terça-feira, 31 de agosto de 2010

Café Cultura - Ciclo Política: Maquiavel e o Terreno da Política. 04/09



































Resumo: Nicolau Maquiavel (1469-1527) é considerado o fundador da ciência política. Em sua obra, entre outras coisas, ele buscou definir o espaço próprio da política, separado de outras esferas, tal como a religião. Esta palestra abordará a sua obra mais famosa, O príncipe, escrita em 1513 e publicada postumamente em 1532.  A intenção é mostrar a permanência de seu pensamento e sua importância para a compreensão da realidade política contemporânea.

Convidado: Jorge Augusto Carreta
04 de Setembro de 2010 
14h30
Livraria Cultura
Shopping Center
Iguatemi Campinas
INSCRIÇÕES:
Atenção - em caso de não ser aluno do UNISAL, zerar o campo do RA, de preenchimento obrigatório.
 
125
Vagas
04/09/2010 às 14:30 até 16:00 - Local: Livraria Cultura Shopping Center Iguatemi Campinas
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Revista Galileu - NOTÍCIAS - Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A importância das relações Dr. Luiz Cuschinir




Será que a solidão é o mal do século? Estudos mostram que o convívio com outras pessoas pode evitar doenças. Para falar até que ponto a qualidade de vida é afetada pelo isolamento social, Patrícia Rizzo conversa com Dr. Luiz Cuschinir, psiquiatra, psicoterapeuta e coordenador de grupo de gêneros do Hospital das Clinicas. Acompanhe a entrevista. Para entrar em contato com o Gender Group: 3069-6576.



por Patrícia Rizzo




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domingo, 29 de agosto de 2010

Café Filosófico - A criança em seu mundo - Mário Sérgio Cortella


De acordo com o educador Mário Sérgio Cortella, nós estamos sacando o futuro por antecipação. Significa que nós estamos gastando os meios que permitiriam a existência de próximas gerações. Segundo sua análise, nós anunciamos às crianças: ?Não haverá futuro, não haverá meio ambiente, não haverá segurança, não haverá trabalho. Vocês não têm presente!? A criança tem o mundo da imaginação, da poesia, da fábula, da infância, e muitas vezes, os adultos não conseguem entrar nesse mundo. Mas, segundo o próprio educador, é preciso criar relações mais próximas com as crianças e saber quais são as suas necessidades e desejos para que possamos formar cidadãos conscientes e atuantes. O programa traz ainda a participação da atriz Maria Luisa Mendonça que interpreta o poema "Verbo Ser", de Carlos Drummond de Andrade e texto de Carl Jung. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.
fonte, http://video.google.com/videoplay?docid=3481854857401771749#

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Re: Estou seguindo seu blog


 
Obrigado, vou postar agora,
 
 

--- Em ter, 24/8/10, Vizinhos de Utero <vizinhosdeutero@gmail.com> escreveu:

De: Vizinhos de Utero <vizinhosdeutero@gmail.com>
Assunto: Estou seguindo seu blog
Para: joaocarlosmaria@yahoo.com.br
Data: Terça-feira, 24 de Agosto de 2010, 15:30

Prezado João,

Estou colhendo relatos de gêmeos de todo o Brasil. Se puder postar a nota abaixo com a foto anexada, fico muito grata.

 

Abs, Jemima

 

Procura-se irmãos gêmeos!

 

Jemima Pompeu é uma paulistana de 41 anos com um relacionamento gemelar incomum. E foi pensando nele que criou um blog para reunir histórias de gêmeos contadas por eles próprios ou por seus familiares. Em Vizinhos de Útero você encontra relatos de gêmeos adultos, depoimentos de pais, artigos relacionados, curiosidades e fotos de gêmeos famosos. Se você é gêmeo ou tem filhos gêmeos, compartilhe sua história também!

 

http://www.vizinhosdeutero.blogspot.com

E-mail: vizinhosdeutero@gmail.com

twitter: @vizinhosdeutero

 


 

domingo, 22 de agosto de 2010

A importância do Plano de Aula


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A realização do planejamento é imprescindível
no processo de ensino-aprendizagem
O planejamento está presente em quase todas as nossas ações, pois ele norteia a realização das atividades. Portanto, o mesmo é essencial em diferentes setores da vida social, tornando-se imprescindível também na atividade docente.

O planejamento de aula é de fundamental importância para que se atinja êxito no processo de ensino-aprendizagem. A sua ausência pode ter como consequência, aulas monótonas e desorganizadas, desencadeando o desinteresse dos alunos pelo conteúdo e tornando as aulas desestimulantes.

De acordo com Libâneo “o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”. Portanto, o planejamento de aula é um instrumento essencial para o professor elaborar sua metodologia conforme o objetivo a ser alcançado, tendo que ser criteriosamente adequado para as diferentes turmas, havendo flexibilidade caso necessite de alterações.

Porém, apesar da grande importância do planejamento de aula, muitos professores optam por aulas improvisadas, o que é extremamente prejudicial no ambiente de sala de aula, pois muitas vezes as atividades são desenvolvidas de forma desorganizada, não havendo assim, compatibilidade com o tempo disponível.

Entre os elementos que devem compor um plano de aula estão:

- clareza e objetividade;
- Atualização do plano periodicamente;
- Conhecimento dos recursos disponíveis da escola;
- Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo abordado;
- Articulação entre a teoria e a prática;
- Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem;
- Sistematização das atividades com o tempo;
- Flexibilidade frente a situações imprevistas;
- Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como revistas, jornais, filmes entre outros;
- Elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes.

Portanto, o bom planejamento das aulas aliado à utilização de novas metodologias (filmes, mapas, poesias, músicas, computador, jogos, aulas práticas, atividades dinâmicas, etc.) contribui para a realização de aulas satisfatórias em que os estudantes e professores se sintam estimulados, tornando o conteúdo mais agradável com vistas a facilitar a compreensão.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola






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terça-feira, 17 de agosto de 2010

O ESTRESSE E OS PROFESSORES



O ESTRESSE E OS PROFESSORES

*Polyana Andreza

A palavra estresse vem do inglês stress, que significa tensão. Simon L. Dolan, doutor em psicologia do trabalho, afirma que o estresse se manifesta através de sintomas psicológicos, somáticos e comportamentais. Dentre os sintomas psicológicos estão: ansiedade, irritabilidade, depressão, exaustão e esgotamento profissional; já os somáticos se expressam através de dores musculares, dermatites, disfunções gastrintestinais, tremores neurológicos, problemas cardíacos, pressão alta, pulsação acelerada, enxaquecas, sudoreses, problemas respiratórios e outros. Os sintomas comportamentais revelam-se por meio do tabagismo, alcoolismo, dependência de drogas, disfunções sexuais e do ganho ou perda de peso ( DOLAN, 2006: 45)

Atualmente tem crescido o número de pessoas que apresentam sintomas de estresse em razão do trabalho que realizam. Vários autores tentam explicar por que vem aumentando o desgaste físico e emocional dos profissionais das mais diversas áreas. O escritor Botsaris explica que a vida moderna e o estresse estão intimamente relacionados, é um mal que rouba a nossa energia, deteriora nossas relações e deixa-nos desprotegidos. Somos “sugados” pelo trabalho, “massacrados” pela rotina e “esmagados” por uma forte pressão ( 2004:18).

O mundo moderno nos apresenta inúmeros desafios, obriga-nos a assumirmos diversas responsabilidades e a representar diferentes papéis ao mesmo tempo. E isso muitas vezes, gera uma pressão difícil de suportar. Precisamos ser pais presentes, trabalhadores eficientes, cônjuges maravilhosos, bons filhos, amigos inesquecíveis e cidadãos exemplares. Maslach afirma que

As pessoas estão emocional, física e espiritualmente exaustas. As exigências do trabalho, da família e de tudo o que se encontra entre eles corroem a natureza e a energia. O desgaste físico e emocional está atingindo proporções epidêmicas ( 1999: 13).

O trabalho deveria ser fonte de realização e de prazer, porém muitas vezes tem se tornado o contrário. E infelizmente uma das classes trabalhistas que vêm apresentando um grande número de profissionais doentes e afastados do trabalho devido ao estresse prolongado que causa o desgaste físico e emocional, é a classe dos professores.

Os sintomas são inúmeros dentre os físicos: dores de cabeça constantes, dores musculares, cansaço, sudorese, problemas nas cordas vocais, problemas respiratórios, aperto no coração, insônia, tremedeira, sono constante, mal-estar. Já os sintomas emocionais e psicológicos são angústia, tristeza, vontade de chorar constante, agitação, agressividade, impaciência, desânimo, baixa auto-estima, pensamentos negativos, baixa produtividade e outros (DOLAN, p 45)

Mas o que será que tem causado tanto estresse nos professores? Sabemos que as condições de trabalho do professor podem ser um desses motivos, pois como Marlach afirma

O desgaste físico e emocional não é um problema das pessoas, mas do ambiente social em que elas trabalham. A estrutura e o funcionamento do local de trabalho, moldam a forma da interação das pessoas e a forma como elas realizam o seu trabalho. Quando o local de trabalho não reconhece o lado humano dessa atividade, o risco de desgaste cresce, trazendo com ele um preço bastante alto ( 1999:36).

O ambiente de trabalho do professor pode desencadear estresse porque nele o professor se depara com muitas situações conflitantes como, por exemplo: salas de aula com um número excessivo de alunos, falta de recursos e de uma estrutura física adequada para a realização do trabalho pedagógico, classes onde os alunos apresentam um alto nível de agressividade, violência e indisciplina, falta de apoio dos colegas e trabalho e da direção da escola.

Para o escritor Alex Botsaris, corpo e mente estão profundamente relacionados, por isso, todo o estresse físico causa algum estresse psíquico e vice-versa. Diante disto, quais seriam os motivos do aumento do estresse entre os profissionais? Ainda de acordo Botsaris um dos fatores que têm levado cada vez mais pessoas a se sentirem estressadas é a ampliação das responsabilidades que a sociedade atual nos impõe.

Os tempos atuais também se caracterizam, pelo aumento das exigências profissionais, além de um número maior de atividades e interações que encerram sérios compromissos. Somos levados a conhecer e administrar um maior número de itens na vida diária, como produtos de uso pessoal, utensílios domésticos, equipamentos de informática, Internet, contas bancárias e cartões de crédito. As telecomunicações trazem até nós, cada vez mais rápida e eficientemente, informações geradoras de tensão, originárias de todo o mundo. Solidão, competitividade e grandes responsabilidades resultam num mundo cada vez mais complexo para as pessoas, que lhes exige muito e, ao mesmo tempo, faz delas seres socialmente isolados ( BOTSARIS: 2003, p. 72)

Todas essas transformações que vêm ocorrendo na sociedade nos últimos anos exigem que os profissionais estejam a cada dia atualizando seus currículos, capacitando- se através de cursos, descobrindo o que há de mais novo em sua área específica; demonstrando novas habilidades como, por exemplo, a capacidade de resolver conflitos, de gerenciar situações inusitadas, de trabalhar em equipe, enfim de vencer as competições diárias que surgem no ambiente de trabalho moderno. De acordo com BOTSARIS “o cidadão do mundo atual encontra-se em situações em que a reação de estresse é desencadeada inúmeras vezes por dia. ( 2003:56)”

Outro motivo que gera estresse entre os profissionais é a competição presente hoje no ambiente de trabalho. Muitas vezes, o trabalhador não se sente um indivíduo, um ser humano com sentimentos, necessidades, fraquezas, mas sim uma máquina que precisa produzir cada vez mais, trazer lucros maiores para a empresa, caso contrário será substituído por outra melhor, mais capaz, mais eficiente, mais lucrativa. “Na lógica do mundo globalizado só existe espaço para os vencedores. A competição torna-se cada vez mais acirrada, desleal, predatória. Nesse ambiente, a mão que oferece ou pede uma ajuda pode ser uma armadilha ( BOTSARIS; 2003:71).

A competição é incentivada desde cedo nas escolas e nas famílias, ainda muito pequena a criança já aprende a ocupar o seu tempo para ser um adolescente bem preparado para o mercado de trabalho; desde cedo os estudantes são incentivados a ganhar nos jogos e brincadeiras, a vencer as competições escolares, a tirar as melhores notas. Hoje, algumas crianças freqüentam a escola num determinado período do dia e no outro elas freqüentam aulas de informáticas na segunda, aulas de inglês na terça, aulas de teatro ou pintura na quarta, aulas de balé ou natação na quinta e aulas de canto ou violão na sexta.

Por um lado isso é bom, mas por outro sabemos que a criança precisa brincar; aliás, não só as crianças, mas adolescentes, adultos, idosos, todos nós precisamos nos divertir, ter nossos momentos de lazer. Porém, o que percebemos é que desde cedo as crianças já são incentivadas a competir, a ganhar sempre; em conseqüência disso, elas já chegam à adolescência estressadas; e quando chega então o momento de decidirem o curso universitário para o qual irão prestar o vestibular muitos até adoecem devido à pressão, à cobrança que além dos pais, eles mesmo se submetem.

Hoje, os meios de comunicação possuem uma liberdade maior para disseminar suas idéias, para expor situações de conflitos vivenciadas em todas as partes do Brasil; a mídia possui um poder de convencimento imenso, principalmente através da televisão. A cada momento surge um ídolo para as novas gerações, surge uma nova atitude que deverá ser imitada por inúmeros jovens, surge em alguma novela um novo acessório que deverá ser usado por várias mulheres e assim surgem desde produtos que deverão ser consumidos até comportamentos que deverão ser imitados por pessoas que ainda não possuem um senso crítico suficiente para saber o que deve ou não servir de exemplo para suas vidas.

A sociedade mudou, a realidade social em que vivemos é totalmente diferente da realidade vivida por nossos avôs. O progresso científico trouxe transformações para todas as áreas do conhecimento, percebemos isto através das novas descobertas da medicina, da informatização das máquinas e dos serviços, do surgimento das inúmeras tecnologias, da globalização, da rapidez com a qual as informações chegam a todos os lugares do mundo devido à internet. E as modificações não se restringem a essa era digital, as representações sociais também foram afetadas.

Os pensamentos mudaram o modo de perceber a vida, a sociedade, a família, a escola, a saúde, o trabalho, a religião, a política; as concepções sobre casamento, divórcio, homossexualismo, machismo o papel da mulher na sociedade atual; a visão de mundo sobre cidadania, democracia, liberdade de expressão, direitos sociais sofreram alterações. BOTSARIS assevera que:

As mudanças profundas nos hábitos de vida e na interação com o meio ambiente, observadas na sociedade moderna, trouxeram para os homens o mau estresse. E o estresse acumulado, ou continuado, como prefiro denominar, é nocivo à saúde, porque exige muito do organismo sem permitir sua recuperação, gerando um enorme desgaste( 2003:61,62).

E como não poderia deixar de ser, se a sociedade mudou a educação também mudou; os professores mudaram, os alunos mais ainda, o ambiente escolar já não é mais o mesmo, novas concepções pedagógicas surgiram, novas metodologias de ensino foram adotadas, os objetivos da educação foram ampliados, novos parâmetros curriculares foram elaborados, a relação professor-aluno ganhou mais afetividade, o papel do professor sofreu alterações e a concepção de aluno que a escola deseja formar agora envolve não apenas aspectos cognitivos, mas também afetivos e emocionais.

Além de todas essas mudanças sociais que refletem dentro na sala de aula, podem existir outras causas que desencadeiam o estresse dos professores do ensino fundamental como, por exemplo: salas de aula superlotadas, falta de recursos pedagógicos, estruturas físicas das escolas inadequadas para a ministração das aulas, indisciplina dos alunos, violência na escola, excesso de trabalho, baixos salários, reclamações de pais, falta de apoio da direção, falta de reconhecimento e até mesmo conflitos com os próprios colegas de trabalho.

Todos esses problemas de uma forma ou de outra afetam o professor, provocando estresse, cansaço, raiva, frustração, desânimo, acomodação; causando desgastes físicos e emocionais, influenciando negativamente sua auto-estima, minando a sua satisfação profissional e o seu desejo de fazer um trabalho cada vez melhor. De acordo com MASLACH:

Quando não somos recompensados, tanto o trabalho que fazemos quanto nós mesmos, como trabalhadores, somos desvalorizados. Embora todos saibam que as recompensas são importantes, esse conhecimento, não se traduz necessariamente em ação. Recompensas monetárias são fáceis de receber e geralmente bem vindas, mas o dinheiro anda escasso atualmente. Ainda mais devastadora para os trabalhadores, é a perda do reconhecimento íntimo, que surge quando alguém se orgulha de fazer alguma coisa valiosa e importante para os outros, e de fazê-la bem feita (MASLACH, 1999:29).

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Revista Nova Escola em abril deste ano, realizada em 2007 com 500 professores das redes públicas das capitais revelou que mais da metade dos entrevistados sofrem de estresse. Entre as queixas mais freqüentes estão dores musculares e mal-estar, nos casos mais sérios os sintomas acabam afastando os profissionais da sala de aula. Ainda de acordo com a pesquisa, a maior queixa dos professores é a dificuldade de relacionamento com os alunos; a falta de disciplina foi citada como o principal problema em sala de aula por 46% dos entrevistados. Não é incomum visitarmos algumas escolas e ao passarmos pelas salas de aula encontramos alunos em cima das mesas, gritando, dirigindo palavras de baixo calão aos colegas e professores e até mesmo partindo para a agressão física.

E a indisciplina é apenas um dos problemas vivenciados pelos professores no seu ambiente de trabalho que pode desencadear um desgaste físico e emocional. Afirma MASLACH que se as pessoas se sentem humilhadas ou constrangidas no trabalho, se não são valorizadas; sua auto-estima e seu senso de competência ficam ameaçados. As pessoas começam a se sentir alienadas no local de trabalho e podem até mesmo tentar ações destrutivas. Medo e ansiedade são duas emoções que contribuem para o desgaste físico e emocional. Esses sentimentos são prováveis especialmente quando falta controle sobre o trabalho e quando o ambiente é incerto e motivador (1999: 49). Ainda nesse sentido o autor ressalta que

Frustração e raiva são os traços emocionais característicos do desgaste físico e emocional. Você se sente frustrado porque está impedido de alcançar seus objetivos. Você não consegue ultrapassar os obstáculos que estão em seu caminho – ou porque não tem recursos suficientes para fazer o seu trabalho, ou porque lhe falta controle sobre ele. Você não recebe o reconhecimento que espera. Não é de se surpreender que você se sinta ineficiente. Mas você também se sente exausto como resultado do tempo e do esforço despendidos ( 1999: 49).

A pesquisadora Iône Menezes em uma de suas pesquisas publicadas sobre a síndrome de Burnot - síndrome causada por circunstâncias relativas às atividades profissionais que ocasiona sintomas físicos, comportamentais, afetivos e cognitivos, caracterizando-se pela exaustão emocional, falta de envolvimento pessoal no trabalho e despersonalização do indivíduo - relata a o depoimento do professor Fernando Pachi, de São Paulo. Eis o que ele diz:

“Acredito que a situação de maior estresse para o professor continua sendo a indisciplina em sala de aula. Mediar a relação com os alunos fica dez vezes mais desgastante em situações onde você tem que chamar a atenção, interromper a aula, pensar sempre como motivar os alunos, erguer o tom de voz. Tudo isso contribui ao longo do tempo para uma situação de estresse e desmotivação. Isso porque o foco é sempre motivar os alunos! Aí a cobrança interna também fica maior, e vem uma sensação de fracasso quando os resultados não são atingidos, ou seja, quando o curso não corre bem, por conta de uma interação em sala de aula mal resolvida.”

O depoimento desse professor confirma o que Zanelli ressalta:

“tanto fatores externos (condições de trabalho) quanto exigências físicas e mentais, ou outros aspectos relacionados à organização e ao conteúdo do trabalho como sobrecarga, conflitos e ambigüidade de papel, também são apontados como estressores responsáveis pelo estresse decorrente do trabalho. Com relação às condições ambientais, ruído, temperatura, vibração, iluminação e poluição têm sido classicamente apontadas como estressores produzidos no ambiente de trabalho (2004: 284-285)

Situações consideradas apenas pequenos detalhes pelos que não vivem a realidade da sala de aula, podem ser vistas como fatores de estresse para o professor que está desenvolvendo o trabalho pedagógico. Por exemplo: escola que não dispõem de material algum para o professor trabalhar que não seja o giz e o quadro. Ora, se o professor realmente é um profissional sério, isso irá inquietá-lo, ele terá que dar um jeito, improvisar, pedir emprestado, pedir doações ou ele mesmo, comprar materiais pedagógicos, com o próprio salário, para poder ministrar boas aulas. Isso é ou não é desgastante para um profissional?

O que fazer? Quais seriam as soluções possíveis para minimizar o estresse dos educadores? Como os professores podem enfrentar este problema da melhor maneira possível? Como vencer o desgaste físico e emocional adquiridos no ambiente de trabalho? Quais as medidas para prevenir o aparecimento do estresse? Que atitudes contribuiriam para uma melhor qualidade de vida dos profissionais da educação?



9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BOTSARIS, Alex. O Complexo de Atlas e Outras síndromes do Estresse Contemporâneo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.

DOLAN,Silmon L. Estresse, auto-estima, saúde e trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

LIPP, Marilda. O Stress do Professor. São Paulo: Papirus, 2002

LIPP, Marilda. Redução do Estresse na Sala de Aula. Disponível em: http://www.universia.com.br/mat/mat/.jsp?mat=. Acesso em 23 Out 2008

MASLACH, Cristina e LEITER, Michael P. Trabalho: Fonte de Prazer ou Desgaste? Guia para Vencer o Estresse na Empresa. Campinas, São Paulo: Papirus, 1999.

MENEZES, Iône Vasquez. Estresse do Professor - Síndrome de Burnout é Uma das Causas do Esgotamento Profissional de Docentes. Disponível em: http://www.universia.com.br/mat/mat/.jsp?mat=. Acesso em, 23 Out 2008

POLATO, Amanda. Remédios para o Professor e a Educação. Revista NOVA ESCOLA. Ano XXIII, Nr 211: Abril, 2008.

SELYE, H. Stress, a Tensão da Vida. São Paulo: Ibrasa, 1965

ZANELLI, José Carlos et all ; BASTOS, Antônio Virgílio Bittencourt ( ORG). Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/44792/1/Estresse-e-professores/pagina1.html#ixzz0wu5hYqiN



*Polyana Andreza
Graduada em Pedagogia- UFPE, especialista em Psicologia da eucação- FAFIRE.
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domingo, 8 de agosto de 2010

Pesquisa revela quatro tipos de pais no Brasil

Pesquisa revela quatro tipos de pais no Brasil

07/08/2010 - 07h00 | do UOL Estilo

Gustavo e a filha Catarina
RENATA RODE
Colaboração para o UOL
Quem diria que eles seriam divididos em categorias de acordo com seu comportamento. Sim, estamos falando dos pais - alvo de uma pesquisa que já dura anos, já contou com mais de 10 mil entrevistados e ainda continua sob coordenação de Lidia Weber, psicóloga e pós-doutora em Desenvolvimento Familiar pela UnB e Universidade Federal do Paraná.
“Percebemos, hoje, uma falta de limites em crianças e em jovens. Muitas vezes, os pais, por medo de não serem amados, atendem a todas as vontades de consumo dos filhos - celulares, iPods, tênis e roupas de marca etc. - e acabam se tornando mais amigos do que pais e mães de fato. Assim, cria-se uma confusão de papéis. Por determinados conjuntos de atitudes, conseguimos detectar o perfil desses pais, localizar, analisar e ajudar a resolver problemas”, explica Lidia.
Segundo a pesquisa, existem quatro tipos de pais distintos no país: presentes, omissos, permissivos e comandantes. Acompanhe agora as características e peculiaridades de cada um:
PRESENTES - 35% da população
São pais absolutamente participativos e consistentes. Além de atuantes, estão por dentro de modernidades, como jogos de videogame e shows. Levam e buscam os filhos nas baladas, conversam e se interessam verdadeiramente pela vida e rotina deles.
Pontos fortes:
são bastante carinhosos e negociam como verdadeiros diplomatas o que pode ou não pode.
Pontos fracos:
a presença forte e constante (demais) deles na vida dos filhos pode tornar esses jovens muito dependentes desse apoio.
Conclusão:
no geral, essa mescla de características faz com que os filhos sejam pessoas de autoestima elevada, sociáveis e otimistas.
PERMISSIVOS – 15% da população
Geralmente esses pais não sabem bem o que é melhor para os filhos, então cedem à pressão do momento. Carregam a ideia errada de que o filho não pode ter uma educação rígida para não “traumatizar” os jovens e deixam tudo muito solto. “Eles simplesmente satisfazem as vontades dos filhos, comprando tudo o que desejam e deixando de lado os deveres deles ou fazendo por eles.
Por exemplo, levam a refeição ao quarto sempre com as comidinhas favoritas dos jovens. Enfim, cercam a prole de mimos e não colocam limites”, explica a pesquisadora.
  • Divulgação Robson e os netos
Pontos fortes: estão presentes na rotina dos filhos, mesmo que de maneira neutra.
Pontos fracos:
não colocam limites às crianças com medo de que não haverá amor por parte delas e criam os filhos sem o entendimento de hierarquia ou respeito.
Conclusão:
os filhos em geral autoestima elevada, baixa tolerância à frustração, péssimo desempenho escolar, alta probabilidade de comportamentos antissociais e de uso de álcool e drogas.

COMANDANTES – 35% da população
“Não se importam com o que os filhos precisam, mas do que eles precisam dos filhos: obediência! Seguem o papel de generais e não pais, com regras rígidas e absolutas para tudo e todos”, exemplifica Lidia. Orgulham-se de que os filhos têm medo deles e usam freqüentemente tapas, gritos e surtos de comando para estabelecer a ordem ou ganhar uma discussão.
Pontos fortes:
são presentes na vida dos filhos, mesmo que de maneira traumatizante.
Pontos fracos:
não apresentam respostas afetivas e acham que carinhos e elogios demasiados estragam as crianças que devem “ter o caráter firme”.
Conclusão:
geralmente, filhos de pais com esse perfil são obedientes, mas podem ter um desempenho profissional médio, já que sentem que tudo na vida é cobrança. Alguns podem ser submissos, pouco criativos e rebeldes devido a traumas passados na infância.

OMISSOS – 15% da população
São pais simplesmente porque geraram o filho, não se importam com o que eles precisam e, normalmente, são pessoas de rotina muito extenuante de trabalho e desconhecem o cotidiano de uma casa. Segundo a psicóloga, a frase favorita desse tipo de pai é: “agora não filho, estou ocupado”.
Pontos fortes:
preenchem a vida dos filhos com cuidados dados por terceiros como babás e professores, e, de alguma forma, mantém sua existência notada pelos filhos, mesmo que de maneira errada.
Pontos fracos:
não estão presentes, não se mostram emocionalmente envolvidos com os filhos, não educam, não participam, só vivem para o trabalho e/ou outras atividades.
Conclusão:
“Os filhos não se sentem amados nem aprendem regras sobre o mundo, isso acarreta baixa autoestima, baixo desempenho escolar, comportamento pessimista, problemas de ansiedade e depressão e altíssima probabilidade de comportamentos antissociais e de uso de álcool e drogas”, alerta a psicóloga.
Presentes
Para Lidia, pais presentes são aqueles que mais acompanham e aprendem com os filhos o verdadeiro significado do amor. Ela elenca abaixo os cinco acertos dos pais presentes:
  1. Usam carinho e participação ilimitados
  2. São coerentes e consistentes
  3. Definem regras e limites
  4. Treinam técnicas de autocontrole
  5. Amam os filhos pelo que eles são
Os pais, segundo eles mesmos
  • Divulgação Yasser, pai de Livia
O empresário Yasser Yusuf, pai de Livia, de 8 anos, diz que é um pai presente. “Eu sempre sonhei em ser pai e sempre quis ter uma filha, uma menina doce que eu pudesse pegar no colo e cuidar. Hoje, mesmo separado, sinto constante necessidade de estar próximo a Livia, por isso a vejo diariamente. Estar sem ela é como estar faltando parte de mim; ela me completa, me fortalece e faz de mim um homem melhor. Ser pai é melhor do que eu imaginava, eu amo a companhia da minha filha. Viajamos, passeamos e fazemos muitas coisas juntos!”, revela.
 O jovem papai - ganhou a Catarina há alguns dias apenas - é o maior exemplo de pai presente em situações de puro estresse. “Mesmo com ela chorando porque quer mamar ou trocar a fralda, ele não se abala. Aprendeu a fazer tudo, quer saber o porquê disso ou daquilo e se interessa. Percebo que ele será um pai presente, que realmente não se omite”, diz a mamãe Ayla Meireles, sobre o maridão Gustavo. “Fiz questão de dar o primeiro banho, troco fraldas e me gabo por já saber identificar os tipos de chorinhos”, diz ele. O empresário lê todo material que encontra sobre bebês e confessa que só não consegue ficar acordado de madrugada porque está ajudando a manter a empresa de comunicação que o casal divide. “Não consigo lutar muito contra o sono, mas já aconteceu de precisar atender a Catarina mesmo morrendo de cansado. Mas essa é a melhor sensação do mundo”, diz o paizão coruja.
  • Divulgação Silmar e o filho Felipe
Silmar Batista é assessor de imprensa e tem uma rotina muito atribulada, que foi mudada com a chegada do Felipe, hoje com um ano e quatro meses. “Me considero um pai muito presente, que tenta estar junto sempre que pode: pego na escolinha, dou banho, brinco (de pega-pega, de bola, de carrinho), faço dormir. Mas acredito que às vezes preciso ser comandante também. Impor limites, chamar a atenção e explicar por que não pode colocar a mão na lata de lixo ou brincar com faca, por exemplo. Ser pai é ter um amor diferente de tudo o que você já experimentou na vida. Depois que o Felipe nasceu, passei a entender por que as pessoas querem fazer o impossível por seus filhos”, diz.
O hairstylist Robson Trindade é um exemplo de pai de outra geração: pai e avô. “Eu tive filhos cedo e por isso a nossa relação é mais de amigos do que de pais e filhos, porque fazemos tudo juntos. Já com os meus netos eu gosto de conversar, dar risada, passear, ir à missa, fazer festinhas para eles. Eu acho que os pais têm a obrigação de educar os filhos e os avôs de se divertirem com os netos. Eu tenho quatro filhos, cinco netos e em setembro serei avô mais uma vez. Ser pai e ser avô é ótimo e me faz mais feliz”.



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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Experiência (filosofia)

Experiência (filosofia)

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Em epistemologia, experiência é o contato epistêmico (geralmente perceptual) direto e característico com aquilo que se apresenta a uma fonte cognitiva de informações (faculdades mentais como a percepção, a memória, a imaginação e a introspecção). Para alguns filósofos (Descartes, por exemplo) aquilo que se dá a qualquer uma dessas faculdades é experiência (embora ele não utilize essa palavra, mas sim a palavra pensamento). A experiência não é produto do seu conteúdo ou insumo, o experimentado, nem se reduz à experimentação do experimentado. Ela é o contato direto com certo conteúdo no modo característico de se dar à experiência desse conteúdo. Ao olhar para a tela do computador, cada um tem a experiência característica de uma tela de computador. Ao olhar para a grama, experiência característica de grama. Ao tomar vinho, experiência característica de vinho.

O conteúdo da experiência

Experiências também têm, algumas vezes, um conteúdo. O conteúdo de uma experiência é aquilo que ela representa. O conteúdo da experiência visual de uma parede branca é a parede branca, de uma parede azul, a parede azul.
Todavia, há experiências que não têm conteúdo. Um orgasmo, por exemplo, não representa nada. A escuta de uma sinfonia também não parece ser uma experiência na qual alguma coisa seja representada.

 Epistemologia da experiência

Em sentido primário, a experiência está ligada às sensações e à percepção. No entanto, algumas vezes as ilusões e alucinação também são consideradas experiências. O critério para o tratamento de algo como experiência é, muitas vezes, a interpretação da noção de conteúdo. Um filósofo como Gareth Evans diz que ao alucinarmos nós não pensamos, pois pensamentos requerem objetos dados pela experiência. Um filósofo como Descartes, por sua vez, trata ilusões e alucinações como experiências, visto que as mesmas são estados mentais e fornecem um conteúdo à mente, conteúdo esse que ele chama de realidade objetiva. A realidade objetiva é a existência da coisa na mente, e difere-se da realidade formal, a existência da coisa fora da mente.
Em um sentido terciário, experiências místicas também são experiências. Mas essas não são estudadas pela filosofia, embora os exercícios espirituais, seus parentes próximos, sejam.
Veja também: Realidade

 Metafísica da experiência

Experiências representam um conteúdo, e possuem um caráter. Uma coisa não se confunde com a outra. A experiência de um quadrado vermelho representa algo que é quadrado e vermelho, mas não é, ela mesma, quadrada ou vermelha.
A experiência tem um modo de ser próprio. Ela é um estado mental do indivíduo. Sendo um estado (metafísica), ela é algo que se dá de maneira contingente mas causalmente determinada.
Sempre que está consciente o indivíduo experimenta algo. Em certo sentido, o experimentar é uma das notas definidoras da consciência. Todavia, embora estar consciente seja, entre outras coisas, experimentar, e ter consciência seja quase-necessariamente experimentar, aquilo que se experimenta, o conteúdo da experiência, é contingente. Estados são configurações de um indivíduo em determinado momento. Não é necessário que no momento atual eu esteja lendo. Eu poderia estar fazendo outra coisa. Nem foi necessário que eu tomasse vinho na noite anterior. Eu poderia ter feito outra coisa. Assim, ter consciência parece ser necessariamente experimentar, mas aquilo que se experimenta é contingente.
O fato do conteúdo da experiência ser contingente não significa que o mesmo seja aleatório. Na noite anterior tive experiência de vinho porque tomei vinho. Houve uma relação causal entre a ingestão de vinho e a experiência de vinho. Eu poderia ter tomado vinho e não ter tido experiência alguma - por estar bêbado ao ponto da insensibilidade, por exemplo. Mas daí não teria tido a experiência do vinho por causa da minha configuração corporal, assim como a teria caso tivesse bebido menos. Assim, o conteúdo da experiência é contingente, mas pode ser causalmente determinado.

 Receptividade cognitiva e involuntariedade

Uma experiência é algo que acontece a um indivíduo, não algo que ele faz. Ao experimentar o indivíduo é passivo. Experiência é, nesse sentido, uma paixão. Isso significa que, ao experimentar, o indivíduo não exerce sua vontade. A experiência se dá ao indivíduo quer ele queira, quer não. Isso é bastante claro nas experiências de dor.

 Experiência e identificação do conteúdo mental

Apesar do indivíduo ser receptivo e passivo no experimentar, isso não significa que ele seja capaz de identificar e discriminar cada elemento da sua experiência. O indivíduo pode ter recebido informações que é incapaz de descrever ou reconhecer. No jargão de Kant, o indivíduo pode ter intuições e carecer dos conceitos adequados para expressá-los.
Para ilustrar a situação de alguém que tem uma intuição mas carece do conceito apropriado Kant criou o experimento mental do selvagem da Nova Holanda. Kant pede que imaginemos um não-europeu sem informações sobre a Europa chegando na Europa e vendo uma casa. Onde esse não-europeu vive não há casas. O não-europeu a casa, e nesse sentido tem uma experiência de casa, mas não vê uma casa, pois não tem o conceito de casa. Diante desse quadro, podemos perguntar se esse não-europeu teve a experiência de casa. Não será preciso ter o conceito de casa para ter a experiência de casa?
A situação fictícia do experimento do selvagem da Nova Holanda é bastante comum, e nada tem a ver com o preconceito em relação a não-europeus. Em "A Ciência do Concreto", capítulo de O Pensamento Selvagem, Claude Lévi-Strauss relata a situação de cultos europeus formados em biologia e botânica que vão para campo com nativos locais catalogar novas plantas. Comumente tais estudiosos coram ante a riqueza do vocabulário dos nativos, mesmo crianças, e da capacidade dos mesmos de descrever os menores aspectos de uma ampla gama de plantas locais. Em tais situações os estudiosos são os "selvagens da Nova Holanda". São eles que vêem, tocam, cheiram e saboream o que não podem descrever. Tais estudiosos experimentam o que não podem descrever ou conceitual deficientemente?
A resposta mais plausível é: sem dúvida. Experimentar é uma coisa, ser capaz de descrever ou hábil para conceitualizar o experimentado é outra coisa. De acordo com essa resposta, a experiência é pré-conceitual. Tal seria a resposta kantiana segundo o filósofo João Carlos Brum Torres em seu artigo "Kant e o Selvagem da Nova Holanda".
Essa é a resposta mais plausível porque a resposta contrária nos levaria a ter que admitir, por exemplo, que uma pessoa que nunca ouviu falar em orgasmo não experimenta orgasmos. Isso é no mínimo implausível.

 Moralidade

Há questões morais ligadas à experiência. Como a experiência não é fruto da vontade, o indivíduo não pode ser responsabilizado pela mesma. Não há falta, erro ou pecado vinculado ao mero experimentar. Em conseqüência, não deveria haver culpa. Todavia, várias sociedades, inclusive a nossa, responsabilizam o indivíduo, em certas situações, caso ele voluntariamente degrade a qualidade da sua experiência e coloque-se em certas situações onde pode agir mal em decorrência disso. São fatores que degradam a qualidade da experiência a drogadição e a dor, por exemplo. Mas a responsabilização não se aplica quando a degradação da experiência é involuntária. Vejamos alguns casos envolvendo experiência e moralidade.
  • Um indivíduo que se alcooliza ou se droga entra, em caso de excesso no consumo, em um estado alterado da consciência. Nesse estado ele pode ter experiências que o levam a certas atitudes. Ele pode, por exemplo, alucinar que é uma laranja, e saltar da janela do segundo andar quando vê seu amigo entrar, pois o que vê, sua experiência, é uma faca para descascar laranjas. Esse indivíduo morre por causa da queda. Ele é responsável pela própria morte? Somente indiretamente. Ele é diretamente responsável apenas pelo abuso de substâncias que alteram drasticamente sua experiência. Mas, como aquilo que está sob sua responsabilidade direta possibilita aquilo que está sob sua responsabilidade indireta, parece plausível concluir que ele é responsável pela própria morte. A mesma seria o resultado de uma ação errada, não de uma fatalidade.
  • Um policial político tortura um preso político para obter informações. A dor e o medo da dor fazem o preso fornecer todas as informações extraídas. O preso é responsável pela traição dos seus camaradas? Não, pois a responsabilidade moral requer voluntariedade. Em uma situação de tortura o indivíduo tem experiências de extremo sofrimento que não deixam espaço para sua vontade.
Em resumo, se a qualidade da experiência é fruto de algum tipo de decisão ou ato da vontade, então o indivíduo é responsável pelo que segue da mesma. Mas, se a qualidade da experiência não é fruto de algum tipo de decisão ou ato da vontade do próprio indivíduo, então ele não é responsável pelo que segue da mesma. Assim, o alcoolista é responsabilizável pelo que faz embriagado, mas o torturado não é responsável pelo que faz sob tortura.

 Bibliografia

  • Pendlebury, Michael. "Experience, Theories Of." In A Companion to Epistemology, editado por Jonathan Dancy e Ernest Sosa. Malden (MA, EUA) e Oxford: Blackwell, 2005 [1992].
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O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Experiência.


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sábado, 31 de julho de 2010

Sonhos em excesso podem atrapalhar o aprendizado


Sonhos em excesso podem atrapalhar o aprendizado


A pesquisa submeteu estudantes e vestibulandos




Os vestibulandos que tiveram pesadelos foram mal nas provas, apontou a pesquisaOs vestibulandos que tiveram pesadelos foram mal nas provas, apontou a pesquisa
Quem imaginou que sonhar demais poderia prejudicar o intelecto das pessoas? Apesar de não estarem sob o controle do indivíduo, os sonhos estão diretamente ligados ao desenvolvimento do aprendizado das pessoas. Uma pesquisa submeteu os entrevistados a jogar Doom, um game que ganhou fama nos anos 1990, e descobriu que, para aprender alguma coisa, não bastar dormir bem: é preciso sonhar. Mas não demais.
A pesquisa foi realizada pela equipe do neurocientista Sidarta Ribeiro, que acompanhou de perto como era para os entrevistados matar os monstros (a missão do jogador do game). Os pesquisados tiveram sua atividade cerebral monitorada enquanto dormiram. A outra etapa foi acordar os jogadores que sonhavam e fazer com que descrevessem os seus sonhos.
De acordo com as respostas cruzadas com a evolução no desempenho dos voluntários no jogo, os cientistas observaram que, para aprender a jogar, sonhar realmente é importante. Os voluntários que não sonhavam com o jogo tinham mais dificuldade para, no dia seguinte, matar monstros e passar por fases.
Segundo o pesquisador responsável, Sidarta Ribeiro, quando alguém sonha é como se o cérebro estivesse salvando as informações importantes do dia em um arquivo permanente. “Esse jogo, Doom, envolve a memória que você tem consciência de ter, como saber onde fica uma passagem secreta ou onde você pega uma arma, e também outro tipo de memória, como a melhora na pontaria conforme você joga”, diz o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Instituto Internacional de Neurociência de Natal.
O maior resultado observado foi o contrário do imaginado pelos pesquisadores, pois quanto mais os voluntários se envolviam com o jogo e sonhavam, menos aprendiam. A possível explicação dada pelos cientistas é que os sonhos demasiados talvez levem a estresse, algo que atrapalha o desempenho.
Outra etapa também aconteceu com 60 vestibulandos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para saber como se portam as pessoas em um desafio real. Eles indicaram aos pesquisadores se tinham ou não sonhado com a prova no dia anterior a ela. “Era maior a chance de ser aprovado se a pessoa tinha sonhado apenas medianamente com a prova (nem muito, nem pouco) e se o sonho não envolvia grandes emoções e estresses – como conteúdos de geometria ou encontrar amigos fazendo a prova, por exemplo”, explicou o pesquisador.
Na conclusão de Ribeiro, quem não tinha sonhado ou quem tinha sonhado com coisas negativas, como encontrar o portão fechado, esquecer a caneta ou se ver nu na prova, teve notas piores no teste. A tutora do Portal Educação, educadora Thais Elena Carvalho, completa ainda que “o descanso permite que se relaxe e fixe a aprendizagem adquirida durante o dia, por isso os estudantes devem fazer obedecer às regras do corpo”.
fontehttp://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/noticias/41476/sonhos-em-excesso-podem-atrapalhar-o-aprendizado#







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