sexta-feira, 14 de março de 2008

Metáfora Terapêutica


Metáfora terapêutica
Uma discussão sobre os métodos capazes de levar o cliente do estado atual desejado estaria
incompleta se não oferecesse uma explicação sobre o uso da metáfora terapêutica, uma técnica especial de contar histórias que propicia à pessoa descobertas importantes, conscientes ou inconscientes, que gera novos comportamentos produtivos.
A arte da metáfora terapêutica foi ricamente desenvolvida por Milton H. Erickson, M.D., um especialista tanto na construção quanto na enunciação de metáforas terapêuticas. Recomendo sua leitura. Gostaria de oferecer aqui apenas os fundamentos mais elementares da construção de metáforas, juntamente com alguns exemplos, para que cada um possa entender o processo geral e começar a desenvolver sua própria habilidade.
Para ser eficaz, uma metáfora deve:
Ser isomorfa ao conteúdo do problema. Ser isomorfa é ter uma estrutura idêntica ou semelhante. Seguir à risca uma dieta é uma situação isomorfa a manter-se dentro de um orçamento – as duas têm componentes similares.
Oferecer uma experiência substitutiva na qual a pessoa tenha a oportunidade de operar a partir de um conjunto diferente de filtros, que lhe possibilite o acesso a escolhas antes desconhecidas.
Oferecer uma solução, ou conjunto de soluções, para a situação isomorfa, que possa ser generalizada para o problema, levando o cliente a fazer as mudanças adequadas.
Por se tratar de um método seguro e inofensivo de lidar com assuntos que as pessoas têm dificuldades em abordar , as metáforas podem ser extremamente eficazes em problemas cuja solução é difícil através de outras técnicas.
As etapas básicas de construção de uma metáfora são:
Identificar completamente o problema.
Definir as partes estruturais do problema e as "personagens" adequadas.
Encontrar uma situação isomorfa. (David Gordon recomenda praticar com analogias, isto é, "Você sabe, a vida é como vinho: manejando bem ela fica melhor com a idade".
Oferecer uma solução lógica. Determinar o que seria útil descobrir e então encontrar contextos nos quais essas descobertas seriam evidentes.
Acomodar esta estrutura em uma história divertida, ou que disfarce a intenção (para evitar a resistência do cliente).
O caso que narro a seguir é um exemplo pertinente do uso da metáfora para ajudar um cliente a alcançar uma mudança pessoal.
Uma mulher atraente chamada Dot procurou-me em busca de aconselhamento. Queria ajuda para aprender a controlar seu comportamento promíscuo. Era casada com um homem bom (sua descrição) e tinha dois filhos adoráveis, mas mantinha relações extraconjugais quando e com quem fosse possível. Queria parar com este comportamento. Utilizei os elementos da sua descrição, expostos a seguir, para criar uma metáfora terapêutica. Como tantas mulheres atraentes hoje, Dot também se preocupava com o excesso de peso (problema que ela não tinha), e assim usei este conteúdo para que a metáfora aparentasse ser uma extensão natural da nossa interação terapêutica.
Descrição do problema
Metáfora terapêutica
A promiscuidade está fazendo Dot perder o marido e a auto-estima.
Uma mulher a caminho da obesidade
Dot não resiste à tentação dos outros homens
Uma mulher que não consegue resistir a sobremesas e pratos tentadores quando come fora.
Dot acha mais excitante o sexo fora do casamento.
Esta mulher adora comer fora.
Dot está insatisfeita com suas relações sexuais conjugais.
Esta mulher mal toca na comida que faz em casa.
Cada experiência extra-conjugal gera mais culpa e aumenta a possibilidade de Dot perder o marido.
Cada vez que come fora a mulher fica mais gorda.
A culpa de Dot torna-se tão dolorosa que ela tem que fazer algo a esse respeito. Ela tem insônias etc.
A mulher gorda tem que tomar alguma providência quanto a seus hábitos. Ela não entra mais em nenhuma roupa.
Dot nunca desenvolveu comportamentos sexuais satisfatórios com o marido.
A mulher gorda nunca aprendeu a cozinhar bem para si mesma.
Cada um dos elementos da metáfora construída até aqui é isomorfo (isto é, há uma correspondência estrita na estrutura) ao problema apresentado. Eles acompanham o problema apresentado de modo tal que ambos têm a mesma forma. O passo seguinte é passar do acompanhamento do problema à busca de uma solução comportamental.
A reação desejada é que Dot mude seu comportamento de modo a resolver seu problema. Assim, a partir da mulher obesa, a história deve de algum modo propiciar uma mudança de comportamento adequada, uma vez que metaforicamente a mulher obesa representa Dot.
Solução do problema
Solução metafórica
Para Dot aplicar sua energia no desenvolvimento de experiências sexuais satisfatórias com o marido.
A mulher dedicou-se a rearrumar a cozinha. Começou a ler livros de receita, para escolher pratos apetitosos, e começou a experimentar refeições saudáveis e satisfatórias.
Para Dot encontrar a satisfação necessária em casa.
Com o tempo, mais rápido do que se imagina, ela descobriu que não havia nos restaurantes nada comparável às suas refeições caseiras e perdeu a vontade de empanturrar-se em outros lugares, satisfazendo-se em casa.
Para Dot orgulhar-se de sua relação conjugal e encontrar satisfação sexual com o marido.
Agora esbelta, esta mulher outrora gorda orgulha-se muito de suas habilidades culinárias, bem como da sua figura.
São esses os elementos de uma metáfora terapêutica criada para suscitar um resultado específico. Para garantir a eficácia desse processo de contar histórias, são utilizadas a ancoragem e várias outras técnicas, verbais e não-verbais. Enquanto relatava essa história a Dot, procurei torná-la realmente interessante para que ela se identificasse com o assunto. Ela então vivenciou as emoções provocadas pela história, o que me permitiu ancorar (cinestésica, visual e auditivamente) as experiências internamente geradas para fazer a mudança. Utilizei também a sobreposição para tornar a metáfora mais rica e atraente.
Um casal, Don e Iris, procurou aconselhamento conjugal para melhorar uma relação que se vinha deteriorando há algum tempo. Don era seis anos mais velho que Iris. Estavam casados havia seis anos e tinham dois filhos, de quatro e dois anos. Durante o namoro Iris era uma mulher esbelta e atraente; desde então, contudo, ela engordara cerca de vinte e cinco quilos. Ganhara peso durante os dois períodos de gravidez e não o perdera depois. Don não gostava de sua aparência e havia alguns meses não tomava qualquer iniciativa sexual. Como ocupava uma posição de gerência numa grande empresa, tinha compromissos sociais relativos ao trabalho. Decidiu escondê-los de Iris, preferindo ir sozinho a arriscar-se ao embaraço que a aparência da mulher lhe causaria.
Fora Don quem decidira ter filhos, e ele havia convencido Iris de que isto seria bom pra eles. Mas à medida que ela engordava durante sua primeira gravidez, Don começou a trabalhar além do expediente. Mesmo na época do aconselhamento, as flutuações de peso de Iris estavam diretamente relacionadas ao tempo que Don passava com ela, e suas orgias alimentares ocorriam nas noites em que ele fazia horas extras. Embora não houvesse indícios de que ele estivesse tendo um caso (ou tivesse tido), era óbvio que a idéia lhe ocorrera.
Don era cuidadoso com sua aparência e falava sobre como via a si mesmo, Iris, por outro lado, falava sobre como sua vida era vazia e de como precisava de algo que a preenchesse. A representação da experiência de Don era tipicamente visual; a de Iris, primordialmente cinestésica. Eram ambos congruentes quanto ao amor que sentiam um pelo outro, embora Don quase tivesse arrepios ao olhar para Iris. Ambos descreviam a experiência sexual que haviam tido juntos antes como " idílica". Com duas crianças pequenas em casa, Iris era extremamente dependente de Don para tudo que excedesse seu papel de mãe.
O estado desejado, para Don e Iris, era que ela emagrecesse, reavivando assim seu desejo físico por ela. Para Iris, o desejo de Don (ou a falta dele) exercia um forte controle sobre a condição de sua experiência subjetiva. Quanto mais ele se afastava dela, mais ela comia para preencher aquele vazio doloroso, o que, por sua vez, fazia-o afastar-se ainda mais.
Já que uma maior atenção da parte de Don ajudaria muito a fazer com que Iris emagrecesse, tornando-a também mais feliz e melhorando sua auto-estima, eu poderia simplesmente Ter explicado a ele o resultado de suas atitudes, e confiado em suas boas intenções para resolver o problema. Mas elas não estavam bastando. De algum modo, sua experiência de estar com Iris, do jeito que ela era, precisava ser realçada. Eu tinha certeza de que, se Don pudesse dar a Iris um apoio carinhoso, protetor mesmo, ela reagiria a isso emagrecendo e "sendo mais ela mesma" (suas próprias palavras). Entretanto, sua aparência atual impedia qualquer um dos dois de suscitar a reação desejada do outro.
Assim, tendo em mente dois objetivos – um a curto prazo, de aumentar a intenção de Don para com Iris, e outro a longo prazo, de fortalecer um relacionamento mutuamente enriquecedor - , decidi usar a metáfora terapêutica com eles. Para construí-la, utilizei informações obtidas deles quanto ao seu comportamento e incorporei expressões verbais específicas usadas por Don para torná-la ainda mais eficaz.
Na metáfora desenhada para Don e Iris, apresentada em seguida, Don está representado por tio Ronnie, enquanto a terra e as alcachofras representam Iris. O relacionamento básico de um fazendeiro que cuida de sua terra e obtém uma resposta dela mantém-se constante em toda a história. Metaforicamente, essa relação é congruente com o relacionamento de Don e Iris. A história foi contada assim:
Você diz que seu pai era fazendeiro. Meu tio Ronnie é fazendeiro. Quero dizer, é assim que eles são chamados na Califórnia, não importa o que cultivem. Mas ele não foi sempre fazendeiro. Antes era negociante, e era bom nisso também. Um sujeito realmente promissor. O pai dele – meu avô – tinha um pedaço de terra grande e bonito na costa da Califórnia. Bem, Ronnie sabia que um dia provavelmente tudo seria dele. E ficou de olho, à medida que o tempo passava.
Mas sua carreira nos negócios tomava-lhe muito tempo. Sabe como é. Finalmente, um dia o pai o chamou à Califórnia e disse-lhe que o trabalho estava pesado demais pra ele, e que precisava que Ronnie tomasse conta das coisas. Ronnie achou que aquela poderia ser uma grande oportunidade. Financeiramente, o lugar era promissor, e era uma terra tão bonita! Ele não pôde resistir.
Durante algum tempo, ele apenas usufruiu de sua nova posição de fazendeiro. Então decidiu que estava na hora de voltar ao trabalho. O pai havia plantado principalmente flores, muito bonitas. Mas, do ponto de vista de Ronnie, não muito produtivas. Depois de examinar várias possibilidades, decidiu que cultivar alcachofras seria a melhor opção para a terra. Elas eram resistentes, perfeitas para o clima, consideradas uma iguaria sofisticada e obtinham um bom preço no mercado.
Então, mandou arar os campos de flores e plantou sementes de alcachofra. Sentiu que estava tomando uma iniciativa sábia e prudente. Mas as alcachofras demoram algum tempo antes de começar realmente a produzir, e Ronnie era um homem impaciente. Seu interesse começou a se dispersar. Um dia, enquanto olhava para os campos, achou-os muito feios. Ele se dizia que aquilo era mais prático, mas ainda assim sentia falta das lindas flores. Afastou-se cada vez mais da terra, deixando-a aos cuidados de outros. Obviamente, a terra sofreu. Os empregados não se importavam tanto com a terra; afinal, não era deles. E os resultados da negligência de Ronnie logo surgiram.
Ronnie me contou que um dia foi aos campos e olhou em volta. Ficou assustado com os montículos granulados e as plantas de alcachofra sem graça, com as folhas espalhadas por toda parte. Disse a si mesmo: ‘Meu Deus, o que foi que eu fiz? Isso é horrível. Não quero nem mesmo chamar isso de meu. Devia ter deixado a terra em paz. Queria nunca ter tocado nela’.
Mas ele tinha tocado. E o que ia fazer com ela agora? Certo, estava produzindo alcachofras e havia um bom mercado para elas. Mas a terra precisava de mais atenção e cuidados para se tornar realmente produtiva. Bem no fundo, ele sabia que isso era verdade.
Enquanto voltava para casa, estendeu a mão e colheu uma alcachofra, levando-a consigo. Enquanto pensava em seus problemas, sentado à mesa da cozinha, começou a estudar atentamente a alcachofra. Era meio feia. Todas aquelas folhas protuberantes, incomíveis do lado de fora. Flagrou-se pensando por que alguém se sentiria atraído por uma coisa assim.
Mas então começou a descascar suavemente a alcachofra. E, à medida que retirava as camadas, ficava cada vez mais encantado com o que descobria. Era lindo! As folhas internas, suaves e macias, o conduziam ao coração da alcachofra. Certamente, era isso o que atraía as pessoas e as levava a comprar e a plantar alcachofras. Sabiam que dentro delas havia um lindo e suculento coração.
Quando ele então olhou pela janela, começou a ver um mar de corações de alcachofras sobre os campos. E riu, porque em vez de plantas feias, granulosas e deselegantes, podia ver agora uma imensidão de plantas trabalhando duro, com todas aquelas camadas externas, para proteger o precioso coração interno, que era, afinal de contas, o que todos queriam delas. Aquelas camadas externas, grossas e espinhosas, protegiam o coração da alcachofra de todos os que não quisessem esperar para chegar ao tesouro escondido.
Alguma coisa naquilo tudo comoveu Ronnie, que era sensível à idéia de vulnerabilidade. Além disso, a alcachofra não podia descascar-se sozinha. Não podia expor seu tesouro oculto sem ele. Aqueles eram seus campos, suas plantas e subitamente ele sentiu o forte desejo de cuidar delas, zelar por elas, para garantir seu crescimento e sua produtividade. Ele se certificaria de que as plantas seriam tratadas com carinho, a fim de que o precioso coração não fosse destruído.
Hoje, é claro, meu tio Ronnie é um fazendeiro bem-sucedido e está muito orgulhoso da sua terra e do que ela produz. Quanto aos primeiros tempos, ele diz que quase perdeu de vista sua direção porque se deixou distrair quando as coisas não pareciam ir bem. E aquela distração custou-lhe tempo e problemas extras para recolocar as coisas no lugar.
Quando olhou bem para o que tinha, sentiu que preferia dar tudo o que possuía a correr o risco de perder tudo o que sempre quisera. Naturalmente, a terra respondeu-lhe tornando-o um homem rico e orgulhoso. Todo mundo podia ver que ele tinha algo de valor."
Esta metáfora funcionou muito bem, suscitando as reações desejadas. Don tornou-se mais atencioso com Iris. Começou a encorajá-la e até participou de um programa de emagrecimento com ela. Segundo suas próprias palavras, ele havia "investido no casamento" e teria que "dedicar-lhe algum tempo e energia para fazer o investimento render".
A vantagem das metáforas é que as pessoas reagem espontaneamente. Seus processos conscientes não interferem e, embora saibam que algo aconteceu, não têm muita certeza do que (ou como) aconteceu.
Se eu tivesse escolhido um resultado desejado diferente, a metáfora teria sido construída de modo diverso. Se a reação desejada fosse que Iris mais segura e independente, na metáfora a terra poderia tornar-se selvagem devido à negligência, recobrindo-se de plantas lindas e estranhas, até que tio Ronnie não mais soubesse andar por sua própria terra: "E era como uma fronteira virgem a ser descoberta, e talvez domada e cultivada por ele, pois o havia superado, e, no máximo, aceitaria domá-lo e cultivá-lo para atender às suas próprias necessidades".
Uma metáfora como essa teria certamente suscitado um resultado diferente do anterior. Na minha opinião, uma reação realmente segura e independente por parte de Iris teria, naquela ocasião, sido mais destrutiva do que benéfica para o seu relacionamento. Esta opinião orientou-me a construir uma metáfora que suscitasse uma reação útil. Quando utilizamos a metáfora terapêutica, devemos Ter sempre em mente o resultado desejado, durante toda a construção e narração da metáfora.
As histórias que narro a seguir, juntamente com trechos de transcrições de terapias, demonstram melhor o uso eficaz de metáforas terapêuticas.
Bud sofria de impotência. Nunca tivera uma ereção suficiente para o coito ou a ejaculação. Aos catorze anos, fora seduzido pela tia, que vivia com ele e a mãe. Essa tia costumava humilhá-lo pela sua falta de habilidade no desempenho sexual. O pai saíra de casa quando Bud tinha doze anos e a mãe nunca soube desses incidentes sexuais. Embora Bud estivesse casado havia seis meses, o casamento não se consumara. A descrição que fazia da esposa encaixava-se perfeitamente na de sua tia, mas Bud aparentemente não tinha a menor consciência dessa semelhança. Ele tinha fotos da esposa e da tia na carteira, e a semelhança física era impressionante. A tia morrera alguns anos antes de ele me procurar em busca de ajuda. A metáfora que utilizei foi construída usando estes componentes:
Descrição do problema
Metáfora terapêutica
A tia é ameaçadora e agressiva.
A igreja está queimando.
Bud é importante para se proteger, mesmo agora que a tia está morta.
Os bombeiros não conseguem usar a água do hidrante e a igreja é destruída.
Solução do problema
Solução metafórica
Bud precisa compreender, no seu inconsciente, que a impotência não é mais necessária como proteção.
Os bombeiros descobrem um modo de abrir a válvula do hidrante.
Bud precisa separar seus sentimentos em relação à tia do que sente pela esposa.
Os bombeiros notam que faíscas da igreja estão incendiando a casa vizinha.
Esta separação permitirá a Bud ser potente com sua esposa.
Os bombeiros apagam o fogo na casa sem problemas.
Minha mãe me contou uma história que sua irmã ouvira de um vizinho em Wichita, Kansas, sobre um incêndio. Parece que a maior igreja da cidade, a mais importante, tinha pegado fogo. Ninguém sabia como o incêndio começara, mas os bombeiros foram chamados para apagá-lo. Quando chegaram, era óbvio que o fogo já tomara tudo. E que calor provinha da igreja! Os bombeiros não eram profissionais, haviam sido mal treinados e estavam apavorados. Parece que todos os bombeiros profissionais estavam ausentes, no piquenique anual dos bombeiros. Inexperientes como eram, os bombeiros amadores fizeram tudo o que podiam, mas mal sabiam por onde começar. Com muita pressa conectaram a mangueira no hidrante, desenrolaram-na e aproximaram-se da igreja em chamas. Era sua intenção entrar assim que a mangueira estivesse funcionando e salvar o que pudessem.
Mas a água não chegou à mangueira e eles não ousaram entrar sem ela. Você, sendo um bombeiro, pode imaginar como foi frustrante. Os bombeiros ficaram desesperados e furiosos, perdendo tempo nessa agitação enquanto o fogo destruía a igreja.
Foi somente quando tinham aceitado a derrota e desistido que ficou óbvio o que tinham que fazer. Aproximando-se do hidrante com curiosidade, sem agitação porque já não havia mais esperança de salvar a igreja, os bombeiros facilmente descobriram o jeito de abrir a válvula, liberando um jato d’água muito forte. Mas, que droga, era tarde demais!
Entretanto, quando se voltaram para observar a igreja, que ruía, carbonizada, notaram que a casa vizinha se incendiara com as centelhas dispersas – e havia vida dentro dela. A igreja estava destruída – esforçar-se por ela não levaria a nada. Ao ouvir os gritos dos que estavam dentro da casa, os bombeiros correram com a mangueira para apagar as chamas sedentas. Com a mangueira funcionando com sua capacidade plena, entraram e apagaram completamente o fogo, não deixando sequer uma fagulha.
Os bombeiros estavam cansados e satisfeitos quando se retiraram da casa. Todas as vidas haviam sido salvas, e o único sinal que restava do fogo era a fumaça que saía pelas janelas abertas.
A igreja ficara completamente destruída, mas mesmo os bombeiros regulares haviam concordado que ela já estava perdida desde o início, e que eles haviam agido bem ao se ocuparem da casa vizinha. Antes de ir embora, contudo, os bombeiros checaram o hidrante mais uma vez, para ter certeza de que não havia qualquer problema com as ligações... para o caso de precisarem voltar.
Em um seminário realizado alguns anos atrás, um jovem, Allen, implorou-me ajuda para um problema muito pessoal. Embora eu lhe tivesse dito que o seminário não era o local apropriado para buscar uma consulta particular, seus pedidos insistentes e perseverantes convenceram-me a dedicar-lhe alguns minutos de atenção particular.
O problema urgente que o pressionava era ejaculação precoce. Ele vinha sofrendo disso havia alguns anos sem procurar ajuda. Mas agora estava apaixonado, realmente apaixonado, e era muitíssimo importante para ele ser um bom amante para sua nova mulher. Baseada no que eu já sabia sobre o comportamento consciente e inconsciente de Allen no contexto do seminário em curso – e também porque o tema daquela noite seria a metáfora terapêutica - , decidi usá-la como intervenção oculta com ele.
No seu nível consciente, eu apenas o consolei, dizendo que não havia muito a fazer com a ejaculação precoce. Com a intenção de remodelar seu comportamento em relação à nova mulher, sugeri-lhe que dissesse a ela que era tão atraente, tão excitante, que ele simplesmente não podia se controlar, que as suas ejaculações precoces eram apenas uma reação à habilidade sexual dela. Allen ficou atordoado com a sugestão, mas educadamente aceitou-a, e começou até a planejar como iria expressar seus comentários após a relação sexual.
Durante a sessão de treinamento da noite, produzi em Allen um leve estado hipnótico e contei-lhe algumas histórias, todas elas construídas para suscitar uma reação específica. Conto a seguir uma dessas histórias, que ilustra as demais. Tenho certeza de que a reação pretendida ficará óbvia para o leitor, embora não tivesse ficado clara para os outros participantes do seminário. Na verdade, a grande maioria dos presentes achou que se tratava de uma indução hipnótica, cuja reação desejada era um profundo estado hipnótico.
Há muitas maneiras de chegar a um lugar. Um homem que trabalhou arduamente o ano todo tem férias de apenas duas semanas. Duas breves semanas, nas quais deve fartar-se de prazeres depois de um ano de trabalho. Que frustração concentrar o prazer aguardado durante um ano em duas semanas! Em geral ele escolhe um lugar onde passar seu período de férias. Uma vez escolhido o lugar, ele talvez o localize num mapa e, nesse mesmo mapa, talvez escolha o caminho mais rápido para alcançar seu destino. Talvez até mesmo encontre um atalho, tão grande é o desejo de chegar ao destino escolhido. E talvez tudo corra muito bem.
Mas é assim que ele passa toda a sua vida – decidindo para onde quer ir e escolhendo o caminho mais curto para chegar lá. E os outros que talvez queiram viajar com ele? E as aventuras e prazeres imprevistos, ignorados porque a atenção estava toda voltada para o ponto de chegada? E este homem, por que este homem tomaria o mesmo atalho para o mesmo destino após ano? Isto é, até um certo ano.
Quando uma coisa boa aconteceu. Naquele ano um amigo ia para o mesmo local. O Grande Canyon. Era para lá que ambos iam. E era lá que ambos haviam estado. Mas o amigo ia dirigindo. E não tinha pressa de chegar. Nem mesmo tinha um mapa ou uma rota, mas mesmo assim tinha absoluta certeza de que chegaria ao lugar desejado e estava feliz em demorar todo o tempo do mundo para chegar lá.
No início, o homem estava impaciente. Mas depois ficou curioso e mesmo seduzido pelo que aquele jeito tão estranho de viajar tinha a oferecer. Pois faziam qualquer coisa que tivessem vontade de fazer. Desviavam-se do caminho, surpreendendo-se e adorando o que encontravam.
E, não importa aonde fossem, aproximavam-se cada vez mais do Grande Canyon. Às vezes, quando o homem gostava especialmente de um desses desvios, não queria ir embora. O amigo o convencia a prosseguir lembrando-o de que "sempre se pode voltar a um lugar especial. E se pode deixá-lo, sabendo que será possível voltar sempre que se quiser". Só assim o homem prosseguia. Ficaram ambos surpresos quando chegaram ao Grande Canyon. Tinham estado tão absorvidos em cada fase da viagem que a chegada foi um prazer inesperado.
O amigo desenhou o caminho por que tinham vindo: "Você pode vir por este caminho, por este ou por aquele. Há tantos caminhos para se chegar quanto são os prazeres que se pode Ter. Todos podem levá-lo aonde quer ir. Alguns rapidamente, outros devagar. Não importa. O que importa é estar no lugar em que se está no momento, em vez de estar no lugar aonde se quer antes de chegar lá. Não se perde nada em estar sempre no lugar em que se está".
E, ano após ano, ele e o amigo viajaram para lugares conhecidos e desconhecidos, confortavelmente e com muito prazer.
Esta metáfora mostrou-se eficaz na alteração do comportamento sexual de Allen. Mais tarde, ele relatou não ter tido qualquer dificuldade com a ejaculação precoce nas semanas seguintes. Seu comportamento na aprendizagem também mudou em resposta à metáfora, de maneira que, ao invés de usar métodos com os quais estava bem familiarizado, ele começou a explorar vários aspectos dos processos que estávamos trabalhando no seminário. À medida que fazia isso, seu prazer aumentava com a expressão da sua criatividade.
Allen nunca tomou consciência de que fizera terapia sexual. Quando posteriormente o encontrei ele presunçosamente comentou que não havia motivo para preocupação, pois descobrira outros modos de lidar com o problema. Respondi que acreditava piamente nele. Ele calou-se, olhou-me pelo canto do olho, começou a falar, então interrompeu-se. Deu de ombros e disse: "Estou me sentindo bem, sabe como é".
Do livro: SOLUÇÕES - Antídotos Práticos para Problemas Sexuais e de Relacionamentos - Leslie Cameron-Bandler - Summus Editorial

Pedagogia Waldorf


Rudolf Steiner






PEDAGOGIA WALDORF

O que diferencia a pedagogia Waldorf de outras correntes pedagógicas inovadoras, é a sua concepção do homem e do mundo, a forma como compreende e atua na realidade frente às necessidades de transformação. A prática educativa Waldorf fundamenta-se na visão do homem como uma unidade harmônica físico-anímico-espiritual.A pedagogia Waldorf considera que o ser humano não está determinado exclusivamente pela herança e pelo ambiente, e sim pela resposta que do seu interior é capaz de realizar, em forma única e pessoal, a partir das impressões que recebe. Considera que o homem ao nascer é portador de um potencial de predisposições e capacidades que ao longo de sua vida lutam por desenvolver-se.A Pedagogia Waldorf explica e fundamenta o desenvolvimento dos seres humanos segundo princípios gerais evolutivos que compreendem etapas de 7 anos, denominadas setênios. Cada setênio apresenta momentos claramente diferenciáveis, nos quais surgem ou despertam interesses, perguntas latentes e necessidades concretas.O currículo Waldorf considera não só o gradual desenvolvimento das capacidades intelectuais mas, igualmente, o desenvolvimento gradativo da alma infantil e de sua capacidade e interesse pelo fazer prático. O mundo é apresentado paulatinamente, desde o mundo mágico dos contos de fadas, passando pelo ritmo do tempo (dia e noite, estações do ano etc.), entrando, as séries mais avançadas, na realidade histórica. O estudo das ciências também se descortina de forma gradual, abordando o homem e a natureza, não apenas através de uma observação objetiva exterior, mas procurando igualmente vislumbrar a realidade espiritual que tudo permeia.As atividades artísticas desempenham um papel fundamental, estando presentes em todas as disciplinas. Assim também o fazer prático permeia todo o processo pedagógico contribuindo com o desenvolvimento de talentos e habilidades.Como premissa para a pedagogia Waldorf, existe um programa específico de formação de professores, que os prepara e capacita para compreender o desenvolvimento da criança como um ser espiritual se encarnando num mundo terreno, bem como para que saibam de que forma propiciar o desabrochar de suas potencialidades nas épocas certas e da forma correta.Os professores Waldorf são preparados para que se tornem, cada vez mais, capazes de perceber cada individualidade particular, cada criança como futuro adulto específico, com seus impulsos, perguntas e contribuições próprias. O professor deve significar para cada criança a ponte entre esta criança e o mundo que a rodeia. Para isso é necessário que o professor seja um profundo conhecedor do mundo e da cultura de sua época, procurando compreender o que significam as diferentes correntes e movimentos culturais de seu tempo, conhecendo também a fundo as questões sociais, buscando expressá-las e encontrar caminhos para elas. Os professores de uma escola Waldorf devem ser personalidades amplamente interessadas pelo mundo atual, bem como profundos conhecedores da alma humana.A Pedagogia Waldorf foi concebida por R. Steiner em 1919 (Antroposofia) e atualmente já existem perto de mil escolas Waldorf, espalhadas por todos os continentes.Fonte: Federação das Escolas Waldorf no Brasil

quinta-feira, 13 de março de 2008

Psicologia as 4 forças.

Existem quatro forças na psicologia que se utilizam de vários métodos.A psicologia ocidental originou-se na Grécia por volta do ano 500 a.C. dentro da Filosofia, onde alguns filósofos iniciaram cogitações sobre a psique humana. Destacam-se Sócrates, Platão e Aristóleles como grandes filósofos que criaram a base da filosofia ocidental.No século XIX, no período de 1832 a 1860 na Universidade de Leipzig, Alemanha, é que a psicologia surgiu como ciência separada da filosofia através do estabelecimento de métodos e princípios teóricos aplicáveis ao estudo e de grande utilidade no estudo e tratamento de diversos aspectos da vida e da sociedade humana.A teoria psicológica tem caráter interdisciplinar por sua íntima conexão com as ciências biológicas e sociais e por recorrer, cada vez mais, a metodologias estatísticas, matemáticas e informáticas. Não existe, contudo, uma só teoria psicológica, mas sim uma multiplicidade de enfoques, correntes, escolas, paradigmas e metodologias concorrentes, muitas das quais apresentam profundas divergências entre si.Modernamente a psicologia é dividida em quatro grandes correntes denominadas forças: 1ª FORÇA: Behaviorismo ou Psicologia Comportamental - criada por John B. Watson. Reformulou os conceitos de consciência e imaginação, negando o valor da introspecção. Watson rejeitou tudo o que não pudesse ser mensurável, replicável ou observável em laboratório. Segundo ele, somente o comportamento manifesto era possível de ser validado cientificamente. Os estudos posteriores demonstraram que essa postura não era correta em alguns aspectos, mesmo assim os estudos de Watson foram determinantes para a expansão da psicologia.2ª FORÇA: Psicanálise - criada por Sigmund Freud, o estudo psicanalítico focaliza prioritariamente a patologia e o extremo sofrimento diante da própria impotência e da limitação humana. Freud teve inúmeros seguidores e muitos de seus postulados sobre a psique continuam válidos e dão suporte às outras escolas que se desenvolveram a partir da psicanálise. Freud também teve dissidentes que evidenciaram outros aspectos importantes da psique humana que ele não admitia. O principal discípulo de Freud foi Carl Gustav Jung que é considerado um dos precursores da Psicologia Transpessoal devido aos seus inúmeros estudos sobre o ocultismo.3ª FORÇA: Psicologia Humanista - surgiu nos Estados Unidos e na Europa, na década de 50, como reação explícita ao behaviorismo e a analogia entre o Ser Humano e a máquina e que colocava à margem do seu objeto de estudo os fatores afetivos e emocionais. Os humanistas reagiram a essa opção metodológica pela exclusão da emoção, que consideravam inerente e fundamental no ser humano. A visão do Ser Humano no humanismo é a de um ser criativo, com capacidades de auto-reflexão, decisões, escolhas e valores. Abraham Maslow é considerado fundador desse movimento. A respeito da psicanálise Maslow afirmou que Freud se deteve na doença e na miséria humana e que era necessário considerar os aspectos saudáveis, que dão sentido, riqueza e valor à vida. Uma das funções da forma humanista de se analisar a psicologia é resgatar o sentido da vida próprio da condição humana. Maslow afirmava que o homem seria um ser com poderes e capacidades inibidas. Adoecemos, não só por termos aspectos patológicos, mas, muitas vezes, por bloquearmos elementos saudáveis.4ª FORÇA: Psicologia Transpessoal - a partir das idéias exaradas na psicologia humanista surgiu a 4ª força. Maslow acreditava que vivenciar o aspecto transcendente era importante e crucial em nossas vidas. Pensar de forma holística, transcendendo dualidades como certo, errado, bem ou mal, passado, presente e futuro é fundamental. Maslow declarava que sem o transcendente ficaríamos doentes, violentos e niilistas, vazios de esperança e apáticos. Na segunda edição do livro "Introdução a Psicologia do Ser" Maslow anuncia o aparecimento da quarta força em psicologia - para além dos interesses personalizados, mais elevada e centrada no cosmo. Em 1968, ele concluiu: "Considero a Psicologia Humanista, a Psicologia da Terceira Força, transitória, uma preparação para uma Quarta psicologia ainda "mais forte", transpessoal, transumana, centrada no cosmos e não em necessidades e nos interesses humanos, que vai além da condição humana, da identidade, da auto-realização, etc." Algo maior do que somos e que seja respeitado por nós, e ao qual nos entregamos num novo sentido não materialista. Vitor Frankl, Stanislav Grof, James Fadiman e Antony Sutich uniram-se a Maslow e oficializaram, em 1968, a Psicologia Transpessoal, enfocando o estudo da consciência e o reconhecimento dos significados das dimensões espirituais da psique. Esse evento foi anunciado por Antony Sutich, em seu artigo Transpersonal Psychology. E os métodos propriamentes ditos se dividem em,Introspecção ou método de observação interna.Extropecção ou método de observação externa.E os métodos possuem algumas técnicas.1- animais em laboratório; 2- técnica da medida do tempo da reação; 3- técnica das associações determinadas; 4- técnica da associação livre; 5- técnica dos grupos de controle; 6- técnica da comparação de gêmeos; 7- técnicas projetivas. Além de outras como a pnl e o tcc. Espero que tenha te ajudado.

Fonte(s):
BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de Psicologia Geral. 12 ed. São Paulo. Ática, 1995.http://papaumbu.vilabol.uol.com.br/psique/psicotransp.htm

quarta-feira, 12 de março de 2008

Pedagogia Hospitalar


Pedagogia hospitalar: uma possibilidade a mais *Prof.ª Dr.ª Elizete Lúcia Moreira Matos (Organizadora)* e co-autoria
RESUMO
O artigo abaixo foi realizado com as turmas de formandos do curso de Pedagogia da FACINTER, quando assumi em outubro de 2004 a disciplina de Estudos Independentes para trabalhar a proposta da Pedagogia Hospitalar em contexto teórico e prático. Este tema vem crescendo no cenário nacional com uma representatividade em 19 estados do Brasil, desenvolvendo propostas acadêmicas e práticas em contextos hospitalares e correlatos à área de saúde com o envolvimento de universidades, hospitais, Secretarias da Educação e da Saúde das realidades municipais, estaduais e privadas, ampliando o foco de atuação do pedagogo no espaço da saúde e garantindo por meio de propostas pedagógicas uma possibilidade a mais com a integração de multiprofissionais em prol da recuperação da saúde de uma forma mais ampla e humanizada. Atuo nesta área como pesquisadora e docente tanto na parte teórica como prática há mais de 12 anos. O desafio deste artigo foi envolver as turmas manhã e noite, inicialmente com exposição oral teórica, leitura de artigos e vivências práticas em contexto hospitalar. Após esta etapa as alunas individualmente produziram um short paper sobre a temática e o próximo passo foi elaborar a reescrita em sala de aula e depois uma organização final minha para fechar o artigo. Creio que o discente, quando, após a tomada de conhecimento teórico e envolvimento prático, é desafiado a desenvolver uma produção sobre o assunto, torna o mesmo mais amplo para ele no aspecto de compreensão. Foi uma experiência muito boa e gratificante que agregou valor a todos os envolvidos.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o direito à educação é dever não só da escola, mas da sociedade, na qual se devem buscar alternativas que amenizem as dificuldades encontradas em muitas situações. Neste contexto, surge uma nova área de atuação para os profissionais da educação: o hospital. O enfermo hospitalizado, principalmente em se tratando da criança e do adolescente, passa por uma experiência dolorosa de privação de saúde e de liberdade, vivida pela dor física e pelo desequilíbrio emocional, este acarretado devido à sensação de abandono no ambiente hospitalar, o que dificulta a cura e prolonga o tratamento. Este quadro reflete-se também na vida escolar da criança, que muitas vezes acaba perdendo o ano letivo. A finalidade da Pedagogia Hospitalar é integrar educadores, equipe médica e família, num trabalho em conjunto que permite ao enfermo, mesmo em ambiente diferenciado, integrar por meio de ações lúdicas, recreativas e pedagógicas novas possibilidades e maneiras de dar continuidade a sua vida escolar e, com isso, beneficiar sua saúde física, mental e emocional. Este trabalho gera mudanças no ambiente físico hospitalar, tornando-o mais alegre e aconchegante com projetos pedagógicos adequados. Para isso, é importante buscar educadores especializados e comprometidos profissionalmente e socialmente, pois a qualidade do trabalho é fundamental para alcançar os objetivos almejados.
O campo da Pedagogia Hospitalar surgiu da necessidade expressa de pessoas, que por motivos ligados a enfermidades, afastam-se do momento de escolarização e, com isso, tornam-se excluídos das instituições de ensino e da própria comunidade a que pertencem. De certa forma, as escolas não possuem nenhum tipo de tratamento especial para alunos que se enquadram nestas modalidades, desestimulando-os a continuarem sua escolarização e confrontando-se com o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente, que garante uma educação gratuita, para todos e com qualidade. Contudo, este trabalho busca preservar o vínculo entre o processo educativo e a criança/adolescente, executando seu papel transformador da realidade presente. O profissional que tem a intenção de atender a essa educação hospitalizada necessita de uma formação diferenciada que desenvolva suas habilidades e competências, bem como um trabalho emocional qualificado que o beneficie diante de determinadas situações. Nesta perspectiva, propor a inserção, permanência e continuidade do processo educativo, aliviar possíveis irritabilidades e promover ocasiões que oportunizem a exteriorização de situações conflituosas do escolar doente, nela encontram-se alguns objetivos da Pedagogia Hospitalar. A estrutura física do hospital também deve favorecer condições de se efetuar com êxito este trabalho humanizador. Tanto ambiente como equipe hospitalar, a família e a escola devem trabalhar juntos, carregados de humanismo e com propostas pedagógicas, além das demais intervenções de fundamental importância que já estão envolvidas no contexto hospitalar, e, neste caso, a Pedagogia Hospitalar, mediada e coordenada por um educador da área, poderá vir a beneficiar de forma surpreendente determinados aspectos ali situados. A Pedagogia Hospitalar tem como objetivo possibilitar à(ao) criança/jovem hospitalizada(o) a continuação de suas atividades educativas, envolvendo o lúdico e o pedagógico no seu contexto geral. O elo entre a escola e o hospital visa proporcionar ao educando enfermo a continuidade de seus estudos mesmo estando hospitalizado, pois algumas enfermidades requerem a permanência dos mesmos durante longo período em ambiente hospitalar. O afastamento do internado de sua família, da escola e dos amigos acaba alterando sua auto-estima, criando ansiedade, medo, desânimo, depressão e tornando lenta sua recuperação. As ações da pedagogia no hospital trouxeram novas perspectivas e desafios para o enfermo no que diz respeito a sua condição emocional, psicológica e criativa para instalar no hospital ambientes adequados a um procedimento próprio ao educando, respeitando contudo as condições ambientais e adequadas às restrições do tratamento médico do enfermo, buscando reduzir os impactos causados pela internação, tanto na vida escolar quanto no desenvolvimento da(do) criança/adolescente doente.

A EDUCAÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR
Com a expansão da pedagogia no mercado de trabalho, surgiram novos caminhos na área empresarial, hospitalar, de recursos humanos, no ambiente escolar e em outros ainda a se desvendar. Com o surgimento destas novas vertentes da pedagogia, podemos considerar que a área hospitalar está em grande desenvolvimento por estar trabalhando e caminhando lado a lado com a escola. Surge assim um grande campo de atuação para o pedagogo junto com as equipes de saúde, criando um desafio para os cursos de Pedagogia, de preparar um profissional capaz de suprir as necessidades da formação continuada e do desenvolvimento de novas habilidades para corresponder à demanda do mercado de trabalho. Com isso fica claro que para a(o) criança/jovem que necessita de uma internação hospitalar também seria ideal uma especial atenção as suas necessidades psíquicas e cognitivas e, neste tempo, a mesma receba a referência de socialização. Desta maneira, a pedagogia hospitalar representa uma nova vertente para a educação que visa dar subsídios educacionais pedagógicos ao enfermo para assegurá-lo de uma boa recuperação, pois uma(um) criança/jovem que recebe carinho, calor humano, atenção e afeto pode vir a se recuperar mais rápido.
A Pedagogia Hospitalar, essa nova modalidade de atuação do pedagogo, nos põe à prova de um trabalho que aos poucos está criando raízes e muito ainda se tem a fazer. O importante é buscar alternativas para se desenvolver propostas nas instituições em que os discentes do curso de Pedagogia fiquem sensibilizados e desenvolvam projetos e pesquisas que venham a beneficiar e aliviar o sofrimento dessas(es) crianças/jovens, dando-lhes oportunidade para que não percam esse seguimento tão importante da educação em suas vidas. Assim, as(os) crianças/jovens hospitalizadas(os) continuarão com perspectivas, sem perder o contato com os livros, os cadernos, as brincadeiras, a afetividade e, o mais importante, mantendo o contato familiar e escolar e sentindo-se integrada à sociedade. Deixando de pensar na doença, eles podem se envolver de tal forma que até se sintam felizes e produtivos. Assim deixam de ser excluídos e despertam para a realidade, buscando forças no seu interior para reagir diante da doença e do lugar em que estão vivendo de forma mais positiva, criando expectativas para um futuro promissor, com muitas esperanças de cura e da volta ao convívio familiar e social. O papel da educação é o de proporcionar essas transformações sociais, levando uma nova alternativa para transformar o ambiente hospitalar de um lugar triste e muitas vezes desconfortante para um local mais descontraído, por meio de projetos lúdicos, pedagógicos e criativos, desenvolvendo habilidades de acordo com as especificidades pertinentes a este contexto, dentro de suas necessidades no tempo em que os mesmos estiverem internados, envolvendo-os também em seu processo escolar. O pedagogo pode contribuir e agir por meio do trabalho pedagógico e se inter-relacionar no ambiente hospitalar num cenário inter/multi/transdisciplinar, procurando conciliar o fato de que lá está a(o) criança/jovem, com necessidades específicas. Assim deve agir de forma que o atendimento seja direcionado a cada um, de acordo com seus momentos e com a função que sua doença exige, estando atento a todo o cenário em que nele interagem multiprofissionais em prol da recuperação de cada enfermo, respeitando estes limites de espaço e, ao mesmo tempo, integrando-se aos mesmos. Não se pode generalizar o dia-a-dia em um hospital, portanto contar histórias, dramatizar, usar fantoches e outras tantas linguagens são comunicações que chamam a(o) criança/jovem para fora da realidade hospitalar, o que pode contribuir para melhorar a qualidade de vida dessas(es) crianças/jovens, pois esse diferencial, com certeza, contribuirá para que a hospitalização possa vir a ser mais amena em sua vida. Segundo Cardoso (1995, p. 48),
Educar significa utilizar práticas pedagógicas que desenvolvam simultaneamente a razão, a sensação, o sentimento, a intuição, que estimulam a integração intercultural e a visão planetária das coisas, em nome da paz e da unidade do mundo. Assim, a educação, além de transmitir e construir o saber sistematizado, assume um sentido terapêutico ao despertar no educando uma nova consciência que transcenda do eu individual para o eu transpessoal.
A(o) criança/jovem, em sua maioria, tem a mãe e a família como refúgio no seu dia-a-dia, e no ambiente hospitalar perde esse elo. Sem esse apoio ao qual estava habituada, cria grande ansiedade e insegurança, o que agrava o seu estado de saúde. Por isso a presença da família é muito importante, em especial a da mãe. A atuação do pedagogo é uma necessidade de contribuição especializada no contexto lúdico-pedagógico. O público-alvo é formado por crianças/jovens enfermas(os). O objetivo do pedagogo é promover inserção, permanência e continuidade do processo educativo, aliviar as possíveis irritabilidades, a desmotivação e o estresse. A comunicação e o diálogo são essenciais, pois desenvolvem a relação de integração. O pedagogo e a equipe inter/multi/transdisciplinar devem promover ocasiões que oportunizem a exteriorização de situações conflituosas do enfermo, integrando saberes em ações integradas. O papel do pedagogo é fazer da práxis sua filosofia de trabalho e seu projeto deve estar carregado de humanismo e fundamentado teoricamente, pautado em pesquisas e planejamentos, porém sem esquecer que cada caso é um caso específico, e este é o desafio, como integrar sua prática em realidades tão iguais, que é cada contexto hospitalar, e tão diferentes quando voltadas a cada enfermo. O papel da educação torna-se importante em face da multiplicidade das demandas e necessidades sociais emergentes.
Ninguém faz nada sozinho, precisamos da ajuda de outras pessoas. Por isso, necessitamos trabalhar em equipe, unindo força e conhecimento. A obtenção do bem-estar pela evolução do processo de cura da(do) criança/jovem de maneira integral torna-se o principal objetivo de todos que ali estão a oferecer seus préstimos. Pensando nisso, foram criados alguns projetos levados à execução com sucesso, como por exemplo: Hospitalização Escolarizada, Sala de Espera, Enquanto o Sono não Vem, Mural Interativo, Inclusão Digital, entre outros. O hospital é um ambiente muito triste e deprimente e estas práticas, como a contação de histórias, em que pessoas tornam-se personagens da história, trazem mais alegria, encanto, brilho, sonhos e fantasia ao olhar, ouvir, pensar e sentir dos enfermos. O ambiente se transforma, ficando mais animador, mais colorido, mais descontraído. A energia desses momentos lúdicos devolve à(ao) criança/jovem a alegria e deixa mais ameno o clima frio e triste do ambiente hospitalar.
Acredita-se que a Pedagogia Hospitalar está avançando e ganhando reconhecimento notório perante a sociedade em geral. O objetivo da Pedagogia Hospitalar, que é orientar, acompanhar e administrar a educação de crianças e jovens que estejam incapacitados de freqüentar a escola por motivo de saúde, é um grande incentivo e tem dado resultados positivos nos hospitais em que esses projetos existem, além de abrir espaço para mais uma possibilidade profissional. Os enfermos que muitas vezes ficam longos períodos internados acabam perdendo o ano escolar porque não podem comparecer às aulas, e aí entra a questão: saúde ou educação? As duas coisas são extremamente importantes na vida de cada individuo e a Pedagogia Hospitalar visa fazer o máximo para que os dois fatores, tanto saúde como educação, possam estar caminhando juntos, lado a lado, quando há internação prolongada. Os pedagogos, dentro dos hospitais, só trazem benefícios para as(os) crianças/jovens, diminuindo a ansiedade dos mesmos e dos familiares e interagindo sempre com eles. Por fim, é necessário que a sociedade, os governantes e as escolas criem projetos diversificados, para atender qualquer tipo de problemas escolares que o indivíduo possa vir a ter, assim a educação abrangeria uma percentagem muito maior de brasileiros.
As intervenções pedagógicas em ambiente hospitalar são fatores importantes na recuperação de crianças/jovens enfermas(os), pois conseguem fazê-los se desligar um pouco de seu problema e passarem a ter uma visão diferente do hospital. Essa nova possibilidade da pedagogia pode promover uma maior aceitação do enfermo ao hospital e com isso pode minimizar a ansiedade que gera a internação. Com este projeto da Pedagogia Hospitalar a recuperação pode vir a ser mais rápida, pois o enfermo se sente inserido em um novo fazer e agir, mesmo que em contexto hospitalar. O profissional que atua na área da Pedagogia Hospitalar vem realizando grandes projetos e tem implantado várias formas que envolvem o processo ensino/aprendizagem, com atuações pedagógicas lúdicas, que são muito importantes para essas crianças/jovens hospitalizados. Esta proposta da Pedagogia Hospitalar levanta parâmetros para um constante estudo e até mesmo bases para desenvolver um bom trabalho em conjunto com o corpo clínico hospitalar e demais envolvidos para, cada vez mais, conhecermos e integrarmos as necessidades e a importância desse trabalho. Um fato importante, também, é o desafio aos cursos de Pedagogia, nos quais mudanças sociais são exigidas constantemente.

UMA NOVA PEDAGOGIA
A Pedagogia Hospitalar é hoje um novo desafio para os cursos de Pedagogia, que poderão adaptar-se a estas mudanças para incluir o aluno/enfermo em uma nova realidade para que não perca o ano letivo que vinha cursando. Apesar da grande evolução da medicina, com todas as descobertas, equipamentos avançados, da mesma maneira que se desenvolve rapidamente com a globalização, as doenças também se desenvolvem rapidamente. Com isso, o profissional em Pedagogia Hospitalar, o educador, o contador de histórias e outras dimensões pedagógicas que se leva para o contexto hospitalar (como a fantasia, o encantamento, a imaginação) podem resgatar novas possibilidade de conviver neste ambiente de forma mais harmoniosa entre aspectos relevantes a condição inata do organismo de saúde e bem-estar. A Pedagogia Hospitalar colocará o profissional da educação diante deste novo cenário, sendo o seu maior desafio levar esperança de vida às crianças e jovens para que possam enfrentar de maneira positiva as dificuldades, com isso diminuindo suas ansiedades e sofrimento. Para que isso aconteça, é preciso flexibilizar e agilizar os conteúdos do currículo escolar para que se adaptem ao estado da criança ou jovem que se encontra internado no hospital ou que esteja em tratamento. Desta maneira, a escola estará exercendo seu real papel social em contexto diferenciado, levando o conhecimento a quem está debilitado e aumentando suas esperanças e expectativas em se tornar o cidadão do amanhã. Esta nova Pedagogia é uma maneira de humanizar o papel da escola sem renunciar a seus conteúdos, adaptando-os àquelas crianças ou jovens que estão passando por momentos difíceis, para que tenham novas perspectivas e esperança de vida e de um futuro melhor e que, ao retornarem à escola, possam estar acompanhando o processo de aprendizagem sem bloqueios ou atrasos.

REFLEXÕES SOBRE PEDAGOGIA HOSPITALAR
A Pedagogia Hospitalar apresenta-se como uma nova possibilidade de trabalho para o pedagogo, promissora dentro do ambiente hospitalar. Trata-se de uma Pedagogia do presente, centrando-se no emergencial e transitório do educando hospitalizado e fazendo com que interajam enfermo, equipe hospitalar, família e escola. É uma nova realidade interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar, pois envolve saberes em prol da vida. A formação dessas pessoas requer uma formação continuada, com o desenvolvimento de novas habilidades para fazerem frente a essas demandas, integrando os profissionais da saúde e educadores no mesmo espaço, visando o bem-estar geral da criança e do jovem no tratamento e recuperação ampla de sua saúde.
Como sabemos, todo cidadão tem direito à saúde e à educação, como consta no Estatuto da Criança e do Adolescente. Para que isso aconteça, o pedagogo está procurando como alternativa trabalhar dentro dos hospitais e, com isso, apontando mais um campo de trabalho para aplicação da ação pedagógica. Apesar do hospital ter condições contraditórias para que ocorra a educação dessa(e) criança/jovem, se faz necessária sua presença, pois quando a(o) criança/jovem não tem esse acompanhamento pedagógico, poderá perder conteúdos e até mesmo perder o ano letivo, tudo isso dependendo do tempo em que o aluno ficará no hospital. Além dos conteúdos programáticos que as crianças fazem em seus quartos ou nos diferentes locais que alguns hospitais oferecem como sala de aula, laboratório com computadores, brinquedoteca e sala de jogos, é um novo cenário marcando presença, uma presença de fundamental importância também para a recuperação da saúde e do bem-estar. Para a(o) criança/jovem que está em procedimento de consulta, porém ainda não hospitalizada(o), existem propostas como a Sala de Espera, que oferece desenhos, histórias infantis, fantoches e outras modalidades lúdicas pedagógicas. Enfim, é importante a presença de um profissional da educação integrado aos profissionais da saúde e ao contexto hospitalar em seus aspectos diferenciados conforme a realidade, para que promovam ações que possam envolver esta criança ou jovem que está hospitalizada(o) ou em processo de consultas de uma forma mais harmoniosa e humana, pois a vida com saúde é o maior patrimônio que cada um de nós tem, e quando isso está em jogo toda ação em prol de sua recuperação é bem-vinda. Para que esse atendimento seja realizado desde o momento em que o paciente entra no hospital até sua saída, é necessário que tenhamos profissionais preparados e, para que isso aconteça, torna-se importante que as instituições de ensino superior com os cursos de Pedagogia e Formação de Professores revejam suas propostas e incluam esta temática de atendimento a educandos em contexto hospitalar, pois muitas crianças e jovens adoecem todo dia e às vezes necessitam ficar um bom tempo hospitalizados. Todas as realidades escolares deveriam começar a incluir essa forma de atendimento por meio da qual a educação e a saúde trilham juntas em seus diferentes contextos, especialmente quando for necessário coabitarem um mesmo espaço para a promoção humana nas suas diferentes facetas.
A Pedagogia Hospitalar construiu, ao longo do seu tempo de existência, uma relação bem-sucedida entre os educadores e os profissionais de saúde e constitui um desafio aos cursos de Pedagogia ao relacionar teoria e prática para o alcance dos resultados pretendidos num contexto que é escolar, mas que se estabelece em realidade hospitalar.
A Pedagogia Hospitalar é uma grande conquista, porque enfoca um trabalho de parceria entre educadores e profissionais da saúde que, juntos, podem vir a proporcionar ao doente educando uma recuperação mais aliviada e uma proposta com um olhar voltado para o lúdico, que facilita a adaptação de suas necessidades em ambiente hospitalar. Enfim, um sistema eficiente de comunicação voltado a valores e crenças sobre a realidade hospitalar. Todo esse trabalho está voltado àqueles que, por estarem hospitalizados, permanecem prejudicados em sua escolarização e alguns até em estado de analfabetismo. Um trabalho que tem a oportunidade de mostrar novos cenários e cenas em ambiente hospitalar e inserir um novo educador, o hospital em um novo hospital ainda mais humanizador, por meio de equipes multi/inter/transdisciplinares, onde o contador de histórias seja aventureiro, alegre e dinâmico, por meio de projetos que possibilitam sonhos, fantasias, e até mesmo um auxílio à cura, transformando a medicina em uma nova medicina, onde equipes de multiprofissionais são também os atores neste cenário. O educador, com seu conhecimento didático, metodológico, lúdico e recreativo, pode integrar seus saberes aos demais saberes que já estão neste contexto e com isso promovermos novos olhares em ambiente hospitalar.
Essa Pedagogia veio com o papel de trabalhar a transformação da doença em interação e vencer obstáculos que dificultam a autonomia das pessoas de expressão e compreensão de estímulos abstraídos do cotidiano.
Cabe destacar, neste fechamento, MATOS e MUGGIATI (2001, p. 83):
Muito há pela frente, considerando suas novas vertentes que aí estão para se associarem aos primeiros esforços que, certamente, servirão de base angular para uma edificação sólida, com a consistente participação de todos, em prol daquelas crianças e adolescentes que têm direito à saúde, mas também têm direito de se educar. Essa polêmica realidade, de ordem política, social, psicológica e educacional, com imensuráveis dimensões, veio, assim, se constituir em incontestes argumentos à necessidade de se buscarem alternativas de complementação e aprimoramento científico. A Pedagogia Hospitalar representa a segura resposta ao desafio que se instalou.
Finalmente, pretende-se que este presente artigo, por mim organizado e produzido de forma espetacularmente integrada entre alunas formandas dos turnos manhã e noite, da disciplina Estudos Independentes do curso de Pedagogia da FACINTER, possa apontar para o leitor um novo olhar sobre esta nova área que está surgindo no campo da educação. Já temos várias instâncias legais do MEC, CNE e CEE de educação que nos garantem este trabalho. A inclusão e a humanização se fazem presentes em vários contextos, e este é um deles.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CARDOSO, Clodoaldo Meneguello. Uma visão holística da educação. São Paulo: Summus, 1995.
MATOS, E. L. M.; MUGIATTI, M. M. T. F. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Ed. Champagnat, 2001.
MATOS, E. L. M. Pedagogia Hospitalar. Revista Educação em Movimento, Curitiba, v. 2, n. 5, p. 39-42, maio/ago. 2003.
______ . Aproximação conceitual da Pedagogia Hospitalar. Revista Anual da Faculdade de Pedagogia da Serra – Pedagogia em Ação, v. 4, n. 4, p. 89-92, jun. 2003.

* Graduada em pedagogia, especialista em RH e Psicopedagogia, mestre em Educação e doutora em Gestão de Negócios e Inovações Tecnológicas – Pesquisadora. Professora titular da PUC-PR, atua no Mestrado em Educação, linha de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias, docente do curso de Pedagogia com programas de aprendizagem voltados a Princípios Éticos e Psicopedagógicos da Inclusão e em campos de estágio com a Pedagogia Hospitalar. Professora da FACINTER na disciplina Estudos Independentes. Consultora e avaliadora ad hoc.

terça-feira, 11 de março de 2008

Didática e Metodologia.


Didática e Metodologia. Para que serve?
Antes de entrarmos, neste assunto vamos ver os significados destas palavras.

Didática: A palavra didática (didáctica) vem da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que se pode traduzir como arte ou técnica de ensinar. A Didática é a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. A didática estuda os processos de ensino e aprendizagem. O educador Jan Amos Komenský, mais conhecido por Comenius, é reconhecido como o pai da Didática Moderna e um dos maiores educadores do século XVII. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Método (do Grego methodos, met' hodos que significa, literalmente, "caminho para chegar a um fim"). Sobre este assunto, podemos referir:

Metodologia: é o estudo dos métodos. Ou então as etapas a seguir num determinado processo. Tem como finalidade captar e analisar as características dos vários métodos disponíveis, avaliar suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou as implicações de sua utilização. Além de ser uma disciplina que estuda os métodos, a metodologia é também considerada uma forma de conduzir a pesquisa ou um conjunto de regras para ensino de ciencia e arte.

Em Gestão de Projectos, existe a metodologia geral e a metodologia detalhada.

Didática é uma disciplina técnica que tem por objeto específico a técnica de ensino (direção técnica da aprendizagem).
E a didática estuda a técnica de ensino em todos os seus aspectos práticos e operacionais,podendo ser definida como: " A técnica de estimular, dirigir encaminhar, no decurso da aprendizagem, a formação do homem". (Aguayo.).
A didática pode ser, geral e especial.
A didática geral estuda os princípios, as normas e as técnicas que devem regular qualquer ensino, para qualquer tipo de aluno. Ela nos dá uma visão geral da atividade docente.
A didática especial estuda aspectos científicos de uma determinada disciplina ou faixa de escolaridade. Ela analisa os problemas e as dificuldades que o ensino de cada disciplina apresenta e organiza os meios e as sugestões para resolvê-los. Assim, temos as didáticas especiais das línguas (francês, inglês, espanhol, etc.); as didáticas especiais das ciências (física, química, matemática, etc.).
E temos didática e metodologia (PILETTI) faz uma ligeira diferença entres estes termos.
A didática faz um juízo de valor.
A metodologia dá juízos de realidade
Juízos de realidade são juízos descritivos e constativos. Exemplos:
* Dois mais dois são quatro.
* acham-se presentes na sala 50 alunos.
Juízos de valor são juízos que estabelecem valores ou normas.
Exemplos:
* a democracia é a melhor forma de governo.
* os velhos merecem nosso respeito.
Então concluímos que podemos ser metodologistas sem sermos didáticos, mas não podemos ser didáticos sem sermos metodologistas, pois podemos julgar sem conhecer.
Por este motivo dentro didática estudamos vários métodos, para serem adequados a cada caso.
E dentro da didática tem vários outras aspectos a serem estudados.
Ciclo docente, planejamento, orientação e controle; currículo,
Planejamento de ensino: o que pretendo alcançar ?, em quanto tempo pretendo alcançar ?, como posso alcançar ? O que fazer e como fazer? quais os recursos necessários ? o que e como analisar a situação a fim de verificar se o que pretendo foi alcançado?
Seleção e organização de conteúdo. Os objetivos.
Avaliação. Motivação da aprendizagem. A organização e direção de uma classe escolar. Hoje em dia alguns falam em gestor de sala de aula e ensino/aprendizagem.
Todos estes procedimentos são tratados em didática para se ajudar o ensino.
Mas vc pode saber de tudo isso e ser considerado eficiente sem ser eficaz. Isto ocorre quando estes instrumentos não obtiver relutados.
Mas será eficiente e eficaz quando os seus alunos aprenderem o que vc ensinou. Este assunto é extenso e merece um estudo mais aprofundado, que é o caso de quem faz pedagogia, normal superior , e os outros cursos de licenciaturas. Espero ter ajudado.

Fonte(s):

PILETTI, Claudino. Didática Especial. 18 ed. Ática. São Paulo. 1997.


segunda-feira, 10 de março de 2008

PEDAGOGIA EMPRESARIAL



Pedagogia empresarial
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Pedagogia empresarial designa as atividades de estímulo ao desenvolvimento profissional e pessoal realizadas dentro das empresas. O termo foi cunhado pela professora Maria Luiza Marins Holtz.
A
Pedagogia e a Empresa fazem um casamento perfeito. Ambas tem objetivo semelhante em relação às pessoas, principalmente nos tempos atuais.
Uma Empresa sempre é a associação de pessoas, para explorar uma atividade, liderada pelo empresário, pessoa
empreendedora, que dirige e lidera aquela atividade com o fim de atingir ideais e objetivos também definidos.
A Pedagogia é a ciência que estuda e aplica doutrinas e princípios visando um programa de ação em relação à formação, aperfeiçoamento e estímulo de todas as faculdades da personalidade das pessoas, de acordo com ideais e objetivos definidos.
Tanto a Empresa como a Pedagogia agem em direção à realização de ideais e objetivos definidos, no trabalho de provocar mudanças no comportamento das pessoas. Esse processo de mudança provocada, no comportamento das pessoas em direção a um objetivo, chama-se aprendizagem e aprendizagem é a especialidade da Pedagogia e do Pedagogo
[1].
As responsabilidades do pedagogo empresarial incluem:
Conhecer as soluções para as questões que envolvem a produtividade das pessoas humanas, o objetivo de toda Empresa.
Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares da Empresa onde trabalha.
Conduzir as pessoas que trabalham na Empresa, dirigentes e funcionários, na direção dos objetivos definidos, humanos e empresariais.
Promover as condições necessárias (treinamentos, eventos, reuniões, festas, feiras, exposições, excursões), para o desenvolvimento integral das pessoas, influenciando-as positivamente (processo educativo), com o objetivo de otimizar a produtividade.
Aconselhar, de prefêrencia por escrito, sobre as condutas mais eficazes das chefias para com os funcionários e destes para com as chefias, a fim de favorecer o desenvolvimento da produtividade empresarial.
Conduzir o relacionamento humano na Empresa, através de ações, que garantam a manutenção do ambiente positivo e agradável, estimulador da produtividade.
A formação do Pedagogo Empresarial é oferecida em cursos de especialização e mestrado, por diversas instituições de ensino superior. Os cursos são reconhecidos pelo Ministério da Educação - MEC.
Várias empresas instituiram programas de treinamento e desenvolvimento de pessoas, o processo pode ser através da criação de uma
Universidade Corporativa.
[editar] Referências

Maria Luiza Marins Holtz.
Lições de Pedagogia Empresarial (PDF).
Fonte: Ministério da Educação - MEC. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/resolucao12001.pdf
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogia_empresarial"


PEDAGOGIA EMPRESARIAL ARTIGOS.






VÍDEOS RELACIONADOS.

DICIONÁRIO de filosofia




História da educação no Brasil

Videos de Músicas



VÍDEOS MÚSICAIS.

Para ver as músicas é só clicar encima dos links.

Músicas da Banda The SOS Band.
Músicas Isley Brothers.
Músicas de Con Funk Shun.
Músicas de Stephanie Mills

Metodologia do ensino superior


METODOLOGIAS DO ENSINO SUPERIOR E A PRÁTICA DOCENTE: ESTRATÉGIAS E FORMAÇÃO PROFISSIONAL 

Resumo: Este artigo tem como objetivo geral compreender quais estratégias metodológicas os professores da Educação Superior utilizam em sala de aula considerando as expectativas iniciais do trabalho. Inserir-se no universo da Educação Superior vai exigir do professor um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes referentes ao processo de ensino e aprendizagem, tendo vista que ele é responsável pela formação de novos profissionais. Diante disso o docente assume para si múltiplos desafios, sobretudo para adequar seus saberes e fazeres às práticas da Educação Superior. Neste sentido, colocamos o seguinte questionamento: quais metodologias os professores iniciantes na Educação Superior utilizam no contexto da sala de aula? Para responder tal questão procuramos entender quais os sentimentos e expectativas do professor iniciante na Educação Superior; investigar quais as estratégias de ensino os mesmos utilizam em sala de aula e analisar os resultados de tais metodologias no desempenho do trabalho do professor. Esta pesquisa é de natureza qualitativa do tipo bibliográfica e de campo. Entrevistamos dois professores iniciantes na carreira da Educação Superior de instituições de Educação Superior Privada. Para referenciar os estudos teóricos trabalhamos com Gaeta e Masetto (2013), Gil (2013), Masetto (2003) dentre outros. Assumir o compromisso com a docência da Educação Superior não depende apenas dos conhecimentos conteudistas da área do conhecimento profissional do professor, é necessário o domínio das metodologias, interação com os alunos, habilidades, competências e sobretudo considerar os conhecimentos prévios dos educandos. 

Palavras-chave: Metodologias, Ensino Superior, Formação.



METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR: ESPECIFICIDADE E PRAXIS COTIDIANA 

RESUMO O professor no ensino superior lida com adversidades constantes em sua sala de aula, há de observar que este deve aprimorar técnicas e buscar por inovações de seus ensinos, pois tais quesitos ainda são poucos abordados nas pós-graduações, mestrados e outras especificações profissionais. Esta pesquisa teve como objetivo mostrar as especificações da docência do ensino superior. A metodologia utilizada para a realização deste artigo foi pesquisa bibliográfica que teve como objetivo coletar o máximo possível de informações relevantes para o contexto da temática escolhida. Os resultados da pesquisa apontaram que os desafios sempre existirão, por isso o professor de ensino superior deve ter mentalidade aberta para poder lidar com estes problemas, que infelizmente tendem a ser frequente, a questão é que não se deve ficar parado frente aos desafios, mas se mostrar apto a mudança para a melhoria no processo de ensino e aprendizagem de qualidade.

 Palavras-chave: Metodologia. Ensino superior. Tecnologias. Desafios.



sexta-feira, 7 de março de 2008

Ensino de nove anos. (meus artigos).


Este tema é muito, polêmico e controverso.
Antes, de responder, gostaria de fazer uma observação sobre ensino.
Este conceito de ensino sofreu transformações ao longo do tempo.
Graças as contribuições da psicologia, tecnologia e vida pós moderna etc.
E hoje em dia ensino praticamente, significa um intercâmbio dialógico e problematizador entre educando e educador.
Neste sentido o ensino de nove anos tem que ser visto, por vários ângulos pois o ser humano é complexo e dentro dessa complexidade tem suas especificidades.
Se a educação infantil é segundo os RCNEIs, considerada a primeira etapa da educação, então supomos que a educação começa antes da primeira série. E tanto a educação, bem como o ensino fundamentoal anos inciais é consideardo, pelos PCNs, como indissociávies.
Então com a passagem das crianças de 6 anos para o ensino fundamental, houve por assim dizer,(um equivoco).
Poderia se fazer com que estás crianças, permanecessem na educação infantil num trabalho diferenciado, pois sabemos que o conhecimento nesta fase é cíclico e aspiral como bem, disse Wallon.
A criança, precisa de um cuidado especial. E temos que salientar que o desenvolvimento do ser humano se dá de uma maneira cefalocaudal. O que pressupõe que o desenvolvimento psico-emocional acontece primeiro seguido dos desenvolvimentos espacial, físico, etc.
Acho que deveríamos prestigiar as educadoras da educação infantil e fazer, o que se queria no fundamental nesta série. De uma maneira, como disse diferenciada. Porque sabemos que no brincar a criança também se educa.
O próprio curso de pedagogia deveria ter mais semestres poderia, se fazer um complemento e arredondar o curso para 5 anos . E tratar mais a fundo orientação, gestão, avaliação, planejamento, manejo de sala de aula, psicopedagogia, e arte-educação etc.
Não sou contra os nove anos, sou contra a maneira como foi feita. Os resultados disso veremos mais adiante. Agora só nos resta torcer.
No livro, “Desenvolviemnto e personalidade da criança (MUSEN; CONGER; KAGAN, 1977), tem uma pesquisa em que se coloca uma criança de 7 anos de um lado que nunca foi alfabetizado, enem estou dará em uma escola.
Do outro Colocaram crianças de 4 e 5 anos, que desde os 0 vinham frequentando escolas e creches, bem com estimulação precoce.
Foi dado algumas tarefas para ambas as crianças, a de 7 anos teve dificuldade de fazer aquelas tarefas. Já as outras fizeram com uma facilidade surpriendente.
Mas, qual não foi a surpresa, numa determinada etapa, as crianças d 4-5 anos tiveram dificuldade de passar de um certo estágio.
A de 7 não só absorveu o que as crianças faziam, como deu um salto quantitativo e qualitativo.
Vygotsky diz,

Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por : um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal ( distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial ) nas quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados; assim, um conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de experiência anterior para a criança.
No livro didática especial de PILLETTI, diz que o comportamento humano é derivado de vários fatores, sociais, politicos, biológicos, psicológicos etc.
E por estes motivos e outos que acho, que, deveria se deixar esta etapa com as professoras da educação infantil. Temos, que re-significar a educação como um todo, não podemos ter uma visão Fraguimentada do humano. Resumindo transdisciplinaridade, na prática docente.

História do Varuthini Ekadasi O Dia no Calendário Védico . sabádo – 04 de Abril de 2024. Suddha Ekadasi – Varuthini Ekadasi.

VARUTHINI EKADASHI Yudhishthira Maharaja disse: “Ó Vasudeva, ofereço minhas mais humildes reverências a Ti. Por favor agora descreva o Ekada...