Lula e o PT seriam derrubados mais cedo do que imaginam
Vamos fazer um exercício de imaginação. Já escrevi sobre o costume de políticos publicaram notícias valendo-se da grande mídia e o quanto isso demonstra que, graças a essa geração de políticos, fomos confinados numa espécie de jardim de infâncias da democracia. Sabemos que a política precisa do jornalismo e isso ninguém vai mudar. Isso significa que não faz sentido você se colocar numa situação em que depende do combustível fornecido pelo seu adversário, já que sabemos que a mídia hoje é controlada inteiramente pela esquerda, que por sua vez mantém cativa a opinião pública.
Se todos os políticos da direita imediatamente virassem jornalistas, dedicassem o tempo que têm dado à política para a exclusividade do trabalho jornalístico, incluindo aí investigações, pesquisas, entrevistas, retratando histórias e personagens reais da política e do mundo, ocupando jornais grandes e pequenos, criando organizações independentes, ONGs e “coletivos” para informar a sociedade sobre a verdadeira face da esquerda, o que aconteceria?
Talvez a maioria desses políticos tenham alma de jornalista e ainda não se deram conta disso (ou apenas não querem se contentar em ganhar pouco).
Suponho que, se a totalidade deles resolvesse trilhar o rumo do jornalismo, a esquerda encerraria a sua hegemonia mais cedo do que imagina. Isso porque a esquerda se alimenta da existência de políticos de direita e cresce ainda mais com a existência de uma política conservadora partidária. A sua ideologia cresce e ganha mais sentido quando um deputado esquerdista processa o colega direitista, depois de enviar dossiês sobre ele para a imprensa amiga. Eles se realizam com essa prática porque ela confirma tudo o que a esquerda pensa sobre si mesma. Esse poder narrativo é mais forte do que se imagina. Embora estejam eles no poder agora, isso abalou muito pouco, já que a direita permanece na posição ligada ao poder formal.
Se, por outro lado, tivessem que lidar com um exército de jornalistas independentes, investigativos e novos escritores destemidos, ela se veria na posição de ditadura que censura, que persegue vozes discordantes. Você pode dizer que a esquerda não está nem aí para isso e que está censurando e perseguindo sem medo de pegar mal. Mas isso só é verdade porque ela detém a opinião pública nas suas mãos e sabe que qualquer jornalista independente que o incomode poderá ser tachado de “conspiracionista”, inimigo do povo ou terrorista na capa da Folha de S.Paulo no dia seguinte.
Mas com um exército imparável de jornalistas nas redes sociais, sites e em pequenos jornais impressos locais, abertos por todo o país, isso mudaria de figura em pouco tempo. E arrisco a dizer que tudo se daria em um tempo consideravelmente mais curto do que pelo caminho da política, considerando que esse caminho é totalmente incerto, para não dizer perdido.
A grande imprensa pode ser arrogante e ousada, saber usar seu poder contra os próprios jornalistas, como tem ficado demonstrado. Mas tudo isso, repito, é devido ao poder que ela exerce sobre a opinião pública, o que seria fatalmente maculado pela inserção de novos jornalistas, desde que isso ocorresse de maneira generalizada e constante, em paralelo com iniciativas populares de base que favorecesse uma conscientização e inspiração de pessoas com voz de decisão em diversos pontos do país. Não para defender Bolsonaro ou defender a direita, valores etc, mas para só atacar. Somente atacar e destruir a reputação dessa esquerda, o que significa retirar a roupa do rei, liberando a opinião pública do sequestro da sua cognição que a mantém no fingimento de que a esquerda está bem vestida, quando na verdade está nua.
Aceito a consideração de que a suspeita que ponho agora em circulação esteja um tanto exagerada. Pode ser. Mas pensemos em termos de definições, incluindo as ações reais e seus resultados nos últimos anos. Se Bolsonaro não tivesse ganho as eleições em 2018, eu poderia dizer em caráter especulativo: ainda bem, pois se ele ganhasse toda a direita seria facilmente perseguida e a censura ampliaria. Eu estaria errado? Nessa realidade alternativa, talvez alguém me acusasse de exagero. No entanto, foi exatamente o que aconteceu. O poder dos bons antes da hora, sem os alicerces com os quais pode ser exercido, não apenas é inútil como pode perder-se e dar poder aos maus.
Esse alicerce é a opinião pública, que não tem nada a ver com o povo concreto nas ruas, mas pode ser construído a partir dele. A imprensa tem a opinião pública, que é o conjunto das opiniões “organizadas para a imprensa e não pela imprensa”. Os jornais já estão nus. Mas não basta denunciar. As pessoas precisam escolher a verdade ao invés do fingimento. Mas o fingimento é o tecido de poder da imprensa. À política cabe obedecer a esse tecido de mentiras.
Mas a pergunta que fica é: qual desses políticos de direita atualmente na Câmara, Senado, assembleias e câmaras de vereadores, desejam o bem do seu país de fato? Ou será que, se a esquerda deixasse de existir, eles ficariam sem função? Qual é o trabalho mais difícil: escrever textos, reportagens, fazer entrevistas e ir atrás de fontes ganhando pouco, ou dar ordens a assessores com salário e verba para gastos à vontade? O patriotismo virou um tipo de marketing político e este foi o grande feito de Jair Bolsonaro. Mas será que existe alguém no país realmente interessado em retirar a esquerda de cena? Eu não sei a resposta.
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