Os Novos Paradigmas Da Administração I
Autor : Peter Drucker
Resumo de : Lusura
Visitas: 1645
Publicado em: abril 20, 2006
O que se ensina e se pratica em nome da administração está ficando totalmente desatualizado, pois poucas políticas se conservam atuais por 20 ou 30 anos e a maioria de nossos pressupostos relativos às empresas, à tecnologia e à organização data de pelo menos 50 anos. Para a administração – disciplina social – as premissas são bem mais importantes do que são os paradigmas para uma ciência natural, pois o paradigma, não exerce impacto sobre o universo natural, mas uma disciplina social, como a administração, trata do comportamento de pessoas e instituições humanas. O universo social é sujeito a mudanças contínuas – significando que as premissas que eram válidas ontem podem tornar-se inválidas ou enganosas. A disciplina da administração, hoje se encontra neste ponto e devemos analisar quais premissas que estão conduzindo-a ao caminho errado. Até a década de 30, presumia-se que a administração não passava de subdivisão da administração geral. Não foi numa empresa que se deu a primeira aplicação consciente e sistemática dos princípios da administração, e sim, na reorganização do Exército dos Estados Unidos (1901). Com a Grande Depressão teve início a identificação da administração com a administração de empresas, que gerou hostilidade com relação às empresas e desprezo por seus executivos. Para não ser contaminada pela associação de sua imagem com a de empresas, a administração no setor público foi rebatizada de administração pública e proclamada uma disciplina distinta. No período do pós-guerra (1950), empresas e negócios já haviam voltado a ser palavras bem-vistas, graças ao desempenho da administração de empresas americanas durante a 2ª Guerra Mundial. Os setores que mais cresceram nos países desenvolvidos no século XX, não foram o das empresas, mas sim o governamental, o dos profissionais liberais, o da saúde e o da educação. A estrutura organizacional das empresas foi estuda pela primeira vez na França, por volta da virada do século. Era a época em que as organizações empresariais em escala realmente grande estavam começando a aparecer, e seus administradores tiveram de desenvolver sua disciplina à medida que as empresas avançavam. Não havia textos a consultar, não havia consultores. De certo modo, eles aprenderam uns com os outros. A Primeira Guerra Mundial deixou clara a necessidade de uma estrutura organizacional formal. A administração altamente centralizada que propalavam simplesmente não funcionavam numa escala, onde era preciso administrar dezenas de soldados e reorientar economias inteiras em torno da produção para a guerra. Após a Primeira Guerra Mundial desenvolveu-se a descentralização, transformando-se no mantra da administração, o único caminho visto como correto. Nos últimos anos, defende-se a equipe como organização correta para praticamente qualquer coisa. Não existe organização certa, existem organizações, cada uma das quais possui pontos fortes, distintas e aplicações específicas. É uma ferramenta para tornar as pessoas produtivas quando trabalham em conjunto. Uma estrutura organizacional é adequada para determinadas tarefas em determinadas condições e determinadas épocas. Em qualquer empreendimento existe a necessidade de uma série de estruturas organizacionais diferentes que coexistam. Há princípios de organização que são universais. A organização deve ser transparente. As pessoas precisam conhecer e compreender a estrutura organizacional na qual vão trabalhar. O executivo do futuro vai precisar de uma caixa de ferramenta repleta de estruturas organizacionais. Isso significa que ele terá de aprender a usar cada uma dessas ferramentas e entender qual delas funciona melhor para cada tarefa. A premissa inicial correta hoje é que as tecnologias que provavelmente vão exercer o maior impacto sobre uma empresa e sua indústria são tecnologias externas a seu próprio campo. Diferentemente das tecnologias do século XIX, as tecnologias de hoje não percorrem caminhos paralelos e distintos. Elasse cruzam a toda hora. Antes, as empresas competiam dentro de um mesmo setor. Hoje, são setores que competem com setores. A informação não é exclusiva de nenhuma indústria ou ramo específico. Ela tampouco tem uma só finalidade, e nenhuma finalidade requer apenas um tipo específico de informação. A administração terá de aprender que a compreensão do mercado começa pela compreensão de como os consumidores distribuem sua renda disponível. Na disciplina da administração, estudamos que as fronteiras nacionais ainda definem o ambiente na qual as pessoas operam. Essa premissa é subjacente até mesmo para a multinacional tradicional. O que mudou no mundo real, mesmo que ainda não tenha mudado nas premissas com as quais operam as administrações, é o fato de essas fronteiras nacionais terem perdido sua relevância. Para a administração, as novas realidades criam problemas que ainda não foram resolvidos. Cada vez mais, as empresas se organizam por áreas de trabalho, mais do que geograficamente. A nova realidade é que a administração já não se pauta por fronteiras nacionais. O âmbito da administração não pode mais ser definido politicamente. A primeira tarefa da administração é definir quais resultados existentes no empreendimento a seus cuidados. É função específica da administração organizar os recursos da organização visando obter resultados fora dela. O novo paradigma no qual se deve basear a administração, tanto enquanto disciplina como enquanto prática, é que a administração deve definir os resultados que espera alcançar e depois organizar os recursos da organização visando obter esses resultados. O centro da sociedade moderna é a instituição administrada. E a administração é a ferramenta específica, a função específica, o instrumento específico para tornar as instituições capazes de gerar resultados. A instituição não existe simplesmente dentro da sociedade e para reagir à sociedade. Ela existe para produzir resultados dentro da sociedade e para modificá-la.
Autor : Peter Drucker
Resumo de : Lusura
Visitas: 1645
Publicado em: abril 20, 2006
O que se ensina e se pratica em nome da administração está ficando totalmente desatualizado, pois poucas políticas se conservam atuais por 20 ou 30 anos e a maioria de nossos pressupostos relativos às empresas, à tecnologia e à organização data de pelo menos 50 anos. Para a administração – disciplina social – as premissas são bem mais importantes do que são os paradigmas para uma ciência natural, pois o paradigma, não exerce impacto sobre o universo natural, mas uma disciplina social, como a administração, trata do comportamento de pessoas e instituições humanas. O universo social é sujeito a mudanças contínuas – significando que as premissas que eram válidas ontem podem tornar-se inválidas ou enganosas. A disciplina da administração, hoje se encontra neste ponto e devemos analisar quais premissas que estão conduzindo-a ao caminho errado. Até a década de 30, presumia-se que a administração não passava de subdivisão da administração geral. Não foi numa empresa que se deu a primeira aplicação consciente e sistemática dos princípios da administração, e sim, na reorganização do Exército dos Estados Unidos (1901). Com a Grande Depressão teve início a identificação da administração com a administração de empresas, que gerou hostilidade com relação às empresas e desprezo por seus executivos. Para não ser contaminada pela associação de sua imagem com a de empresas, a administração no setor público foi rebatizada de administração pública e proclamada uma disciplina distinta. No período do pós-guerra (1950), empresas e negócios já haviam voltado a ser palavras bem-vistas, graças ao desempenho da administração de empresas americanas durante a 2ª Guerra Mundial. Os setores que mais cresceram nos países desenvolvidos no século XX, não foram o das empresas, mas sim o governamental, o dos profissionais liberais, o da saúde e o da educação. A estrutura organizacional das empresas foi estuda pela primeira vez na França, por volta da virada do século. Era a época em que as organizações empresariais em escala realmente grande estavam começando a aparecer, e seus administradores tiveram de desenvolver sua disciplina à medida que as empresas avançavam. Não havia textos a consultar, não havia consultores. De certo modo, eles aprenderam uns com os outros. A Primeira Guerra Mundial deixou clara a necessidade de uma estrutura organizacional formal. A administração altamente centralizada que propalavam simplesmente não funcionavam numa escala, onde era preciso administrar dezenas de soldados e reorientar economias inteiras em torno da produção para a guerra. Após a Primeira Guerra Mundial desenvolveu-se a descentralização, transformando-se no mantra da administração, o único caminho visto como correto. Nos últimos anos, defende-se a equipe como organização correta para praticamente qualquer coisa. Não existe organização certa, existem organizações, cada uma das quais possui pontos fortes, distintas e aplicações específicas. É uma ferramenta para tornar as pessoas produtivas quando trabalham em conjunto. Uma estrutura organizacional é adequada para determinadas tarefas em determinadas condições e determinadas épocas. Em qualquer empreendimento existe a necessidade de uma série de estruturas organizacionais diferentes que coexistam. Há princípios de organização que são universais. A organização deve ser transparente. As pessoas precisam conhecer e compreender a estrutura organizacional na qual vão trabalhar. O executivo do futuro vai precisar de uma caixa de ferramenta repleta de estruturas organizacionais. Isso significa que ele terá de aprender a usar cada uma dessas ferramentas e entender qual delas funciona melhor para cada tarefa. A premissa inicial correta hoje é que as tecnologias que provavelmente vão exercer o maior impacto sobre uma empresa e sua indústria são tecnologias externas a seu próprio campo. Diferentemente das tecnologias do século XIX, as tecnologias de hoje não percorrem caminhos paralelos e distintos. Elasse cruzam a toda hora. Antes, as empresas competiam dentro de um mesmo setor. Hoje, são setores que competem com setores. A informação não é exclusiva de nenhuma indústria ou ramo específico. Ela tampouco tem uma só finalidade, e nenhuma finalidade requer apenas um tipo específico de informação. A administração terá de aprender que a compreensão do mercado começa pela compreensão de como os consumidores distribuem sua renda disponível. Na disciplina da administração, estudamos que as fronteiras nacionais ainda definem o ambiente na qual as pessoas operam. Essa premissa é subjacente até mesmo para a multinacional tradicional. O que mudou no mundo real, mesmo que ainda não tenha mudado nas premissas com as quais operam as administrações, é o fato de essas fronteiras nacionais terem perdido sua relevância. Para a administração, as novas realidades criam problemas que ainda não foram resolvidos. Cada vez mais, as empresas se organizam por áreas de trabalho, mais do que geograficamente. A nova realidade é que a administração já não se pauta por fronteiras nacionais. O âmbito da administração não pode mais ser definido politicamente. A primeira tarefa da administração é definir quais resultados existentes no empreendimento a seus cuidados. É função específica da administração organizar os recursos da organização visando obter resultados fora dela. O novo paradigma no qual se deve basear a administração, tanto enquanto disciplina como enquanto prática, é que a administração deve definir os resultados que espera alcançar e depois organizar os recursos da organização visando obter esses resultados. O centro da sociedade moderna é a instituição administrada. E a administração é a ferramenta específica, a função específica, o instrumento específico para tornar as instituições capazes de gerar resultados. A instituição não existe simplesmente dentro da sociedade e para reagir à sociedade. Ela existe para produzir resultados dentro da sociedade e para modificá-la.
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