quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PSICOPATOLOGÍA I (I BIMESTRE [Abril 2008]) vídeo em espanhol



videoconferencias | 6 de junho de 2008
Universidad Técnica Particular de Loja
Carrera: Psicología
Materia: Psicopatología
Bimestre: I
Periodo: Abril-Agosto 2008
Ponente (s): Lic. Ana Samaniego
Tema (s): Evaluacion y Diagnostico de los Transtornos Psicologicos
Transtornos de Ansiedad


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Entrevista com Cipriano Carlos Luckesi

Planejamento e Avaliação

AvaliaçãoSala de aula
Edição 191 | 04/2006

Entrevista com Cipriano Carlos Luckesi

Provas e exames, segundo o educador, são apenas instrumentos de classificação e seleção, que não contribuem para a qualidade do aprendizado nem para o acesso de todos ao sistema de ensino

Márcio Ferrari (Márcio Ferrari)
"Eu proponho que as escolas 
invistam em uma prática 
pedagógica construtiva e 
paralelamente treinem 
para o vestibular" 
Foto: Edson Ruiz
Cipriano Carlos Luckesi é um dos nomes de referência em avaliação da aprendizagem escolar, assunto no qual se especializou ao longo de quatro décadas. Nessa trajetória, que começou pelo conhecimento técnico dos instrumentos de medição de aproveitamento, o educador avançou para o aprofundamento das questões teóricas, chegando à seguinte definição de avaliação escolar: "Um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão". Portanto, segundo essa concepção, não há avaliação se ela não trouxer um diagnóstico que contribua para melhorar a aprendizagem. Atingido esse ponto, Luckesi passou a estudar as implicações políticas da avaliação, suas relações com o planejamento e a prática de ensino e, finalmente, seus aspectos psicológicos. As conclusões do professor paulista, que vive desde 1970 em Salvador, apontam para a superação de toda uma cultura escolar que ainda relaciona avaliação com exames e reprovação. "Estamos trilhando um novo caminho, que precisa de tempo para ser sedimentado", diz. Luckesi, que é professor aposentado, orientador de pós-graduandos e integrante do Grupo de Pesquisa em Educação e Ludicidade da Universidade Federal da Bahia, concedeu a seguinte entrevista a NOVA ESCOLA.

Como é feita, hoje, a avaliação de aprendizagem escolar? 
A maioria das escolas promove exames, que não são uma prática de avaliação. O ato de examinar é classificatório e seletivo. A avaliação, ao contrário, diagnóstica e inclusiva. Hoje aplicamos instrumentos de qualidade duvidosa: corrigimos provas e contamos os pontos para concluir se o aluno será aprovado ou reprovado. O processo foi concebido para que alguns estudantes sejam incluídos e outros, excluídos. Do ponto de vista político-pedagógico, é uma tradição antidemocrática e autoritária, porque centrada na pessoa do professor e no sistema de ensino, não em quem aprende. 

Que métodos devem ser usados? 
A avaliação é constituída de instrumentos de diagnóstico, que levam a uma intervenção visando à melhoria da aprendizagem. Se ela for obtida, o estudante será sempre aprovado, por ter adquirido os conhecimentos e habilidades necessários. A avaliação é inclusiva porque o estudante vai ser ajudado a dar um passo à frente. Essa concepção político-pedagógica é para todos os alunos e por outro lado é um ato dialógico, que implica necessariamente uma negociação entre o professor e o estudante. 

Por que se insiste na aplicação de provas e exames? 
Nós, educadores do início do século 21, somos herdeiros do século 17. O modelo atual foi sistematizado na época da emergência da burguesia e da sociedade moderna. Se analisarmos documentos daquele tempo, como o Ratio Studiorum, dos padres da ordem dos jesuítas, ou a Didactica Magna, do educador tcheco Comênio, veremos que o modelo classificatório que praticamos hoje foi concebido ali. Muitos outros educadores propuseram coisas diferentes desde então, mas nenhuma dessas pedagogias conseguiu ter a vigência da pedagogia tradicional, que responde a um modelo seletivo e excludente. Existem também razões psicológicas para a insistência nos velhos métodos de avaliação: o professor é muito examinado durante sua vida de estudante e, ao se tornar profissional, tende a repetir esse comportamento. 

Existe alguma justificativa pedagógica para o recurso da reprovação? 
Do ponto de vista pedagógico, de fato, não existe nenhuma razão cabível. A reprovação é um fenômeno que, historicamente, tem a ver com a ideologia de que, se o estudante não aprende, isso se dá exclusivamente por responsabilidade dele. As frases reveladoras são aquelas do gênero "eles não querem mais nada", "não estudam", "não têm interesse" etc. Muitas outras razões, além do próprio aluno, podem conduzir ao fracasso escolar, como as políticas públicas que investem pouco no professor e no ensino, com baixos salários e problemas de infra-estrutura. O recurso da reprovação não existe em sistemas escolares de países que efetivamente investem na qualidade da aprendizagem. 

O que revelam os altos índices de reprovação, sobretudo na 1ª série? 
Há aspectos internos e externos à escola. Os externos são a escassez de recursos e as más condições de ensino. Os fatores internos dizem respeito à relação professor-aluno. O professor ensina uma coisa, o estudante entende outra; ensina de uma forma e solicita que seja colocada em prática de outra; ou não usa atividades inseridas no contexto do aluno. Por exemplo: nas séries iniciais, o programa prevê o aprendizado de números múltiplos. Então pergunta-se no teste: "Quais os números menores de 200 múltiplos de 4 e de 6?" A parte que fala em "menores de 200" só está lá para confundir o aluno e complicar a questão. Muitas crianças são reprovadas porque o instrumento de avaliação é malfeito e as conduz ao erro. 

Por que tanta repetência na fase de alfabetização? 
Existem estudos estatísticos mostrando que o tempo médio de alfabetização no Brasil é de 22 meses. Em algumas regiões, alfabetiza-se em seis meses; em outras, demora-se três anos. Por isso se estabeleceram os ciclos de aprendizagem. Mas não se investiu na qualidade. Se houvesse esse investimento, um ano de alfabetização seria suficiente. Aqui na cidade de Salvador há um projeto em que são atendidos meninos que não conseguiram aprender a ler e escrever em até seis anos. Com uma abordagem correta, alfabetizaram-se em seis meses. Eu tenho certeza de que qualquer criança com 6 anos e meio ou 7 se alfabetiza em um ano. 

Até que ponto o sistema de vestibular determina as avaliações escolares hoje?Vestibular não tem a ver com educação, mas com a incapacidade do poder público de fornecer ensino universitário para quem quer estudar. Agora, todo o ensino, desde o Fundamental, está comprometido com o vestibular. É por isso que é tão comum a adoção de testes que não medem o aprendizado, mas treinam para responder perguntas capciosas. Eu proponho que as escolas invistam em uma prática pedagógica construtiva e paralelamente treinem para o vestibular, com simulados como os feitos pelos cursinhos. Já existem escolas no Brasil que investem na qualidade de ensino e ao mesmo tempo conseguem colocar mais de 90% dos seus estudantes na faculdade, sem necessidade de cursinho. 

O que é preciso para planejar a avaliação de um determinado período letivo? 
O currículo escolar estabelece conteúdos para cada nível. É um parâmetro que tem de ser conhecido. Depois é essencial o planejamento de ensino, que direciona a prática pedagógica. Vamos supor que eu vá ensinar adição. Vou trabalhar o raciocínio aditivo, fórmulas de adição, propriedades, solução de problemas simples e solução de problemas complexos. Esse é o panorama que irá assegurar a prática de avaliação. Se o estudante tem o raciocínio, mas dificuldade de operar, preciso treinar essa fase. Um planejamento didático consciente prevê a elaboração de instrumentos e a correção deles quando ela for necessária para a reorientação do curso do aprendizado. 

De que forma a preparação do currículo influi nesse processo? 
O currículo tem de distinguir e prever o que é essencial. O que for ampliação cultural deve ser abordado apenas se houver tempo. Muitas vezes o que ocorre é uma distorção: tomar o livro didático como roteiro de aulas e considerar essencial o que está ali como ilustração, curiosidade, entretenimento. 

O uso de notas e conceitos pode servir a um projeto de avaliação eficaz? 
Notas ou conceitos têm por objetivo registrar os resultados da aprendizagem do aluno por uma determinada escola. Eles expressam o testemunho do educador ou da educadora de que aquele estudante foi acompanhado por ele ou ela na disciplina sob sua responsabilidade. O registro é necessário. Afinal, nossa memória viva não é capaz de reter tantos dados relativos a um estudante, quanto mais de muitos, e por anos a fio. O que ocorreu historicamente é que notas ou conceitos passaram a ser a própria avaliação, o que é uma distorção. Se os registros tiverem por objetivo observar o processo de aprendizagem de cada aluno e sua conseqüente reorientação, eles subsidiam uma avaliação formativa. Mas não se esses registros representarem apenas classificações sucessivas do estudante. 

Como avaliar o modo particular como cada um aprende? É possível um atendimento tão individualizado? 
Existe uma fantasia de que, quando se fala de uma avaliação eficiente, estamos nos referindo ao atendimento de três ou quatro estudantes por vez. Mas os instrumentos de coleta de dados ampliam a capacidade de observar do professor. Se eu aplico uma avaliação para 40 alunos, não há mudança do ponto de vista da qualidade. Cada um vai manifestar sua aprendizagem por meio do instrumento escolhido. Avaliação não precisa ser por observação direta, mas por instrumentos como teste, questionário, redação, monografia, participação em uma tarefa, diálogo. Em uma classe numerosa, não posso usar entrevistas de meia hora para cada aluno. Vou produzir questionários de perguntas fechadas e trabalhar mais de perto com quem não tiver um desempenho satisfatório. 

Quais são as vantagens e desvantagens dos trabalhos em grupo? 
Se a intenção do professor é fazer um diagnóstico do desempenho de cada um, o trabalho em grupo não vai ajudar muito, porque só avalia o conjunto. Ele é mais útil como atividade de aprendizagem ou construção de tarefa. Por outro lado, o trabalho em grupo favorece o crescimento do indivíduo entre seus pares. 

Avaliação envolve um alto grau de subjetividade. Como evitar ou atenuar isso?
Há dois aspectos a considerar. Um é que o professor precisa estar honestamente comprometido com o que acredita, e isso é uma atitude subjetiva, não tem jeito. Outro aspecto é psicológico e exige autotrabalho para não deixar que questões pessoais interfiram nas profissionais. Evitar a subjetividade, nesse sentido, tem a ver com cuidar de si mesmo e do cumprimento de seus compromissos.


Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR, Cipriano Carlos Luckesi, 180 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3864-0111, 24 reais 

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA: REELABORANDO CONCEITOS E RECRIANDO A PRÁTICA, Cipriano Carlos Luckesi, 115 págs., Ed. Malabares (aquisição somente pelo e-mail malabareseventos@terra.com.br ou pelo tel. 71-3356-3261), 20 reais 

INTERNET

No site www.luckesi.com.br, você encontra artigos e entrevistas de Cipriano Carlos Luckesi

nos links abaixo vídeos e artigos de  tudo sobre, avaliação e recuperação.

Avaliação e recuperação

Avaliação e recuperação. Foto Gilvan Barreto

Fazer um diagnóstico e avaliar os alunos ao longo do ano é um passo fundamental para não deixar ninguém para trás. Nas reportagens abaixo, saiba como oferecer o apoio pedagógico adequado e evitar a defasagem.



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Sempre um papo - Jorge Forbes



Veja o psicólogo Jorge Forbes falando sobre seu livro.

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Café Filosófico - Ser companheiro em tempos de crise - Paulo Gaudêncio 50:23


Neste programa , Paulo Gaudêncio leva a uma reflexão dos relacionamentos afetivos. Diz que crise é eterna, é sinal de que se esta vivo. O que causa o desamor é a falta de diálogo. O segredo é aprender a ouvir o que o outro diz como depoimento, e não acusação. Trata do conceito do Simbiose, para explicar que as escolhas efetivas são complementares, ou seja, o outro representa uma parte de mim que está repremida, e aborda a terapia de casal, focal e breve, explicando o seu método de trabalho. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.

fonte http://video.google.com/videoplay?docid=3481854857401771749#docid=7870040592740286191.

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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Café Cultura - Ciclo Política: Maquiavel e o Terreno da Política. 04/09



































Resumo: Nicolau Maquiavel (1469-1527) é considerado o fundador da ciência política. Em sua obra, entre outras coisas, ele buscou definir o espaço próprio da política, separado de outras esferas, tal como a religião. Esta palestra abordará a sua obra mais famosa, O príncipe, escrita em 1513 e publicada postumamente em 1532.  A intenção é mostrar a permanência de seu pensamento e sua importância para a compreensão da realidade política contemporânea.

Convidado: Jorge Augusto Carreta
04 de Setembro de 2010 
14h30
Livraria Cultura
Shopping Center
Iguatemi Campinas
INSCRIÇÕES:
Atenção - em caso de não ser aluno do UNISAL, zerar o campo do RA, de preenchimento obrigatório.
 
125
Vagas
04/09/2010 às 14:30 até 16:00 - Local: Livraria Cultura Shopping Center Iguatemi Campinas
Inscrições




Como chegar,

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Revista Galileu - NOTÍCIAS - Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência

Revista Galileu - NOTÍCIAS - Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A importância das relações Dr. Luiz Cuschinir




Será que a solidão é o mal do século? Estudos mostram que o convívio com outras pessoas pode evitar doenças. Para falar até que ponto a qualidade de vida é afetada pelo isolamento social, Patrícia Rizzo conversa com Dr. Luiz Cuschinir, psiquiatra, psicoterapeuta e coordenador de grupo de gêneros do Hospital das Clinicas. Acompanhe a entrevista. Para entrar em contato com o Gender Group: 3069-6576.



por Patrícia Rizzo




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domingo, 29 de agosto de 2010

Café Filosófico - A criança em seu mundo - Mário Sérgio Cortella


De acordo com o educador Mário Sérgio Cortella, nós estamos sacando o futuro por antecipação. Significa que nós estamos gastando os meios que permitiriam a existência de próximas gerações. Segundo sua análise, nós anunciamos às crianças: ?Não haverá futuro, não haverá meio ambiente, não haverá segurança, não haverá trabalho. Vocês não têm presente!? A criança tem o mundo da imaginação, da poesia, da fábula, da infância, e muitas vezes, os adultos não conseguem entrar nesse mundo. Mas, segundo o próprio educador, é preciso criar relações mais próximas com as crianças e saber quais são as suas necessidades e desejos para que possamos formar cidadãos conscientes e atuantes. O programa traz ainda a participação da atriz Maria Luisa Mendonça que interpreta o poema "Verbo Ser", de Carlos Drummond de Andrade e texto de Carl Jung. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.
fonte, http://video.google.com/videoplay?docid=3481854857401771749#

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Re: Estou seguindo seu blog


 
Obrigado, vou postar agora,
 
 

--- Em ter, 24/8/10, Vizinhos de Utero <vizinhosdeutero@gmail.com> escreveu:

De: Vizinhos de Utero <vizinhosdeutero@gmail.com>
Assunto: Estou seguindo seu blog
Para: joaocarlosmaria@yahoo.com.br
Data: Terça-feira, 24 de Agosto de 2010, 15:30

Prezado João,

Estou colhendo relatos de gêmeos de todo o Brasil. Se puder postar a nota abaixo com a foto anexada, fico muito grata.

 

Abs, Jemima

 

Procura-se irmãos gêmeos!

 

Jemima Pompeu é uma paulistana de 41 anos com um relacionamento gemelar incomum. E foi pensando nele que criou um blog para reunir histórias de gêmeos contadas por eles próprios ou por seus familiares. Em Vizinhos de Útero você encontra relatos de gêmeos adultos, depoimentos de pais, artigos relacionados, curiosidades e fotos de gêmeos famosos. Se você é gêmeo ou tem filhos gêmeos, compartilhe sua história também!

 

http://www.vizinhosdeutero.blogspot.com

E-mail: vizinhosdeutero@gmail.com

twitter: @vizinhosdeutero

 


 

domingo, 22 de agosto de 2010

A importância do Plano de Aula


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A realização do planejamento é imprescindível
no processo de ensino-aprendizagem
O planejamento está presente em quase todas as nossas ações, pois ele norteia a realização das atividades. Portanto, o mesmo é essencial em diferentes setores da vida social, tornando-se imprescindível também na atividade docente.

O planejamento de aula é de fundamental importância para que se atinja êxito no processo de ensino-aprendizagem. A sua ausência pode ter como consequência, aulas monótonas e desorganizadas, desencadeando o desinteresse dos alunos pelo conteúdo e tornando as aulas desestimulantes.

De acordo com Libâneo “o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”. Portanto, o planejamento de aula é um instrumento essencial para o professor elaborar sua metodologia conforme o objetivo a ser alcançado, tendo que ser criteriosamente adequado para as diferentes turmas, havendo flexibilidade caso necessite de alterações.

Porém, apesar da grande importância do planejamento de aula, muitos professores optam por aulas improvisadas, o que é extremamente prejudicial no ambiente de sala de aula, pois muitas vezes as atividades são desenvolvidas de forma desorganizada, não havendo assim, compatibilidade com o tempo disponível.

Entre os elementos que devem compor um plano de aula estão:

- clareza e objetividade;
- Atualização do plano periodicamente;
- Conhecimento dos recursos disponíveis da escola;
- Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo abordado;
- Articulação entre a teoria e a prática;
- Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem;
- Sistematização das atividades com o tempo;
- Flexibilidade frente a situações imprevistas;
- Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como revistas, jornais, filmes entre outros;
- Elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes.

Portanto, o bom planejamento das aulas aliado à utilização de novas metodologias (filmes, mapas, poesias, músicas, computador, jogos, aulas práticas, atividades dinâmicas, etc.) contribui para a realização de aulas satisfatórias em que os estudantes e professores se sintam estimulados, tornando o conteúdo mais agradável com vistas a facilitar a compreensão.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola






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terça-feira, 17 de agosto de 2010

O ESTRESSE E OS PROFESSORES



O ESTRESSE E OS PROFESSORES

*Polyana Andreza

A palavra estresse vem do inglês stress, que significa tensão. Simon L. Dolan, doutor em psicologia do trabalho, afirma que o estresse se manifesta através de sintomas psicológicos, somáticos e comportamentais. Dentre os sintomas psicológicos estão: ansiedade, irritabilidade, depressão, exaustão e esgotamento profissional; já os somáticos se expressam através de dores musculares, dermatites, disfunções gastrintestinais, tremores neurológicos, problemas cardíacos, pressão alta, pulsação acelerada, enxaquecas, sudoreses, problemas respiratórios e outros. Os sintomas comportamentais revelam-se por meio do tabagismo, alcoolismo, dependência de drogas, disfunções sexuais e do ganho ou perda de peso ( DOLAN, 2006: 45)

Atualmente tem crescido o número de pessoas que apresentam sintomas de estresse em razão do trabalho que realizam. Vários autores tentam explicar por que vem aumentando o desgaste físico e emocional dos profissionais das mais diversas áreas. O escritor Botsaris explica que a vida moderna e o estresse estão intimamente relacionados, é um mal que rouba a nossa energia, deteriora nossas relações e deixa-nos desprotegidos. Somos “sugados” pelo trabalho, “massacrados” pela rotina e “esmagados” por uma forte pressão ( 2004:18).

O mundo moderno nos apresenta inúmeros desafios, obriga-nos a assumirmos diversas responsabilidades e a representar diferentes papéis ao mesmo tempo. E isso muitas vezes, gera uma pressão difícil de suportar. Precisamos ser pais presentes, trabalhadores eficientes, cônjuges maravilhosos, bons filhos, amigos inesquecíveis e cidadãos exemplares. Maslach afirma que

As pessoas estão emocional, física e espiritualmente exaustas. As exigências do trabalho, da família e de tudo o que se encontra entre eles corroem a natureza e a energia. O desgaste físico e emocional está atingindo proporções epidêmicas ( 1999: 13).

O trabalho deveria ser fonte de realização e de prazer, porém muitas vezes tem se tornado o contrário. E infelizmente uma das classes trabalhistas que vêm apresentando um grande número de profissionais doentes e afastados do trabalho devido ao estresse prolongado que causa o desgaste físico e emocional, é a classe dos professores.

Os sintomas são inúmeros dentre os físicos: dores de cabeça constantes, dores musculares, cansaço, sudorese, problemas nas cordas vocais, problemas respiratórios, aperto no coração, insônia, tremedeira, sono constante, mal-estar. Já os sintomas emocionais e psicológicos são angústia, tristeza, vontade de chorar constante, agitação, agressividade, impaciência, desânimo, baixa auto-estima, pensamentos negativos, baixa produtividade e outros (DOLAN, p 45)

Mas o que será que tem causado tanto estresse nos professores? Sabemos que as condições de trabalho do professor podem ser um desses motivos, pois como Marlach afirma

O desgaste físico e emocional não é um problema das pessoas, mas do ambiente social em que elas trabalham. A estrutura e o funcionamento do local de trabalho, moldam a forma da interação das pessoas e a forma como elas realizam o seu trabalho. Quando o local de trabalho não reconhece o lado humano dessa atividade, o risco de desgaste cresce, trazendo com ele um preço bastante alto ( 1999:36).

O ambiente de trabalho do professor pode desencadear estresse porque nele o professor se depara com muitas situações conflitantes como, por exemplo: salas de aula com um número excessivo de alunos, falta de recursos e de uma estrutura física adequada para a realização do trabalho pedagógico, classes onde os alunos apresentam um alto nível de agressividade, violência e indisciplina, falta de apoio dos colegas e trabalho e da direção da escola.

Para o escritor Alex Botsaris, corpo e mente estão profundamente relacionados, por isso, todo o estresse físico causa algum estresse psíquico e vice-versa. Diante disto, quais seriam os motivos do aumento do estresse entre os profissionais? Ainda de acordo Botsaris um dos fatores que têm levado cada vez mais pessoas a se sentirem estressadas é a ampliação das responsabilidades que a sociedade atual nos impõe.

Os tempos atuais também se caracterizam, pelo aumento das exigências profissionais, além de um número maior de atividades e interações que encerram sérios compromissos. Somos levados a conhecer e administrar um maior número de itens na vida diária, como produtos de uso pessoal, utensílios domésticos, equipamentos de informática, Internet, contas bancárias e cartões de crédito. As telecomunicações trazem até nós, cada vez mais rápida e eficientemente, informações geradoras de tensão, originárias de todo o mundo. Solidão, competitividade e grandes responsabilidades resultam num mundo cada vez mais complexo para as pessoas, que lhes exige muito e, ao mesmo tempo, faz delas seres socialmente isolados ( BOTSARIS: 2003, p. 72)

Todas essas transformações que vêm ocorrendo na sociedade nos últimos anos exigem que os profissionais estejam a cada dia atualizando seus currículos, capacitando- se através de cursos, descobrindo o que há de mais novo em sua área específica; demonstrando novas habilidades como, por exemplo, a capacidade de resolver conflitos, de gerenciar situações inusitadas, de trabalhar em equipe, enfim de vencer as competições diárias que surgem no ambiente de trabalho moderno. De acordo com BOTSARIS “o cidadão do mundo atual encontra-se em situações em que a reação de estresse é desencadeada inúmeras vezes por dia. ( 2003:56)”

Outro motivo que gera estresse entre os profissionais é a competição presente hoje no ambiente de trabalho. Muitas vezes, o trabalhador não se sente um indivíduo, um ser humano com sentimentos, necessidades, fraquezas, mas sim uma máquina que precisa produzir cada vez mais, trazer lucros maiores para a empresa, caso contrário será substituído por outra melhor, mais capaz, mais eficiente, mais lucrativa. “Na lógica do mundo globalizado só existe espaço para os vencedores. A competição torna-se cada vez mais acirrada, desleal, predatória. Nesse ambiente, a mão que oferece ou pede uma ajuda pode ser uma armadilha ( BOTSARIS; 2003:71).

A competição é incentivada desde cedo nas escolas e nas famílias, ainda muito pequena a criança já aprende a ocupar o seu tempo para ser um adolescente bem preparado para o mercado de trabalho; desde cedo os estudantes são incentivados a ganhar nos jogos e brincadeiras, a vencer as competições escolares, a tirar as melhores notas. Hoje, algumas crianças freqüentam a escola num determinado período do dia e no outro elas freqüentam aulas de informáticas na segunda, aulas de inglês na terça, aulas de teatro ou pintura na quarta, aulas de balé ou natação na quinta e aulas de canto ou violão na sexta.

Por um lado isso é bom, mas por outro sabemos que a criança precisa brincar; aliás, não só as crianças, mas adolescentes, adultos, idosos, todos nós precisamos nos divertir, ter nossos momentos de lazer. Porém, o que percebemos é que desde cedo as crianças já são incentivadas a competir, a ganhar sempre; em conseqüência disso, elas já chegam à adolescência estressadas; e quando chega então o momento de decidirem o curso universitário para o qual irão prestar o vestibular muitos até adoecem devido à pressão, à cobrança que além dos pais, eles mesmo se submetem.

Hoje, os meios de comunicação possuem uma liberdade maior para disseminar suas idéias, para expor situações de conflitos vivenciadas em todas as partes do Brasil; a mídia possui um poder de convencimento imenso, principalmente através da televisão. A cada momento surge um ídolo para as novas gerações, surge uma nova atitude que deverá ser imitada por inúmeros jovens, surge em alguma novela um novo acessório que deverá ser usado por várias mulheres e assim surgem desde produtos que deverão ser consumidos até comportamentos que deverão ser imitados por pessoas que ainda não possuem um senso crítico suficiente para saber o que deve ou não servir de exemplo para suas vidas.

A sociedade mudou, a realidade social em que vivemos é totalmente diferente da realidade vivida por nossos avôs. O progresso científico trouxe transformações para todas as áreas do conhecimento, percebemos isto através das novas descobertas da medicina, da informatização das máquinas e dos serviços, do surgimento das inúmeras tecnologias, da globalização, da rapidez com a qual as informações chegam a todos os lugares do mundo devido à internet. E as modificações não se restringem a essa era digital, as representações sociais também foram afetadas.

Os pensamentos mudaram o modo de perceber a vida, a sociedade, a família, a escola, a saúde, o trabalho, a religião, a política; as concepções sobre casamento, divórcio, homossexualismo, machismo o papel da mulher na sociedade atual; a visão de mundo sobre cidadania, democracia, liberdade de expressão, direitos sociais sofreram alterações. BOTSARIS assevera que:

As mudanças profundas nos hábitos de vida e na interação com o meio ambiente, observadas na sociedade moderna, trouxeram para os homens o mau estresse. E o estresse acumulado, ou continuado, como prefiro denominar, é nocivo à saúde, porque exige muito do organismo sem permitir sua recuperação, gerando um enorme desgaste( 2003:61,62).

E como não poderia deixar de ser, se a sociedade mudou a educação também mudou; os professores mudaram, os alunos mais ainda, o ambiente escolar já não é mais o mesmo, novas concepções pedagógicas surgiram, novas metodologias de ensino foram adotadas, os objetivos da educação foram ampliados, novos parâmetros curriculares foram elaborados, a relação professor-aluno ganhou mais afetividade, o papel do professor sofreu alterações e a concepção de aluno que a escola deseja formar agora envolve não apenas aspectos cognitivos, mas também afetivos e emocionais.

Além de todas essas mudanças sociais que refletem dentro na sala de aula, podem existir outras causas que desencadeiam o estresse dos professores do ensino fundamental como, por exemplo: salas de aula superlotadas, falta de recursos pedagógicos, estruturas físicas das escolas inadequadas para a ministração das aulas, indisciplina dos alunos, violência na escola, excesso de trabalho, baixos salários, reclamações de pais, falta de apoio da direção, falta de reconhecimento e até mesmo conflitos com os próprios colegas de trabalho.

Todos esses problemas de uma forma ou de outra afetam o professor, provocando estresse, cansaço, raiva, frustração, desânimo, acomodação; causando desgastes físicos e emocionais, influenciando negativamente sua auto-estima, minando a sua satisfação profissional e o seu desejo de fazer um trabalho cada vez melhor. De acordo com MASLACH:

Quando não somos recompensados, tanto o trabalho que fazemos quanto nós mesmos, como trabalhadores, somos desvalorizados. Embora todos saibam que as recompensas são importantes, esse conhecimento, não se traduz necessariamente em ação. Recompensas monetárias são fáceis de receber e geralmente bem vindas, mas o dinheiro anda escasso atualmente. Ainda mais devastadora para os trabalhadores, é a perda do reconhecimento íntimo, que surge quando alguém se orgulha de fazer alguma coisa valiosa e importante para os outros, e de fazê-la bem feita (MASLACH, 1999:29).

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Revista Nova Escola em abril deste ano, realizada em 2007 com 500 professores das redes públicas das capitais revelou que mais da metade dos entrevistados sofrem de estresse. Entre as queixas mais freqüentes estão dores musculares e mal-estar, nos casos mais sérios os sintomas acabam afastando os profissionais da sala de aula. Ainda de acordo com a pesquisa, a maior queixa dos professores é a dificuldade de relacionamento com os alunos; a falta de disciplina foi citada como o principal problema em sala de aula por 46% dos entrevistados. Não é incomum visitarmos algumas escolas e ao passarmos pelas salas de aula encontramos alunos em cima das mesas, gritando, dirigindo palavras de baixo calão aos colegas e professores e até mesmo partindo para a agressão física.

E a indisciplina é apenas um dos problemas vivenciados pelos professores no seu ambiente de trabalho que pode desencadear um desgaste físico e emocional. Afirma MASLACH que se as pessoas se sentem humilhadas ou constrangidas no trabalho, se não são valorizadas; sua auto-estima e seu senso de competência ficam ameaçados. As pessoas começam a se sentir alienadas no local de trabalho e podem até mesmo tentar ações destrutivas. Medo e ansiedade são duas emoções que contribuem para o desgaste físico e emocional. Esses sentimentos são prováveis especialmente quando falta controle sobre o trabalho e quando o ambiente é incerto e motivador (1999: 49). Ainda nesse sentido o autor ressalta que

Frustração e raiva são os traços emocionais característicos do desgaste físico e emocional. Você se sente frustrado porque está impedido de alcançar seus objetivos. Você não consegue ultrapassar os obstáculos que estão em seu caminho – ou porque não tem recursos suficientes para fazer o seu trabalho, ou porque lhe falta controle sobre ele. Você não recebe o reconhecimento que espera. Não é de se surpreender que você se sinta ineficiente. Mas você também se sente exausto como resultado do tempo e do esforço despendidos ( 1999: 49).

A pesquisadora Iône Menezes em uma de suas pesquisas publicadas sobre a síndrome de Burnot - síndrome causada por circunstâncias relativas às atividades profissionais que ocasiona sintomas físicos, comportamentais, afetivos e cognitivos, caracterizando-se pela exaustão emocional, falta de envolvimento pessoal no trabalho e despersonalização do indivíduo - relata a o depoimento do professor Fernando Pachi, de São Paulo. Eis o que ele diz:

“Acredito que a situação de maior estresse para o professor continua sendo a indisciplina em sala de aula. Mediar a relação com os alunos fica dez vezes mais desgastante em situações onde você tem que chamar a atenção, interromper a aula, pensar sempre como motivar os alunos, erguer o tom de voz. Tudo isso contribui ao longo do tempo para uma situação de estresse e desmotivação. Isso porque o foco é sempre motivar os alunos! Aí a cobrança interna também fica maior, e vem uma sensação de fracasso quando os resultados não são atingidos, ou seja, quando o curso não corre bem, por conta de uma interação em sala de aula mal resolvida.”

O depoimento desse professor confirma o que Zanelli ressalta:

“tanto fatores externos (condições de trabalho) quanto exigências físicas e mentais, ou outros aspectos relacionados à organização e ao conteúdo do trabalho como sobrecarga, conflitos e ambigüidade de papel, também são apontados como estressores responsáveis pelo estresse decorrente do trabalho. Com relação às condições ambientais, ruído, temperatura, vibração, iluminação e poluição têm sido classicamente apontadas como estressores produzidos no ambiente de trabalho (2004: 284-285)

Situações consideradas apenas pequenos detalhes pelos que não vivem a realidade da sala de aula, podem ser vistas como fatores de estresse para o professor que está desenvolvendo o trabalho pedagógico. Por exemplo: escola que não dispõem de material algum para o professor trabalhar que não seja o giz e o quadro. Ora, se o professor realmente é um profissional sério, isso irá inquietá-lo, ele terá que dar um jeito, improvisar, pedir emprestado, pedir doações ou ele mesmo, comprar materiais pedagógicos, com o próprio salário, para poder ministrar boas aulas. Isso é ou não é desgastante para um profissional?

O que fazer? Quais seriam as soluções possíveis para minimizar o estresse dos educadores? Como os professores podem enfrentar este problema da melhor maneira possível? Como vencer o desgaste físico e emocional adquiridos no ambiente de trabalho? Quais as medidas para prevenir o aparecimento do estresse? Que atitudes contribuiriam para uma melhor qualidade de vida dos profissionais da educação?



9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BOTSARIS, Alex. O Complexo de Atlas e Outras síndromes do Estresse Contemporâneo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.

DOLAN,Silmon L. Estresse, auto-estima, saúde e trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

LIPP, Marilda. O Stress do Professor. São Paulo: Papirus, 2002

LIPP, Marilda. Redução do Estresse na Sala de Aula. Disponível em: http://www.universia.com.br/mat/mat/.jsp?mat=. Acesso em 23 Out 2008

MASLACH, Cristina e LEITER, Michael P. Trabalho: Fonte de Prazer ou Desgaste? Guia para Vencer o Estresse na Empresa. Campinas, São Paulo: Papirus, 1999.

MENEZES, Iône Vasquez. Estresse do Professor - Síndrome de Burnout é Uma das Causas do Esgotamento Profissional de Docentes. Disponível em: http://www.universia.com.br/mat/mat/.jsp?mat=. Acesso em, 23 Out 2008

POLATO, Amanda. Remédios para o Professor e a Educação. Revista NOVA ESCOLA. Ano XXIII, Nr 211: Abril, 2008.

SELYE, H. Stress, a Tensão da Vida. São Paulo: Ibrasa, 1965

ZANELLI, José Carlos et all ; BASTOS, Antônio Virgílio Bittencourt ( ORG). Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/44792/1/Estresse-e-professores/pagina1.html#ixzz0wu5hYqiN



*Polyana Andreza
Graduada em Pedagogia- UFPE, especialista em Psicologia da eucação- FAFIRE.
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