quarta-feira, 27 de março de 2024

A Rádio Cidade FM foi uma emissora de rádio brasileira instalada na cidade de São Paulo, e operava na frequência de 96.9 MHz. Entrou no ar nos anos 80 e transmitiu até 2001.





A Rádio Cidade FM foi uma emissora de rádio brasileira instalada na cidade de São Paulo, e operava na frequência de 96.9 MHz. Entrou no ar nos anos 80 e transmitiu até 2001.





A emissora foi inaugurada em 25 de janeiro de 1980, e transmitia para toda aGrande São Paulo, por ser sua antena de longo alcance. Seu primeiro coordenador foi Carlos Townsend que já havia implatado o formato Cidade no Rio de Janeiro em 1977.

Com seu repertório musical baseado essencialmente em música jovem, assim como suas co-irmãs do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte, em 9 meses, se torna líder de audiência na região assim permanecendo por 3 anos consecutivos.

Por causa de uma disputa judicial, com relação a patente do nome "CIDADE", movida pelo Grupo Jornal do Brasil (Processo no. 2000.51.01.024303-1, na 38a Vara Federal do Rio de Janeiro), tendo sido a rádio derrotada, foi obrigada, às pressas, a partir do dia 22 de março de 2001, a modificar as suas vinhetas de identificação para que não constasse mais o nome Cidade, em cumprimento de uma ordem judicial.

Então, a partir daí, a rádio passou apenas a se identicar como 96.9 FM, sendo, pouco tempo depois, rebatizada com o nome deRádio Sucesso FM. Com a mudança de nome, os diretores da rádio também mudaram de filosofia, passando a tocar músicas polulares e lights.

A Radio Cidade foi precursora da Radio Sucesso, que na década de 80 foi a referencia de rádio popular FM na Capital de S.Paulo, onde passaram vários comunicadores como Beto Rivera (Hoje superintendente da radio Gazeta FM S.P.), Tavinho Ceschi (Hoje no canal Terra Viva), Beto Medeiros (Hoje em radio do interior de S.P.), Roni Magrini (Hoje nas Radios AM), Celson Giunth (Hoje empresario artístico), Sandra Groth (Hoje ainda em Radios FM), Tony Lamers (Hoje jornalista da TV Tribuna de Santos), Vinny (Hoje nas FMs de São Paulo), Bob Floriano (locutor padrão das casas Bahia e publicitario), Roberto Raz (hoje em FMs de S.P.) Fernando Moreno (Voz Padrao do SBT e locutor radio Gazeta FM), Claudia Martins (Locutora FM e Web em S.P.), Simone Rigotti (Locutora Sul do Pais), Cyro , Julinho Moreno, Guedes, Andre Miller, Fernando Luiz, Wander, Robson, Cesar Almir, Marcelo Braga, Waguinho, Ricardo Hill, Gilson, e muitos outros comunicadores.

Vários programas marcaram essa época, "Vale a pena ouvir de novo","Saudade Cidade","Love Songs", "Swing da Cidade", "Sucesso da Cidade", "Triplicidade", "Cidade dá de 10" e muitos outros.

A emissora que, por diversas vezes, ficou em primeiro lugar em audiência pelo IBOPE, foi obrigada pela justiça a não utilizar o nome CIDADE, devido uma ação proposta pelo Grupo Jornal do Brasil, que reivindicava para si a patente do nome "CIDADE".

A rádio que, com 21 anos de existência, tinha marcado uma geração, foi obrigada a deixar de lado o nome que a consagrou, no dia 22 de março de 2001.

Não se abatendo com que tinha ocorrido, os donos da rádio, no dia seguinte, propuseram a escolha do novo nome da rádio, através de seus ouvintes. Fato esse inédito na história das rádios de São Paulo.

O processo foi realizado com a indicação com livres nomes, tornando-se, na época, uma das promoções mais famosas da cidade. Foram mais de 80.000 sugestões, enviadas por cartas, telefonemas, cupons e e-mails em 18 dias desta promoção.

Em 9 de abril de 2001, nasceu, da opinião dos ouvintes, a Rádio Sucesso 96.9.

Com isso, muitas de suas vinhetas que continham o nome CIDADE, que foi proibido de veicular por causa da justiça, foram adaptados para SUCESSO, além de programas que permaneceram na rádio, também foi obrigado a se adaptar, como foi o programa "TRIPLISUCESSO", que era chamado anteriormente de "TRIPLICIDADE".

A rádio, aos poucos, readquiriu a credibilidade dos ouvintes e do mercado, voltando aos primeiros lugares no IBOPE, alcançando, inclusive a liderança absoluta nas rádios FM de São Paulo.

No ano de 2004, a rádio passava por uma profunda crise financeira até que em setembro daquele mesmo ano, o Grupo Bandeirantes de Comunicação, donos de sua arquirival paulistana Band FM, compram a rádio.

Quando da aquisição, à época, se cogitaram diversas especulações, como em ser a rádio mais uma retransmissora da Bandeirantes AM até em manter o atual nome, com a mudança de sua programação, tocando músicas eletrônicas e hip hop, fazendo concorrência direta com as rádios Jovem Pan 2 FM e Mix FM, mantendo as músicas do gênero popular para a sua atual "irmã" Band FM.

O ano de 2005 chega e nenhuma dessas especulações se concretiza, tendo os novos donos a ideia inovadora para Grupo Bandeirantes, de ter uma rádio de notícias 24 horas por dia, fazendo frente a até então a única rádio all news do país, a Rede CBN Brasil, das Organizações Globo.

Com isso, criaram a BandNews FM, e determinaram a sua estreia para o dia 20 de maio daquele ano.

No início do mês de maio, durante a programação normal da rádio, faziam diversas inserções diárias, anunciando o novo nome da rádio e data de sua estreia, o que deixou diversos ouvintes tristes com o final de uma rádio que conquistou e cativou uma geração.

Com isso, a rádio foi aos poucos perdendo a liderança para as rádios concorrentes, e ainda, com a pesada indenização que estava pagando ao Grupo JB, levou os donos da emissora a vendê-la ao Grupo Bandeirantes, que transformou na primeira rádio Band News FM, que depois levaria a criação da Rede Band News, do qual a mesma rádio é a geradora da rede.

A rádio encerrou suas transmissões às 23h59 do dia 19 de maio de 2005. A última música executada foi Aquarela, de Toquinho. Logo após, uma salva de palmas da equipe da emissora pôs um ponto final numa das mais importantes emissoras de São Paulo.

A Sucesso FM retorna Online Por regastes no qual podem ser vistos no You Tube muitos se perguntavam se a radio voltará, isso mudou no dia 25 de julho de 2011 a Sucesso FM retornou Online, mas até agora o site ainda está em construção. A radio voltará a transmitir alguns dos velhos programas entre eles:

Corintiano e parmerense


Saudade de Cidade/Sempre Sucesso


Eletricidade/Pão na Chapa


Alô Cidade/Alô Sucesso


Vale a Pena


O Sucesso da Cidade


Swing da Cidade


Festa da Cidade


Love Songs







As seis da manhã do dia 1º de Maio de 1977, a Rádio Cidade do Rio de Janeiro entrou no ar. Até então, poucas FMs haviam aparecido na década de 70.
O time que inaugurou a Rádio Cidade do Rio de Janeiro e mudou a história do rádio no Brasil. Coordenador -- Carlos Townsend (havia voltado recentemente de Miami e ficara empolgado com o nível e o desenvolvimento das FMs de lá).
Locutores (titulares) -- Eladio Sandoval, Romilson Luiz, Fernando Mansur, Jaguar e Ivan Romero. Locutores (folgadores) -- Paulo Roberto e Sergio Luis
Somando-se música de muito boa qualidade em estéreo com uma equipe de locutores jovens e altamente criativos, a Rádio Cidade entrou no ar com uma comunicação e seleção musical totalmente revolucionárias, diferente de tudo o que o radio fazia na época. Jaguar, Fernando Mansur, Eládio Sandoval, Romilson Luiz e Ivan Romero encontraram um novo caminho para a comunicação no radio. Jaguar com sua alegria alto astral e Fernando Mansur com a sua elegância e bom gosto nos seus comentários comandavam a parte da manhã. Eladio Sandoval com o seu jeito irreverente e inovador formou com o também irreverente e criativo Romilson Luiz, uma dupla de sucesso que criou no FM o humor inteligente e de qualidade que dominava as tarde no Rio.

A emissora também foi inaugurada em 25 de janeiro de 1980, e transmitia para toda a grande São Paulo,e algumas cidades do interior paulista seguiam seu mesmo estilo usando mesmo nome de fantasia "CIDADE" com tipo de locução e vinhetas da mesma plástica não com tanta obrigatoriedade. Seu repertório musical era baseado essencialmente em músicas atuais do tipo: Pop,Rock,Mpb,Dance Music,Temas de Novela,Pagode,Axé,Novidades Nacionais e Internacionais de gênero musical dos anos 80 e 90. Assim como suas co-irmãs do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte, em 9 meses, se torna líder de audiência na região assim permanecendo por 3 anos consecutivos.
Por causa de uma disputa judicial, com relação a patente do nome "CIDADE", movida pelo Grupo Jornal do Brasil (Processo no. 2000.51.01.024303-1, na 38a Vara Federal do Rio de Janeiro), tendo sido a rádio derrotada, foi obrigada, às pressas, a partir do dia 22 de março de 2001, a modificar as suas vinhetas de identificação para que não constasse mais o nome Cidade, em cumprimento de uma ordem judicial.
Então, a partir daí, a rádio passou apenas a se identicar como 96.9 FM, sendo, pouco tempo depois, rebatizada com o nome de Rádio Sucesso FM. Com a mudança de nome, os diretores da rádio também mudaram de filosofia, passando a tocar músicas polulares e lights. A Radio Cidade foi precursora da RÁDIO SUCESSO que na década de 80 foi a referencia de rádio popular FM na Capital de S.Paulo, onde passaram vários comunicadores como Beto Rivera (Hoje superintendente da radio Gazeta FM S.P.), Tavinho Ceschi (Hoje no canal Terra Viva), Beto Medeiros (Hoje em radio do interior de S.P.), Roni Magrini (Hoje nas Radios AM), Celson Giunth (Hoje empresario artístico), Sandra Groth (Hoje ainda em Radios FM), Tony Lamers (Hoje jornalista da TV Tribuna de Santos), Vinny (Hoje nas FMs de São Paulo), Bob Floriano (locutor padrão das casas Bahia e publicitario), Roberto Raz (hoje em FMs de S.P.) Fernando Moreno (Voz Padrao do SBT e locutor radio Gazeta FM), Claudia Martins (Locutora FM e Web em S.P.), Simone Rigotti (Locutora Sul do Pais), Cyro , Julinho Moreno, Guedes, Andre Miller, Fernando Luiz, Wander, Robson, Cesar Almir, Marcelo Braga, Waguinho, Ricardo Hill, Gilson, e muitos outros comunicadores.Vários programas marcaram essa época, "Vale a pena ouvir de novo","Saudade Cidade","Love Songs", "Swing da Cidade", "Sucesso da Cidade", "Triplicidade", "Cidade dá de 10" e muitos outros. Atenciosamente: Rogério Sorroche (Formação: Apresentador de Televisão em 2003 Senac; Locutor pela escola Senac; Ator na escola Persona em 1997/98 ; Faculdade LETRAS Faculdade Unorp em 1998) Cidade: São José do Rio Preto-SP.


Segunda-Feira, 14 de Julho de 2014 @ 09:34
Atualizado | Criador da Rádio Cidade, Carlos Townsend morre nos Estados Unidos
Rio de Janeiro – Townsend é um dos principais nomes do Rádio brasileiro

Publicidade
Atualizado - 13h21

Uma triste notícia para o rádio brasileiro. O radialista Carlos Townsend morreu neste final de semana, vítima de câncer. A informação foi divulgada na página do radialista no Facebook por meio do ator Paulo Cintura e do jornalista Marco Antonio Manhaes Rodrigues. Em nota, a Rádio Cidade FM 102.9 do Rio de Janeiro informou que o corpo do radialista (que havia completado 60 anos recentemente) foi cremado em Miami (EUA) onde morava há dois meses.

Townsend é um dos principais nomes do rádio brasileiro. Ele foi o criador do projeto da Rádio Cidade FM do Rio de Janeiro. Townsend era produtor da então Rádio Jornal do Brasil AM na década de 70, quando foi convidado (junto a outros dois radialistas) a criar um projeto para a então futura Rádio Cidade. Entre os três projetos, o de Townsend foi escolhido e implantado, sendo criada, assim, em 1977, a Rádio Cidade FM 102.9.

De acordo com uma entrevista ao site locutor.info, em 1978, Townsend foi convidado para montar a Rede Transamérica em São Paulo. Ele ficou um ano na capital paulista, quando voltou ao grupo Jornal do Brasil em 1979 para montar a então Rádio Cidade FM 96.9 de São Paulo, que foi inaugurada em 25 de janeiro de 1980 e foi um grande marco do rádio paulista. Townsend permaneceu por três anos na capital paulista e também implantou a Rede Cidade FM por várias capitais no país.

Townsend morreu neste final de semana, vitimado por um câncer no pulmão. O corpo do radialista foi cremado em Miami (EUA) onde morava há dois meses. Ele deixou a esposa Gisele Townsend e dois filhos gêmeos de 14 anos.

Revista Rádio e o perfil da locutora Cláudia Martins
04/06/2010Deixe um comentárioGo to comments
Por Marcos Lauro

Em 1999, a editora Abril pôs nas bancas uma revista chamada Rádio. Não consegui muitas informações sobre a publicação, mas, aparentemente, durou apenas três edições.


A revista Rádio trazia, além de reportagens diversas sobre o meio, duas seções: “A Voz de São Paulo” e “A Voz do Rio”. Nelas, apresentava o perfil de um locutor de cada uma das cidades. Para mostrar aqui no blog como eram essas seções, vou reproduzir alguns trechos do perfil da locutora Cláudia Martins, que, na época, era locutora da Rádio Cidade, nos 96,9 Mhz de São Paulo:
————-
Cláudia Martins

A locutora mais romântica da Cidade

Cláudia Martins comanda o programa Vale a Pena, na Rádio Cidade FM, um dos campeões de audiência em São Paulo Quem sintoniza na 96,9, de manhã, talvez imagine que ao meio-dia haja uma troca de locutora. A voz alegre que antes anunciava as músicas dá lugar a uma entonação tranqüila, romântica, quase melosa. Mas a radialista é a mesma.

Cláudia Martins, a Claudinha, como é chamada por seus ouvintes, comanda a programação da Rádio Cidade, diariamente, das 10h às 14h. “Venho fervendo com o ouvinte até o meio-dia. Quando anuncio o Vale a Pena, mudo de sintonia, busco o meu lado mais romântico e sedutor para ler as cartas, as dedicatórias e oferecer as músicas”, revela a locutora.

Parte desse sucesso se deve também ao estilo inconfundível de Cláudia, que criou expressões como “Êta-lê-lê” e “Ooooi”. “A maioria dos ouvintes que atendo me comprimenta usando minhas expressões. Isso é gratificante!”, comemora a locutora.

O que toca

Das 10h às 12h – Cláudia lê notícias, fofocas dos famosos e conta um capítulo das novelas de maior sucesso.
Das 12h às 13h – Vale a Pena, programa mais romântico do dial. Claudinha interpreta cartas de ouvintes e toca as músicas pedidas por eles.
Das 13h às 14h – De volta à programação normal, muito pagode, sucessos do momento, notinhas, participação de ouvintes.

Muitas histórias de amor

No programa Vale a Pena o amor é declarado publicamente. Cláudia interpreta nove cartas enviadas por ouvintes que contam uma história de amor e toca as músicas pedidas.

“Recebemos 3 mil cartas por mês. Para as que não são lidas no ar enviamos resposta por escrito.”

A locutora conta que também lê cartas de amantes e homossexuais que querem enviar suas mensagens. Nesses casos, preserva os nomes, dizendo apenas “de alguém para alguém”. Claudia encerra o programa traduzindo alguma canção romântica enviada pelo ouvinte.
————-
Quanto à revista, vou procurar mais informações. E Claudia Martins, por onde anda?

Com o nome um pouquinho diferente, Cláudia Martthins pode ser ouvida na Rádio Pool, em que apresenta o programa Happy Hour (quartas, 15h às 17h e sextas, 17h às 19h) e também na Ótima FM, de Pindamonhangava, com o programa Manhã Ótima, das 8h ao meio-dia.





A RÁDIO CIDADE 96,9 FM – SP – EM TRÊS ATOS – COMEÇO, MEIO E FIM... Parte 1
26/03/2011 18:47
Parte 1 – O começo



Vou trazer a nossa coluna desta vez, uma velha discussão. Porque a Rádio Cidade FM de São Paulo, que durante as décadas de 80 e 90, foi referência no segmento da freqüência modulada na América Latina, um dia acabaria...



Trabalhando nela:



Bom, costumo dizer que o rádio começa de um sonho, vira uma paixão e termina numa eterna conquista. Trabalhar na Cidade representava as três coisas ao mesmo tempo. Um sonho, uma paixão e uma conquista. Sempre confidenciei à amigos próximos que no dia em que sintonizassem a Rádio Cidade e me ouvissem no ar, poderiam ter certeza que lá estaria um cara realizado e feliz. Pois é, foi isso que aconteceu, fui contratado para substituir o Mário Gil que se transferia para o Rio de Janeiro na época. Foi uma grande responsabilidade, pois além do Mário ser um grande locutor, o horário era o do Programa Love Songs. Posso dizer que o meu primeiro dia na Rádio Cidade, parecia o meu primeiro dia no rádio. O coração pulsava muito forte e a voz não escondia as nuances da minha emoção. Se eu estava nervoso? Sim, estava bastante. Afinal a Rádio Cidade era líder absoluta em todos os horários, inclusive no da noite o qual eu apresentaria.



Era mais fácil imaginar que algum dia a capital do Brasil mudasse de Brasília para outro lugar, do que imaginar que a Rádio Cidade pudesse acabar. Era uma rádio completa. Mas vamos aos fatos do porque do seu fim. Primeiramente, divergências administrativas entre os acionistas. O proprietário de 51 % das ações era o Décio Matos, os detentores dos outros 49 % eram os acionistas do Jornal do Brasil. A determinada altura, o Décio quis implantar algumas reformas estruturais na emissora e não recebeu o apoio dos demais. Ai, começaram os problemas, pois ele era legalmente o sócio majoritário, mas quem fazia a gestão administrativa era o Jornal do Brasil. Houve uma batalha judicial que levou pouco mais de uma década e que interferiu muito na flexibilidade administrativa da emissora. Mandatos de segurança aqui, liminares ali, o que acabou desestabilizando o trabalho do setor artístico da rádio. Como não bastasse a grande perda para a emissora foi não poder mais se utilizar dá marca Cidade, tendo que ser substituída por outra denominada, Sucesso. Isto porque era o Jornal do Brasil que detinha os direitos da marca Cidade. A rádio era a mesma, mas o nome não e isto na cabeça e nos ouvidos da audiência pesou muito.

Agora analiso os efeitos mercadológicos. A Cidade em 1993 abriu mão da sua tradição de rádio popular, companheira e amigona do ouvinte. Assumiu uma posição mais vanguardista que foi abraçar uma nova tendência na época que era o pop dance. Hoje observando com mais conhecimento, o mercado de rádio no Brasil passa por períodos sazonais e por tendências musicais que vão e vem. No entanto o gênero popular permanece dentro de um estilo clássico que se mantém constante. Isto quer dizer que a grande predominância no país ainda é o estilo sertanejo regionalista, pagode, samba, axé e outros ritmos populares regionais. Se é que houve um grande erro estratégico foi ai. A Rádio Cidade abriu mão de alguns milhões de ouvintes para buscar um segmento mais elitizado. Ou seja, ao você mudar a classe social, você muda também o universo de artistas executados na programação, muda a classe social do ouvinte e conseguinte o target de patrocinadores. Ao mexer numa ponta da estrutura comercial da emissora, dificilmente você vai conseguir manter o mesmo segmento de ouvintes. O que aconteceu a partir disto era previsível, as concorrentes observando o espaço deixado pela Rádio Cidade no dial, passaram a buscar os ouvintes órfãos do estilo com as mesmas estratégias promocionais e de programação musical. Inclusive muitos locutores da Cidade, como o Tony Lamers, o Nelson Gomes, o Roberto Hais foram contratados pelas concorrentes para preencher este vazio. Deu certo para as rivais e a Cidade começou a amargar por um longo período os efeitos da queda da audiência no IBOPE. Voltar ao primeiro lugar novamente lhe custou sete anos. No entanto, o preço foi bastante alto para a rádio, pois perante o público, ela voltou com uma imagem bastante diferente da que possuía na década de oitenta.



Eu já estava a um ano em São Paulo na Rede Transamérica no Alto da Lapa quando recebi um telefonema de Carlos Lemos, superintendente do Sistema Rádio Jornal do Brasil. Ele me contou que o JB havia feito um sociedade com os Srs. Nilo e Décio Mattos. A idéia era lançar o formato Cidade (que eu havia criado no Rio) em São Paulo na freqüência de 96,9 Mhz.

O ano era 1979 e o desafio era imenso: reproduzir em São Paulo o mesmo sucesso que a Rádio Cidade FM havia alcançado no Rio de Janeiro. O ponto de partida era zero. Não havia equipe, apenas a sucursal do Jornal do Brasil no 15º andar do prédio do Banco Francês e Brasileiro na Av. Paulista. Quando fui a sucursal pela primeira vez a outra metade do 15º andar, onde seria a rádio, ainda estava em obras. Chegando lá o Chefe da Sucursal, Mauro Guimarães, me apresentou a um jornalista iniciante. Era Luiz Henrique Romagnoli, o bom e velho Roma que, junto com Rosa Sposito, vieram a serem os primeiros funcionários da RC de Sampa! Embora eu já estivesse trabalhando a um ano no mercado de São Paulo a ajuda do Luiz Henrique foi fundamental para um rápido sucesso. Porque, alem de cuidar de um novo tipo de jornalismo de notas curtas, foi o Roma quem me indicou alguns dos primeiros apresentadores como Paulinho e Serginho Leite.

Havia muito pouco tempo para montar a rádio. Os estúdios ficaram prontos um pouco antes do Natal de 1979 e a idéia era lançar a Rádio Cidade paulistana em 25 de janeiro, dia no aniversário da cidade. Tínhamos um mês para fazer tudo: adaptar a programação da Rádio Cidade do Rio, montar o departamento comercial e de promoção e, acima de tudo, selecionar e treinar os apresentadores. Um mês???

Apareceram mais 100 candidatos iniciais que primeiro fizeram uma prova escrita eliminatória. Em poucos dias selecionei uma dúzia que logo foram reduzidos para os 7 primeiros apresentadores que estrearam: Paulinho Leite das 6 as 10 da manhã, Cesar Rosa das 10 da manhã as 2 da tarde, Edimir Rabello Jr., que teria que ocupar o principal horário das 2 as 6 da tarde (que havia sido consagrado pelo Sandoval na RC do Rio), Celene Aráujo, a primeira mulher a trabalhar numa rádio de FM pop-jovem de uma grande mercado, das 6 da tarde as 10 da noite e Beto Rivera fechando o dia das 10 da noite as 2 da madrugada. Os folguistas eram Rony Magrini, Rubinho Cruz e Sergio Rodrigues.

Mas, ao contrário da Rádio Cidade do Rio que teve uma baixa rotatividade de apresentadores em seus primeiros anos em São Paulo a coisa foi bem diferente. Meu primeiro problema foi logo de cara com o principal apresentador da rádio. Edmir era um grande talento mas com uma cabeça muito inquieta. Celene, que acordava todos os dias as 4, para apresentar o Bom Dia São Paulo também não agüentou o tranco. E logo ficou evidente a falta de trejeito de dois dos folguistas, Rubinho e Sergio. Poucos meses depois de inaugurada a Rádio Cidade de SP já teve profundas mudanças em sua equipe de locutores. Com a saída de Edmir promovi Paulinho Leite que estava de manhã para o horário nobre da tarde. Rony Magrini, que era folguista, entrou com titular no primeiro horário do dia na vaga do Paulinho. Henrique Terra substituiu Celene Araujo e eu precisava arrumar mais folguistas.

Resumo da ópera: em três anos vários personagens passaram pela Rádio Cidade de São Paulo. Alem dos mencionados acima, na minha gestão, também estiveram por lá: Bob Floriano, Otávio Ceschi Jr., Flávio Ashcar, Vini França, Serginho Leite, Marcelo Petito, Tony Lamers, Eloy Moreno alem de Eliana Chuffi, que era uma espécie de estagiária-mascote da rádio e hoje ocupa o principal horário da rádio de maior audiência do mercado de São Paulo, a MIX FM.

Mas havia um personagem que era simplesmente impar, de inigualável alegria e inquietação. Bob Floriano convenceu Décio Mattos a ir até a Gledson, grife de roupas jovens com idéias bem avançadas para a época a ponto de ter uma rádio ao vivo na sua pronta-entrega. Lá Bob apresentou Décio a Celso Giunti que, por sua vez, foi recomendado a mim. Fiz alguns testes com Celso que deixou transparecer que ainda estava muito cru para assumir uma posição uma grande rádio FM, que a este altura já era líder em São Paulo. Tive a dura e difícil missão de dizer ao Celso que ele ainda não estava preparado, mas que tinha muito potencial e que deveria começar em uma rádio menor.

Eu me dava a este trabalho porque sabia que os bons acabariam se aperfeiçoando e eventualmente voltariam prontos para entrar no ar e darem um banho. E Celso Giunti não fugiu a esta regra. Cotonete (apelido “carinhoso dado pelos outros apresentadores por seu cabelos encaracolados) acabou aprendendo o ofício na Rádio Stereo Vale FM de São José dos Campos e logo bateu a minha porta novamente. Ele foi uma das últimas contratações que fiz antes de ser promovido a Coordenador de Projetos Especias e viajar implantando outras Rádios Cidade pelo Brasil afora, como foram os casos de Belo Horizonte, Goiania e Recife.

O resto da trajetória de Celso Giunti é história que ele saberá muito bem contar. Abração e parabéns Celsinhooooo! Você venceu a pareceu!

Por Carlos Townsend



© 2015 RÁDIO CIDADE 96,9 SÃO PAULO. BY DENNYS RICARDO




 
AS MELHORES DO SAUDADE CIDADE FM A N° 1 📻💖☝️ GRAVAÇÃO LOCUTOR ROGERIO SORROCHE ANO 1991


 Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou slidshre está com erro entre em contato.

16.03.2024- 2a parte DIVALDO FRANCO, PRISÕES, CENSURAS,IGREJA, DOGMAS, JESUS #espiritismo

BOMBA! Investiguei a razão do NY Times ter exposto BOLSONARO na embaixad...

Guimarães Rosa e a formação do Brasil contemporâneo por Nivaldo Cordeiro: 4 aulas - 2012








Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou slidshre está com erro entre em contato.

Rob Base & DJ E-Z Rock - It Takes Two

Club Nouveau - Money Can't Buy You Love (Tradução)

terça-feira, 26 de março de 2024

Rodrigo Gurgel: Lançamento apo´s 27 anos Luciana Stegagno Picchio História da literatura brasileira

MP faz operação contra policiais civis e guardas municipais em Indaiatuba; delegado foi preso - Jornal Mais Expressão - Indaiatuba Titular do 1º Distrito Policial do município foi preso durante a operação, segundo o Gaeco


 Publicado em  26/03/2024 às 09h25  Indaiatuba  Polícia

Foto: Divulgação

Por G1 Campinas

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), realiza, na manhã desta terça-feira (26), uma operação contra policiais civis e guardas municipais em Indaiatuba (SP). O delegado titular do 1º Distrito Policial, José Clésio Silva de Oliveira Filho, foi preso, segundo o Ministério Público.

De acordo com o Gaeco, os crimes investigados são extorsão, corrupção e organização criminosa. No total, são cumpridos, em Indaiatuba e Itu (SP), 17 mandados e busca e apreensão, além de 13 de prisão temporária.

Os endereços são ligados a policiais civis, guarda municipais e também advogados. Veja quem são os presos:

  • Delegado titular do 1º DP de Indaiatuba
  • Dois investigadores
  • Um escrivão
  • Dois guardas municipais
  • Três advogados

O Ministério Público ainda afirmou que a residência do delegado e também a sede do 1º Distrito Policial de Indaiatuba são alvos de busca e apreensão.

Os policiais civis presos serão levados para a corregedoria da Polícia Civil em Campinas (SP) e os demais para o 1º DP de Indaiatuba. O g1 tenta encontrar a defesa do delegado para solicitar um posicionamento.

Quais eram os crimes?

Segundo o Gaeco, a organização criminosa, formada pelos policiais civis, guardas e advogados, invadia estabelecimentos comerciais e extorquia empresários.

O grupo forjava boletins de ocorrência, inquéritos e relatórios de investigação para sustentar exigência de pagamentos como preço de "resgate" de eventuais prisões decretadas ou garantias de não investigação.

Ainda de acordo com o MP, mais de uma dezena de empresários foram vitimas de extorsão no período de um ano. Pelo menos 15 promotores de Justiça, 10 servidores do Ministério Público, 94 policiais militares e 19 policiais civis participaram da operação.

A operação recebeu o nome de "Chicago", que remete à cidade americana dos anos 20 e 30, quando gangsters governavam a cidade "à base de violência, desprezando a lei e criando fortunas com os crimes".

Galeria de mídia desta notícia


Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou slidshre está com erro entre em contato.

Sereis Como Deuses Cap 4 Felipe Gimenez









REFERÊNCIAS 

AZEVEDO, Reinaldo. O politicamente correto é o AI-5 da democracia. Revista Veja, 6 mai. 2011. Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/reinaldo/o-politicamentecorreto-e-o-ai-5-da-democracia/. Acesso em: 31 mai. 2022. 
BARROSO, Luís Roberto. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do Direito (O triunfo tardio do direito constitucional no Brasil). Revista de Direito Administrativo, v. 240, p. 1 - 42, 2005. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2022. 
BARROSO, Luís Roberto. Judicialização, ativismo judicial e legitimidade democrática. Suffragium - Revista do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, Fortaleza, v. 5, n. 8, p. 11-22, jan./dez. 2009. Disponível em: https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/5498. Acesso em: 21 abr. 2022. 
BARROSO, Luís Roberto. Contramajoritário, Representativo e Ilumista: os papéis das cortes constitucionais nas democracias contemporâneas. Conjur. Disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/notas-palestra-luis-robertobarroso.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. 
BRAGA, Ricardo Peake. Juristocracia e o Fim da Democracia: Como uma tecnocracia jurídica assumiu o poder. 1. ed. Londrina: E.D.A., 2021. BRASIL. ADO 26. STF, 13 jun. 2019. Disponível em: https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4515053. Acesso em: 20 jun. 2022. 
BRASIL. Inquérito n. 4781/DF. STF, 14 mar. 2019. Disponível em:https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/mandado27maio.pdf. Acesso em: 30 mai. 2022. 
CARVALHO, Olavo de. História de quinze séculos. Olavodecarvalho.org, 17 jun. 2004. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2022. 
CARVALHO, Olavo de. A Revolução Globalista. Olavodecarvalho.org, out. 2009. Disponível em: . Acesso em: 08 abr. 2022. 
CARVALHO, Olavo de. Conduzidos à força. Olavodecarvalho.org, 25 set. 2012. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2022. 
CARVALHO, Olavo de. Aula 432. Curso Online de Filosofia, jul. 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aEstAPRko8c. Acesso em: 25 abr. 2022. 53 
CARVALHO, Olavo de; DUGIN, Alexandre. Os EUA e a Nova Ordem Mundial: Um Debate Entre Olavo de Carvalho e Alexandre Dugin. Campinas, SP: Vide Editorial, 2012. 
CARVALHO, Olavo de. Quem foi que inventou o Brasil? Olavodecarvalho.org, 11 jun. 2006. Disponível em: https://olavodecarvalho.org/quem-foi-que-inventou-o-brasil/. Acesso em: 20 jun. 2022. CARVALHOSA, Modesto. Por uma corte constitucional no lugar do STF. Revista Oeste, 11 dez. 2020. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-38/poruma-corte-constitucional-no-lugar-do-stf/. Acesso em: 13 jun. 2022. 
COSTA, Alexandre. Introdução à Nova Ordem Mundial. Campinas, SP: Vide Editorial, 2015. CZELUSNIAK, Marcelo Salomão. A tentativa de arquivamento do Inquérito das Fake News pela Procuradoria-Geral da República. Inquérito do Fim do Mundo: o apagar das luzes do Direito Brasileiro. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. DANELON, Thaméa. Twitter, 27 mai. 2020. Disponível em: https://twitter.com/thameadanelon/status/1265637432978014215. Acesso em: 19 jun. 2022. 
FREITAS, Bruno. “O STF não pode ser instrumento de partidos de oposição”. Revista Oeste, 08 abr. 2022. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-107/o-stfnao-pode-ser-instrumento-de-partidos-de-oposicao/. Acesso em: 13 jun. 2022. 
FREYESLEBEN, Márcio Luis Chila. Globalismo e Ativismo Judicial: Ministério Público, agente de subversão social. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. 
FREYESLEBEN, Márcio Luis Chila. Função Contramajoritária: a ditadura que nasce da democracia. Sereis como deuses: O STF e a subversão da Justiça. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2021. FREYESLEBEN, Márcio Luís Chila. O Inquérito das Fake News e a face oculta do ativismo judicial. Inquérito do Fim do Mundo: o apagar das luzes do Direito Brasileiro. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. 
GARSCHAGEN, Bruno. Não se conquista respeito por imposição da lei. Revista Oeste, 09 out. 2020. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-29/naose-conquista-respeito-por-imposicao-da-lei/. Acesso em: 13 jun. 2022. 
GIMENEZ, Felipe M. Urna Virtual: a roupa nova do rei. Sereis como deuses: O STF e a subversão da Justiça. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2021. 
GRECO, Rogério. O STF e seus Inquéritos ilegais. Inquérito do Fim do Mundo: o apagar das luzes do Direito Brasileiro. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. 
GRILO, Ludmila Lins. O Inquérito do Fim do Mundo, a ruína das liberdades e a luta pelo Direito. Inquérito do Fim do Mundo: o apagar das luzes do Direito Brasileiro. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. 
GRILO, Ludmila Lins. O Ativismo Judicial como Instrumento do Globalismo. Burke Instituto, Jul. 2018. Disponível em: https://www.burkeinstituto.com/produto/oativismo-judicial-como-instrumento-do-globalismo/. Acesso em: jul. 2019. 54 
GRILO, Ludmila Lins. O ativismo judicial contra o Brasil. Estadão, 30 out. 2018. Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/o-ativismojudicial-contra-o-brasil/. Acesso em: 22 abr. 2022 
GRILO, Ludmila Lins. Prefácio. Rumo à Juristocracia: As origens e consequências do novo constitucionalismo. 1. ed. Londrina: E.D.A., 2020. 
GUZZO, J.R. Quem governa esta droga? Revista Oeste, 12 nov. 2021. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-86/quem-governa-esta-droga/. Acesso em: 11 jun. 2022 
GUZZO, J.R. Mais inimigos. Revista Oeste, 24 abr. 2022. Disponível em: https://revistaoeste.com/politica/mais-inimigos/. Acesso em: 30 mai. 2022. 
GUZZO, J.R. Por onde andam os “garantistas” do STF agora que condenaram Daniel Silveira. Gazeta do Povo, 21 abr. 2022. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/por-onde-andam-os-garantistasdo-stf-agora-que-condenaram-daniel-silveira/. Acesso em: 30 mai. 2022. 
GUZZO, J. R. Negação da Democracia. Revista Oeste, 13 mai. 2022. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-112/a-negacao-da-democracia/. Acesso em: 13 jun. 2022. 
GUZZO, J. R. STF, um partido político. Revista Oeste, 21 ago. 2020. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-22/stf-um-partido-politico/. Acesso em: 13 jun. 2022. 
GUZZO, J. R. O STF quer editar o povo brasileiro. Revista Oeste, 31 jul. 2020. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-19/o-stf-quer-editar-o-povobrasileiro/. Acesso em: 13 jun. 2022. GUZZO, J. R. A verdade sobre o STF. Revista Oeste, 17 jul. 2020. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-17/a-verdade-sobre-o-stf/. Acesso em: 13 jun. 2022. 
GUZZO, J. R. Um Supremo que virou partido. Revista Oeste, 07 mai. 2021. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-59/um-supremo-que-viroupartido/. Acesso em: 13 jun. 2022. GUZZO, J. R. Constituição em frangalhos. Revista Oeste, 10 jun. 2022. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-116/constituicao-em-frangalhos/. Acesso em: 13 jun. 2022. GUZZO, J. R. O escândalo serial de alexandre de Moraes. Revista Oeste, 08 abr. 2022. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-107/o-escandalo-serialde-alexandre-de-moraes/. Acesso em: 13 jun. 2022. 
HENKEL, Ana Paula. Os militantes da corte. Revista Oeste, 08 mai. 2020. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-7/os-militantes-da-corte/. Acesso em: 13 jun. 2022. 
HIRSCHL, Ran. Rumo à Juristocracia: As origens e consequências do novo constitucionalismo. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. 55 
LEAL, Paula. “Eles se transformaram num poder político”. Revista Oeste, 26 mar. 2021. Disponível em: https://revistaoeste.com/revista/edicao-53/eles-setransformaram-num-poder-politico/. Acesso em: 13 jun. 2022.
LUNARDI, Fabrício Castagna. O STF na Política e a Política no STF. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. MARTINS, Flávio. Curso de direito constitucional. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2021. 
MARTINS, Ives Gandra. A Constituição "conforme" o STF. Folha de S.Paulo, 20 mai. 2011. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2005201107.htm. Acesso em: 02 jun. 2022. 
MENDES, Gilmar. Plenário Virtual, minuta de voto. STF, 04 set. 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/gilmar-supremo-confirma-liminar-impede.pdf. Acesso em: 07 jun. 2022 MONTEIRO, Marcelo Rocha. O Inquérito do fim do Direito: explicando para o leigo o Inquérito do Fim do Mundo. Inquérito do Fim do Mundo: o apagar das luzes do Direito Brasileiro. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. 
MONTEIRO, Marcelo Rocha. Scalia, o juiz que sabia que não era rei. Sereis como deuses: O STF e a subversão da Justiça. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2021. 
MORGENSTERN, Flávio. O Ministério da Verdade 2.0: O combate às (supostas) fake news é mais perigoso do que a mais perigosa das fake news. Inquérito do Fim do Mundo: o apagar das luzes do Direito Brasileiro. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. 
NETO, Cleber de Oliveira Tavares. O Inquérito do Apocalipse: da pós verdade à barbárie. Inquérito do Fim do Mundo: o apagar das luzes do Direito Brasileiro. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. NOVELINO, Marcelo. Manual de direito constitucional. 9. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014. PEREIRA, Leonardo Fadul. Representatividade Democrática: o protagonismo judicial em questão. Constitucionalismo e Direitos Fundamentais, Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO; Belém, PA: CESUPA, 2014. 
PIOVEZAN, Cláudia Morais. Apresentação. Inquérito do Fim do Mundo: o apagar das luzes do Direito Brasileiro. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020. 
PIOVEZAN, Cláudia R. de Morais. A Corrupção da Linguagem e a Inconstitucionalidade da Constituição. Sereis como deuses: O STF e a subversão da Justiça. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2021. PIOVEZAN, Cláudia Morais; 
SPONHOLZ, Sandres. Liberdade entre grilhões: o caso Daniel Silveira. Sereis como deuses: O STF e a subversão da Justiça. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2021. Redação BBC News. As mudanças de voto que levaram o STF a derrubar prisão em 2ª instância e abrir caminho para soltura de Lula. 
BBC News Brasil, 7 nov. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50132959. Acesso em: 25 abr. 2022. 56 Redação Oeste. General da reserva critica Supremo Tribunal Federal. Revista Oeste, 23 abr. 2022. Disponível em: https://revistaoeste.com/brasil/general-da-reservacritica-stf/. Acesso em: 30 mai. 2022. 
RIBEIRO, Gustavo Pereira Leite. Direito civil (em crise) e a busca de sua razão antropocêntrica. Revista Sequencia, nº 57, p. 285-298, dez. 2008. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/2177- 7055.2008v29n57p299. Acesso em: 23 abr. 2022 
SARMENTO, Daniel. A Normatividade da Constituição e a Constitucionalização do Direito Privado. Revista da EMERJ, Rio de Janeiro, v. 6, n. 23, p. 272 - 297. Out. 2003. Disponível em: . Acesso em: 2 abr. 2022. 
SENNHOLZ, Hans F. Regulações protegem os regulados e prejudicam os consumidores. Instituto Mises Brasil, 17 jul. 2013. Disponível em: . Acesso em: 27 mar. 2022. 
SEPÚLVEDA, José Carlos. Twitter, 4 jun. 2022. Disponível em: https://twitter.com/radardamidia/status/1532937875846725633. Acesso em: 16 jun. 2022. 
SPONHOLZ, Sandres. A balada dos onze ressentidos. Sereis como deuses: O STF e a subversão da Justiça. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2021. 
SPONHOLZ, Sandres. Inquérito das Fake News: o ápice da deslegitimação do Poder Judicial. Inquérito do Fim do Mundo: o apagar das luzes do Direito Brasileiro. 1. ed. Londrina, PR: Editora E.D.A., 2020.
TORRANO, Bruno. Pragmatismo no Direito: e a urgência de um “pós-póspositivismo” no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018.



Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou slidshre está com erro entre em contato.

domingo, 24 de março de 2024

Mahābhārata e a Bhagavad Gītā




Vamos iniciar hoje uma série de textos sobre a Bhagavad Gītā.

A Bhagavad Gītā é um dos capítulos da obra indiana chamada Mahābhārata. Considerada uma das maiores obras do mundo, Mahābhārata possui 18 capítulos, e conta uma das histórias mais fascinantes do mundo. O 6º capítulo é a Bhagavad Gītā, que descreve o momento em que, antes do início da guerra de Kurukṣetra, Arjuna pede para Kṛṣṇa levar o carro deles até o centro do campo de batalha para que ele possa ver os dois exércitos. Neste momento, Arjuna perde toda a coragem que o fez estar no campo de batalha. Ele vê que o exército inimigo possui muitos rostos conhecidos: seus primos, tio, professor, avô e por um momento ele esquece os motivos da guerra.

Para entendermos melhor os motivos que deram origem à guerra, é importante conhecermos a história do Mahābhārata, como faremos agora.

O Mahābhārata começa apresentando três gerações antes da época de Kṛṣṇa e Arjuna, nos tempos do rei Shantanu.

Era uma vez...

Um rei chamado Shantanu. Shantanu era um rei da casta kṣatriya, muito dhármico e desta forma cuidava muito bem do seu reinado conhecido como Hastinapura. Por ser justo e altruísta, seu reinado era próspero e os moradores felizes. Mas, Shantanu vivia sozinho. Ainda não tinha encontrado uma mulher merecesse o seu amor e pudesse então se tornar a rainha do seu reinado. Um dia, caminhando nos campos de sua propriedade, ao se aproximar do rio Ganges, o rei Shantanu vê uma linda mulher. Ele fica paralisado, admirando a sua beleza e de onde estava podia ver que as águas do rio pareciam que se misturavam à ela. Shantanu pensa: eu quero me casar com essa mulher! Ela é tão linda que merece ser a rainha de Hastinapura! E Shantanu se aproxima da moça e conversa com ela. O nome dela era Ganga, a bela e divina Gaṅg (a personificação do rio Ganges).

Shantanu diz à ela que está apaixonado e pede a moça em casamento. Gaṅg está muito encantada com Shantanu, e aceita o pedido de casamento. Mas, para aceitar se casar, Gaṅg impôs uma condição: a de que o marido nunca perguntasse sobre as ações realizadas por ela. E se ele perguntasse algo, ela iria embora para sempre e imediatamente. Shantanu muito apaixonado, aceitou. Os dois viveram um casamento muito feliz, e Gaṅg engravidou do primeiro filho. Shantanu fica extremamente feliz, pois ele ama sua esposa e agora a família começaria a crescer. Quando o bebê nasce, Shantanu fica ainda mais feliz, pois o primeiro filho é um menino. Todo rei sonha em ter um filho homem para que seja o herdeiro do trono e possa dar continuidade ao seu reinado. Shantanu faz então uma uma linda festa, para comemorar o nascimento do seu filho. Tudo está perfeito, mas neste mesmo dia, de repente, Shantanu vê sua esposa tão querida levando o bebê até o rio Ganges.

Shantanu a acompanha de longe. Ele sente vontade de questioná-la mas lembra-se da sua promessa antes de casar e se mantem em silêncio. Para sua surpresa, Ganga entra no rio e desce lentamente o bebê na água e o afoga com um sorriso nos lábios. Shantanu, em choque, sente vontade de perguntar o porquê daquele ato tão violento contra o filho tão esperado por eles. Mas, ele se lembra da condição imposta pela esposa, e com medo, decide não perguntar nada, sofrendo em silêncio.

Depois deste triste episódio, Ganga e Shantanu tiveram mais 6 filhos, mas ela afogou os seis nas águas sagradas do Ganges. Shantanu sofre em silêncio vendo sua divina esposa afogando seus filhos e sem poder entender o que se passava na mente dela. Agora ela já tinha matado sete filhos que eram tão desejados por ele.

Quando ela engravida do oitavo, Shantanu decide que não permitirá mais aquela situação. Quando o bebê nasce, Shantanu observa a esposa de longe. Ela leva o bebê para o Ganges, mas antes que ela o afogasse, Shantanu perde o controle e corre em direção à esposa, pedindo explicações e implorando que ela não matasse mais um de seus filhos. Gaṅg explica que agiu desta forma com os bebês pois existia um acordo entre ela e as almas desses bebês. Neste acordo, Gaṅg deveria afogá-los para que eles pudessem retornar à vida astral sem precisar passar por todas as fases de uma encarnação material. Gaṅg diz ainda que vai levar o bebê - que foi chamado de Devadata - com ela para educá-lo e que quando o menino estivesse mais velho, ela o traria de volta, para a companhia do pai.

Shantanu se entristece, mas nada pode fazer ao ver sua bela e divina esposa partir com seu filho. Shantanu passa os dias seguintes na mais profunda depressão. Durante muitos anos, todos os dias ele volta ao rio e espera por Ganga e seu filho.

Um dia, ao realizar o mesmo percurso, Shantanu vê de longe um movimento das águas do rio Ganges. Ele se aproxima e vê um garoto de aproximadamente dezesseis anos, controlando as águas do rio. Impressionado, pois ninguém até aquele dia havia conseguido controlar o rio Ganges daquela forma, Shantanu se aproxima do garoto e vê que logo atrás estava sua tão amada esposa, Ganga. Shantanu fica muito feliz por rever a sua linda esposa. Ele diz à ela: "-Você voltou!" E ela responde: "-Sim! Eu voltei! E trouxe o seu filho, Devadatta. Ele agora é um príncipe que estudou com os melhores rishis e aprendeu além das escrituras védicas, a arte da guerra. Agora ele está preparado para te ajudar no reinado. "

Shantanu fica muito, mas muito feliz. Ele esperou tanto por aquele momento! Ele sente seu coração preenchido e agradece muito Ganga por ter voltado.

Mas, Ganga deixa o garoto e se despede e desaparece nas águas do rio Ganges.

Shantanu fica feliz e ao mesmo tempo triste. Ele agora tinha o seu filho tão esperado, mas ficou confirmado que não teria mais a sua amada esposa.

Voltando ao palácio, Shantanu e seu filho Devadatta se tornam grandes amigos. O amor entre eles cresce a cada dia e Shantanu pela primeira vez depois de tantos anos, se sente feliz, em paz.

Um tempo depois, Shantanu ao passear sozinho pelos campos do seu reinado, um pouco distante do seu palácio, na beira do rio, ele vê uma linda moça que rouba a sua atenção. Ao se aproximar, ele sente uma energia diferente, um aroma de flor de lótus que vinha da pele da moça que o deixa encantado. Ela tinha uma beleza nunca por ele vista antes.

Ela era Satyavati, filha do líder dos pescadores do seu reinado.

Satyavati, antes de conhecer Shantanu, tinha sofrido uma maldição, que era a cheirar tão mal a peixe, que ninguém se casaria com ela.

Um sábio chamado Parasara sentiu pena dela e a abençoou com beleza e fragrância de flor de lótus. Ele também deu a ela um filho imaculado, Vyāsa, que foi educado por rishis.

Shantanu se apaixona e quer se casar com aquela linda mulher. Ela aceita se casar e ele fica muito feliz, radiante. Mas, quando ele conta à ela que tinha um filho, tudo se modifica imediatamente. Satyavati se sente traída e diz que não quer mais se casar. Que seus filhos nunca serão os herdeiros do trono, pois ele já tem um filho mais velho. Shantanu fica muito triste e vai embora para o palácio.

Os dias passam e Devadatta vê que seu pai está diferente, muito quieto e triste. Tenta conversar com o pai, mas não consegue descobrir o motivo. Decidido a descobrir o que estava acontecendo, pede informações ao cocheiro do pai e fica sabendo sobre Satyavati.

Devadatta amava muito seu pai e fica muito triste ao saber que ele estava sendo o motivo do seu sofrimento. Decide então falar com Satyavati e faz um juramento de que se ela aceitasse se casar com seu pai, ele abdicaria ao trono e nunca se casaria, seria um brahmacharya. Mas que ficaria do lado do rei a vida toda, protegendo o reinado de Hastinapura. Ao fazer este voto que é considerado terrível para um kshatriya, ele recebe um segundo nome: Bhīṣma, aquele de votos terríveis.

Shantanu, ao saber dos votos feitos por seu amado filho, fica muito triste. Pede ao filho que desfaça o voto. Mas Devadatta, agora Bhīṣma, diz que não irá quebrar o seu voto de maneira nenhuma. O pai se conforma e em agradecimento à atitude do filho, o abençoa para que ele morra somente quando desejar.

Shantanu e Satyavati se casam e têm dois filhos: Chitrangada, que morreu ainda jovem, e Vichitravirya, que por ter uma vida desregrada, morre novo, deixando duas esposas: Ambika e Ambalika.

Quando Vichitravirya morreu, para que o reinado não terminasse, sua mãe Satyavati se utilizou da lei da época que dizia que um irmão poderia gerar filhos na esposa de um irmão que tivesse morrido sem deixar filhos.

Satyavati pede a seu filho Vyasa que desempenhasse esse papel, e assim foi feito.

De Ambika nasceu Dhṛtarāṣtra, cego de nascença. De Ambalika nasceu Pāṇḍu, uma criança frágil.

Satyavati não se satisfaz com o nascimento dos netos. Ela esperava o nascimento de um menino que se tornasse o rei de Hastinapura. E pede então à Vyasa, que ele gere mais um bebê. Então, Vyāsa gera um filho em uma ajudante do reinado, chamado Vidur, um bebê saudável, mas que é rejeitado pela avó por ser filho da criada.

Dhṛtarāṣtra, mesmo sendo cego, se tornou muito forte e inteligente, pois foi treinado por seu irmão Pāṇḍu, desde pequeno. Quando atingiu a idade de se casar, a família arranjou o seu casamento com a linda princesa do reinado de Gandhar, chamada Gandhari.

A família de Gandhari aceita o casamento, mas não conta à querida filha Gandhari que ela se casaria com um príncipe cego. Quando ela estava pronta para o casamento, uma criada invejosa comenta: "Princesa, por que você se arrumou tanto se o seu marido não pode ver a sua beleza?" Ao ouvir isso, Gandhari se sente traída pela própria família, mas decide aceitar o casamento para não desonrar o nome de seu pai. Mas, em sinal de respeito ao seu marido cego, ela veda os olhos, minutos antes de seu casamento sem nunca ter visto seu marido.

Quando o casamento se inicia e Dhritarashtra entende que a futura esposa vendou os olhos, ele fica furioso e após o casamento, ele a rejeita, mas Gandhari se esforça para ganhar confiança e o amor de seu marido.

Gandhari tinha recebido uma benção, antes do casamento, de que geraria cem filhos em uma única gestação. E assim aconteceu, Gandhari e Dhṛtarāṣtra tiveram cem filhos.

Enquanto Gandhari estava grávida, Dhṛtarāṣtra estava muito feliz. Mas, quando os 9 meses da gestação se passaram e os bebes não nasceram, Dhṛtarāṣtra fica furioso e resolve ter outro filho. Engravida a ajudante de sua esposa, chamada Vaiśya, e tem um filho. Após alguns dias, nascem os filhos de Gandhari. Todos nasceram no mesmo dia, da mesma gestação, mas em horários diferentes. O primeiro filho a nascer, foi Duryodhana.

Pāṇḍu, irmão de Dhṛtarāṣtra, teve duas esposas: Kunti e Madri. Kunti era tia de Krishna, irmã do pai de Krishna, chamado Vāsudeva.

Pāṇḍu, antes de ter filhos com suas esposas, sofre uma maldição por ter matado acidentalmente um casal cervos - que na verdade eram sábios - na floresta. A maldição era a de que se ele tocasse em uma mulher com desejo, ele morreria imediatamente. Muito triste, Pāṇḍu viveu com suas esposas na floresta, tentando aceitar a ideia de que nunca poderia ter filhos.

Uma de suas esposas, Kunti, quando era muito jovem, tinha sido abençoada por um sábio. A benção que recebera era a de determinados mantras que ao serem recitados, invocariam um deva que lhe daria um filho. Kunti era muito nova quando recebeu o mantra e resolveu testá-lo. Surya Deva aparece e lhe dá um filho, chamado Karna, o filho do Sol. Kunti fica encantada com a criança, mas desesperada por não quer manchar o nome de seu pai e decide, com muita tristeza, deixar seu bebê em uma cesta para que fosse levado pelo rio. Karna é encontrado por uma família de cocheiros e é criado por eles com muito amor. Kunti não revela este segredo à ninguém, nem ao seu marido.

Após viver um tempo na floresta com seu marido Pandu e a outra esposa, Madri, Kunti decide contar ao marido sobre a benção que recebera quando jovem. Ela omite sobre o que aconteceu ao recitar o mantra pela primeira vez, mas conta que poderiam ter filhos se ele aceitasse utilizar aquela benção. Muito feliz, Pandu pede a Kunti que utilize os mantras para que eles possam ter filhos.

Kunti invoca os devas Dharma, Vayu e Indra que lhes dão três filhos: Yudhishtira, Bhima e Arjuna. Pandu e Kunti se sentem realizados mas Kunti sente pena de Madri, e decide pedir um filho para ela também, invocando os devas gêmeos Ashvins que lhes deram dois filhos gêmeos, Nakula e Sahadeva.

Desta forma nasceram os cinco filhos de Pandu, chamados Pāṇḍavas: Yudhishtira, Bhima, Arjuna, Nakula e Sahadeva.

Pandu e sua família são felizes durante muitos anos.

Quando os meninos ainda eram pequenos, em um dia comum no vilarejo onde viviam, Kunti sai para caminhar com os cinco filhos. Pandu e Madri ficam sozinhos. Os dois estão cuidando da plantação de flores como sempre. Mas, sem kunti e os filhos por perto, os dois começam a brincar e correr pelos campos de flores. Os dois caem juntos e se abraçam. Pandu morre naquele momento, pois sente desejo por sua esposa.

Madri, ao ver que foi causa da morte de Pāṇḍu, morre de tristeza e Kunti se vê sozinha com os seus três filhos e os dois filhos de Madri. Ela decide abandonar sua casa na floresta e voltar ao reinado de Hastinapura.

Ao chegar em Hastinapura com seus filhos, kunti se sente acolhida. Mas os seus filhos, Pandavas, são alvos de inveja dos filhos de Dhritarashtra.

Os Pandavas são muito bons, possuem valores, empatia e um coração puro. Os seus primos, kauravas, são mimados, invejosos, adhármicos e com o coração vazio. Mas, os Pāṇḍavas e os cem filhos de Dhṛtarāṣtra são criados e educados juntos e como todo menino da casta kshatrya (guerreiros), eles vão para o Gurukulam, uma escola onde recebem ensinamentos do Guru Drona.

Na escola do guru Drona, Arjuna se destaca. Ele era um menino muito esforçado, inteligente, determinado, com muito foco, concentração e devoção ao seu guru e aos seus ensinamentos. Possuía habilidades superiores a todos os outros meninos, tanto no arco e flecha, que era a sua arma principal, quanto em outras armas. Arjuna possuía uma mente capaz de enfrentar as situações da vida de maneira sensata. Desta forma, foi alvo da inveja de seus primos, principalmente do mais velho: Duryodhana.

Desde a chegada dos Pāṇḍavas no castelo, surge uma grande inimizade entre os primos Kauravas e Pāṇḍavas, onde os Kauravas planejam e conseguem prejudicar os Pāṇḍavas o tempo todo. Eles tentam matar Bhima envenenado, constroem uma casa com materiais inflamáveis, ateiam fogo tentando matar os Pāṇḍavas e Kunti, expulsam os Pāṇḍavas do reinado, dentre outras maldades.

Yudhishtira era um pouco mais velho do que Duryodhana e portanto a primeira opção como herdeiro do trono de Hastinapura, o que deixava Duryodhana inconformado e o inspirava a destruir os Pāṇḍavas. Assim, os Pāṇḍavas cresceram e mesmo em meio a tantas desavenças, se mantiveram firmes no dharma.

Um dia, o rei Drupada, de um reinado próximo à Hastinapura, decidiu realizar para sua filha Draupadi uma cerimônia de casamento muito comum naquela época, chamada svayaṃvara. Draupadi era considerada a princesa mais linda já vista em todos os reinados da época. Na cerimônia, o rei estabeleceu que a sua filha se casaria com aquele que conseguisse erguer um arco muito pesado e gigante, e acertasse o centro de um alvo suspenso que não era facilmente visível. Vários príncipes foram convidados para o grande evento e todos tentaram realizar o desafio imposto pelo rei, mas sem êxito.

Somente um príncipe teve êxito: Arjuna.

Muito felizes, os cinco Pāṇḍavas voltaram para a casa levando a bela princesa, com o objetivo de apresentá-la à mãe kunti. Ao chegarem próximo da casa, Kunti os ouviu e percebendo a felicidade dos filhos, mesmo sem saber o porquê, mas supondo que tivessem adquirido algum objeto, grita de dentro de casa, dizendo que teriam que compartilhar em partes iguais seus ganhos. Kunti agia desta forma com os filhos desde que eram pequenos e jamais imaginou que o motivo da alegria fosse a princesa Draupadi.

Como o dharma da época era honrar o que a mãe diz, os cinco Pāṇḍavas se casam com uma única esposa: Draupadi. É um momento triste para todos, mas os Pāṇḍavas eram muito corretos e conseguem tornar o relacionamento com Draupadi saudável e dhármico. Eles tinham uma vida de Yoga e em nenhum momento e de nenhuma forma, abusam da esposa. Draupadi tem um filho com cada um dos Pāṇḍavas.

A intenção dos Kauravas em prejudicar os Pāṇḍavas desde que eram crianças, não é eliminada com o tempo. E em um determinado momento, chega ao ponto máximo.

Duryodhana, ainda mais maligno e cheio de inveja, cria um jogo de dados, com o objetivo de tirar todos os direitos que os Pāṇḍavas possuíam. Com a ajuda de seu tio, śakunī, o jogo foi uma grande fraude e Yudhisthtira foi sendo derrotado a cada rodada. As apostas durante o jogo foram totalmente adharmicas: foram apostados os reinados, os tesouros dos reinos, os irmãos dos reis, os próprios reis e por fim, as esposas dos reis. O tio de Duryodhana era especialista em jogos de dados e na arte do engano, e venceu Yudhishtira em todas as rodadas. Yudhishtira perdeu o reinado, perdeu a si mesmo, perdeu seus irmãos (todos se tornaram escravos de Duryodhana) e por fim, perdeu a sua esposa Draupadi, que foi o ponto fundamental para a guerra de kurukshetra.

No momento em que Yudhisthira perde Draupadi no jogo, todos os irmãos, inclusive ele mesmo, estavam sendo considerados escravos de Duryodhana. Aproveitando disto, Duryodhana pede para que seu irmão Dushasana traga a princesa Draupadi para o salão onde estava acontecendo o jogo. Ele ordena o irmão: "traga a 'criada' Draupadi pelos cabelos se precisar!"

Dushasana obedece o irmão e leva Draupadi até o salão da maneira mais agressiva possível: batendo nela e arrastando-a pelos cabelos.

Os Pandavas ficam em choque e muito tristes com a cena, mas estão presos e nada podem fazer. Duryodhana, os 99 irmãos e seu melhor amigo, Surya-putra Karna, dizem palavras extremamente ofensivas à ela. Duryodhana pede para ela sentar no colo dele e ela não obedece, então ele pede para que Dushasana tire a roupa dela na frente de todos.

Dushasana obedece, como sempre faz, e começa a puxar o sári da princesa. Ela, totalmente desesperada, lembra de Kṛṣṇa. Kṛṣṇa a abençoa neste momento e faz com que o tecido do sári nunca termine, e quanto mais Dushasana puxa o tecido, mais tecido surge, até que ele começa a ficar surpreso com a situação e acaba desistindo. Todos presenciam a benção de krishna à Draupadi.

Vendo aquela cena tão absurda dentro do reinado, entre os próprios familiares, alguns parentes pedem que Duryodhana quebre a punição dada aos Pāṇḍavas e Draupadi. Mas Duryodhana diz que ele deixaria os Pandavas livres somente após passarem 12 anos de exílio na floresta como renunciantes. O 13º ano eles deveriam passar escondidos em algum lugar. Se, passados os 13 anos, ninguém soubesse onde eles se esconderam neste último ano, Duryodhana devolveria o reinado e os libertaria.

Sem reino e sem nenhum direito, os Pāṇḍavas ficaram nas mãos de Duryodhana e tiveram que seguir a sua ordem de saírem do reinado, em exílio.

Os Pāṇḍavas cumprem o acordo e retornam ao reinado. Mas Duryodhana se recusa a devolver a parte do reinado que lhes pertencia. Ele diz que não daria nenhum mínimo pedaço de terra aos Pāṇḍavas. Estes, tentaram negociar amigavelmente, mas diante da arrogância e maldade de Duryodhana e do caos que havia se instalado no reinado de Hastinapura, os Pandavas chegam à conclusão de que a guerra pelo dharma era necessária.

Quando foi decretada a guerra, Arjuna e Duryodhana procuram aliados. Arjuna decide pedir ajuda à Kṛṣṇa. Todos sabiam que Kṛṣṇa era um avatar, um ser especial e com poderes divinos. Além disso o reinado de Kṛṣṇa era muito poderoso, com um grande exército.

Duryodhana ficou sabendo através de seus informantes que Arjuna iria buscar a ajuda de Kṛṣṇa, e querendo tirar vantagem de tudo, se apressou para chegar primeiro ao palácio de Kṛṣṇa, na cidade de Dwarka. Kṛṣṇa estava descansando e Duryodhana sentou-se na frente de Kṛṣṇa, próximo à cabeceira da cama, de uma forma arrogante. Pensou: ‘ficarei aqui para que quando Kṛṣṇa acordar, ao abrir os olhos, ele me veja imediatamente’. Pouco depois, Arjuna chegou e vendo que Kṛṣṇa dormia, não se sentou e com humildade se posicionou aos pés de Kṛṣṇa, onde se manteve com as mãos em prece, em añjali mudrā.

Quando Kṛṣṇa abriu os olhos, viu Arjuna primeiro. Duryodhana fica furioso, afinal de contas ele chegou antes de Arjuna. Mas, como ele estava na frente de Kṛṣṇa, se controlou.

Duryodhana e Arjuna pediram o auxílio de Kṛṣṇa na guerra. Mas Kṛṣṇa disse que eles teriam que escolher entre o seu exército poderoso, ou a ele mesmo sozinho, sem exército e sem armas. Como Arjuna foi o primeiro a ser visto por Kṛṣṇa ao acordar, é dado a ele o direito de escolha. E, para alegria de Duryodhana, Arjuna escolhe Kṛṣṇa. Arjuna em nenhum momento hesita em escolher Kṛṣṇa para estar do seu lado, mesmo estando sem armas. Ele amava e admirava Kṛṣṇa e os dois tinham um relacionamento muito próximo. Arjuna se sente seguro em ter Kṛṣṇa ao seu lado. E ao mesmo tempo, Duryodhana comemorou internamente por ter ficado com o poderoso exército de Kṛṣṇa, sem precisar dizer nada.

Kṛṣṇa tentou, sem sucesso, convencer os Kauravas a devolverem a parte do reinado que era de direito dos Pāṇḍavas, para que a guerra não acontecesse. Mas, Duryodhana é irredutível em sua decisão. Neste momento ele chega ao ponto de mandar prender Kṛṣṇa. Diante de todo o adharma que aconteceu, a guerra se torna necessária.

A guerra acontece no campo de batalha chamado Kurukṣetra, conhecido também como Dharmakshetra, o campo do dharma. De um lado os Pāṇḍavas e seus aliados, incluindo Kṛṣṇa. Do outro lado, os Kauravas e seus aliados, incluindo o exército de Kṛṣṇa e tantos outros parentes e pessoas que eram importantes para Arjuna, como o guru Drona e seu avô, Bhīṣma.

A Bhagavad Gītā começa em Kurukṣetra, instantes antes da guerra ter início e narra o ensinamento de Yoga e Vedanta, na forma de um diálogo entre Kṛṣṇa e Arjuna. Ao ver que o exército inimigo tinha tantos rostos conhecidos, e pessoas tão queridas, Arjuna perde as forças e no papel de discípulo, pede a ajuda de seu guru Kṛṣṇa para que, através de śravaṇaṃ - o escutar o ensinamento tradicional sobre o Eu que é livre de limitação - ele possa realizar o seu dharma, que é o de eliminar o adharma e alcançar o entendimento do EU.

Após o ensinamento de Kṛṣṇa para Arjuna, a guerra se inicia. Arjuna está confiante, com clareza e auxílio de Kṛṣṇa. Desta forma, a guerra finaliza com a vitória dos Pāṇḍavas. Muitos personagens importantes morreram na guerra, os próprios filhos de Draupadi, o filho de Arjuna com Subhadra, todos os irmãos de Duryodhana, o próprio Duryodhana, seu tio Shakuni, guru Drona, Suryaputra Karna e o avô Bhishma.

A guerra era necessária, mas trouxe muito sofrimento. Após a vitória dos Pāṇḍavas,

Yudhishtira se torna o rei de Hastinapura. Kṛṣṇa, tendo terminado sua missão como avatar, é morto 'acidentalmente' por um caçador que o confunde com um cervo.

O reinado de Hastinapura se torna próspero e seus moradores, muito felizes.

Após um tempo vivendo no reinado, os Pāṇḍavas e Draupadi decidem se tornar renunciantes e saem em peregrinação pelas montanhas do Himalaia, no norte da Índia. O neto de Arjuna, filho de Abhimanyu (que foi um grande herói da guerra) e da princesa viúva Uttara, se torna o rei. E assim termina o Mahābhārata.

Existem algumas versões do Mahābhārata, pois é uma história que foi contada oralmente durante milênios. Conto aqui alguns pontos mais importantes e que facilitam o entendimento sobre a guerra de Kurukṣetra, da forma como aprendi tradicionalmente com meus mestres. Com esta introdução, fica mais fácil entender o grande sofrimento de Arjuna diante da guerra com seus parentes.

No capítulo 6 do Mahābhārata é onde se encontra o ensinamento da Gītā em 700 belíssimos versos. Apesar de encontrarmos versões diferentes do Mahabharata, os versos deste capítulo 6 são sempre os mesmos, em todos os ensinamentos, e por isso a Gītā é considerada um texto para o estudo de Vedanta. Muitos grandes mestres comentaram a Gītā, como Adi Śaṅkarācārya e Paramahansa Yogananda. É um texto especial e recomendado à todos os yogis e estudantes de Vedanta. Os versos possuem uma métrica especial para que possamos cantá-los e decorá-los mais facilmente.

Om Tat Sat.

Agradeço muito por poder escrever sobre esta história tão fascinante. Se você quer aprender mais sobre a Gītā, acompanhe nossos próximos posts, com a continuação da série de textos sobre a Bhagavad Gītā. Postarei aqui um resumo de cada um dos 18 capítulos da Gītā. A partir de agosto de 2021 iniciaremos uma nova turma de Vedanta - online - com o ensino da Gītā.

Hari OM! 💜

Texto: Ju Matos

Pranava - Centro de Estudos de Yoga e Vedanta.


fonte acessado em 24/03/2024 às 13:39 www.yogapranava.com/post/mahābhārata-e-a-bhagavad-gītā

Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou slidshre está com erro entre em contato.

Pedagoga/o pode concorrer à cargos de Inspeção Educacional com um diploma contendo as novas diretrizes do curso de 15/05/2006

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE 2006. (*) Institui Diretrizes Curriculares Nacionais ...