Artigo publicado no Jornal STOP, edição 40
PARIS – Pryska Ducoeurjoly*,
Especial para o STOP
Tradução: Pérsio Burkinski,
Professor do Trilogy Institute
“Por muito tempo eu acreditei no que me contavam. Por que duvidaria? Todo mundo estava de acordo com a história das grandes descobertas da medicina e com os gênios que as tinham descoberto. Nós já tínhamos ouvido falar de Claude Bernard sem saber, na maioria das vezes, o que ele tinha feito, e, principalmente, de Pasteur, que realizou incontáveis descobertas: os micróbios, a vacinação contra a raiva, a salvação da indústria do bicho-da-seda, a “pasteurização”, a antissepsia e a assepsia, que permitiram o progresso da cirurgia e muitas outras”, escreveu Philippe Decourt, membro da Academia Internacional da História da Medicina, no seu livro Les Vérités indésirables. Comment on falsifie l’histoire: le cas Pasteur (As Verdades Indesejáveis. Como falsificamos a história: o caso Pasteur), publicado nos anos noventa.
Desde criança, somos submetidos a um incessante culto da personalidade, que representa Louis Pasteur não apenas como um grande sábio, mas também um modelo de imparcialidade e honestidade. No rastro da inglesa Ethel Douglas Hume, autora do livro publicado em 1948: Bechamp or Pasteur?: A Lost Chapter in the History of Biology (Béchamp ou Pasteur. Um capítulo perdido da história da biologia), Philippe Decourt mergulhou nas atas da Academia de Ciências e nas anotações de laboratório de Pasteur: «A realidade era totalmente diferente da lenda, nós criamos um mito que reproduzimos sem nada verificar. Nós fomos vitimas de uma imensa impostura», relata ele.
Muitos autores também colocaram a limpo esta sombria falsificação da história da medicina. A lista é na verdade tão longa que nós nos perguntamos por que este assunto não foi levantado pelas mídias. Com exceção da revista especializada americana Science, que ousou publicar um artigo em fevereiro de 1993 com o título: «A impostura pasteuriana» ( News & Comment; Pasteur Notebooks Reveal Deception. Christopher Anderson. Science, 19 February 1993: 1117.). Um tiro pela culatra. O condicionamento é visivelmente forte demais para fazer desaparecer estas crenças solidamente enraizadas.
A vacina contra a raiva
«Contrariamente ao que nos ensinaram, a vacina antirrábica não foi criada por Pasteur mas por Henri Toussaint, professor da Escola Veterinária de Toulouse; a vacina de Pasteur, a base de cérebro macerado seco, era muito perigosa e foi rapidamente abandonada — e o jovem Meister teve sorte de escapar vivo dela!» escreve Sylvie Simon (jornalista francesa) em sua obra: Doze mentiras sobre as vacinas”. Aliás, a morte de uma criança de 12 anos, após a vacinação praticada por Pasteur, foi um escândalo na época. Édouard Rouyer foi mordido em 8 de outubro de 1886 por um cão desconhecido. Pasteur inoculou nele a sua vacina pelo método intensivo e, aos 26 de outubro, a criança morreu. «Uma enquete judiciária foi então aberta para determinar a causa da sua morte e o professor Brouardel foi encarregado. Este, personagem coberto de títulos, era um amigo de Pasteur», relata Sylvie Simon.
Nós medimos o espírito de Pasteur, pelo fato de que não hesitou em sacrificar sobre o altar da ciência, cobaias humanas que sem dúvida nunca contrairiam a raiva. Este amadorismo próprio dos aprendizes de feiticeiro podemos ver ainda hoje se olharmos a campanha antigripe 2009/2010 levada a cabo pelo governo, baseada em uma vacina testada de maneira insuficiente e cujos benefícios nunca foram provados.
A história das ciências geralmente mostra Claude Bernard e Antoine Béchamp como os principais adversários de Pasteur. Claude Bernard desenvolveu a noção de milieu intérieur (meio interno) e propôs a noção dinâmica de homeostase, noção que se tornou fundamental e insubstituível na medicina; Béchamp evidenciou a propriedade que têm as microzimas (corpúsculos microscópicos do sangue), de se transformar em bactérias, vírus ou micélio (fungos) patogênicos, sob a influência de perturbações do meio interior. Nós podemos desenvolver doenças virais por nós mesmos. O caminho inverso de volta ao estado normal é também possível.
Considerados como intrusos no país da saúde, os vírus e as bactérias são vistos como perigosos terroristas contra os quais a medicina luta constantemente, poluída pelo mítico pavor do agressor externo. O que devemos então pensar de uma vacinologia que advém diretamente desses postulados errôneos? As vacinas teriam ainda muitos adeptos se não fossem objeto de uma pregação contínua dos adeptos de Pasteur? Talvez devêssemos simplesmente admitir que são crenças mais que ciência. Gerando enormes lucros, a religião médica prega aos seus fiéis pelos nossos bons pasteurs com blusa branca, cuidar muito menos da saúde que do pavor do grande lobo mau (o micróbio).
*Pryska Ducoeurjoly é jornalista independente francesa, autora do livro La Société Toxique (A Sociedade Tóxica), recém-publicado pela editora francesa Editions Res Publica.
Após ter trabalhado por oito anos em grandes jornais e revistas de massa, ela se especializou nas questões de saúde e do meio-ambiente e trabalha principalmente para a edição francesa da Revista Nexus.
Pryska Ducoeurjoly estará presente no Fórum STOP a Destruição do Mundo, de 13 a 15 de maio em São Paulo.
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