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domingo, 23 de novembro de 2014
sábado, 22 de novembro de 2014
O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: Think-tanks para combater a revolução social
O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: Think-tanks para combater a revolução social: Think-tanks para combater a revolução social ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES | 12 AGOSTO 2011 ARTIGOS - CULTURA ...
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Think-tanks para combater a revolução social
ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES | 12 AGOSTO 2011
ARTIGOS - CULTURA
Estamos diante de uma sociedade transformada, ainda que embora em aparência não demonstre a truculência dos regimes totalitários nazista, fascista ou socialista. Todavia, isto é só uma questão de tempo: mais cedo ou mais tarde o porrete esquenta.
Chamo a atenção para dois pronunciamentos bastante oportunos do filósofo Olavo de Carvalho: primeiramente, sobre as características primordiais da revolução social, e em seguida, sobre a necessidade de constituirmos "think tanks".
Uma revolução social consolida-se quando os meios de conquista e permanência no poder se modificam. Atualmente, estes meios emulam os dos regimes nazi-fascistas: Qualquer forma de expressão jornalística, intelectual, religiosa, literária e artística; qualquer forma de procedimento realizado por servidores públicos, promotores, advogados e juízes; e qualquer forma de atividade econômica só são tolerados quando funcionam em consonância com os ditames do partido, ou em escala mais ampla, da ideologia que lhe fornece o oxigênio.
Jamais os arrozeiros do estado de Roraima seriam expulsos (sim, eles foram "expropriados", e não meramente desapropriados!) e jamais o STF teria julgado a favor da união civil homossexual se não houvesse todo um esquema que os envolvesse por completo.
Atualmente, no Brasil, a rigor, nenhum grande grupo econômico tem condições plenas de se manter no mercado se não pedir as bençãos dos donos do poder e rezar por sua cartilha. Quem duvida disto, que se recorde da intervenção branca que o governo impôs à companhia Vale, fazendo valer a sua vontade de mudar o presidente.
Já os apadrinhados recebem as gordas fatias das concessões, das licitações públicas, das grandes obras, dos subsídios ou empréstimos diferenciados ou quando o menos, da informação privilegiada. Como muito bem lembrado pelo jornalista Diogo Mainardi, em certa apresentação do programa Manhattan Connection, os grandes empresários do mundo todo são mundialmente conhecidos pelas áreas em que atuam, graças ao seu espírito dinâmico e empreendedor: Todos sabemos quem é Bill Gates e quem foi Henry Ford, e a que atividades econômicas eles estão ligados. Mas quem são os grandes empresários brasileiros, para quem todos os holofotes se dirigem? A rigor, são aqueles que se enriquecem a partir da estrita simbiose com o governo.
Há quem venha a argumentar que isto foi sempre mais ou menos assim no Brasil. Isto é lá discutível. Entretanto, fenômenos restritos a uma certa esfera delimitada não preenchem o requisito essencial para a caracterização de uma mudança geral na estrutura da sociedade, ou de falando de forma mais escancarada, de uma revolução social. Esta acontece quando se espalha pela pirâmide social, do cimo até a base, de modo que mesmo as vidas das pessoas da classe média e pobre jazem subjugadas. Agora sim a coisa ficou feia!
Quando um mero jornalista ou professor não conseguem emprego em lugar nenhum pelo fato de manterem uma postura dissidente, estamos diante de uma sociedade transformada, ainda que embora em aparência não demonstre a truculência dos regimes totalitários nazista, fascista ou socialista. Todavia, isto é só uma questão de tempo: mais cedo ou mais tarde o porrete esquenta. Com advogados não é diferente: o Direito não é uma ciência exata, óbvio. Então, uma prova elaborada por uma entidade que controla toda a atividade advocatícia como requisito obrigatório para o exercício de uma profissão cujos conhecimentos foram adquiridos em meio regular de ensino e já chancelados pelo estado pode se constituir em um excelente funil ideológico. Basta para isto que seus dirigentes assim ajam de mútuo acordo. A partir daí, teremos uma verdadeira fábrica de agentes de transformação social.
Certa vez, eu li um depoimento de um cidadão sueco, que lamentava que em sua empresa ninguém ascendia a cargos mais altos por meio de mérito, esforço e dedicação, mas sim por seus talentos políticos. É isto o que já está acontecendo no Brasil. Se você é bancário, vai morrer como caixa, porque os níveis de gerência e direção, nesta atividade que funciona enxertada ao estado, estão reservados para aqueles dispostos a cumprir o programa ideológico do governo. Mais vale um gerente que autoriza empréstimos de risco aos indicados pelos políticos no poder do que o funcionário zeloso e criterioso que analisa a operação segundo as tendências do mercado.
Há algum tempo atrás minha esposa participou de um concurso público cuja vaga, soubemos, foi criada justamente com vistas a dar emprego a um outro alguém previamente escolhido. Adivinhem quem o venceu?
No Pará, destaco especialmente a figura de Leonardo Bruno, advogado, e como eu, blogueiro e colunista do site Mídia sem Máscara, que apesar de sua imensa cultura e fluência como orador, não tem conseguido realizar o seu maior sonho, que é o de trabalhar como professor, tendo-lhe sido fechadas as portas de todas as instituições de ensino particulares (ele não quer trabalhar em instituições públicas), mesmo notoriamente sendo dono de um conhecimento muito superior aos que lhe têm passado à sua frente.
Mesmo a classe pobre tem de ajoelhar-se diante da hegemonia ideológica: por exemplo, um pedreiro, um estivador ou caminhoneiro pode ou não conseguir trabalho dependendo do seu nível de amizade com o sindicato a que pertence. Em recente reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, ficou muito claro como os beneficiados por lotes de terra não esqueciam de pagar seus dízimos aos sindicatos e associações de trabalhadores rurais.
Quando, de qualquer forma, expressa ou tácita, legal ou informal, alguém tem de pagar a um grupo corporativista ou obedecer aos seus ditames para que possa desempenhar uma atividade que é naturalmente lícita, então estamos diante de uma sociedade essencialmente mafiosa.
Você, que lê este artigo, pode hoje estar numa situação confortável. Neste caso, de algum modo, você participa do Esquema, ou trabalha para quem participa, de tal modo que não vê motivo para que as coisas mudem. Por outro lado, você pode estar enfrentando algum nível de dificuldade em sua vida, porém teme manifestar-se com o razoável receio de sofrer represálias.
Seja em qualquer situação, eu pergunto: você tem filhos? Se você tem filhos, crê piamente que uma sociedade em que os critérios para se progredir na vida não são os mais transparentes vá sempre beneficiar a sua linhagem? Quem lhe garante que o amanhã não será a vez do filho do seu maior rival ou inimigo? E você, que está quieto no seu canto: crê mesmo que sua indolência fará com que as coisas mudem para melhor no futuro?
Portanto, todos nós temos à frente o risco de sermos despejados de nossas atividades por critérios nada honestos, objetivos e previsíveis. Este é o mundo das sombras, que está ali, a poucos passos do rumo que estamos tomando. Como bem lembrado pelo filósofo Olavo de Carvalho, você poderá até mesmo ser um juiz, mas assim mesmo correrá o risco de ser demitido, preso ou na melhor das hipóteses, congelado num canto, humilhado e isolado dos seus pares.
A única estrada possível para invertermos este desastre social está na conscientização da sociedade pela diminuição da influência do estado e pela valorização das liberdades individuais e da livre iniciativa.
Para tanto, é necessário que os cidadãos, especialmente os empresários, se dêem conta que é necessário investir em formação de opinião. Investir, aqui, no seu sentido mais explícito: precisam gastar dinheiro, precisam patrocinar a fundo perdido, e não somente em função de objetivos mais concretos e imediatos.
No Brasil, em todas as regiões e em um número significativo de estados, já há um número embrionário de pessoas que têm se dedicado com afinco a estudar estes problemas e oferecer soluções, entre as quais peço licença para dizer que eu mesmo me incluo. São cidadãos íntegros, que há anos estão comprometidos com o que têm feito, mesmo sem ter recebido até hoje nenhuma forma de apoio; aliás, amiúde têm se exposto a perigos e ameaças.
Já está na hora destas pessoas serem valorizadas. Com o devido patrocínio, haveremos de produzir com muito mais resultado, e de espalhar a nossa mensagem com muito maior velocidade. E isto pode custar menos do que colaborar com o Criança-Esperança.
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sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Sobre verso do diploma de pedagogia: Blog do João Maria responde
A pergunta é,
Me formei em pedagogia em outubro/2012 e no verso de meu diploma consta apto para exercer as funções contidas no art. 4º da resolução CNE/CP nº 1 de 15/05/2006, este é o apostilamento?
Desde já agradeço.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
CONSELHO PLENO
RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE 2006. (*)
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf
Veja o link acima e imprima.
http://educacaodialogica.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Palestras em Campinas abordam a vida e a obra de Ariano Suassuna
Palestras em Campinas abordam a vida e a obra de Ariano Suassuna
Participam das atividades dois membros da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier e Domício Proença Filho, nos dias 11 e 26/11, respectivamente
No ano em que a cultura brasileira perdeu o escritor Ariano Suassuna, o Sesc e a Academia Brasileira de Letras (ABL) se juntaram para resgatar a imagem do autor de “Auto da Compadecida”. Em novembro, o ciclo de palestras “O Reino Encantado de Ariano Suassuna” promove encontros com membros da Associação Brasileira de Letras, que abordam em a vida e a obra do saudoso colega escritor. Em Campinas, serão promovidas duas palestras: na terça, dia 11 de novembro, com Arnaldo Niskier, e no dia 26 com o veterano Domício Proença Filho. As atividades começam às 20h, são gratuitas e serão realizadas no teatro do campus 3 da Faculdade Anhanguera, no Taquaral.
Além de Campinas, outras unidades do Sesc recebem o projeto, como Bom Retiro, Osasco, Santo André e Taubaté. Nesses locais, Antonio Torres, Carlos Nejar e Evanildo Bechara resgatam a memória de Suassuna, que foi um dos grandes autores brasileiros, um homem das letras, teatro, cinema e televisão.
Ariano Suassuna
Nascido em João Pessoa (PB), em 16 de junho de 1927, e morto em julho deste ano, Ariano Vilar Suassuna foi um dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro. Idealizador do Movimento Armorial e autor de obras como “Auto da Compadecida” e “O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, foi um preeminente defensor da cultura do nordeste do Brasil. Foi secretário de Cultura de Pernambuco (1994-1998) e secretário de Assessoria do governador Eduardo Campos até abril de 2014.
Palestrantes
Arnaldo Niskier
Aos 78 anos, é membro da Academia Brasileira de Letras desde 1984; foi presidente da ABL em dois mandatos; é professor aposentado de História e Filosofia da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Doutor em Educação pela UERJ; membro do Conselho Federal de Educação, do Conselho Estadual de Educação e do Conselho Nacional de Educação; Secretário de Estado do Rio de Janeiro por quatro vezes; autor de mais de 100 livros, especialmente sobre educação e temas infanto-juvenis.
Domício Proença Filho
Aos 78 anos, é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2006. Professor Emérito e Professor Titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal Fluminense, aposentado. Professor de língua portuguesa durante dezenas de anos em várias universidades, entre elas a UFRJ e a PUC-Rio, e em inúmeros estabelecimentos de ensino fundamental e médio. Crítico e ensaísta, é autor de 55 livros. Tem dezenas de textos publicados no Brasil e no exterior. Como ficcionista, é autor do premiado “Breves estórias de Vera Cruz das almas”. Na área de língua portuguesa, é autor de “Por dentro das palavras da língua portuguesa” e de vários livros didáticos.
Serviço:
Palestras do projeto “O Mundo Encantado de Ariano Suassuna”
Local: no Teatro do campus 3 da Faculdade Anhanguera. Rua Luiz Otávio, 1313, Taquaral - Campinas
Data: 11 e 26 de novembro
Horário: 20h
Entrada: gratuita
Informações: Sesc Campinas - (19) 3737-1500
fonte http://www.campinas.com.br/eventos/2014/11/palestras-em-campinas-abordam-a-vida-e-a-obra-de-ariano-suassuna
Como chegar
Como chegar
Música e a Formação dos Afetos - Profº José Eduardo Martins
José Eduardo Martins nasceu em 1938 na cidade de São Paulo, onde começou seus estudos com o professor russo José Kliass. Mais tarde, de 1958 a 1962, estudou em Paris com Marguerite Long, Jean Doyen e matérias teóricas com Louis Saguer. Como pianista, Martins realizou ciclos com as integrais de Debussy, J-P. Rameau, Moussorgsky e Francisco de Lacerda. Apresentou igualmente, em primeira audição absoluta, mais de 120 composições contemporâneas de autores de diversos países, entre as quais algumas das mais representativas obras do compositor português Fernando Lopes-Graça, gravadas e interpretadas pelo pianista.
Martins foi responsável, ao final da década de 70, pela redescoberta do grande compositor romântico brasileiro Henrique Oswald, realizando gravações e primeiras audições de inúmeras obras para piano solo e camerística com piano, assim como edição de partituras.
O pianista tem 22 CDs gravados na Bélgica, Bulgária e Portugal, lançados pela Labor (U.S.A.), PKP (Bélgica), Portugaler, PortugalSom/Numérica (Portugal) e, sobretudo, pelo selo De Rode Pomp, da Bélgica Flamenga. Martins é autor de diversos livros sobre música e de mais de uma centena de artigos publicados em várias revistas e periódicos do Brasil e do Exterior. José Eduardo Martins é Doctor Honoris Causa pela Universidade Constantin Brancusi da Romênia e Acadêmico Honorário da Academia Brasileira de Música. Recebeu em Bruxelas, em 2004, a Ordem do Rio Branco, uma das honrarias mais significativas do governo brasileiro. Em 2011, foi agraciado com a comenda "Officier dans l'Ordre de La Couronne", outorgada por Sua Majestade Alberto II, Rei dos Belgas.
É irmão do jurista Ives Gandra Martins e do maestro João Carlos Martins. Professor titular aposentado da Universidade de São Paulo.
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quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Virtudes nacionais Olavo de Carvalho
Virtudes nacionais
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 3 de abril de 2012
Diário do Comércio, 3 de abril de 2012
Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. Trezentos jovens insultando duas dúzias de octogenários – eis a imagem daquilo que, no Brasil de hoje, se considera um exemplo de coragem cívica. É possível descer ainda mais baixo? É. Nenhum dos agressores se lembrou sequer de perguntar se algum daqueles velhos, a quem cobriam de cusparadas, xingamentos e ameaças, esteve pessoalmente envolvido nos episódios de tortura que lhes eram ali imputados, ou se o único crime deles não consistia em puro delito de opinião. Que eu saiba, nenhuma acusação de tortura pesa ou pesou jamais contra aqueles oficiais atacados na porta do Clube Militar. O único acusado, o Cel. Brilhante Ustra, não estava presente e foi queimado em efígie. Os outros pagaram pelo crime de achar que Ustra é inocente, que o governo militar foi melhor do que a alternativa cubana ou que as violências praticadas por aquele regime pesam menos do que as suas realizações. Por isso, e só por isso, foram chamados de assassinos e torturadores. Não apenas a “coragem” é o nome que hoje se dá à covardia mais sórdida, mas o “senso de justiça” consiste em acusar a esmo, sem ter em conta a diferença que vai entre aplaudir um regime extinto e ter praticado crimes em nome dele.
Se o simples fato de avaliar positivamente um governo suspeito de tortura faz do cidadão um torturador, então os arruaceiros reunidos na porta do Clube Militar, bem como o seu instigador, o cineasta Sílvio Tendler, são todos torturadores, e o são em muito maior escala do que qualquer militar brasileiro, pelo apoio risonho e cúmplice que, uns mais, outros menos, por ações e omissões, têm dado a regimes incomparavelmente mais cruéis do que jamais o foi a nossa ditadura.
Essa observação aplica-se especialmente, e da maneira mais literal possível, aos militantes do PC do B, a organização mais representada naquele espetáculo. É o partido maoísta, nascido e crescido no culto a um monstro genocida, estuprador e pedófilo, campeão absoluto de assassinatos em massa, que se zangou com a URSS por achar que o governo de Moscou não era violento e cruel à altura do que o exigiam os padrões da revolução mundial. Por todas as normas do direito internacional, a lealdade retroativa a um regime reconhecidamente genocida é crime contra a humanidade. A carga dessa culpa imensurável é a única autoridade moral com que a massa de jovens revoltadinhos se apresenta ante os oficiais das nossas Forças Armadas, acusando-os de crimes que talvez alguns de seus colegas de farda tenham cometido, mas que eles próprios jamais cometeram.
O sr. Silvio Tendler diz que sua mãe foi torturada. É possível. Mas isso dá a ele o direito de instigar uma multidão de cabeças ocas para que acusem de tortura qualquer saudosista do regime militar que encontrem pela frente? Não entende, esse pretenso intelectual, a diferença entre crime de tortura e delito de opinião?
Opinião por opinião, pergunto eu: os méritos e deméritos do regime militar brasileiro já foram examinados com isenção e honestidade, em comparação com a alternativa comunista que suas pretensas vítimas lutavam para implantar no Brasil?
Os brasileiros que, exilados ou por vontade própria, se colocaram a serviço dos regimes de Havana e de Pequim não se acumpliciaram com uma violência ditatorial incomparavelmente mais assassina do que aquela contra a qual agora esbravejam histericamente? Ou será que os cadáveres de cem mil cubanos, dez mil angolanos e setenta milhões de chineses, assassinados com o apoio dessa gente, pesam menos que os de algumas dezenas de terroristas brasileiros? Havana, é verdade, fica longe, Luanda fica ainda mais longe, a China então nem se fala, e o Doi-Codi fica logo ali. Mas desde quando a gravidade dos crimes é medida pela razão inversa da distância em que foram cometidos? Também é fato que os mortos de Cuba, de Angola e da China nunca foram manchete no Brasil, mas devemos acreditar, a sério, que a extensão do mal é determinada objetivamente pelo escarcéu jornalístico concedido a umas vítimas e negado a outras por simpatizantes ideológicos das primeiras?
Essas perguntas, bem sei, não se fazem. Não são de bom tom. Mas, na dissolução geral da própria idéia das virtudes, que senso do bom-tom poderia sobreviver num país cujo presidente se gaba, veraz ou falsamente, de haver tentado estuprar um companheiro de cela, e ainda diz ter saudades do tempo em que os meninos da sua região natal faziam sexo com cabritas e jumentas, se é que faziam mesmo e não foi ele próprio quem os inventou à imagem e semelhança da sua imaginação perversa? E será preciso lembrar que essa mesma criatura, indiciada em inquérito pelo maior esquema de corrupção de que já se teve notícia nesse país, reagiu com um sorriso cínico, alegando-se protegida não pela sua inocência, que nunca existiu, mas pela lentidão da Justiça?
Será exagero, será insulto criminoso chamar de cafajeste o homem capaz de fazer essas declarações em público? E será insana conjetura suspeitar que esses e outros tantos exemplos da cafajestada oficial, copiados por milhares de incelenças, louvados em prosa e verso por uma legião de sicofantas, repassados com orgulho do alto das cátedras, transfigurados por fim em “valores culturais” e aceitos com sorrisos de complacência entre paternal e servil pelas nossas “classes dominantes”, criaram o modelo de coragem e justiça que hoje inspira os bravos agressores de anciãos?
fonte; http://www.olavodecarvalho.org/semana/120403dc.html
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