O PHVox depende dos membros assinantes. Conheça os benefícios, Assine!
Em 08 de abril último celebramos a Páscoa, onde os cristãos celebram a paixão e morte de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO e sua ressurreição. Tal evento abre uma ampla gama de oportunidades para refletirmos profundamente sobre o estado atual de nossas vidas, família ou mesmo sociedade pois as camadas existentes neste evento são infinitas, assim como seu protagonista. Inspirado por este tempo tão importante para os cristãos, costumo fazer reflexões mais profundas não apenas sobre mim, mas sobre o estado atual da grande marcha da humanidade para o abismo. Marcha essa iniciada ainda no Jardim do Eden tornando-se tão mais célere quanto o homem degrada-se ao ponto de performar as fantasias e atos mais esdrúxulos concebíveis, em avassaladora quantidade e velocidade como dificilmente fora visto em algum período histórico anterior.
Um certo professor já nos alertava em novembro de 2013: “Quando eu disse que o gayzismo se transformaria em instrumento de perseguição anticristã, responderam que eu era louco. Quando disse que o passo seguinte seria a descriminalização da pedofilia, mais louco ainda. Se o pessoal simplesmente lesse os debates entre os guias iluminados do movimento revolucionário, saberia que estão na fila de espera, para ser legitimados como condutas normais e inatacáveis, o incesto, a necrofilia e o canibalismo[1].” Passados quase 10 anos dessa publicação, vemos cientistas defendendo consumo de carne humana para “combater escassez de alimentos”[2], ações judiciais que procuram legalizar o incesto[3], bem como uma plêiade de comportamentos extravagantes e bizarros sendo elevados a condição de condutas não apenas aceitáveis, mas virtuosas e dignas de proteção legal. Coisas como a humanização de animais ao ponto de grupos lutarem ativamente pela concessão de direitos humanos às demais espécies animais utilizando o terrorismo, inclusive; combate a “gordofobia” – termo que ouvi pela primeira vez em forma de piada nos anos 2010 e acabou virando uma realidade macabra – e tantas outras inventadas quase diariamente, colocando qualquer pessoa que deseja manter-se minimamente sã em um combate psicossocial assimétrico com cada vez menos instrumentos para entender o que está ocorrendo em seu entorno, dando a impressão que o mundo gira cada vez mais rápido para colocar tudo de ponta-cabeça tal qual nos é dito em fábulas como “Rei que Tudo Queria Mudar”.
Tudo isso gera uma grande contradição. De um lado, o reatar do ser humano com sua verdadeira natureza transcendente através da Paixão e Morte de CRISTO. Do outro, o mais franco e profundo rebaixamento da condição humana a um estado inferior até mesmo dos animais, uma vez que praticam muitos dos atos descritos acima de forma inconsciente, pois apenas possuem instintos e impulsos naturais básicos. Tal choque extremo se dá em um terreno comum: o coração do homem. Lá é o local onde verdadeiramente desenrola-se o conflito dessas duas visões de mundo completamente antagônicas, uma vez que a universalidade desses fenômenos se torna singular. Não é a atoa que esse seja o grande campo de batalha a ser conquistado na guerra entre os filhos da Luz e os filhos das trevas. Cientes disso tudo, os próceres da revolução, já há muito corrompidos pelo pecado e pelo diabo a ponto de serem chamados por CRISTO de “sinagoga de satanás”, empenha-se em destruir as bases fundamentais pelas quais a sociedade humana é sustentada, sendo as mais importantes o amor ao próximo e a caridade cristã, como nos é dito por Santo Agostinho.[4]
Todavia, os revolucionários sabem que o coração do homem é insondável e mudá-lo é impossível, uma vez que todos temos um tipo inato de sinalização ante qualquer aviltamento à lei natural, inscrita por DEUS em cada indivíduo. Como proceder, então, diante dessa simples impossibilidade?
Quando falamos em Homem ou Humanidade, referimo-nos a um símbolo cujo significado nos remete a diversos conceitos que juntos formam uma imagem daquilo que é o ser humano. Porém, há outro conceito atrelado e não é tão evidente quanto: a natureza humana. Prova disso são as infindáveis e inúteis discussões sobre “o sentido da vida”. É justamente aí que os inimigos da criação agem por meio da perversão do modo como agimos em relação a suas finalidades. Tal perversão torna-nos escravos de nós mesmos através de jogos mentais sedutores e envolventes, usando como cavalo-de-batalha a própria condição decaída de nossa natureza, cuja desordem nas paixões fertiliza o terreno a semeadura da própria mentalidade revolucionária.
Indo a Aristóteles, a maneira pela qual o homem alcança o fim último natural – a saber, a plenitude da felicidade – só é possível pela anterior aquisição da plenitude das virtudes intelectuais e sociais, sendo os únicos meios possíveis para conquistá-la. Dito de outra forma, é preciso primeiro saber o que é bom e como obtê-lo de forma ordenada e virtuosa para, só então, ir ao seu encontro. Dessa forma, nos é traçado uma ordem pela qual devemos alcançar ordenadamente os bens: primeiro conhecê-los, em especial os meios corretos para obtê-lo e, só então, buscá-los. Isso é a definição da natureza humana e da própria humanidade em si. A consciência de que há coisas boas e desejáveis em diferentes níveis – havendo, portanto, a suma bondade –, a qual devo buscar as mais perfeitas para tanto quanto mais obtendo-as, mais plenamente serei feliz. Como o homem faz isso? Através de duas operações que reside em sua parte imaterial – a alma humana. O conhecer opera-se pelo intelecto e desejar operar-se pela vontade, onde algo deve ser primeiro conhecido o mais perfeitamente possível para depois ser desejado. Quanto mais ajustadas e ordenadas essas faculdades estiverem em um ser humano, mais perfeito ele será.
Não é necessário ser um grande estudioso para reparar que vivemos em um mundo onde o contrário disso nos é imposto. Ao invés de conhecer as coisas, extraindo os conceitos de como nos é apresentada na própria estrutura da realidade, o homem moderno acredita piamente que suas idéias são o motor absoluto não apenas de sua vida, mas de todos a sua volta. De repente alguém descobre que o clima no planeta está mudando – mesmo que a única constante na climatologia seja justamente a mudança do clima – e que agora é preciso reverter tais mudanças para evitar um colapso global causado pela interferência do próprio homem no clima, aquém da impossibilidade de tal efeito em escala global. Ou ainda, descobre-se tendo sexo, idade, peso corporal ou mesmo espécie diferente da sua própria, exigindo assim que as pessoas pervertam sua percepção e o aceite não como ele é, mas como ele pensa ser. Abundantes são os exemplos de comportamentos exóticos e estravagantes que poderíamos elencar neste artigo. Porém, em todos esses comportamentos há algo em comum: a primazia da vontade ante o dado da realidade factual.
Durante séculos, a humanidade procurou extrair da realidade objetiva reflexões e impressões, buscando entender e nomear as coisas para assim poder criar conceitos que melhor expressem sua natureza da forma mais clara e distinta possível. Foi ela que proporcionou grandes avanços em diversos campos do conhecimento. Foi apenas por volta do século XVII que um grupo de “iluminados” decidiu que isso não era bom o suficiente, justamente pelo fato do mundo estar completamente corrompido. Esse mundo decaído deveria ser modificado e conduzido para uma condição melhor, onde não haveria mais guerras, conflitos, choro nem nenhum tipo de sofrimento. Um lugar melhor. Um mundo melhor aqui mesmo na realidade material e contingente. Desde então, de forma contínua e ininterrupta, gesta-se no seio da própria humanidade seu grande antagonista.
Antes de compreendermos o que foi engendrado por esses iluminados como o destino para a raça humana, façamos uma breve reflexão. Em termos mais gerais, como podemos definir o que seja o inverso de alguma coisa? Seria a completa descaracterização ou eliminação de uma ou mais partes que a constituem, desarticulando assim o seu agir? Seguramente que não. Quando nos olhamos em um espelho vemos nossa imagem invertida. Tudo que sabemos que existe em nós está ali refletido: braços, nariz, pernas, olhos etc. Porém, se apontarmos com a mão para o lado a direito veremos nossa imagem realizando o mesmo gesto, mas apontando para o seu lado esquerdo, bem como se fecharmos o olho esquerdo o reflexo fechará o direito, e assim sucessivamente. Podemos afirmar então que o inverso de algo é sua imagem operando da mesma forma que o original, mas em sentido diametralmente inverso. O movimento de apontar será o mesmo, mas será feito na direção contrária em relação a imagem.
Assim, se tomarmos como expressão da Natureza Humana a sentença “Conhecer a Verdade pelo intelecto e desejá-la enquanto bem perfeito através da vontade”, qual seria seu inverso? Certamente não seria a supressão de uma dessas faculdades, mas a ordem em que essa opera. Ou seja, ao invés de primeiro conhecer para depois desejar, primeiro deseja-se para depois criar estruturas mentais para tornar aquilo disponível na realidade. O agir desta forma não te parece familiar se olharmos os exemplos aqui citados e tantos outros presentes no ocidente moderno? Ou mesmo no oriente, se olharmos, por exemplo, como a Rússia e a China conduzem suas ações de invasão, transformando seus desejos de expansão em mera defesa de território que ainda nem mesmo é seu por direito? Faz sentido para você agora? Todo esse agir revolucionário teve por objetivo criar uma imagem invertida do ser humano, de forma a fabricar uma imagem que agora caminha para ser “o novo normal”. A essa imagem podemos chamar, na esteira de Nelson Rodrigues, anti-homem.
O anti-homem não é algo novo e peculiar de nosso tempo. Seguramente está entre nós desde o princípio de nossa história. A novidade para os tempos correntes é sua ascensão como o modelo de virtude capaz de finalmente trazer o tão sonhado “paraíso terreno”. A conversão da humanidade em sua imagem invertida e caricata é a mais recente cartada da revolução contra a realidade, buscando dá-lhe um “xeque-mate” não mais pela mera subjetividade da percepção, mas sua total inversão mediante a vontade mais arbitrária e tresloucada possível. Você pode enxergar que existem apenas o sexo masculino e feminino, mas ai de você se proferir tal “heresia” nos templos dos “despertos”. Seria melhor não ter nascido, dirão alguns. Temos assim a ascensão da anti-humanidade. A nova sociedade onde a vontade tem primazia sobre a verdade e a realidade, tão mais importante e importunável quão torpe e degenerada for. Um novo mundo onde o mero desejo é capaz de modificar status quo mesmo à custa de centenas de milhões de pessoas.
Devemos então pensar quais serão os novos cânones da sociedade anti-humana. O que realmente importa em termos de aspirações, paz social, regras de convivência e relacionamentos. Uma boa indicação desses novos dogmas é a idéia nefasta e abjeta da “criança trans”, onde é possível chegar ao cúmulo de submeter crianças na mais tenra idade a cirurgias de esterilização e/ou mutilação atendendo à vontade de pais que desejam modificar a estrutura corporal de seus filhos em detrimento de sua condição objetiva e real[5]. Por mais que me esforce, não consigo me lembrar se alguma vez li ou ouvi sobre uma outra época em que uma quantidade tão grande de crimes tão hediondos foi cometida. Tenho dúvidas se os mais pervertidos déspotas da história humana teriam um nível de crueldade tão elevado. A nova sociedade anti-humana, que nos é apresentada como o novo e definitivo passo para felicidade universal, mostra barbaridades sequer cogitáveis em tempos antigos. Tais atos tornam obsoleto o termo “degradação humana”. Já não falamos de sociedades degradadas ou mesmo animalizadas. Aqui falamos do florescer de uma era cuja proposta é uma sociedade extremamente brutalizada e imbecil, onde apenas o império da vontade importa.
Para redimir a humanidade, O VERBO se fez carne, habitou entre nós, viveu, cresceu, morreu e ressuscitou no terceiro dia. Por ser também DEUS e, por tanto, perfeito, é possível dizer que CRISTO é a personificação da própria humanidade. ELE é a humidade que está nela pela natureza. Fica-nos então as perguntas: quem será a personificação da anti-humanidade? Quem é o anti-humano por excelência, já que JESUS CRISTO é o humano por excelência? Essa resposta já foi dada pela Sagrada Escritura. Basta termos ouvidos para ouvir.
[1] https://www.facebook.com/carvalho.olavo/posts/november-18-2013-quando-eu-disse-que-o-gayzismo-se-transformaria-em-instrumento-/517121198439959/
[2] https://extra.globo.com/noticias/page-not-found/cientista-sueco-defende-canibalismo-como-saida-para-crise-de-escassez-de-alimentos-23946993.html
[3] https://www.metropoles.com/mundo/casal-de-irmaos-com-4-filhos-luta-na-justica-para-legalizar-incesto
[4] “O amor ao próximo é a base de toda convivência humana” (A Doutrina Cristã, Livro 1, Cap. 28)
[5] https://www.portaldiario.com.br/noticias/brasil/419133/casal-de-lesbicas-cortou-o-penis-matou-degolou-e-esquartejou-filho-de-5-anos-por-nao-querer-ser-gay.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário