quarta-feira, 16 de abril de 2014

O Que é Deísmo?


Edward Herbert, considerado o "pai do deísmo", retratado por Isaac Oliver (1560–1617)

O Que é Deísmo?
Tipo: Pesquisas / Autor: Autores Diversos



DEÍSMO

"Vem do latim deus, "deus". Os socianos introduziram o termo no século VI. Porém veio a ser aplicado a um movimento dos séculos XVII e XVIII, que enfatizava que o conhecimento sobre questões religiosas e espirituais vem através da razão, e não através da revelação, que sempre aparece como suspeita e como instrumento de fanáticos e de pessoas de estabilidade mental questionável. Vendo-se nisto a característica principal do deísmo, conhecimento através da razão e não sobrenatural. A isso podemos chamar de religião natural comum a todos, era uma garantia de uma convivência pacífica, que surge como um reflexo do iluminismo no campo religioso.
Fonte:
VERBETES PARA LER TEOLOGIA COMTEMPORÂNEA
Trabalho realizado com os formando do STBNe/98 - Feira de Santana-Ba
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DEÍSMO
"Crença que, apesar de admitir a existência do Supremo Ser, ensina não estar Ele interessado no curso que a história toma ou venha a tomar. Noutras palavras: Deus limitou-se tão-somente a criar-nos, abandonando-nos a seguir à própria sorte. O deísmo é o paganismo travestido de piedade. É a distorção do teísmo bíblico".
Fonte:
Dicionário Teológico, Claudionor C. de Andrade
 http://palavradaverdade.com/print2.php?codigo=1775



Deísmo – Deus pode se ofender com o pecado?

Aristóteles, na Metafísica, XII, desenvolve o sua famosa tese sobre o Primeiro Motor. A partir da reflexão ontológica do Estagirita, a filosofia clássica colocou-se questões importantes sobre a natureza de Deus: um ser absoluto pode manter qualquer relação com um outro relativo? Na hipótese de um Ser Perfeito existir, Ele pode relacionar-se com um imperfeito? Essas e outras perguntas do gênero formaram o corpo reflexivo de várias escolas, inclusive do Deísmo
Para um filósofo de inspiração deísta, a existência de deus não é um problema. Contudo, o deus que o deísta presta culto é sui generis. Por exemplo, em sua Suprema Majestade e Natureza, o deus deísta não pode sofrer. Afinal, aceitar que esse deus sofra é colocá-lo sob a influência de entes menores, sob a tutela de criaturas infinitamente menos perfeitas que ele. Ora, na lógica deísta isso é um contrassenso. Assim se deus não pode sofrer, pergunta-se, ele pode ser ofendido? O pecado humano pode, em sentido próprio, ser denominado “ofensa” a Deus?
Para Aristóteles, ou para qualquer filósofo naturalista de todos os tempos, Deus não pode sofrer. Afinal, para que Ele, Superior e Altíssimo, pudesse sofrer algum tipo de contrariedade, seria necessário um outro Deus, tão Grande, Forte e Poderoso como Ele. O que é contraditório com a natureza de Deus que, se existir, só pode ser Único. Por essa razão, a partir de uma abordagem meramente filosófica, a sã filosofia precisa proclamar que Deus é impassível: não pode sofrer e, por conseguinte, também não pode ofender-se. Nesse sentido, à luz da filosofia clássica, é razoável dizer que nenhum pecado pode ser ofensa a Deus. Mas não é tão simples assim.
De fato, em uma leitura filosófica, não há motivo para dizer que Deus se sente ofendido com nossos pecados, que se ira com o mal no mundo, ou que se vinga do pecado dos homens. Na leitura filosófica, totalmente racional e coerente, é um absurdo falar que Deus Todo-Poderoso se irrita com nossas faltas e sofre com o pecado dos homens. O pequeno inconveniente é que, seguindo a argumentação do filósofo deísta, é tão imbecil denominar “ofensa” ao pecado do homem quanto falar que Deus é Amor. Se é verdade que para Aristóteles e Platão, ou para Plotino e Leibniz, Deus não pode ser ofendido pelos pecados humanos, pois está muito acima de nós, tem de ser verdade também que Deus Todo-Poderoso, Deus Sabaoth, o Senhor dos Exércitos, não pode amar o homem, criatura ínfima e desprezível relativamente a Deus. Além disso: muito menos poderia chamar-nos de filhos, nem convidar-nos a viver sua vida divina. Assim, a filosofia deísta, quando encarnada em cristãos, torna-se bicéfala: quando interessa, argumenta-se dizendo que Deus não sofre e que, portanto, o pecado do homem jamais caracterizaria propriamente “ofensa” a Deus; de outro lado, o mesmo filósofo deísta “cristão” esquece os princípios de sua filosofia e proclama que “Deus é Amor” e nos chama a Vida Eterna. Afinal, o pecado é ou não é ofensa a Deus?
Diz o Catecismo da Igreja Católica:
1) o pecado é uma falta contra a razão (§1849);
2) mas também é uma ofensa contra Deus (§1850).
Perceba que a Igreja não nega que a primeira nota importante do pecado é que ele é, antes de tudo, um testemunho de irreflexão e imprudência. O pecado é um ato de desobediência contra as leis naturais, estabelecidas pelo Primeiro Motor, causa dos motores segundos. Não submeter-se a tais regras não seria algo incomum? Contudo, ainda que seja possível demonstrar a irrazoabilidade da má ação, há um elemento que transcende o natural. Nas Sagradas Escrituras o pecado sempre foi visto como o contrário da Vontade de Deus (cf. Dt 12,31; 17,1; 18,12; Prov 3.32; 11,12; 12,22; 15,8s.26). Ainda que não se trate de caráter ontológico, é possível sim dizer que o não cumprimento das normas éticas equipara-se à negação ou rejeição do próprio Deus: quem ama a Deus, cumpre os mandamentos.
Então, antes de abandonar a tradicional doutrina cristã, que trata Deus muito mais próximo de nós do que uma ideia ou uma razão impessoal filosófica, voltemos ao pensamento ortodoxo, que recebe a boa notícia de que  Deus assemelha-se a um Paizinho, que não se diminui com nossos pecados, mas que lamenta o afastamento dos filhos amados de sua Santa Vontade, vendo nesse afastar-se uma verdadeira ofensa.

 http://humanitatis.net/blogs/nonnisete/deismo-deus-pode-se-ofender-com-o-pecado


Deísmo e Teísmo

O leitor Lucas perguntou:

"Qual a diferença entre deísmo e teísmo?"

Caríssimo, os dois termos não são sinônimos.

Deísmo: vem do latim deus e representa a postura dos filósofos que rejeitam a existência de Deus, tal como apresentado pelas religiões monoteístas, mas admitem a existência de um Ser supremo, de caráter indeterminado. Pode-se falar também de religião natural. Voltaire é certamente o melhor exemplo e deísta.

Teísmo: vem do grego théos e representa aquelas maneiras de pensar, inclusive filosóficas, que afirmam a existência de um Deus pessoal. Em outros termos, para essas maneiras de pensar, Deus é um Ser que, apesar de diferente da pessoa humana, conhece perfeitamente a vida dos humanos, por ter sido seu criador e por dialogar com eles. Essa concepção funda-se na noção de pessoa, que foi especialmente desenvolvida por filósofos gregos convertidos ao catolicismo. 




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