terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Ex-Rapper se Torna Distribuidor de Livros (livros Hare_Krsna) Número 1 dos Estados Unidos



Ex-Rapper se Torna Distribuidor de Livros Número 1 dos Estados Unidos

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Madhava Smullen

Conheça Jaya Chaitanya e sua mesa de livros.

23 de janeiro de 2017. Você provavelmente nunca ouviu falar de Jaya Chaitanya Dasa, o devoto que foi o distribuidor de livros número 1 dos Estados Unidos pelos dois últimos anos consecutivos – apesar de ele ter vendido 85.000 livros de Srila Prabhupada apenas ano passado.
O anonimato dele é porque, até recentemente, o jovem de apenas 30 anos vivia em casa com seus pais, em Orange County, Califórnia.
Jaya Chaitanya foi criado em uma família indiana vaishnava que não se constituía de devotos da ISKCON, mas que mantinha Krishna no centro de suas vidas.
Durante sua adolescência, porém, como a maioria dos jovens, ele tinha outros interesses e buscou seu próprio caminho.
“Entre 13 e 21 anos, eu gostava muito de música, entrei na faculdade para aprender mais e me tornei compositor de hip-hop”, ele relata. “Dei comigo em uma turnê com o famoso rapper dos anos 80 KRS-One. Naquela época, eu não sabia que ‘KRS’ significava ‘Krishna’”.
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KRS-One.
Jaya Chaitanya recorda: “No meio de seus shows, KRS-One parava e fazia discursos citando a Bhagavad-gita. Eu fiquei tão impressionado em ver um rapper influente citando a Gita que, quando cheguei em casa, abri a Bhagavad-gita que há muito estava por lá – e o livro fez todo sentido para mim”.
Jaya Chaitanya começou a frequentar o templo da ISKCON de Laguna Beach. Mais tarde, mudou-se para o brahmachari-ashrama no templo New Dwarka, em Los Angeles, onde reside atualmente e distribui livros em tempo integral, já há 3 anos.
Ele é um jovem caloroso e brilhante que fala em uma cadência peculiar e gesticula um pouco como um rapper. Ele, porém, não é apenas um distribuidor de livros convencional, senão que criou suas próprias inovações.
Depois de estabelecer uma atrativa mesa de livros para dar um sentimento mais oficial ao empenho do que simplesmente abordar as pessoas na rua, ele diz que se sentiu inspirado por Krishna a também colocar uma grande placa no topo de um poste com os dizeres: “LIVROS DE YOGA E MEDITAÇÃO”.jaya-chaitanya-e-sua-mesa-de-livros
Jaya Chaitanya e sua mesa de livros.
“É possível avistar a placa a cerca de 10 ou 12 metros”, ele diz. “E todos que já têm interesse, os frutos maduros, simplesmente vêm até a mesa e querem saber do que se trata. Isso revolucionou minha distribuição de livros”.
Toda noite, Jaya Chaitanya escreve suas histórias de distribuição de livros em um diário. E ele está ficando repleto de histórias impressionantes.jaya-chaitanya-dasa-esquerda-e-dois-compradores-contentes
Jaya Chaitanya Dasa (esquerda) e dois compradores contentes.
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Uma família de Hong Kong feliz com seus novos livros.
Uma vez, quando estava com sua mesa no Observatório Griffith – um dos pontos turísticos de maior destaque na Califórnia – uma mulher da Alemanha se aproximou. Abalada por uma série de ataques terroristas no país dela, ela levou toda uma coleção de livros, dizendo: “Em tempos de desespero e incertezas, vocês são os portadores das respostas. Tenho muita sorte em ter comprado esses livros”.
Em outra ocasião, uma mulher jovem avistou a mesa de livros de Jaya Chaitanya e praticamente disparou em direção a ela. “Nossa! Você parece muito ansiosa por comprar estes livros sobre yoga e meditação”, ele comentou. “Sim!”, ela respondeu. “Um mês atrás, eu não teria interesse nenhum nesses livros – eu estaria por aí em baladas ou algo do tipo”.
“O que aconteceu?”, Jaya Chaitanya perguntou. Ela disse: “Eu fiquei na mira de uma arma, e isso mudou toda a minha perspectiva de vida. Ali, entendi como a vida é séria e preciosa. Agora, estou muito feliz que você esteja aqui para eu poder comprar esses livros”.
Enquanto distribuía livros em uma faculdade local, Jaya Chaitanya se encontrou com um estudante chamado Edward, que disse que era um “budista de bhakti”. Depois de um tempo considerável conversando com Jaya Chaitanya, ele comprou um kit de pelo menos 9 livros e fez uma doação substancial.distribui-conjuntos-de-livros-cuidadosamente-selecionados
Jaya Chaitanya distribui conjuntos de livros cuidadosamente selecionados.
“Alguns minutos depois, ele retornou e perguntou se podíamos tirar uma foto juntos”, Jaya Chaitanya conta. “Trocamos nossos contatos e ficamos amigos. Dois dias depois, ele se encontrou com Vijaya Prabhu, Ministro da Distribuição de Livros da ISKCON, e comprou mais livros com ele. Ele, então, me enviou mensagens quase todos os dias ao longo do mês, me fazendo perguntas filosóficas profundas. Por fim, ele foi ao templo, passou a noite ali, filmou sua experiência e fez um vídeo-blog com o material”.
“Antes de voltar para casa, ele me disse que a experiência tinha mudado a vida dele”, Jaya Chaitanya conclui a história. “Agora, ele se refere a si mesmo como Bhakta Edward e distribui pessoalmente os livros de Srila Prabhupada!”
Inacreditavelmente, esse tipo de acontecimento é comum. Jaya Chaitanya diz que sua placa filtra as pessoas, deixando apenas quem tem grande interesse pelo conhecimento espiritual. Frequentemente, aqueles que vão até sua mesa partem muito gratos, levando consigo quinze ou dezesseis livros. Muitos se tornam devotos, visitando o templo com regularidade, cantando Hare Krishna, fazendo curso bhakti-shastri e seguindo os princípios reguladores.
Pergunto a Jaya Chaitanya se, alguma vez, ele já se abateu ou perdeu a vontade de distribuir livros. No começo, foi um pouco árduo, ele admite, mas desde que teve a ideia da mesa e da placa, as coisas têm fluído naturalmente. E quando não flui, a inspiração nunca está muito longe.
“Uma vez, eu estava um pouco para baixo, e eu estava pensando: ‘Cara, não sei se consigo continuar’”, ele relembra. “Eu me sentei, abri a Bhagavad-gita e a primeira coisa que li foi: ‘Levante-se e lute!’”debaixo-de-sua-famosa-placa
Jaya Chaitanya debaixo de sua famosa placa.
Parece incrível demais para ser verdade, mas Jaya Chaitanya tem uma dedicação simples e inocente que parece conectá-lo ao apoio dos mestres anteriores – algo que já vimos em outros distribuidores de livros também.
“Eu sinto uma conexão realmente muito íntima com Srila Prabhupada”, ele diz. “Sinto como se ele, bem como o próprio Krishna, estivessem ali a todo tempo. E é isso que realmente me inspira a ir adiante”.
Jaya Chaitanya tem outra grande inspiração – Bhrigupati Dasa, um discípulo de Srila Prabhupada de 64 anos que distribui livros desde os 21, é seu conselheiro e parceiro de sankirtana.
Bhrigupati distribuiu 5000 livros apenas no mês de dezembro, e foi o maior distribuidor de livros nas maratonas de 2016. Sua relação calorosa com Jaya Chaitanya é um exemplo do que diferentes gerações podem fazer quando trabalham juntas.
“Ele é muito amigável, feliz e otimista”, diz Jaya Chaitanya. “Ele também é muito ‘pé no chão’ – ele não tem o ar de um devoto antigo e superior, mas de um recém-chegado. Você pode perguntar qualquer coisa para ele. Nós fazemos longas caminhadas cantando japa todas as manhãs, das 5h30 às 7h, e temos discussões muito filosóficas sobre consciência, ciência espiritual e outras coisas. É incrível vê-lo estável por tantos anos. Ele é a verdadeira inspiração por trás dos meus esforços”.com-bhrigupati-dasa
Jaya Chaitanya (esquerda) com Bhrigupati Dasa.
Em fevereiro, Jaya Chaitanya receberá um prêmio no World Book Distribution Award Ceremony em Mayapur, Índia, pelo segundo ano consecutivo. Ele também fará uma apresentação sobre suas técnicas, que revolucionaram não apenas sua própria distribuição de livros, mas também a distribuição de outros templos que as implementaram, como a ISKCON Silicon Valley, ISKCON Arizona e Bhaktivedanta Manor.
Primeiramente, entre as técnicas de Jaya Chaitanya, está, é claro, ter uma mesa de livros com uma grande placa visível. Além disso, Jaya Chaitanya enfatiza a importância de uma apresentação estética, fazendo conjuntos de 7 ou 8 livros bem selecionados, e dar às pessoas um pacote completo que inclua contas de japa, contas de tulasi para o pescoço e calendários devocionais com artes. Ele também tem um sistema de pós-venda para manter contato com as pessoas e lhes enviar newsletters por e-mail.
O mais importante, porém, é realmente se importar com as pessoas. “As técnicas de venda não são tão importantes quanto a gentileza do distribuidor de livros”, Jaya Chaitanya diz.
Ele compartilha a história de um homem que estava simplesmente folheando os livros em sua mesa, conversando à toa, dizendo que estava “só olhando” e, aparentemente, não tinha nenhum interesse em comprar algum título. Era um dia muito quente e, enquanto o homem olhava os livros, Jaya Chaitanya notou que ele estava suando.
“Então, peguei a grande sombrinha que me protegia do sol e estendi para abrigá-lo do calor”, Jaya Chaitanya conta. “Eu não estava mais protegido; só ele estava. Ele olhou para cima e disse: ‘Ah! Muito obrigado! Não precisava disso’. Ele, então, disse: ‘Vou levar todos estes’, pegou 8 livros e deu uma grande doação”.
“Minha realização a partir disso foi que nossa filosofia é personalista, então temos que ser muito pessoais com as pessoas e promover relações baseadas em amor”, Jaya Chaitanya conclui. “Temos que aprender o nome das pessoas, trocar apertos de mão e ser muito amáveis com elas. Assim, teremos uma longa história pela frente”.
Para conhecer mais sobre Jaya Chaitanya, suas técnicas e suas interações com as pessoas na distribuição de livros, por favor, visite seu canal no Youtube, Westcoastmonk, em: https://goo.gl/tR00gC
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

GEORGE ORWELL E A LUTA PELA INDIVIDUALIDADE


GEORGE ORWELL E A LUTA PELA INDIVIDUALIDADE

No ensaio “Matar um elefante”, George Orwell narra um episódio do seu tempo como funcionário do Império Britânico na Birmânia, onde permaneceu cerca de cinco anos — período em grande parte tedioso, desempenhando funções sem relevância.
A ironia que abre o texto — ser importante a ponto de ser odiado — desdobra-se no repúdio silencioso à presença dos europeus, na oposição nem sempre surda, nas pequenas mas persistentes hostilidades que, devagar, atingem o jovem e imaturo oficial. Sob constante pressão, o autor se coloca, desde o início, como alguém perturbado, vivendo num desagradável clima de resistência política — e não surpreende, portanto, que a ironia tenha um sabor de auto-humilhação, de autodesprezo.
George Orwell
George Orwell
Tais sutilezas, reveladoras do seu estado emocional, aprofundam-se no segundo parágrafo — e o leitor descobre que esse oficial de polícia não tem fidelidade cega ao governo que representa: “Àquela altura”, ele diz, “eu me havia convencido de que o imperialismo era uma coisa má”. Nesse longo segundo parágrafo não há mais espaço para ironias: o autor manifesta o fracionamento de sua personalidade, obrigado a desempenhar uma função na qual não acredita, servindo a um governo cuja política despreza e vivendo numa sociedade que o repele, o que só amplia sua ira por aquelas pessoas, aparentemente imbuídas de uma só vontade: dificultar seu trabalho. O texto, mescla de ensaio e memória, não deixa dúvida a respeito desses antagonismos.
A essa descrição, Orwell acrescenta, no fim do segundo parágrafo, novo elemento: um elefante encolerizado. Enquanto se dirige à região destruída pelo animal, ouve o depoimento dos nativos — e a própria sucessão de informações constrói seu deslocamento pela cidade: cada notícia serve como um passo a mais na direção do que, imaginamos, será o núcleo do ensaio.
Quando chega ao local, bastam dois períodos para que Orwell coloque o cenário diante do leitor: “Era um quarteirão miserável, verdadeiro labirinto de fragilíssimas cabanas de bambu cobertas com folhas de palmeira, coleando ao longo de uma colina escarpada. Recordo-me que foi numa dessas manhãs abafadas, com o céu coberto de nuvens, já na entrada da estação chuvosa”. Nossa imaginação não necessita de mais nada para penetrar no bairro pobre e se perder na serpente de choupanas, sentindo o mormaço opressor.
A esse cenário pouco agradável, Orwell acrescenta nova camada de significados — a crescente profusão de informações recebidas ao longo do caminho amplia e reforça as dúvidas, a insatisfação e a angústia do jovem oficial: “Isso é regra geral no Oriente; um relato qualquer nos soa claro e preciso à distância, mas quanto mais vamos nos aproximando do local dos acontecimentos, tanto mais vago ele se torna”.
Descobrir o cadáver esmagado é um choque de realidade: “A cara coberta de lama, os olhos arregalados, os dentes à mostra e apertados numa expressão de insuportável agonia”. A seguir, quando encontra o elefante, a indiferença do animal e a turba curiosa são descritas com perfeição. Mas o importante é perceber que a divisão interior de Orwell ganha mais uma camada: ele tem agora o rifle adequado, carrega-o com os cartuchos, presenciou a destruição causada pela fúria do animal, sabe que está obrigado a cumprir seu papel, a população anseia pelo espetáculo — mas sente-se como um tolo, sem nenhuma intenção de matar o elefante.
George Orwell
Somos, ao mesmo tempo, o elefante abatido e o narrador que olha no fundo da “goela rosa-claro” do animal.
Os pensamentos do autor, a forma como mede as consequências, inclusive econômicas, da possível morte do elefante, surgem de forma natural — mas sua personalidade inteira submerge sob a pressão da massa que aguarda o espetáculo, “mar de faces amarelas a encimar aquela imensidade de roupas espalhafatosas”. Brota, dessa submersão, a derrota da vontade individual sob a vontade coletiva; o “homem branco” é esmagado pela multidão, pelos “dois mil desejos iguais” que o obrigam a fazer o que não deseja.

A IRONIA FINAL

De repente, o oficial se despersonaliza. Às divisões que experimenta desde o início do ensaio — entre sua vontade e a do Estado a que serve, entre sua consciência e a confusão dos relatos dos nativos — acrescenta-se uma terceira camada de perturbação: ele é, agora, apenas um “boneco oco”. Da submissão ao Estado à submissão à massa, onde está sua verdadeira personalidade? De servidor anônimo do Estado imperialista a servidor autômato da horda — nisto se resume o homem que perdeu sua individualidade.
A morte do elefante é uma aula de descrição. A lenta agonia nos aflige. Podemos lambuzar nossos dedos no “sangue grosso” que jorra das entranhas enormes, semelhante a um “veludo vermelho”; ouvimos os “arquejos angustiados” repetindo-se por minutos infinitos. Assim é o texto perfeito: ele não constrói uma cena, mas contamina o leitor, cria emoções.1Somos e não somos nós enquanto lemos — pois nos transformamos no atirador, na multidão, no próprio animal. Somos, ao mesmo tempo, o elefante abatido e o narrador que olha no fundo da “goela rosa-claro” do animal.
Mas George Orwell não abandona o leitor na cena desoladora. Leva-nos de volta ao centro da sua personalidade, não eliminada completamente pelo Estado, pelas resistências anônimas, pela massa: suas dúvidas não resolvidas persistem. É um alento, portanto, que, no final, reste uma pergunta, imponha-se a dúvida que não deixa de ser irônica — a dúvida que é o alento da individualidade.
[A tradução do ensaio é de Ivo Barroso, decano dos tradutores brasileiros.]
fonte: https://rodrigogurgel.com.br/george-orwell/

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A ORDEM ROSA CRUZ E A MAÇONARIA

Para saber-se as ligações entre a Maçonaria e a Ordem Rosacruz ou antiga e Mística ordem Rosae Crucis (AMORC) como preferem os seus adeptos, vamos fazer algumas considerações sobre essa Ordem. Rosacruz é denominação da fraternidade filosófica, que, de acordo com a tradição mais em voga, teria sido fundada por Christian Rosenkreuz e representa uma síntese do ocultismo imperante na Idade Média.
Harvey Spencer Lewis pretende, todavia, que rosenkreuz tenha sido, simplesmente, um renovador, já que a instituição remontaria ao antigo Egito, à época do faraó Amenophis IV. O rosacucianos, tem aceitado essa hipótese falseando, lamentavelmente a verdade histórica, pois, na realidade, essa fraternidade nasceu no período medieval, embora apresentando, em sua ritualística, muito do misticismo das antigas civilizações, como acontece com a maçonaria (muitos maçons também querem fazer crer que a Ordem Maçônica é antiguíssima e já existia no Antigo Egito e na Pérsia, o que é, verdadeiramente, uma heresia histórica). O rosacrucianismo, assim como a Maçonaria, é um sincretismo de diversas correntes filosóficasreligiosas: hermetismo egípcio, cabalismo judaico, gnosticismo cristão, alquimia etc. A primeira menção histórica da ordem daata de 1614, quando surgiu o famoso documento intitulado “Fama Fraternitatis”, onde são contadas as viagens do alemão Rosenkreuz pela Arábia, Egito e Marrocos, locais onde teria adquirido sua sabedoria secreta, que só seria revelada aos iniciados.

A Ordem nas Américas

Harvey Spencer Lewis, foi à pessoa que reaativou a AMORC na América do Norte, no início do século XX, já que ela havia existido anteriormente, onde algumas pessoas que se destacaram como Benjamim Frnklin teriam pertencido à mesma. Na ocasião a Ordem era ativa em alguns países da Europa, como Françã e Alemanha, mas com rituais diferenciados. Harvey Spencer Lewis ao trazer a AMORC para a América, não o fez sem antes estudar por mais de 10 anos suas raízes, o que permitiu mais tarde unificar todas as ordens no mundo, cuja essência fosse a mesma. A introdução do estudo à distância permitiu a rápida proliferação da AMORC e em 1915 ele tornou-se o 1º IMPERADOR, (se supremo da Organização), para a América do Norte. A unificação com a as demais ordens ocorreu no início dos anos 30, tornando-se Lewis o primeiro imperador mundial. No Brasil, os estudos foram introduzidos na década de 50, e o cargo supremo é ocupado por um grande mestre. O nome AMORC – Antiga e mística Ordem Rosa Cruz foi dado para diferenciar-se de outras ordens filosóficas de mesmo nome, mas com diferente essência.
O teólogo Johann Valentin Andréa, neto do também teólogo luterano Jacob Andréa, foi o homem que divulgou o rosacurcianismo. Andréa, que nasceu em Herremberg, no Werttemberg, em 1581, depois de viajar pelo mundo, retornou à Alemanha, onde se tornou pregador da corte e, posteriormente, abade. A sua principal importância, todavia, originou-se do papel que ele teve naquela sociedade alemã, que no princípio do século XVII, lutava por uma renovação da vida, com uma nova insuflação espiritual.
A popularidade alcançada por Andréa, entretanto, com a Societas Solis (Sociedade do Sol), a que ele procurou dar vida e a Ordem das Palmeiras, em que ele foi admitido aos 60 anos de idade, não se comparou à que ele conseguiu ao publicar o seu romance satírico “O Casamento Químico de Christian Rosenkreuz”, que criticava, jocosamente, os alquimistas e as ligas secretas,numa época que, de maneira geral, era de desorientação, onde o ar andava cheio de rumores e a velha ordem religiosa desagregava-se. A partir de 1597, já aconteciam reuniões de uma liga secreta de alquimistas, que haviam ficado sem irradiações e sem significado espiritual. Foi então que a palavra Rosa-Cruz adquiriu, rapidamente, uma grande força atrativa, a ponto de, num escrito anônimo de 1614, chamado “Transfiguração Geral do Mundo”, ser incluído o conceito de “Fama Fraternitatis R.C.”,sem necessidades de ser escrito por extenso, pois ele já era bem entendido. Uma outra pequena obra, surgida um ano depois e chamada “Confessio”, publicava a constituição e a exposição dos fins que a Ordem era destinada.

O Herói Viveu 150 Anos, Extinguindo-se Voluntariamente

De acordo com o “Confessio”, a ordem Rosacruz representaria uma alquimia de alto quilate, na qual em vez das pesquisas sobre a Pedra Filosofal, era buscada uma finalidade superior,ou seja, a abertura dos olhos do espírito, através dos quais pudesse, o homem, ficar apto a ver o mundo e os seus segredos com mais profundidade.
As correntes dos alquimistas medievais, então, diante da necessidade espiritual da época,incrementada pela disposição de renovação e organização secreta, tomaram enorme vulto com o aparecimento do romance satírico de Andréa. O herói do romance é o Christian Rosenkreuz já descoberto pela “Fama Fraternitatis” e que já tinha, no século XIV, viajado pelo Oriente e, ali, aprendido a “Sublime Ciência”; teria ele segundo a lenda que lhe cercou o nome, voltado para a Alemanha, onde sua idéia foi seguida por muitas pessoas, até chegar aos 150 anos de idade, quando, cansado na vida, extingui-se voluntariamente. Andréa, no romance, aproveitou-se do nome que havia sido encontrado para ser a figura fundadora, mas o seu Rosenkreuz era velho e impotente, motivo pelo qual o seu casamento só poderia ser químico. Todavia, ele tem cultura e conhece muitos segredos, além de estar sempre ávido por conhecer outros, por esse motivo é que, em cera ocasião, como hóspede da família real, ele entra num quarto em que dorme Vênus; depois quando, como outros convidados, ao ser proclamado cavaleiro da
ordem da Pedra Dourada deve, de acordo com os estatutos da Ordem, repudiar toda a lascívia, torna-se público o seu erro. Assim, enquanto os outros vão embora, como cavaleiros da nova Ordem, ele tem que ali permanecer, na qualidade de porteiro, como castigo por ter descoberto Vênus.

A Mística Idéia da Rosa Provocou Grande Sedução

Com essa sátira, dirigida às sociedades secretas e à alquimia, Andréa havia desvendado tanto de positivo sobre a nova Ordem, que restou a impressão de que ela já existia, ainda que só como imagem literária. Pode-se notar, facilmente, que a Pedra Filosofal dos alquimistas (que transformaria os metais inferiores em ouro); além disso, o encontro dos convidados ao casamento, vindos de todas as partes do mundo, e a sua ligação dentro da nova ordem ilustram o desejo de dar corpo aos esforços no sentido de uma renovação espiritual da vida, valendo-se do sugestivo símbolo Rosacruz.
Esse símbolo, além de sugestivo, corresponde à ansiedade daquela época. Alguns procuraram relaciona-lo com as armas de Lutero, coisa que não pode ser facilmente aceita,pois ele poderia ser, nesse caso, relacionado, também, com as armas de Paracelso, convindo esclarecer que Andréa representou o seu Rosenkreuz com quatro rosas no chapéu, rosas essas que, desde a época de seu avô Jacob Andréa, adornavam as armas de sua família. Robert Fludd, considerado como o primeiro rosacruz da Inglaterra, diz que o nome da ordem está ligado a uma alusão ao sangue de Cristo, na cruz do Gol-gota; a mística idéia da rosa, associada à lembrança da cor do sangue e aos espinhos que provocam o seu derramamento, contribuiu, certamente, para dar à palavra, uma grande força de sedução. Além disso, muitos rosacruzes vêem, no emblema, um símbolo alquimista, concretizando uma ambigüidade muito comum aos símbolos. Os rosacruzes atuais tem uma interpretação bem mais mística a respeito da cruz e a rosa. A cruz representaria o ser humano, a parte material, enquanto a rosa representaria o ser imaterial, a alma, espírito ou corpo astral.

A Junção dos Sexos Leva Segredo da Imortalidade

Como a preocupação máxima dos alquimistas que se ligaram à Ordem Rosacruz era o segredo da imortalidade e a regeneração universal, o símbolo rosacruciano está relacionado com essa preocupação. Em botânica oculta, a rosa era uma flor iniciática, para diversas ordens religiosas, sendo, que, atualmente, a arte sacra continua a considera-la como símbolo da paciência, do martírio, da Virgem (Rosa Mística); no quarto domingo da Quaresma, em todos os anos, o para benza a Rosa de Ouro, que é considerada como um dos muitos sacramentais oferecidos pela Igreja, em sua liturgia. Em última análise, a rosa representa a mulher, enquanto que a cruz simboliza o sexo masculino, pois para os hermetistas, ela é o símbolo da junçaão da eclíptica com o equador terrestre (eclíptica é a órbita aparente do Sol, ou a trajetória aparente que o Sol descreve, anualmente, no céu); ambos cruzam-se no equinócio da primavera e no equinócio de outono.
Assim, a Rosa simboliza a Terra, como ser feminino, e a Cruz simboliza a virilidade do Sol, com toda a sua força criadora que fecunda a Terra. A junção dos sexos leva à perpetuação da vida e ao segredo da imortalidade, resultando, também, dela, a regeneração universal, que é o ponto mais alto da doutrina rosacruciana.

A Alquimia Evidencia uma Ligação Entre as Duas Ordens

Existe ligação entre a Maçonaria e os rosacruzes e essa ligação começou já na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade Moderna, com inicio da decadência das corporações operativas (englobadas sob rótulo de maçonaria de Ofício ou operativa), estas começaram, paulatinamente, a aceitar elementos estranhos à arte de construir, admitindo, inicialmente, filósofos, hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assesemlhava-se à dos franco-maçons. Como a Ordem Rosacruz estava impregnada pelos alquimistas, como já vimos, Dara daí a ligação do rosacrucianismo e da alquimia com a Maçonaria. Leve-se em consideração, também, que durante o governo de José II, imperador da Alemanha de 1765 a 1790, e co-regente dos domínios hereditários da Casa d’Áustria, houve um grande incremento da Ordem Rosacruz e sua comunidade, atingindo até a Corte e fazendo com que o imperador proibisse todas as sociedades secretas, abrindo, apenas, exceção aos maçons o que fez com que muitos rosacruzes procurassem as lojas.
Ambas as Ordens são medievais,se for considerado o maior incremento da Maçonaria de Ofício durante a Idade Média e o início de sua transformação em Maçonaria dos Aceitos (também chamada, indevidamente, de “Especulativa”).Se, todavia, considerarmos o início das corporações operativas, em Roma, no século VI antes de Cristo, a maçonaria é mais antiga. Isso, é claro, levando em consideração apenas, as evidências históricas autênticos e não as “lendas”, que fazem remontar a origem de ambas as instituições ao antigo Egito. A maçonaria é uma ordem totalmente templária, ou seja, os ensinamentos só ocorrem dentro das lojas. Já a Antiga e Mística Ordem Rosacruz dá ao estudante o livre arbítrio de estudar em casa ou em um templo Rosacruz. O estudo em casa é acompanhado à distância, e assim como a maçonaria, é composto de vários graus, que vão do neófito (iniciante) ao 12º grau, conhecido como grau do ARTESÃO. O estudo no templo, mesmo não sendo obrigatório, proporciona ao estudante além do contato social como os demais integrantes, a possibilidade de participar de experimentos místicos em grupo, e poder discutir com os presentes os resultados, e por último, a reunião templária fortalece a egrégora da organização, o que também ocorre na maçonaria.

Da Regeneração e Imortalidade a Reformador Social

A partir da metade do século XVIII e, principalmente, depois de José II, com a maciça entrada dos rosacruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de uma maneira geral, separar Maçonaria e roscrucianismo, tendo, a instituição maçônica, incorporado, aos seus vários ritos, o símbolo máximo dos rosacruzes: ao 18º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao 7º grau do Rito Moderno, ao 12º grau do Rito Adoniramita etc. O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavaleiresco e se constitui no 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A sua origem hermetista e a sua integração na Maçonaria, durante a Segunda metade do século XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos, que redigiram naquela época os rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao Grau 18 é perceptível no símbolo do grau, que tem uma Rosa sobreposta à Cruz, representando esta, o sacrifício e a Rosa op segredo da imortalidade, que nada mais é do que o escoterismo cristão, com a ressurreição de Jesus Cristo, ou seja, a tipificação da transcendência da Grande Obra. A Maçonaria também incorporou, em larga escala, o simbolismo dos rosacruzes, herdeiros dos alquimistas, modificando, um pouco, o seu significado e reduzindo-o a termos mais reais.
Assim, o segredo da imortalidade da alma e do espírito humano, enquanto é aceito o princípio da regeneração só pode ocorrer através do aperfeiçoamento contínuo do homem e através da constante investigação da Verdade. O misticismo dos símbolos rosacruzes, todavia, foi mantido, pois embora a Maçonaria não seja uma ordem mística, ela, para divulgar, a sua mensagem de reformadora social, utiliza-se do misticismo de diversas civilizações e de várias correntes filosóficas, ocultistas e metafísicas.

O Simbolismo

Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela disposição dos mestres com cargos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem do Sol pela Terra, do Oriente ao Ocidente. Cada ponto cardeal é ocupado por um membro. A figura do venerável mestre na maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem Rosacruz, na figura de um mestre instalado, que ocupa seu lugar no leste. A linha imaginária que vai do altar dos juramentos ao Painel do Grau, e a caminhada somente no sentido horário, também é similar.
Em ambos os casos o templo é pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo Ocidente. O altar dos juramentos encontra semelhança no Shekinah na ordem Rosa Cruz, sendo que neste último não se usa a bíblia ou outro livro, mas sim 3 velas dispostas de forma triangular, que são acesas no início do ritual e apagadas ao final deste, simbolizando a luz, a Vida e o Amor. Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao adentrarem o templo, enquanto que os oficiais, (equivalente aos mestres com cargo), usam paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no ritual. O avental usado pelos membros não diferencia o grau de estudo. Algumas das diferenças ficam por conta da condução do ritual, onde na rosa cruz tem caráter místicofilosófico. Os iniciantes na Ordem Rosa Cruz recebem seus estudos em um templo separado, anexo ao templo principal, enquanto os aprendizes maçons recebem sua instruções juntamente com os demais irmãos e, finalmente, o formato físico da loja maçônica lembra as construções greco-romanos, enquanto que a Ordem Rosa Cruz (AMORC) lembra as construções egípcias.

fonte: http://www.revistauniversomaconico.com.br/espiritualidade/a-ordem-rosacruz-e-a-maconaria/

Presidente da Sociedade Teológica Evangélica retorna à Igreja Católica

WASHINGTON DC, 08 Mai. 07 / 07:34 pm (ACI).- Francis Beckwith renunciou esta semana a seu cargo de Presidente da Sociedade Teológica Evangélica (ETS). O motivo: retornou àIgreja a Católica onde cresceu e que abandonou para abraçar o protestantismo.
Conforme sustenta em um blog, "não acredito que seja possível que a ETS conduza seu negócio e seus assuntos de forma que impulsione o Evangelho de Cristo, enquanto eu seja seu presidente. Por isso, desde em 5 de maio renuncio ao cargo de presidente da ETS e membro de seu comitê executivo".
Beckwith relata que começou sua volta à fé em que cresceu, quando decidiu ler a alguns bispos e teólogos dos primeiros séculos da Igreja. "Em janeiro, por sugestão de um amigo querido, comecei a ler aos Padres da Igreja assim como alguns trabalhos mais sofisticados sobre a justificação em autores católicos.  Comecei a convencer-me que a Igreja primitiva é mais católica que protestante e que a visão católica da justificação, corretamente compreendida, é bíblica e historicamente defensável".
O perito estava disposto a retornar à Igreja Católica quando terminasse seu serviço como presidente em novembro do próximo ano. Entretanto, seu sobrinho de 16 anos pediu para ser seu padrinho de confirmação no próximo dia 13 de maio e por isso reconsiderou sua decisão.
Segundo Beckwith, "não podia dizer 'não' a meu sobrinho querido, que credita na renovação de sua fé em Cristo a nossas conversas e correspondência. Mas para fazê-lo, devo estar em total comunhão com a Igreja. Por isso, em 28 de abril passado recebi o sacramento da Confissão".
Beckwith espera que sua partida permita à Sociedade Teológica Evangélica estudar a tradição da Igreja em uma forma que não seria possível com ele de presidente.
"Há uma conversa que deve realizar-se na ETS, uma conversa sobre a relação entre Evangelismo e o que se chama 'Grande Tradição', uma tradição da qual todos os cristãos podem traçar sua paternidade espiritual e eclesiástica. É uma conversação que eu recebo com agrado, e na espero ser participante. Mas minha presença na ETS como presidente, concluí, diminui as possibilidades de que ocorra esta conversa.  Só exacerbaria a desunião entre cristãos que precisa ser remediada".
O ex-presidente também enfatizou seu agradecimento a ETS. "Sua tenaz defesa e prática da ortodoxia cristã é que sustentou e nutriu a quem tenho encontrado nosso caminho de volta à Igreja de nossa juventude".

http://www.acidigital.com/noticias/presidente-da-sociedade-teologica-evangelica-retorna-a-igreja-catolica-47921/

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A INDIGNAÇÃO DOS ESPÍRITAS

A INDIGNAÇÃO DOS ESPÍRITAS

Por Maria das Graças Cabral

Em face do artigo intitulado “Considerações acerca da Veracidade e da Historicidade da assim denominada Carta de Públio Lêntulo”, tendo como autor o pesquisador Sr. José Carlos Ferreira Fernandes, publicado no Blog intitulado “Obras Psicografadas”, desenvolvo o presente trabalho intitulado “A Indignação dos Espíritas“.


Importante esclarecer aos leitores que o autor do artigo em comento, desenvolve um trabalho de pesquisa de cunho histórico, tendo como objeto de estudo os dados apresentados no livro “Há Dois Mil Anos”, de autoria do Espírito Emmanuel, e psicografado pelo médium Chico Xavier.


Segundo as palavras apostas na apresentação do referido trabalho, é dito tratar-se de pesquisa que “procura demonstrar de forma fortemente convincente que o livro “Há Dois Mil Anos”, “psicografado” por Chico Xavier, não passa de uma completa ficçãoEm suma, é uma fraude histórica“. Em seguida, é afirmado que“há problemas desde a completa ignorância da construção dos nomes romanos, passando pela aceitação de documentos comprovadamente falsos e culminando na completa inexistência da entidade que teria ditado o livro, no caso, Emmanuel/Públio Lêntulo“ - acrescentando o texto que “as conseqüências disso para o kardecismo brasileirodesnecessário dizer, são gravíssimas“. (Blog Obras Psicografadas) (grifei)


No que concerne à pesquisa histórica do artigo em comento, nada tenho a discutir, nem como questionar as fontes apresentadas pelo autor, a correlação de documentos ou entendimentos com o fato histórico aventado, pois não é minha área de conhecimento e pesquisa. Portanto, respeito minhas limitações e procuro não ser inconseqüente com avaliações despropositadas diante do trabalho alheio.


Entretanto, no que concerne ao comentário do autor quando assevera “das conseqüências disso para o kardecismo brasileiro“, não vejo onde, como ou porque, tal constatação iria atingir a Doutrina Espírita, caso o mesmo entenda que “kardecismo brasileiro” seja sinônimo de Espiritismo.


Primeiramente é fato que o Espiritismo tem suas bases estruturadas em cinco livros que compõem as Obras Básicas da Doutrina Espírita, e que nada têm a ver com o romance “Há Dois Mil Anos“ de Emmanuel/Chico, objeto de estudo do autor.


Em segundo lugar, o Espiritismo nada tem a ver com as opiniões pessoais do Espírito de Emmanuel, ou de seu médium Chico Xavier, como individualidades que são, e portanto livres para expressarem seus pensamentos, entendimentos e opiniões.


À esse respeito faz-se por oportuno pontuar que grande parte de tais pensamentos e opiniões não comungam em absoluto com os ensinamentos presentes nas Obras Básicas da Doutrina Espírita.


Nunca é demais ressaltar que todas as mensagens publicadas na Codificação, passaram pelo crivo do gênio racional e científico de Allan Kardec, que aplicou o sistema do Controle Universal dos Ensinos Espíritas, sob a supervisão efetiva de O Espírito da Verdade!


Portanto, se o autor do artigo em comento conhecesse da personalidade séria e investigativa de Kardec, saberia que este, prontamente ao se deparar com as mensagens psicográficas de Emmanuel e/ou André Luiz, teria feito um sério trabalho de pesquisa histórica, e iria com toda a seriedade e imparcialidade, na busca da veracidade ou não, das informações passadas pelo(s) Espírito(s). Quanto aos resultados, fossem eles quais fossem, seriam publicados sem a menor sombra de dúvida na REVISTA ESPÍRITA, com os devidos esclarecimentos e ensinamentos do insigne Codificador.Vale lembrar que Kardec, nunca deixou de publicar na referida revista, tudo o que pudesse ser objeto de análise, estudo e aprendizado para os novos Espíritas.


Confirmando esse entendimento, me reporto ao O Livro do Médiuns, quando o grande Mestre apresenta cinco “Comunicações Apócrifas”, esclarecendo que:“Há muitas vezes comunicações de tal maneira absurdas, embora assinadas por nomes respeitáveis, que o mais vulgar bom senso demonstra sua falsidade. Mas há aquelas em que o erro é disfarçado pela mistura com princípios certos, iludindo e impedindo às vezes que se faça a distinção á primeira vista. Mas elas não resistem a um exame sério.” (L.M, Cap. XXXI, COMUNICAÇÕES APÓCRIFAS, p. 343) (grifei)


Portanto, podemos assegurar que o artigo em comento em nada poderia abalar, ou muito menos por em risco a Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec.


Entretanto, o que realmente choca, entristece, e preocupa aos Espíritas estudiosos da Codificação, foram as DUZENTAS E CINQUENTA E NOVE, contestações indignadas, ensandecidas, desrespeitosas, irreais, infundadas, e superficiais (com raras exceções), postadas por pessoas que se auto intitulavam ESPÍRITAS!


À título de exemplo, transcrevo algumas “pérolas”, para que os leitores analisem e avaliem a quantas anda o Movimento Espírita Brasileiro, ou melhor dizendo, no que se tornou o Movimento Espírita Brasileiro, senão vejamos:


1 - “Benditas sejam as fraudes do Chico e as falsas personalidades de seus guias, – seus alteregos – que conseguiram colocar milhões de desesperançados no caminho da luz, da esperança e da renovação!” (...) “Benditos sejam os mentirosos do Chico, que com seus teores de altíssima energia e vibrações, permearam maravilhosamente a todos que dele se acercavam , – eu inclusive, – e que deram graças a Deus dele ter nascido junto a nós, no Brasil! Volte, Chico, por favor, volte com suas trapaças, milhões o aguardam ansiosamente, irão comemorar o seu retorno à Terra e de seus falsos guias! Quantos outros irmãos serão curados espiritualmente e renovados na fé pela luz-fantasia de Emmanuel, André Luiz e tantos outros!” (Carlos Magno) (Blog Obras Psicografadas)


Observe-se que o artigo em comento, trata-se de uma pesquisa de cunho histórico, e não religioso!


2 - “Olhe, conheci o Chico e convivi com pessoas que o conheceram melhor do que eu, e ninguém jamais falou dele com esse veneno que você destila. Você o conheceu mesmo, se aproximou dele algum dia? Cresceu no espiritismo? Desculpe, não acredito, senão você teria aprendido um mínimo! Ou então dormia nas cadeiras!” (Carlos Magno) (Blog Obras Psicografadas)


Observe-se que o artigo em comento, trata-se de uma pesquisa de cunho histórico, e não religioso!


3 - “Ah, meu. Isso que é perder tempo, mesmo! Eu até admiro o trabalho todo para provar a inexistência de Emmanuel. Já que estamos falando de personagens inexistentes, que tal você postar o livro eletrônico da ateus.net que prova fatalmente a inexistência de Jesus? Daí matamos a pau tudo de uma vez! É o fim. Do Cristianismo e do Espiritismo. Um forte abraço! E coragem: porque nesse país quem fala o que quer, ouve o que não quer. Bem, você já deve ter notado isso. Mas tudo bem! A vida segue. E mais “Emmanuéis” aparecem. Boa diversão!”(Codename V.) (Blog Obras Psicografadas)


Em dado momento os ditos “Espíritas” resolvem “atacar” a moral do autor do artigo, senão vejamos:


4 - “O Sr. José Carlos Ferreira Fernandes por um acaso é aquele da SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, que foi acusado de gastar R$ 315.902,75 do dinheiro público sem justificatívas plausíveis, e também recentemente intimado a comparecer a depor na CPI a respeito do vazamento do dito Dossiê…..Em caso positivo, vemos que trata-se de um trabalho com lastro não é…. Abraços fraternos……” (André) (grifei) (Blog Obras Psicografadas)


No que concerne à supra citada postagem o intermediador responde:

5 - “Não, não é. E mesmo que fosse, isso em nada macularia seu estudo. O raciocínio que você faz é falacioso, conhecido como ad-hominem, em que ao invés de criticar a obra, critica o autor.” (Vítor) (Blog Obras Psicografadas)


Vejamos agora o posicionamento desta opositora:

6 - (...) “Os “filhotinhos” aos quais me referi são todos brasileiros e, logicamente, mais novos do que Chico Xavier, que foi para os médiuns, o que o Papa é para os católicos. Nenhum médium que se prezasse, debutaria sem pedir a sua bênção“. (...) (Sônia) (grifei) (Blog Obras Psicografadas)


Agora a “Espírita” “ataca” o Sr. José Carlos, através do catolicismo, que parece ser a religião professada pelo dito pesquisador:

7 - (...) “Ah! meu caro José Carlos, o Catolicismo Romano e o Vaticano não merecem isso de mim e de ninguém. Bastam-lhes o horror que semeiam e a peçonha que espalham ao longo de 1.600 anos de dominação e manipulação, tanto de “nobres”, quanto “burgueses”. Com a mesma determinação, desprezam e mantêm propositalmente, na ignorância e na miséria, as massas incontáveis de injustiçados, através de “tratados”, “concordatas” “bulas”, “encíclicas” e outras invenções, com a finalidade principal do enriquecimento ilícito e do poder que vem com o dinheiro. Sem contar, os “milagres” inventados com a mesma vil finalidade.” (...) (Sônia) (Blog Obras Psicografadas)


E assim foram se posicionando os quase DUZENTOS E CINQUENTA E NOVE opositores ESPÍRITAS, diante de um artigo de cunho histórico que procura provar através de uma pesquisa bibliográfica a não existência de um documento e/ou de um personagem dito histórico!


Observem que não compareceu dentre os DUZENTOS E CINQUENTA E NOVE opositores, um único pesquisador, ou intelectual Espírita, que se posicionasse de forma coerente, elegante, equilibrada, acatando ou pondo em xeque, não a Doutrina Espírita, que nada tem a ver com o objeto de estudo do Sr. José Carlos, mas o método de investigação em si mesmo, já que o referido autor só se ateve a pesquisa bibliográfica - ou seja - a única discussão cabível ao caso seria no âmbito científico da pesquisa e só!!!!


Em contrapartida, o leitor depara-se com uma enxurrada de opositores fanáticos, dogmáticos, despreparados que podem ser tudo no mundo menos Espíritas! Pois como se auto intitular Espírita se não estudamos a Doutrina que dizemos abraçar?


De que adianta se apegar ao discurso “piegas” de “meus irmãos vamos nos amar, fazer caridade, ser humildes, perdoar os inimigos, etc.,”, bem próprio do Espírita preguiçoso, da turma do “deixa disso”, (bem diferente de JESUS ou de KARDEC, que nunca tiveram medo de demonstrar sua indignação) e que não têm coragem nem disposição para se debruçar sobre o manancial de ensinamentos trazidos nas Obras da Codificação Espírita?


Se todos os que se auto intitulam Espíritas, se dessem ao trabalho de estudar no mínimo, O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, a Doutrina Espírita não teria tomado os rumos mistificados que tomou, tornando-se uma seita dogmática, que tem segundo a “Espírita Sônia“, um PAPA que seria o médium Chico Xavier; já que todo o Espírita que se preze deve saber no mínimo que o Espiritismo não é uma religião institucionalizada com hierarquia!


Diante do exposto, entendo que precisamos URGENTEMENTE de um movimento em prol do estudo das Obras Básicas da Codificação, para que a Doutrina Espírita não se perca em seus princípios, como aconteceu com os ensinamentos de Jesus.


Diante dos rumos que estão sendo tomados, é fácil imaginar que daqui a um século (ou menos que isso) a humanidade não terá mais que uma remota idéia dos princípios espíritas, posto que as Obras Básicas já estarão totalmente alteradas (como já se tentou fazer com o Evangelho Segundo o Espiritismo), seus princípios desvirtuados, a figura de Allan Kardec obviamente esquecida, e quem assumirá a total representatividade da Doutrina Espírita, será o médium Chico Xavier, e as OBRAS COMPLEMENTARES ditadas pelo Espírito de Emmanuel e/ou André Luiz, serão as obras de referência para o estudo do Espiritismo.


Portanto Espíritas, “despertemos” para realidade que se afigura aos nossos olhos! Ainda é tempo de nos debruçarmos e estudarmos a Codificação Espírita trazida a tão pouco tempo pelos Espíritos Superiores, sob a égide do Espírito da Verdade, para que possamos ter a segurança e a coragem de rechaçar as fraudes.


Precisamos resgatar a Doutrina Espírita, salvando-a da crueldade que se faz quando a deturpam e distorcem seus princípios, objetivando a Morte de sua própria essência! Sim, isso é uma espécie de morte! O extermínio da Doutrina dar-se-á pelo desvirtuamento de seus princípios, privando-se assim as próximas gerações do acesso às verdades consoladoras e libertadoras da Doutrina que veio em meados do século XIX, para alavancar a humanidade de seu estado de ignorância e sofrimento.


Outro aspecto importantíssimo que não se pode relegar a segundo plano, é o momento do retorno ao plano espiritual, quando nos defrontaremos com o Tribunal de Nossa Consciência. Como será desesperador assumirmos que participamos de forma ativa ou omissiva de uma “teia” ardilosamente arquitetada para destruir os Preceitos Espíritas!


Nesse sentido, não poderemos nem sequer argüir em nossa defesa a “ignorância“, pois tivemos em nossas mãos as armas para nos defendermos dela, que eram as Obras Básicas.


Daí, enfrentaremos a vergonha e o remorso no âmago de nosso Espírito imortal! Primeiramente diante de Deus e de nós mesmos. Em seguida, perante Jesus, perante nosso Guia Espiritual, perante Allan Kardec, e toda a plêiade de Espíritos Superiores, como tantos outros que trabalharam na condição de encarnados como médiuns da Codificação, dando tudo de si em benefício do progresso da humanidade!


E nesse momento de dores acerbas, certamente Chico, Emmanuel e André Luiz não estarão presentes para interceder por ninguém, pois estarão provavelmente como todo Espírito errante, prestando suas próprias contas e avaliando seus atos. Se estiverem encarnados, estarão provavelmente, trabalhando pela reconstrução da Doutrina dos Espíritos. Essa é a Lei.



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