quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Estrutura do Ego, Função Intrapsíquica e Mecanismos de Defesa: Um Comentário sobre os Conceitos Teóricos originado de Eric Berne


Estrutura do Ego, Função Intrapsíquica e Mecanismos de Defesa: 
Um Comentário sobre os Conceitos Teóricos originado de Eric Berne

Richard O . Erskine
in Transactional Analysis Journal
Vol. 18, n º 1 - Janeiro de 1988

Resumo:
A maior contribuição de Berne para a teoria psicoterápica foi seu desenvolvimento dos conceitos de subdivisões de ego. Autores mais recentes têm se desviado da descrição de Berne de tais estados. Neste artigo definem-se os estados de ego, esclarecem-se suas funções intrapsíquicas e reexaminam-se as regras de mecanismos de defesas. São explicadas imagens do ego auto-geradas e são descritas suas influências internas. O artigo se conclui com uma definição de saúde baseada na função integrativa do estado de ego Adulto.
Eric Berne (1961) estendeu o pensamento psicanalítico com sua elaboração e aplicação dos conceitos de subdivisão do ego de Paul Feder (1953).
A contribuição de Berne à teoria dos estados de ego abriu a possibilidade para uma drástica mudança na prática psicoterápica e antecipou em muitos anos a mais recente mudança de paradigma psicanalítcio para a “psicologia do self” (Kouhut, 1971, 1977; Kenberg, 1976) como também um perspectiva desenvolvimentista que focaliza, como causa das disfunções psicológicas, fixações pré-Edipoanas e infantis. (Maher 1968; Maher, Pine et Bergman, 1975, 1981; Miller 1981; Stern, 1985).
Na popularização da Análise Transacional ocorrida nas duas últimas décadas, muitos dos conceitos teóricos originais de Eric Berne têm sido usados erroneamente ou apresentados de modo simplista. Frequentemente os exemplos e explicações de Berne têm sido utilizados como definições dos estados de ego, ou tem havido falhas ao correlacionar os quatro determinantes de cada estado de ego - os aspectos fenomenológico, histórico, comportamental e social - o que é imprescindível para um completo entendimento do funcionamento intrapsíquico e transacional do ego.
Como resultado, os estados de ego têm sido apresentados como a taxonomia do comportamento ou como classificação de experiências subjetivas, carentes da necessária ênfase na fixação em fases do desenvolvimento, nas introjeções e nos mecanismos de defesa.
A popularização e simplificação da teoria dos estados de ego tem levado a uma confusão a cerca dos conceitos originais de Berne bem como a falta de entendimento dos fenômenos intrapsíquicos aos leitores de artigos e livros de A . T. pós Berne.

O EGO
Em sua obra Psicologia do Ego e Psicoses, Federn (1953) descreveu o ego como um estado “experienciado” de sensações; algo real e não simplesmente como um construto teórico. O vocábulo latino “ego”, como foi usado na tradução para o inglês dos artigos psicanalíticos originais, substitui o termo Freudiano “Das Ich” - O eu. O Ego constituis-se dos aspectos identificantes e alienantes dos self. Ele é nosso senso de “isto sou eu” e de “isto não sou eu”. O ego discrimina e separa sensações originadas fora do organismo. O ego é nossa identidade - aquele “estou faminto”, “sou um psicoterapeuta” ou “não sou motorista de ônibus, embora possa dirigir um”.
Paul Federn observou que pacientes com sérios distúrbios exibem um ego típico, que, ambiguamente, identifica-se com sensações internas e ao mesmo tempo, identifica-se ou discrimina-se de estímulos desenvolvimentais. Em outras palavras, este ego típico manifesta um sentimento de identidade e uma resposta ao desenvolvimento, como a de uma criança muito pequena. Federn descreveu tais diferentes manifestações como estados do ego, isto é, diferentes identidades. Além disto ele refere-se à constante presença psíquica das figuras parentais em seus pacientes psicóticos (Weiss 1950) apesar de não ter ido tão longe a ponto de descrever tal fenômeno como um estado do ego. Ao invés disto, preferiu continuar definindo-o como descrito no conceito psicanalítico de superego.
Em sua análise pessoal com Paul Federn , Eric Berne foi grandemente influenciado por tais idéias e interpretações teóricas acerca dos diferentes estados do ego. Ao longo de sua análise, primeiro com Federn e depois com Erick Erickson, Berne passou uma década e meia fazendo experiências com intuição e ego-imagem (Berne 1949, 1955, 1957 a). Com base em tais experiências e observações clínicas, Berne fez uso da perspectiva desenvolvimentista de Erickson de 1950, para elaborar sobre a teoria de Federn de 1953 e posteriormente refinar o conceito de estados de ego (Berne 1957; 1961).

ESTADOS DO EGO
Berne, em seus primeiros artigos (pré - 1966) pressumiu que o leitor estava familiarizado com uma definição operacional de ego. Ele descreveu um estado de ego, fenomenologicamente como um sistema coerente de sentimentos relacionados a um dado sujeito, operacionalmente como um conjunto padrões de comportamentos coerentes, e ainda, pragmaticamente como um sistema de sentimentos que motivam um conjunto de padrões de comportamentos correlatos. (Berne 1961, p. 17).
Mais tarde, Berne usou uma descrição coloquial de estados do ego (Pai, Adulto e Criança) para se referir a manifestações fenomenológicas dos órgãos psíquicos ” (extereopsique, neopsique e arqueopsique) cuja função é a de organizar os estímulos internos e externos. Extereopsique, arqueopsique e neopsique referem-se, respectivamente, aos aspectos da mente extraídos de uma fonte externa, à mente infantil de um período anterior de desenvolvimento e à mente corrente. Ao longo de “Análise Transacional em Psicoterapia”(1961) Berne uso os termos que designam órgãos psíquicos no lugar do termo “estado de ego” para “denotar estados da mente e seus padrões de comportamentos correlatos”. (p. 30).
Berne (1961) estabeleceu: “O estado de ego Adulto é caracterizado por um conjunto autônomo de sentimentos, atitudes e padrões de comportamento correlatos, os quais são adaptados à realidade corrente”(p. 76). Nesta descrição, o uso de berne no termo “autônomo” refere-se ao estado de ego adulto, neopsique funcionando sem o controle de um ego introjetado ou arcaico.
Quando no estado de ego adulto, uma pessoa está em pleno contato com o que está ocorrendo, duplamente, dentro e fora de seu organismo, de modo compatível com seu estágio atual de desenvolvimento. Esta função neopsíquica do ego(mente corrente) avalia e integra: 1- o que está ocorrendo momento a momento, internamente e externamente, 2- experiências passadas e seus efeitos resultantes, e 3- as influências psicológicas e identificações com outras pessoas significantes em sua vida.
Este estado de ego Adulto, consiste em comportamento motor, desenvolvimento emocional, cognitivo e moral, compatíveis com a idade; na habilidade de ser criativo e na capacidade para um engajamento pleno e contatuante em relacionamentos significativos. Para descrever a plena capacidade neopsíquica do estado de ego Adulto de integrar valores, processar informações, responder a emoções e sensações, ser criativo e integrado, Berne (1961 p. 195) enfatizou tais aspectos, usando os termos gregos Ethos e Pathos, aos quais ele acrescentou Logos, a habilidade para usar a lógica e o raciocínio abstrato e Technos, a habilidade para criar.
Este estado neopsíquico de ego foi contrastado por Berne com um estado de ego arcaico o qual consiste em fixações anteriores de desenvolvimento. Nas palavras de Berne (1961) “O estado de ego Criança é um conjunto de sentimentos, atitudes e padrões de comportamento que são relíquias da infância do próprio indivíduo (p. 77). Este estado de ego Criança percebe o mundo exterior e as necessidades e sensações internas, da mesma  forma que a pessoa possa parecer estar relacionada à realidade corrente, ele ou ela está vivenciando a situação presente com a capacidade intelectual, social e emocional de uma criança àquela fase de desenvolvimento de traumas ou confusões não resolvidas, isto é, fixação.
Deve-se observar que o uso do termo estado de ego Criança no singular pode conduzir a uma interpretação inadequada. Uma criança se desenvolve através de um número de fases e estágios (Piaget, 1936 / 1952; Erickson, 1950; Mahler, 1968; Pine et Berman, 1975) e repressão e fixação podem ocorrer em qualquer um deles. Sob a influência de um conjunto de estressores nós podemos pensar, sentir e agir tal como fizemos quando tínhamos 6 anos de idade, sob outros estressores podemos perceber a nós mesmos, ou o mundo ao redor como fizemos quando bebês.
O estado de ego arqueopsique é muito mais complexo do que o inferido por vários autores que usam simples exemplos de espontaneidade, intuição, complacência ou capacidade emotiva para descrever os estados de ego Criança. A criança ou, estado de ego arcaicos, são a “inteira personalidade” de uma pessoa, como se ela estivesse em um período de tempo anterior de seu desenvolvimento. Isto inclui as necessidades, desejos, urgências e sensações daquela fase de desenvolvimento em que ocorreu a fixação. Inclui ainda os mecanismos de defesa e processo de pensamento, percepções, sentimentos e comportamentos daquela fase.
O estado de ego arcaico é o resultado da suspensão do desenvolvimento que ocorreu quando necessidades críticas de contato da tenra infância não foram supridas. As defesas da criança contra o desconforto ou necessidades não supridas tornam-se egotizadas, fixadas; a experiência não pode ser plenamente integrada ao estado de ego Adulto até que tais mecanismos de defesa sejam dissolvidos.
Berne (1961) também explorou as observações de Federn de que em muitos de seus clientes havia uma constante presença psíquica de figuras parentais influenciando seus comportamentos. Esta influência parental é proveniente de pessoas reais que anos antes ser inteiraram ou tiveram responsabilidade sobre aquele indivíduo quando ele (ou ela) era criança.
Tal influência parental é mais tangível que o construto freudiano de “Superego”(“Uber - Ich”). Mediante investigação histórica é possível traçar o que foi, na época, dito ou feito, por quem e quando, na infância da pessoa, isto ocorreu. Através da introjeção (uma inconsciente identificação defensiva e internalização) a criança fez a figura parental parte de si mesma (self) isto é, ego.
Berne (1961) concluiu que pais introjetados também tornam-se um estado de ego que ele definiu com “um conjunto de sentimentos, atitudes e padrões de comportamento que assemelham-se àqueles da figura parental”(p. 75). Entretanto a frase “assemelham-se àqueles da figura parental” é também um tanto dúbia. Dos exemplos e descrições de Berne em “Análise Transacional em Psicoterapia” (1971) e a partir de minhas próprias clínicas fica claro que o estado de ego Pai é uma presente internalização histórica da personalidade de um dos próprios pais, ou outras figuras parentais significativas, da maneira como elas eram percebidas pela criança à época da introjeção.
Os conteúdos do estado de ego Pai, são adquiridos, isto é, são introjetados a partir de figuras parentais na tenra infância e em menor grau durante a vida. Se não forem reexaminadas no processo de desenvolvimento posterior, permanecem não assimilados ou não integrados ao ego neo-funcional. Uma vez que não definir, nos vários estágios de desenvolvimento as percepções da criança de reações de proteção, emoções e processos de pensamento, também não, os conteúdos e funções intrapsíquicas do estado de ego Pai, variar de acordo com o período de desenvolvimento no qual se deu a introjeção.
Introjeção é um mecanismo de defesa geralmente usado quando há carência de contato psicológico amplo entre a criança e o adulto que lhe é significativo; o conflito resultante é internalizado, já que assim pode parecer mais fácil de ser administrado (Pears 1978). Os elementos introjetados podem permanecer como uma espécie de “corpo estranho” dentro da personalidade e geralmente não são afetados por aprendizagens ou desenvolvimentos posteriores, mas continuam a influenciar comportamentos e percepções. Eles constituem uma parte alienada da personalidade, embutida no ego e vivenciada fenomenologicamente como se fossem próprios da pessoa, mas que na realidade formam uma personalidade emprestada.
Quando os elementos introjetados são consistentes ou sintonizados com pensamentos, sentimentos e comportamentos dos estados de ego Adulto ou Criança, em geral o indivíduo não tem consciência de que há qualquer angústia intrapsíquica. Entretanto, quando tais elementos são destoantes das experiências dos estados de ego Adulto ou Criança eles podem levar a uma desconfortável sensação de conflito interno.

EGO IMAGENS AUTO - GERADAS
Acrescentando-se aos estados arcaicos de ego (Criança), criado e estabelecido a partir de reações de defesa, decisões e experiências precoces, há um outro processo pelo qual os conteúdos do estado de ego Criança podem ser fixados. A fixação pode aparecer em estágio posterior da vida como semelhante a um estado introjetado de ego Pai, mas sua origem está nos fantasmas de uma criança pequena.
Como parte de um processo normal de desenvolvimento, no período de pré escola e jardim de infância, as crianças geralmente criam alguma imagem ou ser, como uma maneira de prover controles, estrutura, educação ou o que quer que tenham considerado como esquecido ou inadequado na tenra infância. Algumas crianças criam o seu próprio “Brogie-Man” pessoal, uma criatura aterradora que ameaça com drásticas conseqüências ao menor deslize. Investir nestes “pais” fantasiosos com todos os seus maus e assustadores aspectos, permite-lhes preservar mãe e pai verdadeiros, como perfeitamente bons e amorosos. Outras crianças podem criar uma “Fada boa mãe” espécie de pais que a amam e nutrem, mesmo quando seus pais reais são frios, ausentes e abusivos. Estas imagens criadas servem como um para - choques entre as figuras parentais reais e os desejos, necessidades ou sentimentos da criança pequena.
Com o amadurecimento, em fases posteriores do desenvolvimento as crianças geralmente libertam-se destas imagens auto - geradas. Em famílias onde, por razões de sobrevivência é necessário reprimir a percepção, consciência de carências, sentimentos ou lembranças, a imagem auto - gerada torna-se fixada e não é integrada com aprendizagens do desenvolvimento posterior. Quaisquer que sejam as características dessas imagens auto criadas do estado de ego Criança, com o passar dos anos, estas vêm operar como uma influência intrapsíquica de maneira semelhante ao estado ego Pai. Entretanto o “pai” auto-gerado, em geral é mais exigente e menos lógico e razoável do que os pais verdadeiros (sobretudo por que teve sua origem nas fantasias de uma criança pequena). Tais imagens influenciadoras são concluídas em uma hermética coleção de pensamentos, sentimentos ou comportamentos não integrados, aos quais o sujeito responde no momento presente, como se fossem introjeções oriundas do significante amadurecimento da tenra infância.

MECANISMOS DE DEFESA E AS FUNÇÕES ESTADO DE EGO
Até aqui, o desenvolvimento e a estrutura dos estados de ego tem sido descritos. A função dos estados de ego é a interação dinâmica de processos intrapsíquicos e atividades manifestadas. Isto inclui comportamentos arcaicos e processos de pensamento fixados, comportamentos e atitudes de outras pessoas significativas, introjetadas e mais importante, os mecanismos de defesa correlatos.
Berne, no decorrer de seus artigos, presumiu que o leitor estava familiarizado com os mecanismos de defesa psicanalíticos e por isto, não elaborou regras sobre os mesmos, numa análise funcional dos estados de ego. Feder (1953) anteriormente havia entrado em detalhes sobre os mecanismos de defesa e os estados de ego.
O conhecimento dos mecanismos de defesa é parte integrante da compreensão do funcionamento dos estados de ego. Isto porque a fixação de mecanismos de defesa dos aspectos do ego, arcaicos (Criança) ou introjetados (Pai), permanecem em estados separados e não tornam-se integrados à consciência neopsíquica (Adulto).
A consciência de necessidades, desejos, lembranças e influências externas do estado de ego Adulto, permanece bloqueada através da manutenção das defesas infantis de fuga, indiferença e confronto (briga). (Fraiberg, 1983); das defesas orais posteriores de explosão  (Fairbain, 1954) e transformação de afeto (Fraiberg, 1983); e das defesas precoces da infância descritas por Anna Freud (1937).
Como um resultado da fixação de mecanismos de defesa, a função do estado de ego pode ser observada de modo duplo, ativamente e como uma influência intrapsíquica. Podemos observar a manifestação do estado de ego extereopsíquico (Pai) quando um sujeito, ativamente sente, percebe o ambiente ou age do  modo que seus pais fizeram anos antes. Quando o estado de ego extereopsíquico está influindo intrapsiquicamente, “o indivíduo manifesta um atitude de submissão infantil” (Berne 1961 p. 76). O estado de ego arqueopsíquico se apresenta em uma das duas formas: A criança adaptada que se manifesta por um comportamento que é inferido como estando sob a dominação da influência Parental, na forma de submissão ou alheamento. A criança natural que se manifesta sob formas autônomas de comportamento tais com rebeldia ou auto-indulgência (Berne 1961) p.p. 75 - 76). Nos dois casos o estado de ego Criança é arcaico e manifesta mecanismos de defesa previamente fixados em períodos anteriores do desenvolvimento ou está exibindo uma liberação de controle e a arcaica expressão desta liberdade.
Eric Berne usa os termos criança adaptada e natural em seus dois livros “Análise Transacional em Psicoterapia” (1961) e “Jogos que as pessoas jogam”(1964) como adjetivos para modificar os estados de ego Criança e para se referir a manifestações da dinâmica intrapsíquica. Os termos “adaptada” e “natural” não são usados como denominações, isto é, Criança Adaptada e Criança Natural, não foram usados para implicar estados do ego, apesar de terem sido usados para descrever a interação entre um processo intrapsíquico específico e comportamento.

O EGO ADULTO INTEGRADO
A identidade do self - ego - de cada indivíduo pode estar incluída em qualquer um dos três estados de ego e a transação com outras pessoas pode vir a partir de qualquer um dos estados de ego, geralmente sem a consciência de qual deles está ativo. Os problemas psicológicos emergem quando idéias, imagens e emoções introjetadas e / ou arcaicas, contaminam as percepções que o estado de ego Adulto tem do “aqui e agora”. Quando há contaminação do estado de ego Adulto a experiência fenomenológica da pessoa parece estar processando os estímulos correntes de acordo com sensações e sentimentos do momento e parece apresentar um comportamento aprovado à situação, quando de fato não é assim. A pessoa não tem consciência de que idéias introjetadas e emoções e / ou decisões infantis estão influindo sobre as percepções presentes, o que resulta freqüentemente em problemas de comunicação e relacionamento.
O ego saudável é aquele no qual o estado de ego Adulto, em pleno funcionamento neopsíquico está em ação e trás integrados (assimilados) o conteúdo e experiências arqueopsíquicas  e extereopsíquicas. Quando mecanismos de defesa anteriores permanecem fixados, como foi evidenciado pelo estado de ego Adulto quando sintônico ou contaminado pelo Pai ou pela Criança, ou quando as fronteiras entre os estados de ego são muito permeáveis ou fracamente definidas, o estado de ego Adulto não pode servir a esta salutar função integrativa.
A maior contribuição de Eric Berne à teoria psicoterápica foi sua elaboração e elucidação dos aspectos manifestados ou intrapsíquicos do ego em seus vários estados e de como estes estados do ego determinam  nossas transações com os outros. A Análise Transacional tem o singular potencial de contribuir para o avanço da psicoterapia numa dupla direção; tanto em psicoterapia profunda, como em terapia cognitiva comportamental, indo além de descrições comportamentais dos estados de ego e enfatizando a contribuição de Eric Berne ao entendimento da estrutura do ego, seu funcionamento intrapsíquico e da comunicação interpessoal.

Richard O . Erskine, PhD; Instrutor e Supervisor em Análise Transacional; é diretor de Treinamento do Instituto de Psicoterapia Integrativa. 
PS: pedidos de cópias, favor enviar para Dr. Erskine 500 East 85 th Street, New York, NY 10028, USA
O Instituto para Psicoterapia Integrativa é autorizado pela Associação Americana de Psicologia a oferecer educação continuada para psicólogos, pelo Conselho Nacional de Conselheiros Certificados para aqueles que fazem aconselhamento, e pelo Conselho Americano de Examinadores Pastorais para aconselhamento pastoral. O Instituto para Psicoterapia Integrativa assume a responsabilidade por este programa e seu conteúdo.

http://www.integrativetherapy.com/pt/articles.php?id=50


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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Pondé e a Paranoia Bullying

 

Pondé e a Paranoia Bullying

quinta-feira, 12 de julho de 2012


Entro em sala de aula várias vezes na semana. Daí vem muito do que penso acerca dos modismos perniciosos que assolam o mundo da educação. E daí também vem o fato de que, apesar de ser pessimista (nada tem de chique no pessimismo, apenas para quem não o conhece por dentro e o confunde com um estilo melancólico de se vestir), não desisto da vida e vou morar no bosque de “Walden” (ou algo semelhante), como fez o filósofo americano Thoreau no século 19.
Hoje vou comentar um caso específico de moda que em breve provavelmente vai destruir qualquer liberdade e espontaneidade na sala de aula: a “paranoia bullying”.
Se atentarmos para o que o Ministério Público prepara como controle da vida escolar “interna”, veremos, mais uma vez, a face do totalitarismo via hiperatividade do poder jurídico. Ao invés de atacar o que deve ser atacado (o lixo que é a escola no Brasil, porque o Estado arrecada impostos como um dragão faminto, mas não dá nada em troca), o Estado e seu braço armado, o governo socialista que temos há décadas, que adora papos-furados como cotas raciais e bijuterias semelhantes, invade o espaço institucional do cotidiano escolar com sua vocação maior e eterna: o controle absoluto da vida nos seus detalhes mais íntimos.
E ninguém parece enxergar isso, muito menos a pedagogia e sua vocação, nos últimos anos, para livros bobos da moda e palestrantes de autoajuda. Quando ouço alguma “autoridade pública em bullying”, sinto que estou diante de um inquisidor, que, como todos, sempre se acha representantes do “bem”.
Seria de bom uso dar aulas de história dos perfis psicológicos dos grandes inquisidores, como Torquemada e Bernard de Gui, para essas “autoridades públicas” em invasão da vida íntima das pessoas e das instituições. Eles descobririam sua ascendência direta do grande inquisidor de Dostoiévski (“Irmãos Karamazov”).
Em breve, a melhor solução para o professor será a indiferenPça preventiva para com os alunos. Melhor uma aula burocrática e avaliações burocráticas do tipo “múltipla escolha” ou “diga se é falso ou verdadeiro”, mesmo nas universidades, porque assim o aluno não poderá acusar o professor de “desumanidade” ao reprová-lo, ou pior, acusá-lo de bullying porque desconsiderou sua “cultura de ignorante”, mas que “merece respeito assim como Shakespeare”.
Os “recursos” contra reprovação logo se transformarão em processos contra “bullying intelectual”. E os fascistas do controle jurídico da vida terão orgasmos.
Atitudes como estas destroem a autoridade da instituição, dos profissionais que nela trabalham e transformam todos em reféns da “máquina jurídica”. O resultado é que família e escola perdem autonomia. O que este novo coronelismo não entende é que existe um risco inerente ao convívio escolar e que as autoridades imediatas, professores e coordenadores é que devem agir, e não polícia ou juízes.
Na minha vida como aluno em universidade tive duas experiências com dois professores que hoje poderiam ser enquadradas facilmente neste papinho de “tratamento desumano”, mas que foram essenciais na minha vida profissional e pessoal. A primeira, quando era um aluno da medicina na Universidade Federal da Bahia, ocorreu no dia em que perguntei a um professor como um paciente terminal via o fato de que ele ia em direção ao nada. Ele disse: “O senhor está na aula errada, deveria estar na aula de filosofia“. Isso, numa faculdade de medicina, significa mais ou menos que você não tem a natureza forte o bastante para encarar a vida como ela é.
A segunda, já na faculdade de filosofia da USP, aconteceu quando um professor me deu zero e disse para procurá-lo. Ao me ver, no meio da secretaria e na frente de vários funcionários e alunos, ele disparou: “Suas ideias são ótimas, seu português é um lixo”.
Em vez de preparar a polícia para prender bandidos que assaltam casas e restaurantes aos montes, o governo prefere brincar com essas bijuterias, fingindo que cumpre sua função de garantir a segurança pública. Será que isso é medo de enfrentar os criminosos de verdade?

Luiz Felipe Pondé (jornal FSP – 18.06.2012)  | Fonte original deste artigo: AQUI

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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Éros e paideia: Alcebíades e Sócrates no Banquete

 

O Prof. Gabriele Cornelli, com cândida felicidade, nos permite refletir sobre uma personagemriquíssima e emblemática da literatura platônica porque arrebata a todos os convivas do Sympósion(Banquete)com sua famosa declaração de amor a Sócrates. Alcebíades é esta personagem extremamente dramática e arrebatadora, segundo a qual, Cornelli, in Seduzindo Sócrates: retórica de gênero e política da memória no Alcebíades platônico, abre o leque de possibilidades para uma acertada construção dos reais motivos que tenham injustamente levado Sócrates à morte, bem como, a partir do diálogo Banquete, investiga o desenho do tecido dramático e retórico dos discursos entre paideiae éros, de modo especial, como já disse, pinta um belo quadro da relação entre Sócrates e Alcebíades.
Especificamente, na altura do texto sobre a política da memória no Alcebíades, Cornelli aponta, para além dos outros simposiarcas e através dos discursos eróticos, para algo muito preciso: Uma relação significativa entre Sócrates e Alcebíades(Cf. p. 09). Segundo Cornelli, todos os discursos do Banqueteansiavam e sentiam falta da entrada da própria máscara do amante, encarnação de Eros: Alcebíades. No dizer de Cornelli, Platão parece conseguir fazer convergir todos os discursos para o mise-en-scène final da entrada de Alcebíades. Veja que Alcebíades, embriagado, muda o rumo do jogo do diálogo dos erotikoí lógoi, admitindo falar só de Sócrates, isto é, somente da verdade. Há uma mudança na conversa: da teoria para a história, do elogio para a verdade(uma verdade dionisíaca, marcada pela maniae parresíada embriaguez):
“Ouve então, disse Erixímaco. Entre nós, antes de chegares, decidimos que devia cada um à direita proferir em seu turno um discurso sobre o Amor, o mais belo que pudesse, e lhe fazer o elogio. Ora, todos nós já falamos; tu porém como não o fizeste e já bebeste tudo, é justo que fales, e que depois do teu discurso ordenes a Sócrates o que quiseres, e este ao da direita, e assim aos demais.
Mas, Erixímaco! tornou-lhe Alcibíades, é sem dúvida bonito o que dizes, mas um homem embriagado proferir um discurso em confronto com os de quem está com sua razão, é de se esperar que não seja de igual para igual. E ao mesmo tempo, ditoso amigo, convence-te Sócrates em algo do que há pouco disse? Ou sabes que é o contrário de tudo o que afirmou? É ele ao contrário que, se em sua presença eu louvar alguém, ou um deus ou um outro homem fora ele, não tirará suas mãos de mim.
Não vais te calar? disse Sócrates.
Sim, por Posidão, respondeu-lhe Alcibíades; nada digas quanto a isso, que eu nenhum outro mais louvaria em tua presença.
Pois faze isso então, disse-lhe Erixímaco, se te apraz; louva Sócrates.”(PLATÃO. O Banquete ou Do Amor. Trad. J. Cavalcante de Souza. 7ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995, p. 181, 214c-d).
O fio condutor de leitura do grande novelo da obra platônica, o Banquete, proposto por Cornelli é um dado bastante inovador, haja vista sua preocupação política, literária e histórica com que delineia toda a investigação, não só teorética, mas profundamente prática, recheada de detalhes. Num destes detalhes, o que me salta aos olhos é o caso da travessura das hermas e suas implicações histórico-políticas para o tempo de Sócrates: “Enquanto Sócrates e outros passam a noite bebendo em casa, e moderadamente, Alcebíades chega de madrugada, bêbado e – é o que sugere o texto – tendo perambulado por Atenas em estado alterado. Não era preciso muita fantasia para um ateniense imaginar Alcebíades e os seus, bêbados, cometendo qualquer tipo de profanação. A insistência de Platão com esta versão deve ser também um dos motivos da narração da segunda interrupção do banquete, no final dele(223b), realizada também por diversos outros jovens bêbados. Isto é, Platão parece querer insistir em representar em seu diálogo noites de baderna na rua, e justamente na época da mutilação das hermas, referendando assim a versão mais light relativa aos motivos que estavam por trás do sacrilégio.(...) Nas fontes da época, de fato, a suspeita pela profanação não recaía tanto sobre jovens bêbados: ao contrário, pensava-se mais facilmente em um complô, urdido de maneira articulada, por grupos que, querendo com isso enfraquecer a confiança de Atenas e sua democracia num momento tão delicado de sua história, pretendiam com isso restaurar a oligarquia ou a tirania”(CORNELLI, Gabriele. Seduzindo Sócrates: retórica de gênero e política da memória no Alcebíades platônico.UnB. p. 11)
Não nos esqueçamos que o ilustre Alcebíades estava em plena prosperidade política à frente do movimento democrático de então. Sob o fascínio daquela beleza interior mencionada no Sympósion, o ambicioso e belo jovem Alcebíades tenta conquistá-la, através do lógos socratikós, na estranha ideia de cumular o acervo de seus dotes e atingir assim a plenitude de poder nos negócios da pólis. Político arrebatador das Assembleias, Alcebíades extravasa na bebida e na declaração de amor a Sócrates, uma vez que o mesmo não corresponde ao afeto que lhe é dedicado.
Todavia, o elogio de Sócrates por Alcebíades, conforme G. Cornelli, pode ser considerado mais uma apologia do primeiro. “Se pense, por exemplo, ao próprio uso das imagens das estátuas dos silênos, que ilustram a necessidade de superar a aparência, a máscara histórica incômoda de Sócrates, para olhar para uma verdade sobre sua vida e seu legado, que ainda permanece escondida para a maioria. Pois afirma Alcebíades 'nenhum de vocês o conhece'(216c-d). Não é difícil pensar que, na voz de Alcebíades, seja o próprio Platão a dizer isso para Atenas”(idem, p. 15).
Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva
Especialista em Metafísica, Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Pós-graduando em Estudos Clássicos pela UnB em parceria com Archai Unesco.

 http://umasreflexoes.blogspot.com.br/2012/07/eros-e-paideia-alcebiades-e-socrates-no.html

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Atividades-Brincadeiras - Pedagogia ao Pé da Letra



 
CACHORRO E GATO CEGO
IDADE: 7 anos
OBJ. ESP.: Audição, atenção
MATERIAL: Lenços
LOCAL: Sala, quadra, pátio
Formação: círculos

Organização: alunos em círculos que irão dois para o centro; um será o cachorro e outro o gato. Veda-se os olhos de ambos
Execução: toda vez que o cachorro latir o gato miará e o cachorro tentará pega-lo. Se conseguir, irão outros ao centro.
QUAL O PERFUME?
IDADE: 9 anos em diante
SEXO: Ambos
OBJ. ESP.: Desenvolver o olfato
MATERIAL: Frutas, perfumes, loções, etc
Formação: círculos
Organização: alunos em círculos, sendo que um irá para o centro com olhos vendados
Execução: o professor dará ao alunos do centro para cheirar o perfume e dirá: – deverás reconhecer este aroma entre outros que vou te dar. Em seguida dará alvejante, etc… Este deverá identificar, entre outros qual foi o primeiro, etc.

TOCAR O CEGO
IDADE: Todas
OBJ. ESP.: Desenvolvimento-perspectivo
LOCAL: Ar-livre, salão
Formação: círculo
Organização: alunos sentados em círculo. Ao centro, um colega de olhos vendados
Execução: um colega do círculo se levantará, tocará o ceguinho e se sentará novamente. Pelos movimentos feitos, o cego tentará adivinhar quem o tocou.
COM QUEM ESTARÁ A BOLA?
IDADE: 9 anos
OBJ. ESP.: Atenção, perspicácia
MATERIAL: Bola
LOCAL: Pátio, gramado
Formação: círculo
Organização: alunos em círculo, pernas cruzadas, um aluno sentado no centro com olhos vendados
Execução: os companheiros passam a bola entre si e ao sinal do professor coloca as mãos para trás escondendo a bola. O aluno que está no centro, abre os olhos e aponta aquele que imagina estar com a bola. Se errar repete o jogo.

GARRAFA MÁGICA
IDADE: 8 anos em diante
OBJ. ESP.: Desenvolver a imaginação
MATERIAL: Uma garrafa
LOCAL: Sala, pátio
Formação: círculo
Organização: os alunos em círculo, o professor no centro
Execução: o professor gira a garrafa no solo e quando esta parar apontará na direção de um aluno. Este deverá ir para o centro e executar uma tarefa determinada pela turma ou professor.

COMER A MAÇÃ
IDADE: 9 anos em diante
OBJ. ESP.: Controle Emocional
MATERIAL: Maçã
LOCAL: Quadra, pátio
Formação: fileiras
Organização: em fileiras, tendo na frente das mesmas, maças penduradas
Execução: ao sinal procurar morder a maçã que lhe corresponde, sem segura-la, dentro de um tempo determinado. Vencerá a fileira que obtiver maior número de pontos, por mordida, ou que morder a maçã primeiro, ou ainda o que comer a maçã primeiro.

O CACHORRO E O OSSO
IDADE: 7 anos
OBJ. ESP.: Atenção, audição
MATERIAL: Qualquer objeto
LOCAL: pátio, gramado
Formação: círculo
Organização: os alunos em círculos. Um sentado ao centro tendo olhos vendados, que será o cachorro. Perto de si haverá um objeto “o osso”
Execução: dado o sinal, o professor indicará um dos alunos no círculo que tentará cautelosamente pegar o osso. Percebendo o ruído, o cachorro latirá e indicará o lado do ruído. Ao acertar a direção o professor indicará outro aluno. Se um conseguir e não for adivinhado se tira as vendas e tenta adivinhar.

Fonte: http://www.pedagogiaaopedaletra.com/

 http://www.ecopedagogia.bio.br/index.php/2012-04-04-16-17-48/bau-de-ideias/656-atividades-brincadeiras-pedagogia-das-letras

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domingo, 24 de novembro de 2013

Ser professor demanda vocação, formação e paixão



Ser professor demanda vocação, formação e paixão 

Professores de educação fundamental, ensino médio ou universitário, eles são movidos pela paixão e dedicação 


Em homenagem ao Dia do Professor comemorado na próxima segunda-feira (15), o Jornal Diário dá um destaque especial à profissão dando voz a eles, os profissionais que são responsáveis pela formação de tantos outros e que enfrentam inúmeros desafios para levar o conhecimento e o aprendizado a seus alunos.
Professores de educação fundamental, ensino médio ou universitário, eles são movidos pela paixão e dedicação, se emocionam em ver a transformação intelectual de seus alunos e não se importam em começar tudo de novo, com uma nova turma trazendo a renovação dos desafios.
Os nove anos de magistério de Mariana Andreolli Pereira, 29, foram de muita dedicação e continua se esforçando para não perder o pique da professora de alfabetização, área que atuou durante todo esse tempo.
Ela enfatiza toda a responsabilidade atribuída ao professor nos dias atuais e o quanto a tecnologia vem mudando aos poucos, gradativamente, a maneira como um educador deve se comportar diante dos alunos.
“Hoje o professor tem a responsabilidade de formar as crianças e dar a elas grande parte das noções de cidadania e valores. E elas não aprendem os conteúdos do mesmo jeito que há 10 ou 15 anos. A tecnologia está presente na vida deles e também invadiu a nossa”, conta a professora de ensino fundamental.
A reciclagem, a constante atualização e principalmente a preocupação em trazer algo diferente para as aulas fazem parte da vida desses profissionais. São horas e até finais de semana inteiros em casa preparando conteúdo para prender a atenção dos alunos e fazer acontecer a transformação intelectual de cada um deles.
E é da mutação que ocorre durante do ano letivo que a professora Mariana fala com brilho nos olhos e a elege como maior prêmio e satisfação profissional. “Ser professora é isso, é promover a transformação, a evolução de cada aluno. E parece ser pouco tempo para acontecer esse milagre, mas é uma mudança a olhos vistos”, explica com emoção.
O caminho que a professora percorreu até chegar a lecionar em escolas de ensino fundamental foi árduo e hoje ela vê como uma conquista. Fez Cefam (Centros Específicos de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério), logo depois cursou Letras e com a exigência do governo federal resolveu fazer pedagogia.
Depois de oito anos atuando como professora de primeiro e segundo anos do ensino fundamental, Mariana mudou de escola e dá aulas de reforço escolar, além de desenvolver o projeto de recreio lúdico, que promove o aprendizado das crianças através de brincadeiras realizadas no intervalo de aulas.
Pedagogia está em constante dinâmica
A base do magistério, principalmente da educação fundamental é constituída através da pedagogia. Formação que vem se transformando aos poucos, assim como tantas outras profissões. Segundo a coordenadora do curso de pedagogia da Unimar (Universidade de Marília) Rosalina Monteiro Fonseca de Queiroz, além da atuação nas escolas, o pedagogo também é bem vindo em secretarias municipais e estaduais de educação, meio ambiente e cultura.
“Existem trabalhos desenvolvidos em várias áreas com crianças que necessitam de um especialista em comunicação com elas e o pedagogo tem a linguagem específica para tal. Neste caso, o leque de opções para atuação é mais amplo”, conta.
“A atual conjuntura do mercado de trabalho da pedagogia era desconhecida nos últimos 4 ou 5 anos, mas a perspectiva para áreas como a educação no trânsito, sexualidade e tantas outras questões que precisamos incluir na interdisciplinaridade. Mas a escola não pode carregar o piano sozinha e precisa da ajuda dos pais dessas crianças para que juntos possamos construir uma sociedade saudável, tanto emocional quanto mental”, comenta Rosalina.
A coordenadora destaca que os pais precisam estar envolvidos com a educação dos filhos dentro da escola, criando uma co-participação também na educação formal.
Profissão passou por mudanças nos últimos 15 anos
O método de ensino aplicado e o conteúdo passado pelos professores mudaram muito no decorrer dos últimos 15 anos. A professora de ensino fundamental Solange Aparecida Resstel Ribeiro, 51, que tem 27 de carreira, foi testemunha dessas mudanças e lamenta a inversão de papéis que ocorreu na sociedade com o passar do tempo.
“Além dos conteúdos técnicos que já tínhamos a responsabilidade de passar, temos que ensinar valores às crianças, como justiça, lealdade e tantos outros que deveriam vir de casa, da família. Essa mudança se deu com a maior presença das mulheres no mercado de trabalho”, conta.
Essas novas atribuições aos professores segue uma tendência mundial, mas que também deve ser conciliada com a presença dos pais na escola. Solange encoraja as mães que trabalham fora a se dedicarem à educação dos filhos, à preocupação com o que eles fazem durante o dia na escola, como foi o dia e ainda cobrar o cumprimento das tarefas escolares.
“É cansativo. Muitas vezes é duro brigar com os filhos durante todo o tempo livre que temos com eles e dói mais em nós do que neles, mas é preciso. Estamos cuidando do futuro deles e de quem eles serão no futuro”, explica a professora veterana.
Sobre as vantagens de ser professora, Solange não inclui o salário, ou o tempo livre, mas sim a gratificação de ver que mudou a vida de alguém através do conhecimento e que esses conteúdos vão ajudar aquela criança a se tornar um bom profissional quando adulto.
A professora Solange fez Cefam, depois se formou pedagoga, trabalhou 14 anos na rede estadual e hoje é a professora mais experiente da Emef Edmea Braz Rojo Sola, escola com maior pontuação no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2011, com nota 7,5. Marília teve média geral de 6,4.
Ela também é um dos 140 finalistas nacionais do prêmio “Arte Cidadã” que vai premiar com R$ 10 mil, o melhor projeto realizado em 2011 na área de educação artística. Solange trabalhou com seus alunos as obras do artista plástico mariliense Sérgio Doreto, além de ter promovido o encontro das crianças com o artista que rendeu admiração e as levou a conhecer melhor o mundo das artes.
A docência começa na vocação
A educação de nível superir está baseada na busca constante do docente pela qualificação intelectual e acadêmica. E segundo a professora universitária, coordenadora adjunta do curso de Direito do Univem (Centro Universitário Eurípides de Marília) Vivianne Rigoldi, as facilidades tecnológicas de obtenção de informação estão produzindo jovens alunos cada vez mais carentes de orientação. Mas a docência começa na vocação, sem uma trajetória pré-definida, mas com caminhos coincidentes de evolução profissional.
“Por essas razões, mesmo após unir-me à coordenação do curso, nunca deixei de buscar qualificação acadêmica, inclusive dentro da instituição, onde pude concluir um segundo mestrado, em 2009”.
De forma geral, a professora que também coordena projetos de extensão universitária e também advoga na área do Direito civil, vê a qualificação acadêmica e a experiência profissional na área como pontos importantes para o êxito pedagógico por aproximarem teoria e prática, cotidiano e crítica teórica.
Mas a docência para Vivianne é também mais do que qualificação. “Os mais de seis mil alunos para os quais lecionei nos últimos anos, mostraram-me que o bom professor tem, além de conhecimento técnico, capacidade de gerenciar e aproximar pessoas, capacidade de comunicar-se, relacionar-se e motivar o aluno constantemente”.
A sintonia interpessoal no elo alunoXprofessor deve ser grande e desenvolver um bom relacionamento com os alunos, aceitando-os com afeto, amizade e respeito mútuo é essencial.
“Para mim, ser professora é otimismo e atitude de quem gosta de ensinar e de aprender, disposição para interagir, orientar, evoluir. Todas essas atitudes positivas são percebidas até mesmo de forma inconsciente pelos alunos que ficam predispostos a reagir da mesma forma. O que facilita sobremaneira a árdua tarefa docente”.

Fonte: Jornal Diário de Marília
   http://www.univem.edu.br/noticias/?id=2111

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sábado, 23 de novembro de 2013

71 - PLC 122: o projeto de destruição da família (+playlist)



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Estréia do novo programa mensal: Lobão e Olavo, Olavo e Lobão



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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA DE IMAGENS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTES VISUAIS. (MONOGRAFIA)





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As teorias da aprendizagem por associação


As teorias da aprendizagem por associação


O comportamentalista é uma teoria psicológica da aprendizagem que se baseia nos princípios da aprendizagem associativa.O comportamentalismo é a teoria que diz que o comportamento se deve explicar através de experiências observáveis e não por processos mentais. A perspectiva comportamentalista é usada tanto pelo Condicionamento Clássico (CC) como pelo Condicionamento Operante (CO) para explicar a aprendizagem.

CONDICIONAMENTO CLÁSSICO (PAVLOV)

 As famosas experiências de Pavlov com cães são o exemplo paradigmático desta forma de aprendizagem. Pavlov observou que os cães salivavam quando as glândulas salivares se punham em contacto com a carne, o que classificou de reação incondicionada. Posteriormente os cães passaram também a salivar apenas por verem a carne. Esta reação foi classificada de resposta condicionada, que teria sido aprendida. Pavlov pensou que tal aprendizagem era devida a uma associação de estímulos.
Comprovou esta hipótese com uma série de experiências em que tentou associar um Estímulo Neutro (ou seja, que não provocava qualquer resposta), o som duma campainha, com um estímulo incondicionado (carne, que provocava a resposta incondicionada da salivação). Após algumas associações, o som da campainha tornou-se num estímulo condicionado, pois à sua presença, os cães reagiam com a salivação, agora resposta condicionada.
O CC é um tipo de aprendizagem em que um organismo aprende a transferir uma resposta natural perante um estímulo, para outro estímulo inicialmente neutro, que depois se converte em condicionado. Este processo se dá através da associação entre os dois estímulos (incondicionado e neutro).
Um conceito do CC é o reforço, que significa a agregação contínua dos estímulos condicionados e incondicionados, que ao não ser feita tende a fazer decrescer as respostas condicionadas, podendo levá-las até à extinção.
Generalização é uma resposta à similaridade dos estímulos e discriminação é uma resposta às diferenças entre eles.

CONDICIONAMENTO OPERANTE (Skinner)

O condicionamento operante é o processo de aprendizagem do comportamento que implica ações deliberadas. Skinner e Thorndike produziram experiências com animais. Thorndike formulou a lei do efeito que diz que “qualquer ação que produza um efeito satisfatório será repetida”.
Skinner que desenvolveu o conceito do CO descreve a relação entre o comportamento e as conseqüências.  Uma resposta operante é aquela que se produz sem a presença de um estímulo incondicionado, ou seja, é um comportamento voluntário. Será então um processo através do qual aprendemos a dar respostas de forma a obter um benefício ou a evitar algo desagradável. Consequentemente a freqüência das respostas depende das suas consequências.
O reforço positivo será a apresentação de um estímulo positivo. O reforço negativo a supressão de um estímulo aversivo. Se as conseqüências de um comportamento forem aversivas ou desagradáveis para o sujeito, o comportamento tenderá a desaparecer. Ou seja, também se consegue controlar o comportamento através de efeitos negativos. É o caso do castigo. Há dois tipos de castigos. O castigo de Tipo I consiste na apresentação de um estímulo negativo depois de emitido o comportamento que se quer ver desaparecer. O castigo de Tipo II implica a remoção de um estímulo agradável, o castigo ensina a não fazer algo, a suprimir uma resposta, nada mais.
O reforço deve ser dado sempre depois do comportamento que se quer reforçar, nunca antes. Deve também ser dado imediatamente, para diminuir o risco de o reforço ser associado a outro comportamento. Deve-se também informar o que é que é reforçado e o que não é. A omissão de recompensas produz efeitos de redução ou extinção dos comportamentos.
A generalização, a discriminação e a extinção são as semelhanças mais notórias entre o condicionamento clássico e o condicionamento operante.

Embora existam diversos modelos comportamentalistas, há dois princípios básicos que constituem o núcleo não só de todos os modelos comportamentalistas como, em geral, das teorias da aprendizagem por associação. O princípio da correspondência aceita que tudo o que fazemos e conhecemos é um fiel reflexo da estrutura do ambiente, e corresponde fielmente à realidade. Ou outro princípio é o de equipotencialidade, que afirma que os processos de aprendizagem são universais, são os mesmos em todas as tarefas, em todas as pessoas e inclusive em todas as espécies.


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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Discutindo acerca de algumas metodologias com ênfase na oralidade




O trabalho com gêneros orais valoriza os aspectos relacionados à fala 

O assunto que ora nos propomos a discutir aponta um fato de extrema relevância, visto que se encontra amplamente disseminado no cotidiano escolar. Referimo-nos ao caráter hegemônico da escrita que, de forma acentuada, tende a se sobrepor à fala.

Tal hegemonia perdurou mediante os estudos linguísticos por bastante tempo, sob a concepção de que a fala era considerada o lugar do “erro”. Contudo, a situação começou a se reverter após a descoberta de uma ciência que pudesse descrever a linguagem tal qual ela se efetiva entre seus falantes – a Linguística, por intermédio do linguista suíço Ferdinand de Saussure. Suas contribuições, sobretudo no que tangem à Sociolinguística, deram um novo rumo à situação, ao retratar que os fatos linguísticos não se dissociam dos fatos sociais.

Partindo-se dessa premissa, o artigo em questão tem por finalidade enfatizar acerca do trabalho na sala de aula com base na oralidade, com vistas a valorizar as marcas que lhe são inerentes, tais como:

* características de registro de uma situação discursiva oral, concebendo-a como formal e/ou informal;
* tipificação dos gêneros orais, com vistas a adequar a fala de acordo com a circunstância comunicativa, podendo esta manifestar-se sob diferentes estilos: casual, espontâneo ou profissional.

Tal intento torna-se ainda mais reforçado ao citarmos alguns dos objetivos propostos pelo Guia PNLD/2005, os quais retratam:

* Favorecer o uso da linguagem oral na interação em sala de aula, como mecanismo de ensino e aprendizagem;
* Recorrer, portanto, à oralidade na abordagem da leitura e da produção de textos;
* Explorar as diferenças e semelhanças que se estabelecem entre a linguagem oral e a escrita;
* Valorizar e efetivamente trabalhar a variação e a heterogeneidade linguísticas, introduzindo a norma culta relacionada ao uso público ou formal da linguagem oral, sem, no entanto, silenciar ou menosprezar as outras variedades, quer regionais, quer sociais, quer estilísticas;
* Propiciar o desenvolvimento das capacidades envolvidas nos usos da linguagem oral próprios das situações formais e/ou públicas.

Com base em tais pressupostos, sugere-se como alternativa singular o trabalho com gêneros orais, tais como a entrevista, o debate, o seminário, entre outros, nos quais a proposta do educador se esmere não apenas na avaliação do conteúdo em si próprio, mas valorize também os traços que demarcam a língua falada. Nesse sentido, cabe ressaltar a importância das marcas presentes na oralidade, como, por exemplo, as pausas, hesitações, truncamentos, a linguagem corporal, manifestada pelos gestos e expressões faciais, entre outros aspectos.

Mediante tais elucidações, constatamos que a valorização da língua falada muito tem a contribuir para o ensino de Língua Portuguesa no ambiente escolar. Dessa forma, o objetivo maior da proposta em evidência é o de refletir sobre as adequações concernentes à modalidade em questão, levando-se em conta alguns pontos fundamentais: quando falar, o que falar e como falar, tendo em vista as diversas situações em que fazemos uso desta.
 
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola





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Pedagoga/o pode concorrer à cargos de Inspeção Educacional com um diploma contendo as novas diretrizes do curso de 15/05/2006

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE 2006. (*) Institui Diretrizes Curriculares Nacionais ...