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terça-feira, 4 de junho de 2019
segunda-feira, 3 de junho de 2019
SUPERVISÃO ESCOLAR, ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR: A CAMINHO DE UMA PRÁTICA INTEGRADORA POR UMA ESCOLA MAIS DEMOCRÁTICA E EFICAZ
LINDOMAR APARECIDO RICETO
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de Produção de Aprendizagem teve como objetivos analisar a trajetória de formação dos profissionais da educação contribuindo para a nossa reflexão para a incorporação de uma prática pedagógica em que a teoria não explique somente a realidade mas, juntamente com a prática, promova a formação necessária para nosso desenvolvimento como futuros supervisores escolares e orientadores educacionais; bem como o desenvolvimento das funções do Pedagogo em desenvolver atividades no cargo de supervisor escolar e do orientador educacional de forma integrada, uma vez que este trabalho foi fragmentado durante a revolução industrial na divisão do trabalho dos operários.
Para isso, analisamos o referencial teórico composto por Silva (2002), Rangel (2002), Raphael (2003), Santos (2004), Saviani (2002) e Urbanetz e Silva (2008). De posse desse referencial teórico, elaboramos o desenvolvimento do trabalho, sempre relacionando a teoria com a prática, no trabalho do Pedagogo em realizar a integração do trabalho escolar explorando a importância do trabalho integrado entre supervisão escolar e orientação educacional.
Nas considerações finais elaboramos uma síntese do objetivo inicial do texto e levantamos uma questão que poderá ser futuramente pesquisada (talvez no desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso), além de apontarmos algumas sugestões de ações que podem contribuir para a melhoria da ação dos profissionais pedagogos na escola.
SUPERVISÃO ESCOLAR, ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR: A CAMINHO DE UMA PRÁTICA INTEGRADORA POR UMA ESCOLA MAIS DEMOCRÁTICA E EFICAZ
Inicialmente os educadores eram considerados um profissional missionário, pois a docência em sua maioria era exercida por religiosos como os Jesuítas, que tinham como finalidade a catequização, utilizando-se de manuais elaborados que continham duas vertentes fundamentais: “[...] um corpo de SABERES e TÈCNICAS, entendidos como um saber pedagógico, e um conjunto de NORMAS e VALORES, posteriormente incorporados pelo Estado e pelas instituições escolares”. (URBANETZ e SILVA, 2008, p.38).
Nesse sentido os professores foram caracterizados historicamente por ser um profissional missionário, ditos como detentores do saber, tento como função a formação moral, social, espiritual, além de transmitir e produzir o saber. Neste período quem coordenava e controlava o sistema educacional era o clero.
Somente no final do século XVII foi promulgada no Brasil a profissão docente, surgindo cursos específicos para sua formação. Nesse período os profissionais docentes passam a ser reconhecidos como profissionais do Estado, (URBANETZ e SILVA, 2008).
Com o desenvolvimento da sociedade, a instituição escolar, bem como a formação docente acompanhou o desenvolvimento do setor produtivo, com a evolução da sociedade e o surgimento do capitalismo houve a necessidade de remodelação da instituição educacional, pois esta deveria formar mão de obra qualificada para ingressar no mercado de trabalho. Neste sentido foram criados os cursos de qualificação profissional, “Escola tecnicista”.
Com criação da escola surge a função de inspetor de ensino, agora chamada de “supervisor escolar”, que inicialmente tinha como função a inspeção da prática docente. Esses profissionais eram representantes governamentais e se encarregavam de fiscalizar os procedimentos administrativos e pedagógicos. Como ressalta Urbanetz e Silva (2008, p.42):
Inicialmente, a supervisão apareceu como uma força disciplinadora “dentro de uma linha de inspecionar, reprimir, checar e monitorar”. Essas funções foram paulatinamente se modificando, passando por controle comportamental em busca da liderança no processo educativo até a superação da simples tarefa de fiscalização para, então, se tornar supervisor escolar.
Segundo Néreci (apud URBANETZ e SILVA, 2008) a supervisão escolar passou por três importantes fazes, sendo essas a “fiscalizadora”, que se confunde com inspeção escolar, sendo sua atuação preocupada com o cumprimento de prazos e leis. A seguinte fase foi a “construtiva”, que se preocupava com o trabalho de orientação dos professores, corrigindo supostas falhas e orientando-os sobre os procedimentos a serem seguidos. A terceira e atual fase é a “criativa”, em que houve a separação da supervisão escolar da inspeção escolar, buscando a direção do aperfeiçoamento das pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem.
Com referência a orientação educacional, podemos dizer que sua trajetória não foi diferente, surgindo da necessidade de se especializar o trabalho docente e de organizar o trabalho escolar, iniciando-se aos moldes da especialização do mundo do trabalho, tendo como principio uma orientação educacional tecnicista (URBANETZ e SILVA, 2008). Ainda segundo as autoras (2008, p. 43):
[...] Com o aparecimento da idéia de orientação vocacional, corrobou-se dentro da instituição escolar a visão tecnicista de encontrar o homem certo para o lugar certo. Sua linha mestre, o “aconselhamento, visando direcionar as crianças e jovens ao mundo do trabalho ao mundo do trabalho de maneira adequada e conformada.
O trabalho do orientador utilizando-se dessa concepção, não dava conta de todas as relações e de todos os problemas vivenciados no espaço escolar. Portanto a partir de 1980, houve várias discussões acadêmicas em todos os setores sociais, com o objetivo de remodelar e articular o trabalho pedagógico, buscando a democratização do sistema de ensino, deixando a postura técnica especializada ao compromisso político, atingindo a sua maturidade, deixando o conteudismo em busca de um conteúdo articulado e interdisciplinar.
No movimento histórico por que passaram os especialistas da educação, desde a formação generalista (talvez uma tentativa de esvaziamento histórico, político e teórico), chegou-se a um trabalho articulado e à formação do pedagógico unitário. (URBANETZ e SILVA, 1998, p. 45)
A Supervisão Escolar e a Orientação Educacional é, na atualidade, dois segmentos da escola que se responsabilizam pela articulação das ações pedagógicas, na busca pela construção e execução do planejamento escolar, do cumprimento da grade curricular, buscando a adequação da aprendizagem às demandas sociais da comunidade local. Essa articulação precisa ser de forma coletiva e, é aí que o supervisor escolar e o orientador educacional, entendidos aqui como pedagogos, precisam integrar seu trabalho na busca de unidade escolar, para que todos os envolvidos na comunidade escolar se desenvolvam e possam participar do desenvolvimento geral da instituição e de sua clientela, sempre associando a teoria com a prática.
Para isso, esses profissionais precisam ter claro como deve ser sua atuação e quais seus papéis na escola. Sobre o papel do pedagogo, Urbanetz e Silva (2008) afirmam que eles precisam desenvolver competências como: assumir o processo de ensino enquanto mediação pedagógica, superar o discurso pedagógico do falar para o entender, conhecer e utilizar estratégias de ensinar a pensar no sentido de formação humana, buscar a compreensão crítica dos conteúdos como saberes históricos, promover a interação humana entre todos os envolvidos no processo educativo de forma coletiva, investir permanentemente na atualização científica, pedagógica e cultural dos membros da escola na sua formação, incluir a perspectiva afetiva no exercício profissional, considerar a ética no trabalho escolar, estar atento às novas tecnologias de comunicação e informação buscando seu emprego em função de melhorias na prática pedagógica.
Dessa forma, muitos são os atributos do supervisor escolar e do orientador educacional. Além desses atributos, eles ainda precisam entender que cada realidade apresenta características próprias, onde cada caso é um caso diferente e, nessas condições, eles precisam atuar tomando decisões e planejar ações eficientes e eficazes. Saviani (2002, p. 14) afirma que “se entende a supervisão e a orientação como a ação de velar sobre alguma coisa ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de seu funcionamento ou de seu comportamento”.
O Pedagogo (supervisor e orientador) atual precisa ser um observador da realidade escolar ressignificando seu trabalho através da pesquisa do cotidiano da comunidade onde sua escola está inserida para que possa realizar um trabalho de qualidade. Medina (2002, p. 51) afirma que:
[...] é indispensável a ação de um profissional que, além de possuir competência teórica, técnica humana, política, disponha de tempo necessário para tornar possível a relação entre vivencias dos alunos fora da escola e o trabalho do ensinar e aprender na escola. Esse profissional é o pedagogo, que define sua função pedagógica quando contribui para a melhoria do processo de ensinar e aprender por meio de ações que articulam as demandas dos professores com os conteúdos e as disciplinas.
Dessa forma, o supervisor escolar e o orientador educacional, no contexto atual, precisam juntos verificar, analisar e buscar novas propostas de ressignificação do papel da escola, objetivando, através das ações pedagógicas, reflexos positivos na qualidade de ensino ofertada pela instituição de forma coletiva e democrática. Ferreira (apud RANGEL, 2002, p. 09) alerta que:
O trabalho dos profissionais da educação – em especial da supervisão educacional – é traduzir o novo processo pedagógico em curso na sociedade mundial, elucidar a quem ele serve, explicitar suas contradições e, com base nas condições concretas dadas, promover necessárias articulações para construir alternativas que ponham a educação a serviço do desenvolvimento de relações verdadeiramente democráticas.
Para que o supervisor escolar e o orientador educacional desenvolvam o trabalho da forma descrita por Ferreira, é necessário que esses profissionais pesquise constantemente, não apenas conteúdos específicos de sua área, mas em conjunto, e divulgue os resultados de sua pesquisa junto aos professores, expondo suas posições e pontos de vistas, colhendo do grupo outras informações e sugestões que possam auxiliar no desenvolvimento das ações pedagógica junto aos professores e alunos, visando a integração entre todos os segmentos escolares.
Para isso, precisam desenvolver suas funções em ajudar a reelaborar e colocar em prática o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, orientando nas questões pedagógicas e atuando na formação continuada dos docentes. Dessa forma, o supervisor escolar e o orientador educacional fazem a transposição dos referenciais teóricos para as ações práticas escolares.
Devem eles ainda refletir sobre a didática e metodologia de sala de aula, estudando e usando os conhecimentos teóricos com o objetivo de fundamentar o fazer docente na prática. Para isso, esses profissionais precisam apresentar as seguintes características: auxiliador, orientador, dinâmico, acessível, eficiente, capaz, produtivo, apoiador, inovador, integrador, cooperativo, facilitador, criativo, interessado, colaborador, seguro, incentivador, atencioso, atualizado, com conhecimento e amigo (SANTOS, 2004). Além dessas características, Medina (2002, p. 102) afirma que o trabalho do Supervisor escolar e do orientador educacional:
[...] é uma atuação de grupo que acontece com os professores e demais setores da escola, especialmente o de Orientação Educacional (SOE). Por ser grupal, o trabalho exige o exercício constante do pensar, do descobrir e do saber o modo de avançar nas ações e também o de recuar. Esse trabalho requer estudo, dedicação e se constrói no fazer diário da escola (por isso, nunca se sabe como fazê-lo, ‘não tem receita’), o que permite olhá-lo de diversas maneiras (lados). Em suma, caracteriza-se como um trabalho administrativo-burocrático que transcende o conhecimento puro e simples da sala de aula (só o conhecimento docente não é suficiente para ser supervisor).
Os atos pedagógicos e os atos administrativos de uma escola estão estreitamente ligados, uma vez que o diretor está exercendo funções administrativas em virtude das ações pedagógicas, pois o objetivo principal da escola é o ensino e a aprendizagem. Raphael (2003, p. 20) afirma que:
É necessário ponderar que, para atender às necessidades da escola, o supervisor não pode abandonar, em momento algum, sua intenção pedagógica, que está ligada ao instrumental para a construção do conhecimento, essência da escola. Este pedagógico, entretanto, está diretamente associado, pode-se até dizer dependente de uma organização do ensino, algo de caráter tipicamente administrativo. Para cumprir o caráter pedagógico de sua função, creio que o supervisor necessita de um vasto conhecimento da Administração Escolar, no sentido de dominar critérios de organização da instituição escolar, para garantir seu bom funcionamento pedagógico.
Mediante esse contexto, o diretor também precisa conhecer os princípios da supervisão escolar e orientação educacional, uma vez que os atos administrativos refletem nos atos pedagógicos e vice-versa. Raphael (2003), ainda afirma que as ações pedagógicas e as ações administrativas devem funcionar de forma harmônica, pois é o funcionamento de cada uma dessas ações é que garantem o funcionamento orgânico do sistema. Desse enfoque de organização do sistema é que emana a possibilidade de uma escola funcionar de forma democrática, organizada, com competência pedagógica, adequada aos fins a que se propõe e à clientela que dela necessita.
Essa é a concepção de instituição escolar que se faz necessária para atender as demandas atuais de educação. Uma instituição que seja capaz de desenvolver a criatividade, estabelecendo relações entre teoria e prática.
Dessa forma, o supervisor escolar e orientador educacional que pensar a escola, como instituição social e espaço para aquisição de conhecimento, que precisa ser re-pensada de forma dialética, certamente proporcionará um novo espaço, diferentemente do espaço escolar que, de acordo com a história da educação, teve ocupação e características do controle e do refúgio burocrático. (MEDINA, 2002).
O pedagogo que trabalha dando enfoque a esta visão de instituição escolar, de forma democrática participativa e coletiva, será capaz de junto com os demais profissionais da escola, transformar a realidade educacional de sua comunidade escolar. Para isso, ele precisa sempre pensar no fator primordial no desenvolvimento de suas funções: priorizar as ações educativas tanto com relação ao desenvolvimento do trabalho docente como a aprendizagem do aluno, fazendo as articulações necessárias, uma vez que estes (docentes e alunos) são seus objetos de trabalho e é para eles que suas ações devem estar voltadas.
É importante destacar que, segundo Urbanetz e Silva (2008), por mais que a figura do pedagogo tenha surgido de um decreto, foi a realidade que acabou por criar esse profissional. Diante disso está a necessidade de articulação permanente do trabalho dele com a realidade, pois a mesma vai se transformando pela ação humana e essa transformação aparece também nas atividades profissionais.
CONSIDERAÇÕS FINAIS
O trabalho do supervisor escolar e do orientador educacional surgiu da necessidade da sociedade durante a história da formação dos profissionais da educação, que se inicia com a educação jesuítica e perpetua até os dias de hoje. A fragmentação dessa área da educação aconteceu em virtude da revolução industrial e do trabalho como produção de bens e de capital, surgindo disso o proletariado.
Dessa forma, assim como na industria, encontrar a pessoa certa para o trabalho certo foi o eixo chefe nessa fragmentação. Importante se faz entender que esse trabalho não pode se manifestar, nos dias atuais, de forma fragmentada, ou seja, o supervisor escolar se envolver apenas com os professores e o orientador educacional, apenas com os alunos. Hoje, diante da escola necessária para atender as demandas educacionais e sociais vigentes, o trabalho precisar acontecer de forma integrada, não apenas entre esses dois profissionais, mas sim, em conjunto com todos segmentos da escola, principalmente com o diretor, professores e alunos.
O Projeto Político Pedagógico da escola e o currículo devem ser estruturados e desenvolvidos de forma coletiva, contando com a participação de todos os segmentos da instituição escolar para garantir a unidade, a eficácia e o alcance dos objetivos, que é o desenvolvimento intelectual dos educandos. Nesse sentido, a articulação entre gestão escolar, supervisor escolar e orientador educacional é o ápice de suas ações, independente se elas são administrativas ou pedagógicas, pois todas estão relacionadas ao desenvolvimento do trabalho docente, administrativo e de supervisão e orientação escolar e influenciam direta ou indiretamente no desenvolvimento da aprendizagem dos educandos.
Essa articulação entre todos os profissionais da educação é papel do supervisor escolar e do orientador educacional e deve ter como objetivo principal vencer os desafios surgidos na escola, como local de aprendizagem e acesso de diferentes culturas, níveis e classes sociais. Para isso, esses profissionais precisam compreender que sua função é de natureza complexa e necessitam buscar constantemente a coletividade, uma vez que é constituidora das possibilidades do desenvolvimento e da realização dos seres humanos.
Acreditamos que, com o desenvolvimento desse trabalho, conseguimos compreender um pouco mais sobre o papel do supervisor escolar e do orientador educacional na busca pela integração do trabalho pedagógico. Porém, vários outros questionamentos surgiram sobre essa ação que apresenta diferentes contextos dependendo da realidade da comunidade escolar. Sentimos necessidade de pesquisar, na pratica, mediante entrevista e observação de campo, como essa integração acontece na prática, o que seria tema para um novo trabalho, talvez uma monografia de conclusão de curso.
Como sugestões, entendemos que essa articulação só poderá acontecer efetivamente perante o trabalho coletivo e articulado entre todos os segmentos que compõem a instituição escolar. Onde o Pedagogo participe ativamente na organização do trabalho educacional como reformulação e execução do PPP e do Currículo de forma integrados e assume a gestão escolar como sua função primordial, auxiliando o diretor escolar a sistematizar as atividades de apoio técnico-administrativo abrangendo os serviços de secretaria, promovendo assim a articulação do trabalho docente e de gestão, o que refletirá diretamente no desenvolvimento do trabalho escolar e do aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RANGEL, Mary (Org.). Supervisão pedagógica: princípios e práticas. Campinas: Papirus, 2002.
RAPHAEL, Hélia S.; QUAGLIO, Paschoal et al. MAIA, Graziela Z. Abdian (Org.); Administração e supervisão escolar: questões para o novo milênio. São Paulo: Pioneira Thomson, 2003.
SANTOS, Andréa Oliveira dos. A formação em supervisão educacional e o exercício do cargo de diretor escolar. Monografia do Curso de Pós- Graduação em Nível de Especialização em Supervisão Educacional da URCAMP, 2004.
SAVIANI, Dermeval. Transformações do capitalismo, do mundo do trabalho e da educação. In: LOMBARDI, José Claudinei; SAVIANI, Dermeval & SANFELICE, José Luiz (orgs). Capitalismo, trabalho e educação. São Paulo: Autores Associados, 2002.
SILVA, Edina, Antonia da. Supervisão escolar. Porto Alegre: AGE, 2002.
URBANETZ, Sandra Terezinha, SILVA, Simone Zampier da. Orientação e supervisão escolar: caminhos e perspectivas. Curitiba: Ibpex, 2008.
Para isso, analisamos o referencial teórico composto por Silva (2002), Rangel (2002), Raphael (2003), Santos (2004), Saviani (2002) e Urbanetz e Silva (2008). De posse desse referencial teórico, elaboramos o desenvolvimento do trabalho, sempre relacionando a teoria com a prática, no trabalho do Pedagogo em realizar a integração do trabalho escolar explorando a importância do trabalho integrado entre supervisão escolar e orientação educacional.
Nas considerações finais elaboramos uma síntese do objetivo inicial do texto e levantamos uma questão que poderá ser futuramente pesquisada (talvez no desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso), além de apontarmos algumas sugestões de ações que podem contribuir para a melhoria da ação dos profissionais pedagogos na escola.
SUPERVISÃO ESCOLAR, ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR: A CAMINHO DE UMA PRÁTICA INTEGRADORA POR UMA ESCOLA MAIS DEMOCRÁTICA E EFICAZ
Inicialmente os educadores eram considerados um profissional missionário, pois a docência em sua maioria era exercida por religiosos como os Jesuítas, que tinham como finalidade a catequização, utilizando-se de manuais elaborados que continham duas vertentes fundamentais: “[...] um corpo de SABERES e TÈCNICAS, entendidos como um saber pedagógico, e um conjunto de NORMAS e VALORES, posteriormente incorporados pelo Estado e pelas instituições escolares”. (URBANETZ e SILVA, 2008, p.38).
Nesse sentido os professores foram caracterizados historicamente por ser um profissional missionário, ditos como detentores do saber, tento como função a formação moral, social, espiritual, além de transmitir e produzir o saber. Neste período quem coordenava e controlava o sistema educacional era o clero.
Somente no final do século XVII foi promulgada no Brasil a profissão docente, surgindo cursos específicos para sua formação. Nesse período os profissionais docentes passam a ser reconhecidos como profissionais do Estado, (URBANETZ e SILVA, 2008).
Com o desenvolvimento da sociedade, a instituição escolar, bem como a formação docente acompanhou o desenvolvimento do setor produtivo, com a evolução da sociedade e o surgimento do capitalismo houve a necessidade de remodelação da instituição educacional, pois esta deveria formar mão de obra qualificada para ingressar no mercado de trabalho. Neste sentido foram criados os cursos de qualificação profissional, “Escola tecnicista”.
Com criação da escola surge a função de inspetor de ensino, agora chamada de “supervisor escolar”, que inicialmente tinha como função a inspeção da prática docente. Esses profissionais eram representantes governamentais e se encarregavam de fiscalizar os procedimentos administrativos e pedagógicos. Como ressalta Urbanetz e Silva (2008, p.42):
Inicialmente, a supervisão apareceu como uma força disciplinadora “dentro de uma linha de inspecionar, reprimir, checar e monitorar”. Essas funções foram paulatinamente se modificando, passando por controle comportamental em busca da liderança no processo educativo até a superação da simples tarefa de fiscalização para, então, se tornar supervisor escolar.
Segundo Néreci (apud URBANETZ e SILVA, 2008) a supervisão escolar passou por três importantes fazes, sendo essas a “fiscalizadora”, que se confunde com inspeção escolar, sendo sua atuação preocupada com o cumprimento de prazos e leis. A seguinte fase foi a “construtiva”, que se preocupava com o trabalho de orientação dos professores, corrigindo supostas falhas e orientando-os sobre os procedimentos a serem seguidos. A terceira e atual fase é a “criativa”, em que houve a separação da supervisão escolar da inspeção escolar, buscando a direção do aperfeiçoamento das pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem.
Com referência a orientação educacional, podemos dizer que sua trajetória não foi diferente, surgindo da necessidade de se especializar o trabalho docente e de organizar o trabalho escolar, iniciando-se aos moldes da especialização do mundo do trabalho, tendo como principio uma orientação educacional tecnicista (URBANETZ e SILVA, 2008). Ainda segundo as autoras (2008, p. 43):
[...] Com o aparecimento da idéia de orientação vocacional, corrobou-se dentro da instituição escolar a visão tecnicista de encontrar o homem certo para o lugar certo. Sua linha mestre, o “aconselhamento, visando direcionar as crianças e jovens ao mundo do trabalho ao mundo do trabalho de maneira adequada e conformada.
O trabalho do orientador utilizando-se dessa concepção, não dava conta de todas as relações e de todos os problemas vivenciados no espaço escolar. Portanto a partir de 1980, houve várias discussões acadêmicas em todos os setores sociais, com o objetivo de remodelar e articular o trabalho pedagógico, buscando a democratização do sistema de ensino, deixando a postura técnica especializada ao compromisso político, atingindo a sua maturidade, deixando o conteudismo em busca de um conteúdo articulado e interdisciplinar.
No movimento histórico por que passaram os especialistas da educação, desde a formação generalista (talvez uma tentativa de esvaziamento histórico, político e teórico), chegou-se a um trabalho articulado e à formação do pedagógico unitário. (URBANETZ e SILVA, 1998, p. 45)
A Supervisão Escolar e a Orientação Educacional é, na atualidade, dois segmentos da escola que se responsabilizam pela articulação das ações pedagógicas, na busca pela construção e execução do planejamento escolar, do cumprimento da grade curricular, buscando a adequação da aprendizagem às demandas sociais da comunidade local. Essa articulação precisa ser de forma coletiva e, é aí que o supervisor escolar e o orientador educacional, entendidos aqui como pedagogos, precisam integrar seu trabalho na busca de unidade escolar, para que todos os envolvidos na comunidade escolar se desenvolvam e possam participar do desenvolvimento geral da instituição e de sua clientela, sempre associando a teoria com a prática.
Para isso, esses profissionais precisam ter claro como deve ser sua atuação e quais seus papéis na escola. Sobre o papel do pedagogo, Urbanetz e Silva (2008) afirmam que eles precisam desenvolver competências como: assumir o processo de ensino enquanto mediação pedagógica, superar o discurso pedagógico do falar para o entender, conhecer e utilizar estratégias de ensinar a pensar no sentido de formação humana, buscar a compreensão crítica dos conteúdos como saberes históricos, promover a interação humana entre todos os envolvidos no processo educativo de forma coletiva, investir permanentemente na atualização científica, pedagógica e cultural dos membros da escola na sua formação, incluir a perspectiva afetiva no exercício profissional, considerar a ética no trabalho escolar, estar atento às novas tecnologias de comunicação e informação buscando seu emprego em função de melhorias na prática pedagógica.
Dessa forma, muitos são os atributos do supervisor escolar e do orientador educacional. Além desses atributos, eles ainda precisam entender que cada realidade apresenta características próprias, onde cada caso é um caso diferente e, nessas condições, eles precisam atuar tomando decisões e planejar ações eficientes e eficazes. Saviani (2002, p. 14) afirma que “se entende a supervisão e a orientação como a ação de velar sobre alguma coisa ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de seu funcionamento ou de seu comportamento”.
O Pedagogo (supervisor e orientador) atual precisa ser um observador da realidade escolar ressignificando seu trabalho através da pesquisa do cotidiano da comunidade onde sua escola está inserida para que possa realizar um trabalho de qualidade. Medina (2002, p. 51) afirma que:
[...] é indispensável a ação de um profissional que, além de possuir competência teórica, técnica humana, política, disponha de tempo necessário para tornar possível a relação entre vivencias dos alunos fora da escola e o trabalho do ensinar e aprender na escola. Esse profissional é o pedagogo, que define sua função pedagógica quando contribui para a melhoria do processo de ensinar e aprender por meio de ações que articulam as demandas dos professores com os conteúdos e as disciplinas.
Dessa forma, o supervisor escolar e o orientador educacional, no contexto atual, precisam juntos verificar, analisar e buscar novas propostas de ressignificação do papel da escola, objetivando, através das ações pedagógicas, reflexos positivos na qualidade de ensino ofertada pela instituição de forma coletiva e democrática. Ferreira (apud RANGEL, 2002, p. 09) alerta que:
O trabalho dos profissionais da educação – em especial da supervisão educacional – é traduzir o novo processo pedagógico em curso na sociedade mundial, elucidar a quem ele serve, explicitar suas contradições e, com base nas condições concretas dadas, promover necessárias articulações para construir alternativas que ponham a educação a serviço do desenvolvimento de relações verdadeiramente democráticas.
Para que o supervisor escolar e o orientador educacional desenvolvam o trabalho da forma descrita por Ferreira, é necessário que esses profissionais pesquise constantemente, não apenas conteúdos específicos de sua área, mas em conjunto, e divulgue os resultados de sua pesquisa junto aos professores, expondo suas posições e pontos de vistas, colhendo do grupo outras informações e sugestões que possam auxiliar no desenvolvimento das ações pedagógica junto aos professores e alunos, visando a integração entre todos os segmentos escolares.
Para isso, precisam desenvolver suas funções em ajudar a reelaborar e colocar em prática o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, orientando nas questões pedagógicas e atuando na formação continuada dos docentes. Dessa forma, o supervisor escolar e o orientador educacional fazem a transposição dos referenciais teóricos para as ações práticas escolares.
Devem eles ainda refletir sobre a didática e metodologia de sala de aula, estudando e usando os conhecimentos teóricos com o objetivo de fundamentar o fazer docente na prática. Para isso, esses profissionais precisam apresentar as seguintes características: auxiliador, orientador, dinâmico, acessível, eficiente, capaz, produtivo, apoiador, inovador, integrador, cooperativo, facilitador, criativo, interessado, colaborador, seguro, incentivador, atencioso, atualizado, com conhecimento e amigo (SANTOS, 2004). Além dessas características, Medina (2002, p. 102) afirma que o trabalho do Supervisor escolar e do orientador educacional:
[...] é uma atuação de grupo que acontece com os professores e demais setores da escola, especialmente o de Orientação Educacional (SOE). Por ser grupal, o trabalho exige o exercício constante do pensar, do descobrir e do saber o modo de avançar nas ações e também o de recuar. Esse trabalho requer estudo, dedicação e se constrói no fazer diário da escola (por isso, nunca se sabe como fazê-lo, ‘não tem receita’), o que permite olhá-lo de diversas maneiras (lados). Em suma, caracteriza-se como um trabalho administrativo-burocrático que transcende o conhecimento puro e simples da sala de aula (só o conhecimento docente não é suficiente para ser supervisor).
Os atos pedagógicos e os atos administrativos de uma escola estão estreitamente ligados, uma vez que o diretor está exercendo funções administrativas em virtude das ações pedagógicas, pois o objetivo principal da escola é o ensino e a aprendizagem. Raphael (2003, p. 20) afirma que:
É necessário ponderar que, para atender às necessidades da escola, o supervisor não pode abandonar, em momento algum, sua intenção pedagógica, que está ligada ao instrumental para a construção do conhecimento, essência da escola. Este pedagógico, entretanto, está diretamente associado, pode-se até dizer dependente de uma organização do ensino, algo de caráter tipicamente administrativo. Para cumprir o caráter pedagógico de sua função, creio que o supervisor necessita de um vasto conhecimento da Administração Escolar, no sentido de dominar critérios de organização da instituição escolar, para garantir seu bom funcionamento pedagógico.
Mediante esse contexto, o diretor também precisa conhecer os princípios da supervisão escolar e orientação educacional, uma vez que os atos administrativos refletem nos atos pedagógicos e vice-versa. Raphael (2003), ainda afirma que as ações pedagógicas e as ações administrativas devem funcionar de forma harmônica, pois é o funcionamento de cada uma dessas ações é que garantem o funcionamento orgânico do sistema. Desse enfoque de organização do sistema é que emana a possibilidade de uma escola funcionar de forma democrática, organizada, com competência pedagógica, adequada aos fins a que se propõe e à clientela que dela necessita.
Essa é a concepção de instituição escolar que se faz necessária para atender as demandas atuais de educação. Uma instituição que seja capaz de desenvolver a criatividade, estabelecendo relações entre teoria e prática.
Dessa forma, o supervisor escolar e orientador educacional que pensar a escola, como instituição social e espaço para aquisição de conhecimento, que precisa ser re-pensada de forma dialética, certamente proporcionará um novo espaço, diferentemente do espaço escolar que, de acordo com a história da educação, teve ocupação e características do controle e do refúgio burocrático. (MEDINA, 2002).
O pedagogo que trabalha dando enfoque a esta visão de instituição escolar, de forma democrática participativa e coletiva, será capaz de junto com os demais profissionais da escola, transformar a realidade educacional de sua comunidade escolar. Para isso, ele precisa sempre pensar no fator primordial no desenvolvimento de suas funções: priorizar as ações educativas tanto com relação ao desenvolvimento do trabalho docente como a aprendizagem do aluno, fazendo as articulações necessárias, uma vez que estes (docentes e alunos) são seus objetos de trabalho e é para eles que suas ações devem estar voltadas.
É importante destacar que, segundo Urbanetz e Silva (2008), por mais que a figura do pedagogo tenha surgido de um decreto, foi a realidade que acabou por criar esse profissional. Diante disso está a necessidade de articulação permanente do trabalho dele com a realidade, pois a mesma vai se transformando pela ação humana e essa transformação aparece também nas atividades profissionais.
CONSIDERAÇÕS FINAIS
O trabalho do supervisor escolar e do orientador educacional surgiu da necessidade da sociedade durante a história da formação dos profissionais da educação, que se inicia com a educação jesuítica e perpetua até os dias de hoje. A fragmentação dessa área da educação aconteceu em virtude da revolução industrial e do trabalho como produção de bens e de capital, surgindo disso o proletariado.
Dessa forma, assim como na industria, encontrar a pessoa certa para o trabalho certo foi o eixo chefe nessa fragmentação. Importante se faz entender que esse trabalho não pode se manifestar, nos dias atuais, de forma fragmentada, ou seja, o supervisor escolar se envolver apenas com os professores e o orientador educacional, apenas com os alunos. Hoje, diante da escola necessária para atender as demandas educacionais e sociais vigentes, o trabalho precisar acontecer de forma integrada, não apenas entre esses dois profissionais, mas sim, em conjunto com todos segmentos da escola, principalmente com o diretor, professores e alunos.
O Projeto Político Pedagógico da escola e o currículo devem ser estruturados e desenvolvidos de forma coletiva, contando com a participação de todos os segmentos da instituição escolar para garantir a unidade, a eficácia e o alcance dos objetivos, que é o desenvolvimento intelectual dos educandos. Nesse sentido, a articulação entre gestão escolar, supervisor escolar e orientador educacional é o ápice de suas ações, independente se elas são administrativas ou pedagógicas, pois todas estão relacionadas ao desenvolvimento do trabalho docente, administrativo e de supervisão e orientação escolar e influenciam direta ou indiretamente no desenvolvimento da aprendizagem dos educandos.
Essa articulação entre todos os profissionais da educação é papel do supervisor escolar e do orientador educacional e deve ter como objetivo principal vencer os desafios surgidos na escola, como local de aprendizagem e acesso de diferentes culturas, níveis e classes sociais. Para isso, esses profissionais precisam compreender que sua função é de natureza complexa e necessitam buscar constantemente a coletividade, uma vez que é constituidora das possibilidades do desenvolvimento e da realização dos seres humanos.
Acreditamos que, com o desenvolvimento desse trabalho, conseguimos compreender um pouco mais sobre o papel do supervisor escolar e do orientador educacional na busca pela integração do trabalho pedagógico. Porém, vários outros questionamentos surgiram sobre essa ação que apresenta diferentes contextos dependendo da realidade da comunidade escolar. Sentimos necessidade de pesquisar, na pratica, mediante entrevista e observação de campo, como essa integração acontece na prática, o que seria tema para um novo trabalho, talvez uma monografia de conclusão de curso.
Como sugestões, entendemos que essa articulação só poderá acontecer efetivamente perante o trabalho coletivo e articulado entre todos os segmentos que compõem a instituição escolar. Onde o Pedagogo participe ativamente na organização do trabalho educacional como reformulação e execução do PPP e do Currículo de forma integrados e assume a gestão escolar como sua função primordial, auxiliando o diretor escolar a sistematizar as atividades de apoio técnico-administrativo abrangendo os serviços de secretaria, promovendo assim a articulação do trabalho docente e de gestão, o que refletirá diretamente no desenvolvimento do trabalho escolar e do aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RANGEL, Mary (Org.). Supervisão pedagógica: princípios e práticas. Campinas: Papirus, 2002.
RAPHAEL, Hélia S.; QUAGLIO, Paschoal et al. MAIA, Graziela Z. Abdian (Org.); Administração e supervisão escolar: questões para o novo milênio. São Paulo: Pioneira Thomson, 2003.
SANTOS, Andréa Oliveira dos. A formação em supervisão educacional e o exercício do cargo de diretor escolar. Monografia do Curso de Pós- Graduação em Nível de Especialização em Supervisão Educacional da URCAMP, 2004.
SAVIANI, Dermeval. Transformações do capitalismo, do mundo do trabalho e da educação. In: LOMBARDI, José Claudinei; SAVIANI, Dermeval & SANFELICE, José Luiz (orgs). Capitalismo, trabalho e educação. São Paulo: Autores Associados, 2002.
SILVA, Edina, Antonia da. Supervisão escolar. Porto Alegre: AGE, 2002.
URBANETZ, Sandra Terezinha, SILVA, Simone Zampier da. Orientação e supervisão escolar: caminhos e perspectivas. Curitiba: Ibpex, 2008.
http://lindomarjuara.blogspot.com/2009/12/supervisao-escolar-orientacao.html
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domingo, 2 de junho de 2019
sexta-feira, 31 de maio de 2019
ANÁLISE DO BAIXO DESEMPENHO EM MATEMÁTICA DOS ALUNOS DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL GETÚLIO VARGAS (BELO HORIZONTE - MG : Dissertação de mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Câmara dos Santos
ANÁLISE DO BAIXO DESEMPENHO EM MATEMÁTICA DOS ALUNOS DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL GETÚLIO VARGAS (BELO HORIZONTE - MG) de João Maria Andarilho
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7 Exemplos de Zona de desenvolvimento proximal
7 Exemplos de Zona de desenvolvimento proximal
O termo “zona de desenvolvimento proximal” refere-se a um conceito desenvolvido pelo psicólogo Lev Vygotsky. O conceito refere-se à diferença entre a capacidade do aluno para executar uma tarefa de forma independente em relação com a execução da tarefa com orientação.
O termo “zona de desenvolvimento proximal” refere-se a um conceito desenvolvido pelo psicólogo Lev Vygotsky. O conceito refere-se à diferença entre a capacidade do aluno para executar uma tarefa de forma independente em relação com a execução da tarefa com orientação.
Exemplos da zona de desenvolvimento proximal
- Exemplo de zona de desenvolvimento proximal na educação: Um estudante é capaz de realizar uma simples adição ao trabalhar com um professor ou pai, mas é frustrado quando executa a tarefa sozinho. Ao orientar o aluno a usar ferramentas e estratégias, e fazendo perguntas sobre por que ele está usando cada ferramenta ou estratégia, o aluno é capaz de fortalecer o conhecimento e, eventualmente, fazer adições de forma independente.
- Exemplo de zona de desenvolvimento proximal na sala de aula e na educação: Um estudante universitário é capaz de entender a filosofia atual que está sendo estudada, quando ela é discutido em sala de aula, mas esforça-se por conta própria. O professor trabalha com o aluno para ajudá-lo a aprender como abordar o livro de filosofia e como considerar as perguntas certas para perguntar a si mesmo ao ler sozinho.
- Um aspirante a padeiro cria bolos surpreendentes quando trabalha com o seu mentor, mas sozinho descobre que tem dificuldades. Ao trabalhar com seu mentor, o padeiro é capaz de aprender o que ela precisa, a fim de criar de forma independente o produto que deseja.
- Um pintor se esforça para misturar corretamente cores ao pintar sozinho, mas é capaz de fazê-lo facilmente quando com seu professor. Trabalhando em conjunto, o pintor é capaz de aprender a criar as cores que ele deseja, ouvindo e aprendendo com o professor que o orienta em direção à independência.
- Um jovem de 18 anos é capaz de dirigir um carro de forma eficaz para a frente e para trás, mas não consegue fazer baliza. Quando guiado por um instrutor, é capaz de aprender a estacionar.
- Exemplo de zona de desenvolvimento proximal na escola: Uma criança está lutando para aprender a ler. Ao trabalhar com o aluno e ensinar a pronunciar palavras e utilizar outras estratégias de reconhecimento de palavras, a criança é capaz de aprender a ler.
- Um nadador aspirante está tentando aprender um mergulho difícil. Conhecendo os pontos fortes que ele possui em outras técnicas de mergulho, o seu treinador é capaz de facilitar sua instrução para que ele possa ter confiança conseguir o mergulho.
Zona de desenvolvimento proximal na Educação
O trabalho de Vygotsky sobre a zona de desenvolvimento proximal tem contribuído grandemente para o campo da educação e é usado no desenvolvimento de técnicas de currículo e ensino apropriado para a idade.
Ao entender o que as crianças são capazes de alcançar sozinhas, bem como o que elas são capazes de alcançar com a ajuda de um adulto, os educadores podem desenvolver planos para ensinar habilidades do modo mais eficaz possível, dando aos alunos uma libertação gradual de responsabilidades para executar tarefas de forma independente. Este processo é referido como andaime, que é a maneira em que um adulto ajuda o aluno criança a passar da incapacidade de realizar uma tarefa para ser capaz de fazê-la através de orientação, interação e perguntas.
Com estes exemplos, espero te ajudar a entender melhor como a zona de desenvolvimento proximal funciona no mundo real. Tendeu?
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quinta-feira, 30 de maio de 2019
Diagnostico psicopedagogico 1. Identificar o Problema; Colher Dados: observação, entrevistas, questionários, etc; Recortar a Realidade: definição do universo de pesquisa; Aplicar Instrumentos: par educativo; Levantar Hipóteses; Propor Alguma Intervenção. ProfªMst. Salete Santos Anderle
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quarta-feira, 29 de maio de 2019
Gabarito: Avaliação de matemática: multiplicação, sequência numérica, horas e composição – 3º ou 4º ano – Com respostas
Atividades de Matemática: medidas de massa e distância - bilhões
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Incasto sistema de castas da Índia. E o Varnashrama-Dharma
Incasto sistema de castas da Índia. E o Varnashrama-Dharma from Joao Carlos Maria on Vimeo.
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segunda-feira, 27 de maio de 2019
Moralidade e consciência Moral. Por João maria Andarilho Utópico.
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Gabriel Diniz, do hit 'Jenifer', morre aos 28 anos em acidente aéreo em Sergipe
Velório e enterro do cantor serão realizados em João Pessoa
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O Bhagavad Gita Como Ele É
A C Bhaktivedanta Swami Prabhupada
Tipo: seminovo/usado
Editora: The Bhaktivedanta Book Trust
Ano: 1976
Estante: Esoterismo
Peso: 1255g
Idioma: Português
https://www.estantevirtual.com.br/seb...
sexta-feira, 24 de maio de 2019
Raymond Aron mapeia os mitos da esquerda em 'O ópio dos intelectuais'
Raymond Aron mapeia os mitos da esquerda em 'O ópio dos intelectuais'
Publicado em 1955, no auge da Guerra Fria e apenas dois anos depois da morte de Stálin, “O ópio dos intelectuais” (Três Estrelas, 352 pgs.) conserva, mais de 70 anos depois, uma impressionante atualidade. Numa época em que ser de esquerda na França era quase uma obrigação moral, o sociólogo e filósofo Raymond Aron (1905-1983) fez uma análise fulminante dos mitos e ilusões que dominavam o pensamento que hoje seria chamado de “progressista”. Evocando a célebre sentença de Marx em “Crítica à Filosofia do Direito de Hegel” (“A religião é o ópio do povo”), o título do livro vai direto ao ponto: o esquerdismo também pode ser uma religião, uma igreja que abriga fanáticos e fundamentalistas. Trata-se de um ensaio seminal, cuja leitura deveria ser recomendada em todos os cursos de graduação do país.
Sem uma concepção sistemática da realidade política e histórica, o pensamento de Aron é calcado na realidade, não em abstrações teóricas. “O conhecimento verdadeiro do passado nos remete ao dever da tolerância, a falsa filosofia da história dissemina o fanatismo”, escreve. É nesse atrito deliberado com a realidade tal qual ela é, e não como gostaríamos que ela fosse, que Aron elabora sua defesa da razão, da democracia e da liberdade – e sua crítica lúcida ao autoritarismo, ao fanatismo e à idolatria política.
Sem temer qualquer patrulhamento ideológico, o autor partiu da constatação de que os mesmos intelectuais e acadêmicos que costumavam ser impiedosos em suas análises das falhas da democracia liberal demonstravam uma tolerância infinita diante dos desastres econômicos e das atrocidades políticas cometidas em nome da doutrina que eles consideravam correta. Qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência. As mesmas pessoas que fecham os olhos às consequências calamitosas de quase 14 anos de um projeto de poder fracassado torcem o nariz diante de reformas tornadas urgentes pela irresponsabilidade e pela incompetência inerentes daquele mesmo projeto.
Aron demonstra uma virtude cada vez mais rara: a inteligência do bom senso. Ao longo de cinco décadas, fez análises certeiras de fenômenos sociais e políticos os mais diversos, enxergando muito mais longe e fundo do que pensadores que tinham a pretensão de encarnar a consciência da sociedade, com o seu contemporâneo (e coetâneo) Jean-Paul Sartre. Na primeira parte de “O ópio dos intelectuais”, ele se dedica a mapear mitos políticos que ainda estão em vigor: o mito da esquerda, o mito da revolução e o mito do proletariado. Em seguida, faz reflexões sobre o sentido da História, em capítulos como “A ilusão da necessidade” e “Homens de igreja e homens de fé”, nos quais classifica o comunismo como "uma versão aviltada da mensagem cristã", por sacrificar a liberdade e a diferença no altar da ortodoxia do Estado onipotente.
O autor mostra, ainda, que o desenvolvimento da economia contrariou diversas previsões marxistas aos quais acadêmicos de esquerda ainda se aferram. Por fim, ele investiga a relação dos intelectuais com a ideologia, apontando para sua busca inconsciente por uma religião. Na conclusão, Aron pergunta se é possível vislumbrar o “fim da era ideológica” e o triunfo do poder da razão. Se ainda estivesse vivo e visitasse o Brasil, ele veria que as ideologias estão mais fortes do que nunca, e que a atração dos intelectuais por projetos autoritários continua. É uma pena que Raymond Aron seja hoje tão pouco lido. Na verdade, nem Sartre leem mais. O nível dos pensadores baixou muito, e o nível do debate político também.
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quinta-feira, 23 de maio de 2019
Psicomotricidade Escolar, indicação de leitura
Obrigado pela visita, volte sempre. Psicomotricidade
Psicomotridade Escolar
Carlos Alberto de Mattos
https://www.estantevirtual.com.br/que...
sábado, 18 de maio de 2019
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Inteligências múltiplas: quais são e como abordá-las na escola?
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