e exige dos profissionais da educação uma nova postura diante dos "erros" dos alunos. Ao apresentar o projeto à comunidade escolar, o documento inicial desenvolve um amplo processo de avaliação da escola para justificar a sua implementação. Nesse sentido reprova a escola atual, apontando os elevados índices de evasão e repetência como o grave produto que temos obtido dessa instituição. Esses dados demonstram o desserviço que a escola vem prestando à sociedade, excluindo milhões de crianças e jovens. Apóia-se, então, no princípio e na importância de assumir-se a escola como um espaço de direito do cidadão e como um espaço onde atuam sujeitos socioculturais e históricos que se formam mutuamente através das relações sociais. Dessa maneira, apóia-se no fato de que a escola é educativa por si mesma, pelas circunstâncias de seu relacionamento com a sociedade, sendo educativa em sua dinâmica, em sua forma de ensinar / aprender e na organização de seu trabalho. A concepção de avaliação que perpassa essa lógica é a de um processo que deve abranger a organização escolar como um todo: as relações internas à escola, o trabalho docente, a organização do ensino, o processo de aprendizagem do aluno e, ainda, a relação com a sociedade. Nessa perspectiva torna-se fundamental a constituição de um conceito de avaliação escolar que atenda às necessidades de escolarização das camadas populares, porque são elas que mais têm sofrido como o modelo de escola atual. E, se o movimento amplo da sociedade impõem um novo tipo de escola, impõem, também, a necessidade de um novo referencial para a constituição dos processos de avaliação. A avaliação é um exercício mental que permite a análise, o conhecimento, o diagnóstico, a medida e/ou julgamento de um objeto. Esse objeto deve ser a própria realidade e daqueles que a fazem. Avaliar seria um processo de autoconhecimento e, também, o conhecimento da realidade e da relação dos sujeitos com essa realidade. Seria um processo de análise, julgamento, re-criação e/ou ressignificação das instituições que fazem parte dessa realidade e das pessoas que a mantêm. Questionam-se, assim, os processos de avaliação da aprendizagem dos alunos que estão, usualmente, centrados num desempenho cognitivo, sem referência a um projeto político-pedagógico de escola, e, ainda, o sentido das avaliações escolares que se têm direcionado, especialmente, para o ato de aprovar ou reprovar os alunos. Ao lado desses aspectos, surge uma as questões mais controvertidas nas práticas de avaliação: os registros numéricos na aferição do rendimento dos alunos. A Escola Plural propõe a abolição total das notas. Considera esses registros arbitrários porque unidirecionados , já que são de total responsabilidade do professor, que assume o papel de juiz. Questiona as provas, usualmente empregadas como instrumentos únicos de avaliação, e critica o fato de serem mal elaboradas e sem critérios claros de aferição da aprendizagem dos conteúdos específicos ensinados. Considera que existe uma visão reduzida e equivocada do processo de avaliação, já que a nota, produto concreto dessa verificação, reflete apenas o resultado do desempenho cognitivo do aluno, e nunca o processo educativo que o levou a tal resultado. Em oposição, o conceito alternativo de avaliação baseia-se na perspectiva de interestruturação do conhecimento, entendendo a ação de avaliar como processual e reveladora das possibilidades de construção de um processo educativo mais rico e mais dinâmico. Parte do pressuposto de que as diferenças são positivas e fundamentais para o crescimento dos sujeitos no processo de conhecimento da realidade. Mais uma vez, o campo da discussão dos valores torna-se prioritário. Se a educação é concebida como um direito à escola e as diferenças são positivas e fundamentais para o crescimento dos sujeitos e do grupo do qual fazem parte, não caberia à escola o papel de classificar, excluir ou sentenciar os alunos. A avaliação deveria priorizar a identificação dos problemas, dos avanços e verificar as possibilidades de redimensionamentos e de continuidades do processo educativo. A avaliação se constituiria num processo investigador e formativo contínuo, do qual professores, alunos e pais participariam ativamente. Ao procurar romper com a avaliação somativa, abolindo as notas como o critério de comprovação de um determinado produto previamente esperado, a nova concepção de avaliação procura trazer à tona o valor dos aspectos globais do processo ensino-aprendizagem. Da forma de intervenção do professor, do projeto curricular da escola, da organização do trabalho escolar e da importância da formação das identidades e dos valores pessoais.

2.1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM O termo avaliar tem sido constantemente associado a expressões como: fazer prova, fazer exame, atribuir notas, repetir ou passar de ano. Esta associação, tão freqüente em nossa escola é resultante de uma concepção pedagógica arcaica, porém tradicionalmente dominante. Nela a educação é concebida como mera transmissão e memorização de informações prontas e o aluno é visto como um ser passivo e receptivo. Dentro de uma concepção pedagógica mais moderna, baseada na psicologia genética a educação é concebida como experiência de vivência multiplicada e variadas, tendo em vista o desenvolvimento motor, cognitivo, objetivo e social do educando. Nessa abordagem o educando é um ser ativo e dinâmico, que participa da construção de seu próprio conhecimento. Dentro dessa visão, em que educar é formar e aprender é construir o próprio saber, a avaliação , contempla dimensões , e não se reduz apenas em atribuir notas. Se o ato de ensinar e aprender, consiste na realização em mudanças e aquisições de comportamentos motores, cognitivos, afetivos e sociais, o ato de avaliar consiste em verificar se eles estão sendo realmente atingidos e em que grau se dá essa consecução, para ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e na construção do seu saber. Nessa perspectiva, a avaliação assume um sentido orientador e cooperativo. Assim a avaliação assume uma dimensão orientadora, pois permite que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades, para continuar progredindo na construção do conhecimento. A forma de encarar e realizar a avaliação reflete a atitude do professor em sua interação com a classe bem como sua relação com o aluno. Por exemplo, um professor autoritário e inseguro, poderá ver na avaliação uma arma de tortura ou punição para alunos apáticos ou indisciplinados. Por sua vez, seu professor sério e responsável, que orienta as atividades de aprendizagem dos educandos, tenderá a encarar a avaliação como uma forma de diagnóstico dos avanços e dificuldades dos alunos e como indicador para o replanejamento de seu trabalho docente. Nessa perspectiva, a avaliação ajuda o aluno a progredir na aprendizagem, e o professor aperfeiçoar sua prática pedagógica. Em termos gerais a avaliação é um processo de coleta e análise de dados, tendo em vista verificar se os objetivos propostos foram atingidos, sempre respeitando as características individuais e o ambiente em que o educando vive. A avaliação deve ser integral considerando o aluno como um ser total e integrado e não de forma fragmentada. Os professores precisam verificar o conhecimento prévio de seus alunos, com isso conseguindo planejar seus conteúdos e detectar o que o aluno aprendeu nos anos anteriores. Precisa também identificar a dificuldades de aprendizagem, diagnosticando e tentando identificar e caracterizar as possíveis causas. O professo também deve estabelecer ao iniciar o período letivo, os conhecimentos que seus alunos devem adquirir bem como as habilidades e atitudes a serem desenvolvidas. Esses conhecimentos e habilidades devem ser constantemente avaliados durante a realização da atividade, fornecendo informações tanto para o professor como para o aluno sobre o que já foi assimilado e o que ainda precisa ser dominado. Caso o aluno não consiga atingir as metas propostas, cabe ao professor organizar novas situações de aprendizagem para dar a todos, condições de êxito nesse processo. O ato de avaliar fornece dados que permitem verificar diretamente o nível de aprendizagem dos alunos, e também, indiretamente determinar a qualidade do processo de ensino. Ao avaliar o progresso de seus alunos na aprendizagem, o professor pode obter informações valiosas sobre seu próprio trabalho. Nesse sentido a avaliação tem uma função de retroalimentação ou feedback, porque fornece ao professor dados para que ele possa repensar e replanejar sua atuação didática, visando aperfeiçoá-la, para que seus alunos obtenham mais êxito na aprendizagem.

2.2. AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR A avaliação é apresentada como recurso a ser usado na atividade escolar, como forma de promoção dos alunos, de uma série para a seguinte, na trajetória escolar. A avaliação hoje passa pelo crivo de uma perspectiva. A escola pode ser agente eficiente na produção da mudança social. Na escola pública o índice de reprovação é muito maior que em relação a rede de ensino privado. Uma das causas do fracasso escolar, está diretamente relacionada à prática pedagógica do professor, pois é este, que avalia de acordo com seus critérios os procedimentos. Sendo assim é ele o responsável pela exclusão ou inclusão do educando na instituição. É a partir da avaliação do aluno, que o professor mantém ou reformula seus planos. O corre que todos das decisões nem são neutras nem arbitrárias. Os professores devem respeitar o indivíduo e a sociedade a qual está inserido. As primeiras discussões sobre avaliação educacional chegaram até nós via psicologia da educação dedicado, à psicometria numa época em que nos primeiros laboratórios de psicologia experimental, criados na Alemanha, a própria psicologia começava a ganhar condição de ciência. Essa condição, baseia-se nos critérios da contificidade aplicáveis às ciências naturais, em que a observação, a verificação e a experimentação são tidas como condições indispensáveis, para a criação de princípios, leis e teorias. Na ciência, objetivo é aquilo que pode ser palpado, medido, observado. Na educação, mais precisamente na avaliação temos que tratar alunos como coisas. Em conseqüência a nota, conceito, etc., é buscada a todo custo. Por conseguinte , quanto maior a objetividade mais o procedimento afasta-se das características humanas. Para alguns professores as mudanças comportamentais dos alunos devem ser observadas e sempre que possível quantificadas. Isto explica a valorização dos testes e provas aplicadas para avaliar o aluno. Com isto formaram-se critérios formalistas para definição e seleção de um bom professor. O critério de competência do professor deixou de ser "sobre fazer" para "saber planeja o que fazer" no papel. A partir de uma abordagem subjetivista o objeto do conhecimento desaparece e o sujeito passa a ser valorizado a partir de suas experiências , valores e das suas condições emocionais, capaz de construir sua própria resposta, ao invés de submeter-se a uma resposta já fabricada. A redefinição de avaliação educacional deve ser o vínculo indivíduo-sociedade, numa dimensão histórica. Devido a isto, uma avaliação de rendimentos escolar deve contemplar: percepção, pensamento, imaginação, emoção, expectativa etc., tudo deve estar registrado. Se os professores criarem limites para as ações dos alunos, estes não conseguirão construir seus pensamentos e por causa disto podem estagnar ou até retrocederem. A construção do conhecimento está vinculada à história do aluno, através de experiências já vivenciadas na vida real e na atividade prática. Como podemos observar a avaliação do rendimento escolar está relacionada à fragmentação da avaliação, por conseguinte, podendo excluir o aluno da instituição e da sociedade, através da desmotivação, do desrespeito do professor ou de um conselho que não avaliou seu aluno na totalidade. A avaliação deve diagnosticar, retroinformar e favorecer o desenvolvimento individual. No procedimento de avaliação devem-se considerar testes organizados pelo professor, coleção de produtos de trabalho do aluno, registros dos resultados de observação das discussões dos alunos, comentários, entrevistas com alunos ou grupo, análise da escrita, etc.. A avaliação deve ser desenvolvida cooperativamente por professores, alunos pais e diretores. Notas em testes e provas, servem para provar domínio ou falta de habilidades dos alunos. Tornando-se uma disputa entre os mesmos e com isso muitos que não conseguem alcançar a média, se desmotivam, conseqüentemente isolando-se do grupo, quando isto não é bem trabalhado pelo professor. Alguns professores aplicam provas e testes surpresas a seus alunos, com a finalidade de puni-los. Notas não devem ter função punitiva e sim de diagnosticar possíveis interpretações errôneas das matérias oferecidas, para poder retificá-las. A notas também classifica o aluno como inferior, médio ou superior. Isto faz comparações aos desempenhos e talvez o aluno possa ficar preso a este estigma e não conseguir desenvolver suas habilidades e potencialidades, achando que é "burro". Essa avaliação é completamente discriminadora (somar e dividir nota) desconsidera o aspecto qualitativo da educação. A avaliação deve ter função prognóstica que permite verificar se o aluno possui ou não conhecimentos necessários para o curso, também de medida, onde analisa seu desempenho, em certos momentos e em diversas funções. É graças a função diagnóstica podemos verificar quais as reais causas que impedem a aprendizagem do aluno. O aluno se sente estimulado a trabalhar de forma produtiva quando percebe que há uma finalidade na proposta do professor, onde seus resultados estão sendo valorizados ou reestudados juntamente com o professor e que seu desempenho é comparado com ele próprio e que seus progressos e dificuldades são vistos a partir de seu próprio padrão de desempenho, necessidades e possibilidades. Os testes referentes aos critérios servem para obter informações sobre o conhecimento específico do estudante, geralmente contempla unidades de conteúdos relativamente pequenos. O resultado mostra o que o aluno sabe ou pode fazer, e não procura discriminar diferentes níveis de rendimentos. O teste referente a norma obtém informações referentes sobre um grupo. Valoriza, portanto, um indivíduo com relação aos outros.
Mas o professor que tiver o objetivo de ajudar seu aluno no processo educacional ou ajudar sua turma a atingir os objetivos de alcançar um determinado grau de rendimento escolar, o padrão será o total de pontos conseguidos em relação ao critério de referência (Deprosbiteris, 1989).
A avaliação da aprendizagem está interligada com a avaliação do desempenho e com a avaliação do currículo, dentro do contexto escolar. Enfatiza o aprender que é o ato que o sujeito exerce sobre si mesmo, e não registrar, obter informações e reproduzi-las. Consiste em resolver situações, criar e reinventar soluções. O aluno aprende quando consegue ultrapassar conflitos. O professor como mediador, deve criar uma situação provocante para causar desequilíbrio em relação ao assunto proposto, favorecendo com isto a tomada de consciência do aluno e a percepção de que ele tem o poder de mudanças e transformação.
A avaliação da aprendizagem neste contexto, buscará ir além da simples aplicação de testes, provas e tentará verificar o rendimento através da produção livre, relacionamentos, expressões próprias, explicações práticas, simulações etc (Muzakani, 1986).
O fracasso escolar durante algum tempo foi relacionado a deficiência Intelectual e à pobreza. É óbvio que a falta de alimentação básica e as doenças oriundas de um ambiente sem o mínimo de higiene na qual a criança está inserida, interferem no rendimento escolar da mesma. Porém, é importante lembrar, que o fracasso escolar pode ser gerado a partir da escola. O professor é figura principal no contexto do ensino. Sendo ele o principal agente educativo, é evidente que melhorias no ensino terão mais chance de ocorrer se a ele forem dadas condições adequadas de trabalho. Dessa maneira, a instituição educacional buscará capacitá-los, para que ele possa desenvolver de modo mais eficiente e possível as atividades didático-pedagógicas; Incentivará o desenvolvimento de seu espírito crítico, para que ele possa formar o aluno para esse fim; fornecerá a ele condições de trabalho digno, tais como salário, plano de carreira etc, chamando-o a participar ativamente em decisões importantes do processo de ensino.
Assim a avaliação nas instituições deve: encorajar a comunicação entre colegas e subordinados, envolvendo problemas comuns e a solução deles em colaboração; diminuir a desconfiança entre os vários níveis do sistema educativo; facilitar o clima para mudanças e melhorias; encorajar a auto-crítica e o desenvolvimento pessoal (Napier; Hayman, 1979).

2.3. AVALIAÇÃO DE SUAS DIFICULDADES Segundo pesquisas ato de avaliar deve estar fundamentado nos seguintes pontos: 1. Continuidade: a avaliação deve estar presente durante todo o processo educacional e não somente em períodos específicos; 2. Compatibilidade com o objetivo proposto: a avaliação deve estar em conformidade com os objetivos definidos como norteadores do processo educacional para que venha realmente cumprir a função de diagnóstico. 3. Amplitude: a avaliação deve estar presente em todas as perspectivas do processo educacional, avaliando assim todos os comportamentos do domínio (cognitivo, afetivo e psicomotor); 4. Diversidade de forma: para avaliar devemos utilizar as várias técnicas possíveis visando também todos os comportamentos do domínio. Com base nestes pressupostos, podemos afirmar que a realidade do processo avaliativo é completamente oposta a filosofia da educação problematizadora necessária em nossas escolas. Avaliar é um ato extremamente complexo, cuja responsabilidade não é competência única do professor, mas sim de todos os elementos integrantes do processo educacional (alunos, pais e administradores). Essa centralização no professor apenas consolida o modelo econômico mundial e suas relações de poder, plenamente exercida em nossas escolas. O sistema econômico atual não precisa educar todos os homens, pois trata-se de um sistema excludente, que não está preocupado com a totalidade, vendo a educação, e conseqüentemente suas formas de avaliação e desempenho, como meio para agilizar o desenvolvimento econômico, e não como compromisso ético com as pessoas. Assim sendo, a dinâmica de estrutura das sociedades de classes dominantes utiliza a educação como um instrumento de dominação, uma vez que essas sociedades são governadas por grupos dominantes e a cultura é postulada conforme o interesse desses grupos, e sobretudo enfatiza essa influencia na escola, por sua condição de produção de saber por excelência. Nesse contexto, a escola, a didática, o currículo escolar e sobretudo a avaliação são reflexos dessa estrutura complexa de relação de poder. A realidade então passa a ser o exercício da coação, da escola como obrigação, do professor como autoridade máxima e incontestável, onde estar na sala de aula é desprazer. O fracasso escolar é visto então, como uma questão individual, próprio de cada aluno e seus problemas. No entanto, não podemos responsabilizar somente à ele, nem tão pouco ao professor, que muitas vezes não é preparado para esta outra função - a de avaliador. Precisamos sobretudo, rever os paradigmas da avaliação do desempenho escolar, bem como da educação como um todo, para que a aprendizagem do aluno possa ir para além da sala de aula. O modelo classificatório de avaliação, onde os alunos são considerados aprovados ou não aprovados, oficializa a concepção de sociedade excludente adotada pela escola. O resultado da avaliação é considerado portanto, como uma sentença, um veredicto oficial da capacidade daquele aluno que fica registrado e é perpetuado para o resto de sua vida. O mais triste porém é que a publicação dos resultados não revela o que o aluno conseguiu aprender, é um resultado fictício, definindo um perfil, pela cristalização desse falso resultado. Rever a concepção de avaliação é rever sobretudo as concepções de conhecimento, de ensino, de educação e de escola. Impõe pensar em um novo projeto pedagógico apoiado em princípios e valores comprometidos com a criação do cidadão. Somente após essa consciente revolução é que a avaliação será vista como função diagnóstica e transformadora da realidade.

3. O SIGNIFICADO DE APRENDER E ENSINAR
Ensinar não é transmitir dogmaticamente conhecimentos, mas dirigir e incentivar com habilidade e método, a atividade espontânea e criadora do educando. Nessas condições, o ensino compreende todas as operações e processos que favorecem e estimulam o curso vivo e dinâmico da aprendizagem (Santos, 1961).
Segundo Marcetto (1985) existem alguns princípios importantes a serem considerados por todos os que se preocupam com a aprendizagem do aluno, que são: 1. A aprendizagem deve envolver o aluno, ter um significado com o seu contexto, para que realmente aconteça; 2. A aprendizagem é pessoal, pois envolve mudanças individuais; 3. Objetivos reais devem ser estabelecidos para que a aprendizagem possa ser significativa para os alunos; 4. Como a aprendizagem se faz um processo contínuo, ela precisa ser acompanhada de feedback visando fornecer os dados para eventuais correções; 5. Como a aprendizagem envolve todos os elementos do sistema, o bom relacionamento interpessoal é fundamental. No entanto, na realidade das escolas, quando procuramos decoldificar o significado de ensinar, as idéias definem o professor como agente principal e responsável pelo ensino, sendo as atividades centralizadas em suas qualidades e habilidades. Aprender também relaciona um único agente principal e responsável, o aprendiz (aluno), estando as atividades centradas em suas capacidades, possibilidades e condições para que aprenda. Diante deste contexto, percebemos que o perfil do educador não mudou muito. Na verdade, poucos são os que fogem ao conceito de educação bancária, ou seja, o saber não passa de uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam que nada sabem, cabendo então aos sábios dar, entregar, transmitir o seu grande saber. Portanto, a educação se torna um simples ato de depositar, onde os educandos são os depositários e o educador o depositante. Infelizmente a didática continua presa ao repasse mecânico, à aula expositiva, para ser copiada e decorada. Depois é restituída na prova e, finalmente, na "cola" é copiada com a máxima perfeição. Portanto aula, prova e cola são sinônimos no espírito da coisa. Segundo Freire (1987), "ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo", ou seja a educação problematizadora é como prática de liberdade; exige de seus personagens uma nova concepção de comportamento. Ambos são educadores e educandos, aprendendo e ensinando em conjunto, mediatizados pelo mundo. Aprender é apenas meio. A qualidade da formação básica é o fator modernizante mais eficaz da sociedade e da economia. Muito embora a valorização da educação no sistema produtivo moderno não mude a essência do capitalismo, introduz, na sombra de vantagem para o capital, oportunidades pertinentes para o trabalhador, que incluem parâmetros menos drásticos de exploração da mão-de-obra, sem falar no suporte para a cidadania do trabalhador. A educação é componente substancial de qualquer política de desenvolvimento, não só como bem em si e como mais eficaz instrumentação de cidadania, mas igualmente como o primeiro investimento tecnológico. Segundo essa linha, o educador passa a ser o problematizador, que desafia os educando que são agora investigadores críticos, permeados por constantes diálogos, pois a educação como prática de liberdade deve negar o conceito de isolamento e abstração do ser humano, assim como tornar o mundo uma presença constante em seu diálogo.


4. CONSELHO DE CLASSE Entende-se conselho de classe como um mecanismo constituído para assegurar que o julgamento do desempenho do aluno se efetive de forma conjunta e cooperativa entre profissionais da escola. No entanto, esse processo só ganhará sentido se houver um consenso entre os profissionais. Na maioria das escolas, o que se vê é um trabalho individualizado, fragmentado e assim os conselhos de classe resumem-se a "acertos de conceitos ou notas". Esse "acerto" não se dá em que haja discordância entre professores, pois existem os que defendem a aprovação de determinado aluno, os que defendem sua reprovação, ou até mesmo a sua expulsão da escola. O que evidencia as diferentes posições assumidas pelos professores são, diferentes projetos educacionais e sociais e a existência de valores divergentes entre os membros do Conselho de Classe. Se os membros do Conselho de Classe não tiverem a mesma expectativa em relação ao desempenho escolar do educando, de nada servirá a avaliação feita por esse conselho. O Conselho de Classe está entre as práticas que camuflam dentro da escola, os mecanismos de controle, poder e exclusão social vigentes na sociedade. O conselho deve refletir a ação pedagógica-educativa e não apenas se ater em notas, conceitos ou problemas de determinados alunos. O conselho é uma forma de avaliação de controle da realização da proposta pedagógica. Pedir que os alunos se avaliem, reflitam sobre suas falhas, sobre sua atuação é fácil, o difícil é os professores fazerem o mesmo. Para exercitar essa difícil prática é que o conselho deve começar com a autocrítica dos professores. Normalmente se coloca no aluno, na família, no sistema, a culpa, pelo fracasso escolar. Porém raramente ouvimos professores dizendo ter dificuldades em desenvolver hábitos de estudo com seus alunos, ou de ter que rever o tipo de trabalho proposto para os alunos. O que se ouve é sempre críticas e que os alunos não gostam de estudar, não gostam de ler, etc.... O que o professor diz na autocrítica deve servir como elemento para a coordenação ajudá-lo a superar as dificuldades apresentadas, confrontar o problema com os que os outros professores também apresentam para, juntos, buscarem a superação. A coordenação dever ter claro que, também, a avaliação, não é para classificar o professor e sim ajudá-lo a desempenhar melhor o seu trabalho. Há problemas sérios que os professores enfrentam em sala, devido a condições estruturais da escola: falta de espaço físico, mal organizado ou inadequado. Por outro lado não podemos cair na armadilha de que tudo é a estrutura, a lei, o sistema e ninguém assume nada. Pois há condições às vezes de mudanças significativas, com as reais condições que a escola apresenta.

4.1 ANÁLISE DIAGNÓSTICA DA TURMA Freqüentemente num Conselho de Classe abordam-se apenas problemas, e com isso o conselho perde a sua característica fundamental que é ser diagnóstico. Quando deveria apontar necessidades ou atitudes para transformação da realidade apresentada. É importante ressaltar que a coordenação do conselho perceba que metodologias, pertinências e significâncias dos conteúdos, formas de avaliação e relações interpessoais, influem positiva ou negativamente no rendimento da turma e são causas dos problemas apresentados. Num conselho, não se trata de verificar que notas ou conceitos os alunos obtiveram. Estes podem servir de indicadores de que podem estar ocorrendo dificuldades. Mas trata-se de tentar ver o aluno como um todo. O esforço é de se pesquisar as causas, o porque das atitudes dos alunos e não simplesmente relatar casos ocorridos durante o bimestre e dizer que conceito obteve na disciplina. A cada dia que passa, necessita-se mais ter a percepção da totalidade devido em que se insere o aluno para poder ajudá-lo como estudante na escola. Há vários fatores culturais extra-escolares que definem, muita das vezes, o modo de agir e de interagir dos alunos, e essa interação bio-cerebral, cultural e social co-determinam o chamado "rendimento do aluno". O rendimento não se refere somente às questões relativas ao domínio ou construção do conhecimento. Assim, falar de um aluno isolado do contexto social coletivo que o produz e é por ele produzido, pode nos levar a juízos falsos e a diagnósticos errados. E o contexto do aluno não é só a situação afetivo-emocional em que vive na família, mas também, as relações com os professores, com a turma, com o grupo de amigos na escola. Ao analisar o aluno nos vários aspectos de sua realidade como pessoa e como estudante, não significa passar a mão na cabeça de alunos bagunceiros, ou ter pena do aluno por seus vários problemas. Trata-se de ter uma visão de conjunto de cada caso para se tomarem as atitudes que sejam adequadas para cada situação. Sem visão global, não há percepção crítica. Padronizar atitudes pode ser mais fácil mas nem sempre é eficaz em educação. Saber distinguir, discernir as atitudes mais adequadas para os casos mais complexos é tarefa que requer reflexão conjunta de todos os envolvidos no processo educativo, reunidos para tal fim. Num Conselho de Classe, conceitos e notas, servem para diagnóstico do aluno, como instrumento e não finalidade do processo educativo. Há escolas em que a questão burocrática é muito forte : "Como deixar em branco, se você tem que entregar o diário completo e fechado na secretaria?". "E na reunião de pais, como explicaremos que o aluno não têm conceito naquele mês?". "E o boletim como é que fica?". São questões que forçosamente aparecerão à medida em que os professores forem tomando consciência do processo de avaliação em novos paradigmas.


5. QUANDO A ESCOLA É DE VIDRO.
QUANDO A ESCOLA É DE VIDRO Trecho do livro de Ruth Rocha Eu ia a escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro. É, no vidro! Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não! O vidro dependia da classe em que a gente estudava. Se você estava no primeiro ano, ganhava um vidro de um tamanho. Se você fosse do segundo ano, seu vidro era um pouquinho maior. E assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano. Se não passasse de ano era um horror. Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado. Coubesse ou não coubesse. Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros. E para falar a verdade, ninguém cabia direito. Uns eram gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável. A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava, e a gente nem podia respirar direito... A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física. Mas aí a gente já estava desesperado de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros.


5.1. A METÁFORA DO VIDRO O hábito de ficar dentro dos vidros acaba se tornando cômodo para algumas crianças, elas se adaptam à forma do vidro e acabam se sentindo até desconfortáveis fora dele. Quanto mais elas se moldam ao vidro menos trabalho dão aos adultos. Outras, porém, sofrem porque são diferentes e esta diferença não é levada em conta; elas não recebem nenhum tipo de ajuda e de estímulo. Mas será que é isso que se quer do processo educacional? Todo mundo pensando igual e fazendo tudo igual? O vidro filtra o que o professor fala e também o que fala o aluno. A comunicação e portanto as relações entre eles não são espontâneas. Ouvir é diferente de escutar ativamente, é muito diferente! Em se tratando de crianças e adolescentes, há que se fazer um esforço extra para entender exatamente o que eles querem dizer! Mesmo assim, com todo nosso esforço e atenção, quantas perguntas deixaram de ser formuladas e quantas outras deixaram de ser respondidas! As crianças que ficaram tempo demais dentro de vidros adoram as aulas de educação física. O corpo do aprendiz faz parte dele, é através do corpo que ele fala, que expressa seus sentimentos e que ele aprende. Assim há muitas maneiras de aprender e todas elas devem ser colocadas à disposição do aprendiz. Um dia teremos a revolução dos vidros, e a diferença, não mais a mesmice, será valorizada! A psicopedagogia lida essencialmente com a aceitação dessas diferenças, tentando entendê-las. É através da busca de novos caminhos que ela pretende dar um novo significado à aprendizagem.



6. A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS Mais que um caso de polícia, a violência nas escolas é um problema pedagógico. Em muitas cidades, as escolas são palco de situações de violência. Situadas em locais onde a exclusão social se manifesta de modo mais acentuado, as escolas não ficam isoladas deste contexto. De depredações a casos de arrombamento, ameaças e prisões, muitas coisas acontecem, amedontrando pais, professores e alunos. Em geral, a solução proposta é o policiamento e a colocação de grades. Nem sempre esta solução é possível e quase nunca é eficaz. Ao contrário, muitas vezes ela apenas reforça a violência da situação.


6.1. DE ONDE VEM A VIOLÊNCIA? Para muitos pais, alunos e profissionais de educação, a violência vem de fora da escola. Ou seja, a escola é vista como uma vítima de "maus elementos"que a atacam, depredem e roubam. E no entanto, a escola também produz a violência no seu cotidiano. É uma violência sutil e invisível, que se esconde sob o nome de "evasão". É, inconscientemente, promovida pelos próprios educadores através de regulamentos opressivos, currículos e sistemas de avaliação inadequados à realidade onde está inserida a escola e medidas e posturas que estigmatizam, discriminam e afastam os alunos. O ambiente escolar soma mais algumas à série de violências que pesa sobre a vida das crianças e jovens que freqüentam a escola pública. Muitas vezes, a escola diz-se neutra, universal e com valores próprios. Essa "neutralidade" acentua e dissemina valores estranhos àqueles que ilustram o cotidiano das crianças pobres, que vêem reprovados seus hábitos e seu jeito de falar. Ao inferiorizar os alunos pobres, a escola lhes ensina a resignação frente ao fracasso. Quando os alunos deixam a escola, expulsos pelos mecanismos de evasão, encaminham-se para a outra parte do ciclo: o trabalho mal remunerado, o subemprego, as FEBEMs e os presídios. Quase sempre, a violência não é um ato gratuito, mas um reação àquilo que a escola significa ou, ainda pior, àquilo que ela não consegue ser. A maioria das ocorrências violentas nas escolas são praticadas por alunos ou ex-alunos. Ou seja, muito raramente são "elementos estranhos" que atacam a instituição. Há uma diferença qualitativa entre os diversos tipos de "atos de violência" que chegam à direção das escolas. A gravidade das situações é variável e os efeitos das providencias tomadas podem ser muito sérios. Os envolvidos, em geral, são alunos ou jovens expulsos indiretamente através dos mecanismos de evasão. Por isso, é importante que a escola se volte para estes jovens, buscando a sua reintegração na condição de alunos ou de usuários de espaços e serviços oferecidos à comunidade.


6.2. O QUE SE PODE FAZER PARA MINIMIZAR A VIOLÊNCIA? Não é fácil erradicar a violência da sociedade. Por serem suas causas complexas e de caráter estrutural, não está ao alcance do governo municipal eliminá-la das escolas ou de qualquer outro lugar. No entanto, é possível e necessário controlar alguns dos mecanismos que a geram, reduzindo seus efeitos. Democratizar a escola é a linha central de todas as intervenções para diminuir a violência em seu ambiente. A mudança na prática do sistema de ensino deve levar à eliminação das barreiras - muitas vezes não percebidas - entre os alunos e a escola, entre a comunidade e a escola. Num trabalho que envolve ações de curto, médio e longos prazos de maturação, as violências geradas pelo próprio sistema escolar devem ser questionadas e subvertidas pelos seus atores. A democratização do acesso à escola não deve ser vista só como a extensão do atendimento escolar (aumentando o número de vagas, por exemplo) ou mesmo a criação de condições materiais para a fixação do aluno. A democratização deve ser encarada de forma mais abrangente, significando, também a mudança das relações internas e da estrutura de funcionamento da instituição escolar, valorizando e estimulando em seu interior a presença dos alunos marginalizados pela sociedade. Assim, para atacar o problema da violência nas escolas, o primeiro passo é situá-lo dentro de sua esfera de complexidade. A violência na escola é diferente da violências nas ruas: insere-se no meio escolar, alimenta-se da sua dinâmica e de seus vícios. Soluções policialescas não resolvem. É claro que, se for necessário, deve-se colocar vigias, gradear janelas, etc.. Mas estas medidas terão pouca eficácia se não forem acompanhadas de outras, que resolvam o problema em seus aspectos sociais e pedagógicos. Para isso, é necessário trabalhar com os profissionais de educação (tanto professores como servidores operacionais), com os alunos, com a comunidade e com a polícia. Procurando estabelecer uma compreensão mais ampla da violência, como fenômeno social que possui uma face visível e muita outras invisíveis. Para consolidar esta nova compreensão da violência é preciso um esforço de repensar a escola tanto interna quanto externamente, em suas relações com o ambiente em que se encontra. Como a escola depende do que está à sua volta, o entorno deve ser sempre considerado. Se a escola estiver integrada a ele, abrindo o seu espaço - privilegiado e valorizado - não só aos alunos, mas ao oferecimento de soluções para problemas e necessidades da região, ser mais respeitada pela comunidade onde se insere. É importante promover atividades comunitárias e o uso das instalações para eventos ou para lazer dos moradores das imediações, contando com a participação e o envolvimento dos diretores, professores e outros profissionais, levando-os a substituir o medo por novas posturas que contribuam para a superação de uma mentalidade violenta.


7. EXCLUSÃO SOCIAL Segundo Mammarella (2000, p.52) exclusão social identifica:
os grupos e indivíduos que vêm sistematicamente perdendo seus direitos de cidadania, que se encontram carentes dos meios de vida e fontes de bem estar social, com baixíssimos rendimentos, falta de moradia, de acesso à educação e saúde, e que não encontram meios de se inserirem no mercado de trabalho.
Dois aspectos são considerados como base da cidadania: a possibilidade de acesso de toda a população a um determinado padrão de qualidade de vida comum de um referido grupo social, e às possibilidades objetivas da população decidir sobre os destinos e os rumos da sociedade em que vivem. Essa condição mínima para as pessoas conseguirem uma qualidade de vida aceitável dentro dos parâmetros de cidadania vão além da manutenção da vida orgânica, dada pela satisfação das necessidades alimentares e nutricionais elementares, estando também intimamente ligada à obtenção de renda e de educação com qualidade, pois sem esses princípios a inserção na sociedade e no mundo do trabalho torna-se precário. A falta de participação política torna os indivíduos submissos a uma dimensão do destino enquanto condição inexorável, que despolitiza as relações sociais e remete a solução dos problemas a uma esfera intransponível, sobre o qual os indivíduos perdem a capacidade de controle, situando-se fora do domínio da história. Tanto a aceitação do destino, a fatalidade ,o não acesso, pela falta de renda, os bens materiais e simbólicos que a sociedade pode oferecer, são formas expressivas de manifestação da exclusão social. Na sociedade atual, o Estado Moderno é responsável pela função redistributiva, pois ele deve assegurar as políticas globais e articuladas como moderadora das desigualdades sociais e econômicas e de responder aos aumento das demandas no contexto de uma maior divisão do trabalho e expansão do mercado, na sociedade das massas. A educação portanto é dever do Estado e direito do cidadão, pois sendo concebida como valor social, reflete-se como instrumento da sociedade para efetivar o processo de formação e construção da cidadania. Entretanto, a evolução das idéias relativas à educação e principalmente à avaliação , consolidam-se em torno dos valores econômicos , como conseqüência do rápido desenvolvimento tecnológico e da nova ordem globalizada. A educação passa a ser direcionada para o novo estilo de desenvolvimento, reproduzindo as relações de poder e subordinação, presentes nesse modelo. Para acabar com a exclusão, portanto, é necessário que se restabeleçam as bases de uma economia, uma política e uma educação que permita que as relações humanas se dêem a partir dos princípios de equidade, justiça social e participação cidadã nas diferentes instâncias de decisões, e a educação cidadã será a principal ferramenta para a construção dessa sociedade.


8. FRACASSO ESCOLAR E EXCLUSÃO SOCIAL Neste momento histórico da globalização mundial da economia em que todos os países seguem a regra de empregar funcionários mais qualificados , sabe-se que , no Brasil pelo menos 52% da população não possuem requisito mínimo para disputar uma vaga no mercado formal de trabalho. Considerando-se que a questão do qualificação profissional passa evidentemente pelo analfabetismo funcional do adulto e também pelo fracasso escolar infantil, focalizar a exclusão social transportadas pelas vias de evasão e repetência escolar tornou-se objeto importante de estudo. Segundo o Censo de 1991 do IBGE existem cerca de 29,4 milhões de indivíduos analfabetos no Brasil, o que segundo Haddad coloca o Brasil entre os países com maiores taxas percentuais de analfabetismo. Quanto ao índice de reprovação nas primeiras séries do primeiro grau nas escolas públicas brasileiras, apesar da democratização dos estudos e do acesso à escola, este se mantém desde de 1980 em torno de 50%, estes números referem-se em sua maioria a crianças de zonas rurais e periféricas dos centros urbanos ou seja , de classes mais economicamente desfavorecidas. Com a democratização do ensino, a Constituição Brasileira, em seu artigo 108 parágrafo 1°. , defendeu a garantia a todo cidadão, de acesso ao ensino fundamental obrigatório e gratuito. No entanto, cerca de quatro milhões de crianças entre 7 e 14 anos encontram-se fora das escolas. 1,7 milhões de crianças evadidas das escolas públicas do 1°. Grau e 50% de crianças em sua maioria, oriundas de classe baixa, são reprovadas todos os anos. Em referência a América Latina , segundo a UNESCO, o Brasil é o país que tem o maior percentual de alunos concluídos no primeiro grau. Enquanto a Bolívia aprova 64%, o Peru 70%, a Venezuela 73% e o Uruguai 86%, no Brasil apenas 33% concluem o primeiro grau. Muitos estudos têm-se dedicado a compreensão das causas do fracasso escolar da criança ao longo dos tempos. Dentre as causas apontadas nos estudos em geral, estes têm demonstrado a influencia da origem social, da prática pedagógica, do professor e da linguagem sobre o padrão de estimulação intelectual das crianças. Para o teórico inglês Basil Bernstein (1330), estudioso das relações entre classe e desigualdade, é vital que os indivíduos possam explorar os limites de sua consciência e o auto-controle, por meio da linguagem, de modo a viabilizar-lhes a igualdade de oportunidades de aprendizagem e de ação social. Segundo ele, a aprendizagem e a ação social faz-se vital a orientação cognitiva e prática do homem, regulado, por um controle simbólico adquirido nas instituições pedagógicas oficiais e locais, tais como na escola e na família. Em síntese, a aprendizagem e o desempenho escolar para Bernstein, dependem primeiramente da inter-relação entre mãe e filho, e posteriormente, entre professor e aluno.


9. A BUSCA DE UMA AVALIAÇÃO INOVADORA Aqueles tempos em que o aluno temia enfrentar a severidade do pai com notas sofríveis do boletim estão próximas do fim. Insatisfeitos com o método tradicional de medir a capacidade dos estudantes em aprender, as escolas preparam uma mudança, segundo pesquisas feitas pelo ENEM. Querem acabar com o pesadelo das notas de zero a dez: em vez de distribuí-las, o professor definirá as habilidades que espera ver adquiridas pelos alunos. Nada de "decoreba", a palavra de ordem agora é privilegiar a capacidade de interpretação e raciocínio do aluno. O resultado será registrado em um relatório enviado aos pais no fim de cada bimestre para que eles também tenham uma idéia mais precisa do desempenho do filho. Não será simples, pois o fim de uma avaliação tradicional esta sendo estudada há pelo menos dez anos, e sem benefícios só serão demonstradas em larga escala agora, com o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Interdisciplinar, o ENEM reflete o modelo de ensino daquela escola em que as matérias não são tratadas isoladamente, mas se relacionam. Uma prova de física, por exemplo, analisará também a organização de idéias e a qualidade do texto. O conteúdo meramente factual, absolvido pela memorização de data, fórmula, dá lugar a capacidade de pesquisar o conhecimento e organizá-lo. No final o aluno não é testado apenas porque respondeu corretamente às questões. Antes o aluno obtinha um nota 8 em Literatura identificando-se corretamente características de um dado estilo. Pelo novo enfoque, interessa mais se o aluno tem a habilidade de estabelecer relações entre os textos de movimentos literários diversos. Embora os saudosistas torçam o nariz, teoricamente, exigi-se se muito mais neste modelo novo do que no anterior. A mudança não ocorrerá apenas nas melhores escolas da rede privada. Várias unidades da rede pública também estão trabalhando nesta perspectiva filosófica. Numa escola em Porto Alegre, os professores já iniciaram a proposta, divulgando as metas de cada disciplina no começo do bimestre, com cópia para os alunos. Ao final são atribuídos os conceitos "satisfatório" ou "não satisfatório". Encerrado o bimestre são estabelecidas novas metas. "foi difícil mudar professores acostumados a provas e notas". Disse a supervisora Jussara Black. "Dá trabalho, mas a aprendizagem é completa". Outros colégios ainda passam por uma fase de transição entre a nova e a velha forma de avaliação e a nova. Num aluno que tirou zero e depois 10 não merece nota 5, pois provou que evoluiu. Alguns professores estão usando métodos baseado s em cores, párea registrar as dificuldades dos alunos e depois transformando-as nos conceitos exigidos pela avaliação. Essa nova proposta exige um pouco mais a participação dos pais, precisa estar presente para compreender bem o processo. O colégio Nossa Senhora da Glória, São Paulo, selecionou ícones para apontar se os alunos alcançaram os objetivos, como exemplo: Exemplo do desempenho de um aluno da 2ª série do ensino fundamental:
COMO ERA ANTES
Português 7,1
Matemática 6,1
COMO FICOU
Língua Portuguesa
Leitura
. Compreende textos ...................................................................................... . Explica o significado de anedota ................................................................... . Analisa os livros lido .....................................................................................
Produção
. Produz texto narrativo com característica física de personagem ...................... . Identifica características psicológicas ............................................................. . Reconhece a necessidade de interrogação em textos ...................................... . Diferencia ponto de exclamação .................................................................... . Utiliza parágrafo ............................................................................................
Gramática
. Nomeia substantivo composto ....................................................................... . Estabelece a ordem alfabética na busca do dicionário .....................................
Matemática
Númerose operações
. Identifica os números ordinais até o 30° ......................................................... . Opera as noções de subtração até a unidade de milhar ...................................
Grandezae medidas
. Utiliza medida de massa a partir de unidades não padronizadas ......................
Avaliação
Não atingiu o objetivo
Atingiu o objetivo
Atingiu parcialmente o objetivo (até 60%)
Atingiu o objetivo (até 80%)
Sumário


10. CONCLUSÃO A concepção de avaliação é comumente relacionada a idéia de mensuração de mudanças do comportamento humano. Essa abordagem viabiliza o fortalecimento no aspecto quantitativo. A avaliação do rendimento escolar tem como alvo a classificação do aluno. Necessita ser redirecionada, pois a competência ou incompetência do aluno não resulta apenas da escola ou do professor, e sim de todos aqueles que participam do contexto escolar e social do educando. A avaliação deve contemplar aspectos qualitativos que são difíceis de serem mensurados pois, envolvem objetivos subjetivos, postura, política, crenças e valores. Os instrumentos de avaliação são determinados pelas idéias e modelos da realidade em que o profissional atua (instituição). Serve como um meio de controle, feito através de atribuição de pontos ou notas, para que os alunos realizem as tarefas e tenham comportamentos esperados, no qual o professor e a instituição desejam. Não se importam com o tipo de conhecimento que o aluno adquiriu, e sim, com o tipo de nota que o aluno obteve. A nota portanto, passa a apresentar um objetivo diferente da representação do rendimento do aluno. O Educando precisa aprender , e não a ser submisso e obediente àqueles que são responsáveis por seu processo educativo. Os instrumentos de avaliação determinados pelas escolas não podem se vistos como única opção de avaliação. Senão ratifica o conceito de "educação bancária", de uma lado um ensina o do outro lado um aprende. O ponto chave da educação deve ser o aluno aprender a prender, saber pensar, ser crítico e analítico. E é dentro dessa perspectiva que a avaliação deve trabalhar. As maiorias das escolas são vistas como socializadoras e reguladoras de um determinado tipo de saber. Uma proposta de avaliação se contrapõe à essa escola que conhecemos. Esta busca a construção que reflete a própria cultura do povo brasileiro, que acredita no conhecimento como produção social e que valoriza a vivência cotidiana dos alunos e professores. Numa avaliação os professores devem considerar o ambiente no qual o educando está inserido, pois não pode cobrar disciplina e bons cuidados de higiene de um aluno que desconhece esses princípios, devido não ter condições básicas, econômicas e família para orientá-lo. Porém isso, não significa que ele não possa aprender, pois se for estimulado será capaz de construir seu conhecimento. Comprovadamente a família é uma instituição que influencia diretamente no desenvolvimento e no desempenho escolar do educando, pois se a família é desestruturada a criança se desestruturará, com isso apresentará fracasso escolar e conseqüentemente se excluirá da sociedade. Com a globalização, a regra é empregar funcionários cada vez mais qualificados, isto quer dizer, com maior nível de escolaridade. Por outro lado, sabe-se que o mercado de trabalho necessita também de força de trabalho barata que não seja qualificada, com isso explora cada vez mais esses indivíduos que não tem condições básicas por serem excluídos, devido a uma avaliação errônea nas instituições, tem que se submeter a trabalhos escravos que futuramente podem até serem excluídos totalmente da sociedade, partindo até para uma vida promíscua. Este trabalho comprova que a avaliação do rendimento escolar pode ser usada como ferramenta para exclusão institucional e social. E lamentavelmente comprova que o educando de classes sociais desfavorecidas, são mais prejudicados do que os das classes mais favorecidas. Pois os das classes desfavorecidas são julgados pela sociedade como "burros", por não terem habilidades intelectuais e emocionais desenvolvidas, com isso são excluídos. Só não devemos esquecer que eles não apresentam habilidades e competências, porque as escolas e o ambiente na qual estão inseridos não lhes permitiram que os tivesse. O fracasso escolar destes alunos quando iniciaram na escola, muitas vezes foram devido a uma péssima avaliação, onde continham apenas instrumentos que os medissem por notas e conceitos e não por uma avaliação do seu contexto social. Esperamos que as escolas revejam seus conceitos e filosofias para que com isso consigamos minimizar a exclusão dos alunos da escola e conseqüentemente da nossa sociedade.
Sumário


REFERÊNCIAS BERNSTEIN, B. Class, Codes and Control: The Structurintg of Pedagogic Discoruse. Vol. IV, London: Routledge & Kegan Paul, 1990. Diário de Cuiabá, 3 mar. 1996. DEMO, Pedro. Avaliação Qualitativa: Polêmicas do nosso tempo. 6. ed. Campinas: Autores Associados. Folha de São Paulo, 4 ago. 1994. GOMES, C.A.. (org). Qualidade, eficiência e equidade na Educação Básica. Brasília: IPEA, 1992. HADDAD, S.. Tendências Atuais na Educação de Jovens e Adultos. Em Aberto, ano 11, n. 56, out./dez. 1992. HAYAT, Regina Cazank. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Ática, IBGE. Censo Demográfico 1991. SEPLAN/MT. Anuário Estatístico de Mato Grosso. SEME/DAE, 1993. INFANTE, I.. Sobre o analfabetismo funcional na América Latina. In: SILVA, Luiz Heron da; AZEVEDO, José Clovis de (orgs.). Paixão de Aprender II, Petrópolis: Vozes, 1995. Jornal O Globo, 9 jul. 1995. LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 11. ed. São Paulo: Cortez, PERRENOUD, Phillipe. Não mexam na minha avaliação! Para uma abordagem sistêmica da mudança pedagógica. In: ESTRELA, Albano; NOVOA, Antonio. Avaliações em educação. Lisboa: Educa, 1992. p. 155-73. _________. Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. Porto: Porto, 1995. p. 135-146. _________. Avaliação da excelência à regulação das aprendizagens entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, Revista Presença Pedagógica. v. 6, n. 32, mar./abr. 2000. SANTOS, Theobaldo Miranda. Noções de prática de ensino. 6. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961. Secretaria Estadual de Educação. Diretoria de Administração de Ensino, 1993. SOUZA, Sandra Zákia Lean de. A prática avaliativa na escola de 1º grau. In: SOUZA, Sandra Zákia Lean de. (org). Avaliação do rendimento escolar. Campinas: Papirus, 1991. p. 83-108. SOUZA, Sandra Zákia Lean de. Revisando a Teoria da Avaliação da Aprendizagem. In: _________. (org). Avaliação do rendimento escolar. Campinas: Papirus, 1991. SOUZA, Clarilza Prado de. (org); DEPRESBITERIS, Lea.; FRANCO, Maria Laura P. Barbosa; SOUZA, Sandra Zákia Lean. Avaliação do rendimento escolar. 6. ed. Campinas: Papirus. VEIGA, Ilma Passos de Alencastro. Repensando a didática. 11. ed. Campinas: Papirus, 1996.


(*)Débora Osório. Estudante do curso de Pedagogia, Habilitação em Gestão Escolar, da Universidade Veiga de Almeida.
Para referência desta página: OSÓRIO, Débora. Avaliação do Rendimento Escolar: como ferramenta de exclusão social. In.: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em Foco. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: . Acesso em: dia mes ano.

terça-feira, 22 de abril de 2008

O que é resiliência pedagógica e metacogniçao pedagógica?


Etimologicamente, a palavra metacognição significa para além da cognição,
isto é, a faculdade de conhecer o próprio ato de conhecer, ou, por outras palavras, consciencializar, analisar e avaliar como se conhece. E quando se aplica a pedagogia isto quer dizer por a prova os métodos de desenvolvimento cognitivo, ou seja o professor não se limita apenas a estes métodos mais vai além.
Sobre resiliência , segue um artigo que achei na web,

RESILIÊNCIA
Conceituação

A palavra resiliência apresenta várias definições de acordo com a área em que se emprega o termo. Entretanto, todos os significados conduzem ao mesmo entendimento convergindo para um ponto central. Daí a sua validade para o emprego na área educativa.
Essa palavra tem origem no latim. Resílio significa retornar a um estado anterior. Na engenharia e na física ela é definida como a capacidade de um corpo físico voltar ao seu estado normal, depois de ter sofrido uma pressão sobre si. Em ciências humanas representa a capacidade de um indivíduo, mesmo num ambiente desfavorável, construir-se positivamente frente às adversidades.
As formas positivas de conduta de crianças e/ou grupos de indivíduos apesar de viverem em condições adversas, motivaram e deram origem ao desenvolvimento de pesquisas no campo das ciências sociais.
Outros conceitos são apresentados, dando o mesmo enfoque ao termo:
· Capacidade de uma pessoa ou sistema social de enfrentar adequadamente as circunstâncias difíceis (adversas), porém de forma aceitável. (Vanistendael, 1994).
· Capacidade universal humana para enfrentar as adversidades da vida, superá-las ou até ser transformado por elas (...). (Grotberg, 1995).
· Conjunto de processos sociais e intrapsíquicos que possibilitam ter uma vida sã vivendo em um meio insano. (Rutter, 1992).
· Capacidade de resistir à adversidade e de utilizá-la para crescer que, desenvolvida ou não, cada pessoa traz dentro de si. (Costa, 1995).
· Capacidade de as pessoas resistirem às adversidades e de, até mesmo, aproveitá-las para seu crescimento pessoal e profissional. Designa originalmente a capacidade que têm os materiais de retornar ao seu estágio anterior depois de submetidos a uma força deformadora.
Os conceitos de resiliência são muitos, e todos estão relacionados aos sentimentos positivos. Não caberiam aqui as emoções negativas como raiva, medo e tristeza. Muito mais cabíveis estão as emoções positivas já mencionadas anteriormente: alegria, prazer e amor. E ainda acrescentando a coragem. Esta seria a alavanca para o desenvolvimento quando se pretende o enfrentamento com as condições adversas do meio em que se vive.
Promovendo a resiliência

Distinguimos características próprias em cada pessoa e cada uma apresenta um ponto de vista, uma forma peculiar de perceber os acontecimentos à sua volta, ou seja, cada indivíduo tem a sua própria forma de interpretar o mundo.
Costumamos chamar algumas pessoas de pessimistas e negativistas quando transformam em lamúrias os obstáculos que surgem, transformando-se em vítimas e requerendo a piedade. Esse sentimento muitas vezes contagiante é capaz de destruir qualquer chance de sucesso no desenvolvimento de atividades.
Por outro lado, nos deparamos também com pessoas às quais chamamos otimistas. Estas sempre apresentam grande parcela de esperança e confiança na condução do processo de realização das atividades. Igualmente contagiante, esse sentimento é capaz de promover o êxito das ações.
Os estudos sobre a resiliência ainda não apresentam precisão quanto a definir se algumas pessoas nascem com a resiliência ou se algumas situações vivenciadas influenciam no seu desenvolvimento nas pessoas. Entretanto, vários estudiosos estão investindo na capacidade de se promover a resiliência, obtendo resultados satisfatórios.
Procuramos em alguns teóricos o que existia de comum em relação aos indivíduos considerados resilientes. Fadiman e Frager (1979) citam que Maslow designou "auto-atualizadoras" as pessoas que superaram sem traumas questões de grande sofrimento. E sobre elas afirmou:


As pessoas auto-atualizadoras estão sem nenhuma exceção, envolvidas numa causa estranha à própria pele, em algo externo a si próprias; tem percepção mais eficiente da realidade, tem aceitação (capacidade de amar) a si mesmas, aos outros e a natureza. São espontâneas, concentram-se mais nos problemas e menos no próprio ego; são mais depreendidas; tem autonomia e independência em relação à cultura ao meio ambiente; têm relações interpessoais mais profundas e internas; têm estrutura de caráter mais democrático; tem senso de humor, discriminam entre meios e fins, bem e mal; são mais criativas (p.32).

Negar que a resiliência é um fenômeno que pode ser promovido é ignorar todos os estudos referentes ao comportamento humano que dão extrema importância ao meio em que os indivíduos vivem e privilegiar o senso comum baseado na premunição e no destino . É acreditar que cada um ao nascer já trás consigo toda a sua trajetória de vida definida. Partindo deste pressuposto nenhuma estratégia poderia influenciar o indivíduo a transformar a sua realidade.
Costa (1995) é um dos estudiosos que acredita que a resiliência não é privilégio de alguns somente. Não é o caso de uns nascerem resilientes e outros não.

O estudo sistemático da resiliência nas pessoas e nas organizações revelou que ela não é uma qualidade única e extraordinária, característica intransferível de um grupo especial de pessoas. Não. A resiliência é antes de tudo a resultante de qualidades comuns que a maioria das pessoas já possui, mas que precisam estar corretamente articuladas e suficientemente desenvolvidas. (p.12).

Desenvolver portanto, a resiliência em um grupo, consiste conhecer a sua história, procurar analisá-lo no contexto, para então intervir de maneira apropriada, buscando as razões capazes de motivá-lo e fortificá-lo.
Vicente (1995) também afirma que a resiliência pode ser promovida. Ela determinou a existência de três fatores que promovem a resiliência: o modelo do desafio, vínculos afetivos e sentido de propósito no futuro.
O modelo de desafio é bastante identificado em pessoas resilientes. Segundo Vicente, as características centrais encontradas nesse modelo são: o reconhecimento da verdadeira dimensão do problema; o reconhecimento das possibilidades de enfrentamento, e o estabelecimento de metas para sua resolução (p. 8). Sobre os vínculos afetivos, diz Vicente:

A existência de vínculos afetivos é também considerado como um fator importante para promoção da Resiliência. A aceitação incondicional do indivíduo enquanto pessoa, principalmente pela família, assim como a presença de redes sociais de apoio permitem o desenvolvimento de condutas resilientes (idem, p. 9).

Fonte(s):

O que é proposta de intervenção pedagógica?



Toda proposta de intervenção pedagógica, surge da análise e pesquisa criteriosa do corpo docente, do corpo discente, da forma, do modo, do modelo, do método, do mecanismo de ensino e do conteúdo programático de cada disciplina.

Após análise de uma determinada realidade educacional, busca-se através de pesquisas levantar dados qualitativos e qualitativos, que demonstrem a grau de eficiência e abrangência educacional daquela realidade..

Uma vez levantados os dados, é possível avaliar quais são as melhores intervenções pedagógicas e como elas devem ocorrer, para facilitar, auxiliar e implementar o processo pedagógico, visando sempre mais eficiência, motivação, praticidade para elevar o grau de aproveitamento dos alunos.

Fonte: Lenda Virtual, yahoo!respostas.

Como fazer um plano de aula para crianças de 3 anos?


Luzimara Comunidade do orkut :prazer de ensinar com Luzimara

PROJETO PLANTAS

JUSTIFICATIVA:

No intenso processo de urbanização que passa nossa sociedade, cada vez mais nos afastamos do contato com a Natureza. A infância vivida nos quintais, o gosto das "verduras e legumes, plantado por si próprio”, vivências únicas para quem teve a oportunidade de ser "criança de quintal", têm se transformado em coisa rara, já quase inexistente.
Compreendendo todo o espaço escolar como meio de interação e construção contínua de conhecimento, as aulas de Ciências poderão ocorrer aliando teoria e prática.

QUESTÃO DESENCADEADORA:

A partir da história “João Pé de Feijão” plantamos e cultivamos nosso feijão, e fizemos grandes descobertas com sua geminação. 16 mar Luzimara
CONTEÚDOS NORTEADORES:

Quais são as partes das plantas?
Porque elas têm raízes?
O que elas comem?
Elas tomam água?
Como elas crescem?

OBJETIVOS:

LINGUAGEM ORAL E ESCRITA:
 Pesquisar em livros, , revistas e jornais, formas e cores trabalhadas no projeto;
 Participar de variadas situações de comunicação oral, para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral, contando suas vivências;
 Expressar-se;
 Familiarizar-se, aos poucos, com a escrita por meio da participação em situações nas quais ela se faz necessária e do contato no cotidiano com os livros, revistas, histórias em quadrinhos, etc;

MATEMÁTICA:
 Seqüenciar fatos;
 Estabelecer aproximações a algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem, relações espaciais, etc;
 Manipular e explorar objetos e brincadeiras, em situações organizadas de forma a existirem quantidades individuais suficientes para que cada criança possa descobrir as características e propriedades principais e suas possibilidades associativas: empilhar, rolar, transvasar, encaixar, etc 16 mar Luzimara
NATUREZA E SOCIEDADE:
 Aprimorar os cinco sentidos através de atividades com materiais concretos e lúdicos;
 Aproximar os acontecimentos da atualidade, do mundo que nos cerca, com a sala de aula,
 Caracterização dos vegetais e preservação do meio ambiente;
 Desenvolver progressivamente hábito de higiene pessoal (escovar os dentes, lavar as mãos, tomar banho e lavar o rosto);
 Explorar o ambiente, para que possa se relacionar com pessoas, estabelecer contato com pequenos animais, com plantas e com objetos diversos, manifestando curiosidade e interesse;
 Contato com pequenos animais e plantas;
 Estabelecer relações entre fenômenos da natureza.

ARTES VISUAIS:
 Observar o limite disponível para os desenhos, pinturas e colagens;
 Fazer uso dos pincéis do tipo grosso, de maneira adequada;
 Manipular sementes para colagens;
 Dramatizar trechos dos contos de fadas;



 Iniciar recortes livres com tesoura;
 Ampliar o reconhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e possibilidades de manuseio e entrando em contato com formas diversas de expressão artística;

SÓCIO AFETIVO:
 Criar combinações para o desenvolvimento da rotina; respeitar regras pré-estabelecidas;
 Esperar sua vez de expor idéias e pensamentos;
 Ouvir os que os colegas têm para falar;
 Solucionar de maneira pacífica os conflitos surgidos durante o dia;
 Desenvolver de maneira tranqüila trabalhos em grupo;
 Conhecer regras de sociedade;
 Utilizar linguagem cordial nas diferentes situações; 16 mar Luzimara
MOVIMENTO:

Grandes Movimentos:
 Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo;
 Explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de interação;
 Deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr, pular, etc..., Desenvolvendo atitude de confiança nas próprias capacidades motoras;
 Locomover-se pela escola com mobilidade;
 Reconhecer as suas próprias capacidades motoras e possibilidades cinéticas.

Pequenos Movimentos:
 Explorar e utilizar os movimentos de preensão, encaixe, lançamento, etc..., para o uso de objetos diversos;
 Modelar livremente com massinhas e argila;
 Aperfeiçoar gestos relacionados com a preensão, o encaixe, o traçado no desenho, o lançamento, etc..., por meio de experimentação e utilização de suas habilidades manuais em diversas situações do cotidiano.

MÚSICA:
 Participar de brincadeiras e jogos cantados e rítmicos;
 Participar


ATIVIDADES PREVISTAS:

 Plantar Feijão;
 Observar o crescimento das plantas;
 Conhecer vegetais;
 Escutar histórias;

Dinâmica de Grupo.


Dinâmica De Grupo


Por Erynat FERNANDES

Gestalt.
DINÂMICA DE GRUPOS

As ciências sociais oferecem hoje aos indivíduos diversos meios que permitem incentivar os educandos a participarem ativamente do processo de aprendizagem, trabalhando em grupos.

Esses recursos diferem, de certo modo, dos processos habituais do ensino formal e acadêmico e são os resultado de uma evolução natural e progressiva das doutrinas pedagógicas os séculos, a partir do século XVII, com RATKE (1612) que começou a preocupar-se com os princípios e regras do ensino e com BACON (1620) que salientava a importância da observação, seleção de dados, formulação de hipóteses e generalização para a conquista do conhecimento, caracterizando assim o método indutivo.

Em 1637, Descartes, complementando as idéias de Bacon, apresentou quatro princípios " para guiarem o espírito em busca da verdade'':

1º) não admitir nada como verdadeiro, se não se oferece como evidente (evidência);

2º) dividir cada uma das dificuldades em tantas partes quantas forem necessárias para resolvê-las melhor (análise);

3º) ir do mais fácil e simples ao mais complexo (síntese)

4º) fazer enumeração completa e geral para ter a segurança de não haver omitido nada (comparação).

A preocupação de Bacon e Descartes era buscar normas, imprimindo uma ordem nas idéias até então apresentadas, procurando, assim, metodizar o processo de aprendizagem.

Em 1657, Comenius lançou as bases para obter-se maior rapidez no ensino, com economia de tempo e energia, tornando conhecido o termo Didática. Comenius valorizava o educando, enfatizando que '' somente fazendo é que se aprende''. Em 1762, Rousseau proclamou a importância do conhecimento da natureza psíquica do educando, chegando, assim ao conceito de educação paidocêntrica: ''O educando é o objeto e o guia da educação.''

Ao estudarmos a dinâmica do trabalho em grupo contatamos algumas etapas necessárias para uma boa aprendizagem são elas:

1º)o aluno só aprende bem quando o faz pessoalmente por observação, reflexão e experimentação (auto-ensino).

2º) o ensino deve ser adaptado à natureza peculiar de cada aluno (ensino diferenciado)

3º) deve-se desenvolver, junto à formação intelectual, as aptidões manuais, e, em geral toda a energia criadora (ensino integral).

4º) a matéria de ensino deve ser organizada de tal modo que chegue a ter efeito global na formação do educando (ensino globalizado)

5º) torna-se necessário socializar o ensino, por meio de trabalhos em grupos, respeitando e fortalecendo ao mesmo tempo a individualidade dos educandos, pois educação é vida, educar é preparar para a vida (ensino socializado). Pode-se observar que a Dinâmica de Grupos surgiu comoresultadoda evolução natural de diferentes correntes pedagógicas, que progressivamente tentavam soluções tendentes a dar ao ensino um caráter mais socializante e ativo.

Daí o surgimento da Dinâmica de Grupos: primeiro, como réplica ao ensino livresco, formal e acadêmico;segundo pela necessidade atual de ministrar conhecimentos que superam os programas escolares, exigindo do professor preocupações constante em desenvolver habilidades paraque o educando venha conquistar de modo próprio esses novos conhecimentos.

O QUE É DINÂMICA DE GRUPO

Como se vê a dinâmica de Grupos, fundou-se originariamente na teoria da forma ou Gestalt. Seguindo esta concepção estruturalista, a Dinâmica de Grupos estuda as torças que afetam a conduta do grupo, começando por analisar a situação grupal como um todo com força própria (Gestalt). A partir desse estudo, surge o conhecimento de cada um dos seus componentes (o todo dá sentido às partes).

Podemos dizer, pois, que Dinâmica de Grupos é adisciplinamoderna dentro do campo da Psicologia Social que se ocupado estudo da condutados grupos como um todoe das variações da conduta individualde seus membros, das relações entre os grupos, da formulação de leis e técnicasque aumentam a eficácia dos grupos.

A Dinâmica de Grupos é sempre orientada para produzir aprendizagens, de diversas índoles, entre os seus membros.

Os Grupos são autênticos instrumentos utilizados dinamicamentepelo docente, como o fim de promever o desenvolvimento individualdos seusintegrantes.

Naturalmente que será muito mais fácil para o professor recorrer a um livro e ditá-lo em classe do que organizar um meio ambiente e um conjunto de atividades que possibilitem ao educando crescer e alcançar os estados de conduta desejados. Porém, está comprovado que o uso da Dinâmica de Grupos veio facilitar o trabalho do ''novo professor'' para a sociedade atual. com o auxílio das técnicas grupais, épossívelao docente desenvolver no educando outras habilidades de caráter formativo, à medida que são ministradosos conhecimentos pretendidos.

Estes passam a ser meios que o docente utiliza, com a ajuda da Dinâmica de Grupos, para conduzir o educando a fazer uso de suas potencialidade, não somente para atender a seus próprios interessespessoais, mas sobretudo para atender aos interesses da comunidade.

O QUE É GRUPO

Existem vários conceitos de grupo um deles poderíamos citar como exemplo seria o de HOMANS que conceitua Grupo como sendo uma quantidade de pessoas que se comunicam amuíde entre si, durante certo tempo, com o fim de estudar um problema e que são suficientemente poucas como para que cada uma delas possa comunica-se com todas as demais de maneira dinâmica e direta.

Devemos salientar também, para melhor compreensão desse conceito, que para constituir um Grupo não basta reunir um número reduzido de pessoas, nem haver um interesse comum; é necessário, ainda que haja interação entre seus componentes, o que representa o núcleo essencial do Grupo.

Compreende-se por interação ação recíproca em que cada indivíduo, em sua relação com os demais, respeita e procurar se colocar frente aos problemas surgidos respeitando a individualidade de cada um mais buscando um ponto comum.

A partir do momento que o grupo se torna mais numeroso a interação se torna mais complexa, em tal caso, as reações que se suscitam no grupo transforma-se em fenômenos de massas, assim dificultando o trabalho em grupo.

Ao lermos KNOWLES ele coloca que a Dinâmica de Grupos se caracteriza-se em:

-uma associação defensível (identificação entre as pessoas)

-consciência de grupo (percepção coletiva de unidade)

-participação com os mesmo propósitos (objetivos comuns)

-dependências recíproca para a satisfação de necessidades (ajudamútua)

-ação recíproca (grande comunicabilidade)

-existência de uma estrutura interna (distribuição dos papeis sociais)

-habilidades para atuar em forma unitária (o grupo pode comportar-se como um organismo unitário).

Podemos concluir que o verdadeiro sentimento de grupo somente existe quando há um forte laço de simpatia uma união dentro do grupo e um sentimento do ''nós'', que costuma manifestar-se nos seus integrantes ao usarem a 1ª pessoa do plural.

ELEMENTOS BÁSICOS PARA AÇÃO EM GRUPO

Os elementos básicos para um bom comportamento grupal, com fins educativos:

-o grupo; os objetivos; as técnicas grupais; o docente.

-O GRUPO-

Para HOMANS"a capacidade para a vida em grupo se aprende por sua vez, nos grupos", se estes não são sadios, a aprendizagem será prejudicada.

Entre as formas mais comuns dos indivíduos se manifestarem com relação à insatisfação aos trabalhos em grupos existem:

- a agressão- que se manifesta em palavras ou gestos, quando as suas idéias são aceitas;

- a compensação- quando o indivíduo procura a compensação em outros interesses fora o administrado pelo grupo;

- a projeção-o indivíduo transfere a outro sentimento de sua própria inadequação

- a conversão-é a transformação da energia física em um sintoma ou queixa de doença, após a sua frustração perante o trabalho.

- negativismo- o indivíduo frustrado responde negativamente a todas as alternativas.

O que se observa é que a toda uma necessidade de ajuste frente aos muitos obstáculos que surgem durante e depois da organização do trabalho em grupo.

A necessidade da ação permanente da busca pela igualização de idéias, objetivos e conquistas. Somente com a interação total do grupo a um efetivo consenso no trabalho.

O OBJETIVO

Para que um grupo exista a necessidade que haja um objetivo definido, muitas vezes os membros do Grupo não percebem as razões da existência deste; entretanto à medida que a ação se faz presente, vai obtendo uma maior coesão grupau e os indivíduos se vão inteirando do em que e para que estão trabalhando em grupo.

Um grupo para produzir, necessita, pois, ter objetivos estabelecidos e definidos com a maior clareza desde o principio. O ideal é que esses objetivos sejam definidos com a participação direta de todos os membros do grupo, pois dessa forma o grupo se sente mais unido e trabalha com maior interesse.

CONCEITO DE LIDERANÇA

O termo liderança tornou-se tão desgastado e confuso que vem sendo usado como qualquer tipo de influência de um indivíduo sobre outro, podendo ir desde a persuasão lógica até a mais brutal dominação física.

Atualmente das pesquisas e estudos realizados, surge uma ''nova interpretação'' de liderança Vários autores procuram evidenciar o problema através de seus conceitos. Assim para Cartwright , é a realização de funções necessárias e a adaptação a situações mutáveis.

De acordo com essa concepção, os grupos são flexíveis na atribuição de funções de liderança a diferentes membros, de acordo com as mudanças de condições.

Os líderes eficientes são sensíveis as transformações de condições de seus grupos e flexíveis na adaptação de seu comportamento às novas exigências.

Pode-se esperar o aperfeiçoamento de liderança não a partir do aperfeiçoamento dos líderes separados dos grupos, mas através da modificação das relações entre os líderes e os outros participantes.

Finalmente concluímos que a liderança se observa pela influência que deixa nos membros do grupo em termos de objetivos e planos de ação que as pessoas descobrem por si, com o auxílio do líder, do senso de responsabilidade e satisfações dominantes em grande parte do grupo.

Há vários tipos de ambientes de grupo exemplos:

- Ambiente paternalista.

Onde o líder é cordial e amável, esse tipo de liderança evita discordâncias e produz uma ação feliz e efetiva.

- Ambiente democrático.

Nesse tipo o líder leva em consideração as opiniões do grupo antes de tomar decisões, a responsabilidade é compartilhada.

- Ambiente participativo

Na estrutura participativa, os membros trabalham em conjunto para chegarem a uma coesão do grupo.

Há também estudos levando-se em consideração a presença de alguns indivíduos dos grupos como, por exemplo:

Indivíduos perguntadores, aquele que quer se exibir, que impor a sua opinião, às vezes esta bem informado mais que colocar suas idéias.

O sabe-tudo. Aquele indivíduo que fala tudo e sem para, exceto o assunto em questão.

O tagarela. Aquele indivíduo que perturba o ambiente, que se coloca em meio às falas e nunca se posiciona com relação a nada, em cima do muro.

O do contra.

Indivíduo que discute e se coloca contra sempre, muitas vezes sem ter fundamento para tais atitudes.

O mudo voluntário.

Indivíduo que nunca se interessa por coisa alguma, acha as questões muito complicas ou simples demais e procura manter calado.

O Tímido

Aquele indivíduo que não tem coragem ou mesmo habilidade para expressar suas idéias. Teme crítica

O obstinado

Indivíduo que ignora totalmente o ponto de vista dos outros, não cede de maneira alguma.

O do as apartes

È o indivíduo distraído, pede apartes para falar do assunto ou de outras coisas.

O interrogativo

Indivíduo que interroga tudo, a questionamento muitas vezes sem fundamento.

CONCLUSÃO

Ao fim desse trabalho podemos deixar bem clara a importância da Dinâmica de Grupos, visto que o indivíduo dentro desse espaço trabalha em conjunto com outras pessoas, assim desenvolvendo o seu potencial como ser agente dentro da sociedade. Observamos a importância do líder que se faz presente, junto a determinado grupo, sua colaboração (influência) se torna importante ao se observar à necessidade da organização e clareza dos objetivos.

A Dinâmica do Grupo se torna bem sucedida através de um bom relacionamento entre os indivíduos, assim as dificuldades encontradas meio a sociedade de tornam mais fácies de se resolver.

BIBLIOGRAFIA:

BERSTUN, Marcos...

Tradução: MARCO, Liana Di





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A História Da Infância.


Abordagem Sobre A História Da Infância
 
Há inúmeras literaturas que tentam resgatar a historia da infância e teorizam sobre ela, mostrando sua dinâmica ao longo dos tempos. Nas abordagens de Áries (1986), ela faz um estudo cronológico partindo da Idade Media. Seus estudos mostram que nessa época não havia lugar para a infância, desde muito cedo a criança já fazia parte do mundo do adulto. Aos sete anos, o menino era entregue ao homem para ser educado, aprendia a montar cavalos, a atirar e a usar o arco e a flecha e táticas de guerra, e a instrução das meninas ficava a cargo das mães.

No século XIII, a primeira referencia sobre a criança é representada em forma de anjinhos, através de estatuas e pinturas. A segunda referencia, a criança e representada sob a forma, a aparência de um rapaz jovem, era a idade em que o menino era educado nos mosteiros, preparado para ajudar na celebração da missa. Noutro período, surge outra referencia de criança que seria o modelo e o ancestral de todas as crianças pequenas da historia da arte e da humanidade – o menino Jesus – uma dedução do adulto em miniatura.

No final da Idade Media as cenas de gênero infantil não se consagra á descrição exclusiva da infância, mas tinham nas crianças seus personagens principais, que nos sugere duas idéias de infância:

1ª idéia mostra que na vida cotidiana crianças e adultos se misturavam em reuniões de trabalhos, passeios e jogos, as crianças participavam dos mesmos jogos e brincadeiras dos adultos.

2ª idéia mostra que os pintores e escultores da época retratavam as crianças pela sua graça e beleza, crença na pureza infantil.

As crianças desde cedo aprendiam as profissões com suas famílias ou em casas de aprendizes e trabalhavam em oficinas. Neste período também, não se tinha noção de família, a organização familiar é um construto histórico e social, constituído gradativamente através de regras estabelecidas até chegar á organização monogâmica. A família nuclear aparece coma ascensão da burguesia.

No século XVII, Idade Moderna, a infância é vista como uma fase sem importância, os adultos não se apegavam ás crianças por considerá-las uma perda eventual, pois elas morriam com muita facilidade devido á situação de negligencia em que viviam.

A visão de infância como uma etapa do desenvolvimento do ser humano, que tem características próprias, bem definidas é uma idéia moderna. Ela surge no contexto social e histórico da modernidade, com a redução dos índices de mortalidade infantil, graças ao avanço das ciências e ás mudanças econômicas.

A descoberta da infância, no século XVIII, e sua evolução pode ser acompanhada através de pesquisas, pinturas, estatuas, fotos, objetos e brinquedos da época. A infância que antes não passava de uma loteria entre a vida e a morte, agora se encontra amparada no seio da família, devendo a criança ser educada e protegida desde a mais tenra idade, dentro dos princípios que regem a sociedade.

Descobrem-se que a criança tem necessidades próprias, carece de cuidados, amor e respeito – ROUSSEAU E FREBEL -. A idéia de infância, que precisa ser paparicada e moralizada nasceu no interior das classes medias que se formavam no interior da burguesia. Esse sentimento de infância, de preocupação e investimento da sociedade e do adulto sobre a criança, de criar formas e regulação de infância e família, são idéias que surgiram com a modernidade.

Estudos sociológicos sobre a infância, a forma como olhamos e nos relacionamos com ela, tem afirmado que ela é, enquanto categoria social, uma idéia moderna, construída histórica e socialmente.

Ate este século,a idade da vida correspondia a etapas biológicas e funções sociais, onde a adolescência se confundia com a infância e estava ligada á idéia de dependência. Só se tornava independente ao sair da dependência dos pais. Meninos e meninas usavam os mesmos trajes. Esse habito durou ate 1770 nos paises da Europa, no Brasil, prevaleceu até 1930.

A infância tomou seu lugar na historia alcançado pelo avanço dos conhecimentos, na valorização de seus direitos na vida familiar e social e nas instituições de modo geral.

O sentimento de infância surge no Brasil no século XIX, com a necessidade instrução i ampliação das escolas para atender as massas. No inicio o atendimento á infância foi marcado pela idéia de assistencialismo e amparo ás crianças necessitadas, com o objetivo de diminuir a mortalidade infantil desvalida ou moralmente abandonada.

Não há uma infância única, igual para todas as crianças, nem para as que vivem num mesmo período histórico, num mesmo pais, ou cidade, ou bairro, rua ou casa. Nem todas vivem da mesma forma no que diz respeito ás condições sócio-culturais e econômicas.

Até 1930 não havia nenhuma iniciativa do governo brasileiro em prol da educação infantil.


Só a partir de 1932, com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, é que surgem estabelecimentos de atendimento á infância, a cargo de particulares, mas não atendiam crianças da camada popular, eram escolas para a elite brasileira. O atendimento á camada popular fora da família para os filhos que ainda não freqüentavam o ensino primário, estava vinculado á questão da saúde, tinha um caráter assistencial-patoral.

A LDB, Lei 4.024/61, Art. 23, aponta a criação de jardins de infância, destinada aos menores de sete anos, no Plano de Assistência ao Pré-escolar-PAPE, sob a influencia do Fundo Nacional da União para a Infância e Adolescência, e no UNICEF, que era um programa de assistência emergenciais para as massas, de baixo custo financeiro.

O modelo de educação infantil adotado a partir da década de 70, é um modelo voltado para a educação da camada popular menos favorecida. A educação infantil só passou a fazer parte da Educação Básica Nacional, e a ser motivo de preocupação dos órgãos que legislam sobre educação após 1988, com a Constituição Federal/88, Art. 208, que determina o dever do Estado com a educação, e em especial a infantil, que será efetivada mediante a garantia de atendimento em creches e pré-escolas para crianças de 0 a 6 anos. Este foi o grande marco na historia da educação brasileira.

A infância brasileira recebeu também o apoio do Estatuto da Criança e do Adolescente e da LDBN/96, que determina: todas as instituições de educação infantil sejam integradas aos Sistemas de Ensino Nacional.

O desenvolvimento integral da criança depende de cuidados e de necessidades que estão relacionados á dimensão afetiva, hábitos higiênicos, alimentação, saúde e a forma como esses cuidados e essas necessidades são oferecidos, e os conhecimentos que se tem a respeito de seus procedimentos. Na busca da identidade da educação infantil, o desafio é afirmar a necessidade de se integrar educação e cuidados, que é a especificidade dessa modalidade de educação: cuidar e educar a criança pequena. Nas instituições de educação infantil, o cuidado e a educação são vistos como funções complementares e indissociáveis aos cuidados e á educação dada no âmbito da família.



BASILIO, L. C. KRAMER, S. Infância, educação e direitos humanos.São Paulo: Cortez. 2003. 135p.

ARIÉS, Philippe. Historia social da criança e da família. Rio de Janeiro. Zahar.1986.

KUHLMANN, M. J. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. 2 ed. Porto Alegre. Mediação. 2001.210p.

CRUZ, S. H. V. Infância e educação infantil: resgatando um pouco de historia. UFV. 2000.

ARCE, A. FRIEDRICH FROEBEL. O pedagogo dos jardins de infância. Petrópolis. Vozes 2002. 117p.


Artigo de,
REGINA CELIA DE FREITAS SOBREIRA
TITULAÇÃO: PEDAGOGA
www.webartigos.com

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Como tirar parafuso quebrado - Dica Jogo Rápido

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