Sociologia Clássica
A Sociologia volta-se
o tempo todo para os problemas que o homem enfrenta no dia-a-dia de sua
sociedade. Ela pretende ser um conhecimento
científico sobre a realidade social e, enquanto tal, visa estabelecer
teorias, bem como confrontá-las com a realidade.
Cientificismo e organicismo
A primeira corrente
teórica sistematizada de pensamento sociológico foi o positivismo. Seu
primeiro representante foi Auguste
Comte. Tinha a crença no poder exclusivo e absoluto da razão humana em
conhecer a realidade e traduzi-la sob forma de leis naturais.Seu conhecimento
pretendia substituir as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum
por meio das quais – até então – o homem explicava a realidade.
Essa tentativa de
derivar as ciências sociais das ciências físicas é patente nas obras dos primeiros
estudiosos da realidade social. O próprio Comte deu inicialmente o nome de
“física social” às suas análises da sociedade, antes de criar o termo
Sociologia.
A própria sociedade
foi concebida como um organismo constituído de partes integradas e coesas que
funcionavam, harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico. Por isso o
positivismo também foi chamado de organicismo.
Defendia o ponto de
vista de somente serem válidas as análises das sociedades quando feitas com
verdadeiro espírito científico.
O positivismo
exaltava a coesão social e a harmonia dos indivíduos em sociedade. Foram
teorias que abriram as portas para uma nova concepção da realidade social com
suas especificidades e regras.
Durkheim e os fatos sociais
Para o filósofo
francês Émile
Durkheim, na vida em sociedade o homem defronta com regras de conduta que
não foram diretamente criadas por ele, mas que existem e são aceitas na vida em
sociedade, devendo ser seguidas por todos.
Seguindo essas
idéias, Durkheim afirma que os fatos sociais, ou seja, o objeto de estudo da
Sociologia, são justamente essas regras e normas coletivas que orientam a vida
dos indivíduos em sociedade.
Esses fatos sociais
têm duas características básicas que permitirão sua identificação na realidade:
são exteriores e coercitivos.
Exteriores, porque
consistem em idéias, normas ou regras de conduta, foram criadas pela sociedade
e já existem fora dos indivíduos quando eles nascem.
Coercitivos, porque
essas idéias, normas e regras devem ser seguidas pelos membros da sociedade. Se
alguém desobedece a elas, é punido pelo resto do grupo.
Outro conceito
importante para Émile Durkheim é o de instituição. Para ele, uma instituição é
um conjunto de normas e regras de vida que se consolidam fora dos indivíduos e
que as gerações transmitem umas as outras. Ex.: a Igreja, o Exército, a
família, etc.
As instituições
socializam os indivíduos, fazem com que eles assimilem as regras e normas
necessárias à vida em comum.
Consciência coletiva
Consciência coletiva
trata-se do “conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média de uma mesma
sociedade” que “forma um sistema determinado com vida própria”.
Weber e a ação social
Para o sociólogo
alemão Max Weber a análise
deve concentrar-se nos atores e em suas ações; a sociedade não é algo exterior
e superior aos indivíduos, como para Durkheim. Para ele é qualquer ação que o
indivíduo pratica orientando-se pela ação de outros.
Só existe ação social
quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de
suas ações, com os demais.
Ele estabelece quatro
tipos de ação social:
Tradicional: aquela
determinada por um costume;
Afetiva: aquela
determinada por afetos;
Racional com relação
a valores: determinada pela crença consciente num valor considerado importante;
Racional com relação
a fins: determinada pelo cálculo racional que estabelece fins e organiza meios
necessários.
Marx e as classes sociais
Diferentemente de
Durkheim e Weber, Marx considerava que não se pode pensar a relação
indivíduo-sociedade separadamente das condições materiais em que essas relações
se apóiam.
Para viver, os homens
têm de, inicialmente transformar a natureza Para Marx, a produção é a raiz de
toda a estrutura social.
O objetivo maior de
Marx era estudar a sociedade de seu tempo – a sociedade capitalista.A produção
na sociedade capitalista só se realiza porque capitalistas e trabalhadores
entram em relação.
Marx
considerava que há um permanente conflito entre essas duas classes – conflito
que não é possível resolver dentro de sociedade capitalista.
Para ele, a ciência
tem um papel político necessariamente crítico em relação à sociedade
capitalista.
A idéia de alienação
Marx desenvolve o
conceito de alienação mostrando que a industrialização, a propriedade privada e
o assalariamento separavam o trabalhador dos meios de produção que se tornaram
propriedade privada do capitalista.
Marx mostrou,
entretanto, que na sociedade de classes esse Estado representa apenas a classe
dominante e age conforme o interesse desta.
Autoria: Rosemary
Lopes
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