terça-feira, 8 de outubro de 2019

CLARICE LISPECTOR PARA CRIANÇAS

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Objetivos
– Realizar a leitura integral de duas obras de Clarice Lispector.
– Valorizar a leitura literária como experiência estética.
– Compartilhar impressões sobre as obras lidas e identificar semelhanças e diferenças entre elas (tema, enredo e recursos linguísticos utilizados pela autora).
– Utilizar o conhecimento sobre a autora e sobre o mundo para interpretação mais ajustada do texto.
Conteúdo(s)
– Leitura.
Para 3º e 4º Anos
Tempo estimado – Dez aulas.
Material necessário – Exemplares de duas obras escritas por Clarice Lispector: O Mistério do Coelho Pensante (32 págs., Ed. Rocco) e A Mulher Que Matou os Peixes (32 págs., Ed. Rocco) ou cópia dos livros para todos os alunos.
Desenvolvimento
1ª etapa
Antes de iniciar as leituras, apresente a sequência de trabalho. Explicite os motivos que a justificam, a escolha da autora e dos livros que serão compartilhados, as estratégias que serão utilizadas e seus conhecimentos sobre Clarice Lispector, se os possuir. Informe como serão organizadas as atividades, em quantos e em quais dias as leituras serão feitas e os encaminhamentos após cada uma delas.
2ª etapa
A primeira leitura em voz alta a ser realizada é de O Mistério do Coelho Pensante, publicado em 1967 e escrito a pedido de um filho de Clarice, que adorava falar sobre coelhos. O tom coloquial utilizado pela autora faz da obra uma deliciosa conversa com o leitor, convidando-o a pensar sobre os mistérios da vida. No caso desse livro, assim como em A Vida Íntima de Laura (32 págs., Ed. Rocco, 26,50 reais) e Quase de Verdade (32 págs., Ed. Rocco, 29 reais), o personagem principal é um animal e o tema a relação dele com os seres humanos, especialmente, com a própria autora. O coelho pensante, de alguma forma, aprende a escapar da sua gaiola e a voltar para ela, segundo a sua vontade. Essa fuga é revelada nas primeiras páginas do livro. No entanto, o mistério proposto ao leitor é pensar sobre como o animal conseguiu sair da gaiola e mais: quais pensamentos o ajudaram a realizar esse feito incomum?
Para além de encontrar uma resposta a essas perguntas, o livro de Clarice Lispector pode ser encarado como um convite à convivência com o extraordinário, com os mistérios com os quais é preciso compartilhar nossa existência. É fundamental ler a obra anteriormente, para conhecer o seu conteúdo e preparar a melhor forma de apresentá-la aos alunos, planejar e ensaiar a leitura, escolhendo a entonação adequada, o ritmo e os aspectos que deseja ressaltar. Um bom começo de conversa com a classe sobre o livro lido pode ser o título. Que mistério seria esse a que ele faz referência? O que significa dizer que o coelho é pensante? Pelo que as crianças conhecem sobre esse animal, é possível imaginar no que ele pensaria? A ideia dessa conversa não é fazer com que as crianças cheguem a respostas certas, e sim despertar a curiosidade delas sobre o conteúdo da obra e oferecer algumas chaves com as quais elas poderão ler melhor o texto.
3ª etapa
Faça a primeira leitura em voz alta do texto todo ou em partes, conforme o planejado, sem interrupções. Em seguida, proponha uma primeira conversa para garantir a compreensão inicial da obra, procurando não seguir os chamados modelos dos “questionários de interpretação de textos” (isto é, perguntas diretas que requerem respostas únicas).
Comece retomando algum aspecto que chamou sua atenção, destacando um trecho relevante ou engraçado. Releia-o para o grupo e comente suas impressões. Faça como qualquer leitor real faria: dê início a um diálogo inicial sobre o texto que foi compartilhado pelo grupo. Lembre de atuar como modelo de leitor e ajudar as crianças na construção de sentidos para a obra nos momentos em que realiza a leitura em voz alta. A leitura pode ser feita em um ou dois dias, conforme o ritmo da turma. O ideal é que todas as crianças tenham a obra em mãos para que possam acompanhar a leitura e voltar aos trechos ressaltados por você, localizando palavras e expressões que validem suas impressões sobre o livro.
A autora inicia a narrativa fazendo algumas considerações sobre a natureza do coelho, ou seja, sobre aqueles comportamentos que fazem parte do instinto desse animal para, em seguida, informar ao leitor a grande ideia “cheirada” por Joãozinho e o problema apresentado por ela: “Como sair da gaiola sem abrir o tampo ou passar por suas frestas?” O desafio de tentar desvendar esse mistério já pode render uma boa conversa, não apenas sobre o conteúdo mas também sobre o modo como a autora nos apresenta a ele. Faz diferença sabermos qual é o plano de Joãozinho logo nas primeiras páginas do livro? Isso diminui o mistério do enredo?
4ª etapa
Após a conversa inicial, em outra aula, ajude as crianças a analisar a linguagem empregada pela autora. A opção em narrar em primeira pessoa, o tom que aproxima o texto de uma conversa com o leitor, a presença do humor e da ironia são exemplos de recursos que podem ser ressaltados. O livro foi escrito por Clarice a pedido de seu filho – Paulo – a quem a autora/narradora se dirige durante todo o texto, conversando, por meio dele, com todos os leitores da obra.
Verifique se a classe notou o uso da linguagem coloquial e peça que aponte em que trechos isso pode ser observado. Ajude os estudantes, chamando a atenção deles para os recursos utilizados a fim de provocar a sensação de uma conversa com o leitor: uso do pronome “você”, perguntas dirigidas ao leitor, o uso de termos utilizados na linguagem oral (“veja bem”, “pois olhe”, “pois bem” etc.). Conduza a conversa sobre o texto de modo que os alunos possam justificar suas impressões sempre se apoiando no que está escrito.
Durante a leitura compartilhada, procure garantir a participação de todos e esteja atento para que o maior número possível de impressões sobre a obra possa circular entre o grupo. É preciso criar um ambiente no qual as crianças possam comunicar suas impressões, justificando-se no que foi escrito pela autora e compartilhando os procedimentos que utilizaram para construir suas interpretações. Dessa forma, elas estarão ampliando não apenas a sua compreensão sobre o texto mas também o seu repertório de procedimentos leitores.
5ª etapa
Agora é a vez de ler A Mulher Que Matou os Peixes. Laura Sandroni, especialista em literatura infantil, explica no artigo A Obra de Clarice para Crianças que nesse livro “não há propriamente um enredo. A narrativa se constrói sobre momentos da vida da escritora, sempre relacionados aos bichos que possui, aí incluídos aqueles que simplesmente passaram por sua casa – como ratos e baratas.
A forma adotada é a da confissão. Logo de início a narradora/autora diz: ‘Essa mulher que matou os peixes, infelizmente, sou eu. Mas juro que foi sem querer’. A intimidade entre a escritora e o leitor se cria a partir daí e aumenta ao longo do texto, pois Clarice sabe, como poucos, dialogar com seu público, a exemplo de Machado de Assis”.
Antes de ler em voz alta para a meninada, faça uma leitura prévia do texto, marcando trechos que deseja destacar e comentar com o grupo. Planeje como fará a leitura em voz alta, o ritmo e a entonação a serem empregados. No caso desse livro, talvez seja necessário dividir a leitura em vários trechos, já que o texto é mais extenso e nem sempre pode ser produtivo lê-lo todo em um único dia.
Como a obra é composta de pequenas narrativas, planeje interrupções em momentos que não prejudiquem a compreensão do enredo e que criem expectativa sobre os acontecimentos seguintes. Informe à turma que vocês darão continuidade à sequência de trabalho fazendo a leitura de outra obra de Clarice. Como as crianças já conhecem um livro escrito por ela, comece perguntando sobre as expectativas que elas têm a respeito da nova leitura, que antecipações podem fazer sobre o enredo com base no título da obra etc.
Deixe que comentem suas impressões e, em seguida, faça a leitura da quarta capa do livro. O que é possível saber sobre o enredo levando em conta as informações ali apresentadas? Informe que os textos apresentados nessa parte do livro costumam servir de referência para o leitor no momento da escolha da leitura e tem o efeito de uma recomendação literária. Após a leitura integral da obra, novamente deixe espaço para que os alunos comentem suas impressões gerais sobre o texto. Você pode iniciar a conversa fazendo alguma observação sobre uma das histórias dos animais que passaram pela vida da mulher e sua relação com eles.
Nesse primeiro momento, é importante deixar que as crianças também comentem livremente suas impressões sobre esse tema ajudando-as sempre a justificá-las citando trechos do próprio texto ou outros conhecimentos que validem os comentários.
6ª etapa
Retome o livro e converse com a criançada sobre a forma como a autora escolheu narrar o texto. Chame a atenção para o tom confessional utilizado por Clarice que, na primeira frase, já informa ao leitor ser ela a mulher que matou os peixes e, em seguida, apresenta quais serão os seus argumentos de defesa: mostrar seu bom relacionamento anterior com os animais, de modo que possa ser perdoada ao longo da trama por ter esquecido de dar comida aos peixes, matando-os. Para nos convencer de sua inocência, Clarice faz juramentos e ressalta a todo o momento a veracidade de suas histórias. Mostre algumas passagens nas quais esses elementos aparecem e incentive os estudantes a localizar outras.
Ajude-os a refletir sobre os efeitos de sentido provocados pelo uso desses recursos no texto. Questione: se a autora confessasse o seu crime, dizendo ser um acidente, e logo em seguida relatasse várias experiências ruins com os animais o texto teria o mesmo efeito sobre o leitor?
7ª etapa
Pergunte se os alunos observaram alguma relação entre a linguagem utilizada pela autora em A Mulher Que Matou os Peixes e a empregada na obra lida anteriormente (O Mistério do Coelho Pensante). Que semelhanças conseguem observar?
E diferenças? As crianças podem notar que Clarice também adota um tom coloquial para relatar suas experiências com os diferentes animais que passaram por sua vida. Em vários trechos do livro sobre os peixes, ela utiliza os mesmos recursos empregados na obra lida anteriormente: faz perguntas aos leitores, os convida a se apresentar para que ela também os conheça, dirige-se a eles utilizando o pronome você(s) etc. Desafie-os a localizar passagens com esses recursos. É possível ainda que notem a referência feita pela autora ao livro O Mistério do Coelho Pensante.
Em algumas edições da obra que conta a história dos peixes, há até uma ilustração do livro sendo lido por uma menina. Será que há referências também a outros textos da autora? Essa pode ser uma boa oportunidade para apresentar os outros três livros de Clarice dirigidos ao público infantil – A Vida Íntima de Laura, Quase de Verdade e Como Nasceram as Estrelas: Doze Lendas Brasileiras (80 págs., Ed. Rocco, 28 reais) – e convidar o grupo a conhecer um pouco mais de sua obra.
Avaliação
Acompanhe as aprendizagens obtidas pelas crianças observando se elas:
– Prestam atenção ao ouvir a leitura realizada em voz alta e acompanham usando o livro que cada uma tem em mãos;
– Retomam trechos lidos anteriormente, fazendo antecipações coerentes;
– Leem novamente (ou pedem que você releia) trechos, se esforçando para compreender o que não compreenderam inicialmente;
– Pedem ajuda (para você e os colegas) para compreender melhor as leituras;
– Recorrem ao contexto para compreender palavras e/ou expressões desconhecidas;
– Participam das conversas apreciativas, validando suas impressões com base em trechos do texto e considerando as demais ideias apresentadas pelo grupo;
– Estabelecem relações entre as leituras propostas nesse trabalho e outros textos conhecidos e experiências vividas;
– Identificam elementos característicos do estilo da autora ao escrever para crianças, com base na relação que estabelecem entre os livros lidos.
Créditos: Denise Guilherme – Formadora de professores e idealizadora do site Leitura em Rede

fonte: https://www.soescola.com/2015/12/clarice-lispector-para-criancas-2.html

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O que fazer no primeiro dia de aula?




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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Escolha seu lado. Esta tudo escancarado. Só não vê quem não quer.






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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

O que é desinformação Olavo de Carvalho

KIT - A Ameaça Russa (4 Livros)

O que é desinformação

Olavo de Carvalho

O Globo, 17 de Março de 2001

Se o público brasileiro não adquirir rapidamente os conhecimentos básicos que o habilitem a reconhecer operações de desinformação pelo menos elementares, toda a nossa imprensa, toda a nossa classe política e até oficiais das Forças Armadas podem se transformar, a curtíssimo prazo, em inermes e tolos agentes desinformadores a serviço da revolução comunista na América Latina .

A maior parte das nossas classes letradas não sabe sequer o que é desinformação. Imagina que é apenas informação falsa para fins gerais de propaganda. Ignora por completo que se trata de ações perfeitamente calculadas em vista de um fim, e que em noventa por cento dos casos esse fim não é influenciar as multidões, mas atingir alvos muito determinados – governantes, grandes empresários, comandos militares – para induzi-los a decisões estratégicas prejudiciais a seus próprios interesses e aos de seu país. A desinformação-propaganda lida apenas com dados políticos ao alcance do povo. A desinformação de alto nível falseia informações especializadas e técnicas de relevância incomparavelmente maior.

O uso de informações falseadas é conhecido nas artes militares desde que o mundo é mundo. “A arte da guerra consiste substancialmente de engodo”, dizia Sun-Tzu no século V a. C. Exemplos de informação falsa usada fora do campo militar estrito aparecem, aqui e ali, na história mundial. Calúnias contra judeus e protestantes nos países católicos, contra os católicos e judeus nos países protestantes foram muitas vezes premeditadas para justificar perseguições. Os revolucionários de 1789 montaram uma verdadeira indústria de informações falsas para jogar a opinião pública contra o rei e, depois, para induzi-la a apoiar as medidas tirânicas do governo revolucionário. O exemplo mais célebre foi a “Grande Peur”, o “Grande Medo”: informações alarmistas espalhadas pelo governo, que, anunciando o iminente retorno das tropas reais – impossível, àquela altura – desencadeavam explosões de violência popular contra os suspeitos de monarquismo; explosões que em seguida o próprio governo mandava a polícia controlar, brilhando no fim com a auréola de pacificador. A história das revoluções é a história da mentira.

Mas tudo isso ainda não era desinformação. Invenção pessoal de Lenin, a desinformação (desinformátsya) consiste em estender sistematicamente o uso da técnica militar de informação falseada para o campo mais geral da estratégia política, cultural, educacional etc., ou seja, em fazer do engodo, que era a base da arte guerreira apenas, o fundamento de toda ação governamental e, portanto, um instrumento de engenharia social e política. Isso transformava a convivência humana inteira numa guerra – numa guerra integral e permanente. Quando Hitler usou pela primeira vez, em 1939, a expressão “guerra total” para designar um tipo moderno de guerra que não envolvia apenas os políticos e militares, mas toda a sociedade, a realidade da coisa já existia desde 1917 na Rússia, mesmo sem combates contra um inimigo externo: o socialismo é a guerra civil total e permanente.

No governo de Lenin, a desinformação era também a regra geral da política externa. A famosa abertura econômica, planejada como etapa dialética de uma iminente estatização total, foi anunciada como sinal de um promissor abrandamento do rigor revolucionário, não só para atrair os capitalistas, mas para dissuadir os governos ocidentais de apoiar qualquer esforço contra-revolucionário. Assim, muitos líderes exilados, desamparados pelos países que os abrigavam e iludidos pela falsa promessa de democratização na Rússia, voltaram à pátria conforme calculado e, obviamente, foram fuzilados no ato. Dos que não voltaram, muitos foram mortos no próprio local de exílio por agentes da Tcheka, a futura KGB.

O uso da informação traiçoeira nessa escala era uma novidade absoluta na política mundial. Para fazer idéia de quanto as potências ocidentais estavam despreparadas para isso, basta saber que os EUA não tiveram um serviço secreto regular para operar no exterior em tempo de paz senão às vésperas da II Guerra Mundial. Outro ponto de comparação: a “ofensiva cultural” soviética – sedução e compra de consciências nas altas esferas intelectuais e no show business – começou já nos anos 20. A CIA não reagiu com iniciativa semelhante senão na década de 50 – e foi logo barrada pela gritaria geral da mídia contra a “histeria anticomunista”.

Não obstante a abjeta inermidade das potências ocidentais ante a Revolução Russa, o governo leninista mantinha o povo em sobressalto, alardeando que milhares de agentes secretos estrangeiros estavam em solo russo armando a contra-revolução. Um dos raros agentes que comprovadamente estavam lá era o inglês Sidney Reilly, um informante mitômano que o Foreign Office considerava pouquíssimo confiável, e do qual a propaganda soviética fez o mentor supremo da iminente invasão estrangeira que, evidentemente, nunca aconteceu. Para avaliar o alcance dos efeitos da desinformação soviética, basta notar que até a década de 70 o livro de Michael Sayers e Albert E. Kahn, “A grande conspiração”, inspirado no alarmismo leninista de 1917, ainda circulava em tradução brasileira como obra séria, com a chancela de uma grande editora. Diante de casos como esse, de autodesinformação residual espontânea, não espanta que os soviéticos tivessem em baixíssima conta a inteligência dos brasileiros, principalmente comunistas.

Operações de desinformação em larga escala só são possíveis para um regime totalitário, com o controle estatal dos meios de difusão, ou para um partido clandestino com poder de vida e morte sobre seus militantes. Qualquer tentativa similar em ambiente democrático esbarra na fiscalização da imprensa e do Legislativo. Não há, pois, equivalente ocidental da desinformação soviética. Um governo pode, é claro, fazer propaganda enganosa, mas não pode fazer desinformação porque lhe faltam os meios para o domínio calculado dos efeitos, que é precisamente o que distingue a técnica leninista. Inversa e complementarmente, a liberdade de informação nos países democráticos sempre foi de uma utilidade formidável para a desinformação soviética, não só pelo contínuo vazamento de informações secretas do governo para a imprensa, mas também pela facilidade de divulgar informações falsas pela mídia ávida de denúncias e escândalos. O célebre general armênio Ivan I. Agayants, por muitas décadas chefe do departamento de desinformação da KGB, chegava a ficar espantado ante a facilidade de plantar mentiras na imprensa norte-americana. Espantado e grato. Ele dizia: “Se os americanos não tivessem a liberdade de imprensa, eu a inventaria para eles.”

NB: Este assunto continua no artigo da semana que vem. Por enquanto, vão apenas tratando de conjeturar, se quiserem, o seguinte: quantos técnicos em desinformação, que aprenderam em Cuba sob a orientação da KGB, são hoje “formadores de opinião” no Brasil?






fonte:ffonter http://olavodecarvalho.org/o-que-e-desinformacao/

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Niilismo político


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Niilismo político

Antes mesmo das eleições presidenciais ocorrerem no ano passado, a crise econômica já estava desenhada, ou melhor, ela já existia, porém o governo camuflava (“pedalava”), com o claro propósito da reeleição. Quando me refiro ao governo, não é só o PT, é também o PMDB que há décadas nos governa. A crise econômica foi represada e veio como um enxurrada. Inflação, restrição de crédito, disparada do dólar, desaceleração, desemprego e perda do grau de investimento, que é o mesmo que ser reconhecido como caloteiro, são aspectos de economia sem uma gestão responsável e competente. É de chorar, como se chora quando nosso time cai para a segunda divisão e tem que ficar no mínimo um ano sofrendo para subir novamente . Como se não bastasse, e um mal nunca vem sozinho, como diz o ditado, junto da crise econômica, temos uma grave crise política. O governo perdeu toda a credibilidade. Os petistas mais conceituados e menos doentes, reconhecem a fragilidade. Isso poderia significar uma oportunidade de mudança, que não deve ocorrer pelo simples fato da oposição ser dotada da mesma fragilidade. Resta saber em quem confiar? Neste momento, o niilismo político impera. Um nada que governa e um nada que tenta fazer oposição. Neste vazio do niilismo poderia se reestabelecer novos princípios que serviriam de base para criar um novo projeto de nação. Projeto de um novo modelo político e de um novo modelo econômico. Modelo político em que a discussão sobre a forma de governo, presidencialismo ou parlamentarismo, é menos importante do que discutir mudanças na Constituição. Primeiro é preciso redefinir as novas regras do jogo. Rever a quantidade de representantes, rever o papel e até a necessidade do Senado, rever os financiamentos das campanhas eleitorais, rever as garantias de imunidade, enfim, todos os elementos necessários para que tenhamos uma política eficiente e decente, que não seja facilmente dominada pela tentação da corrupção. Não precisa ser especialista, nem tão pouco pessimista, para prever que a situação pode ainda piorar. É bem provável que virão mais duas avalições de rebaixamento do nosso grau de investimento, o que determinará menos dinheiro investido no Brasil. A solução dizem que é cortar gastos e aumentar impostos. De que jeito cortar gastos se grande parte dos gastos do governo estão carimbados, ou seja, são obrigações determinadas na Constituição? De que jeito aumentar impostos se já temos uma tributação maior que os países do primeiro mundo, comprometendo a competitividade do setor produtivo? Mudar as leis parece simples, quando se tem legisladores com conhecimento em gestão e desprendimento pelo interesse particular da reeleição. A grande maioria não tem. Quem sabe pensar uma nova constituinte apartidária, com duração por prazo indeterminado, constituída por representantes da sociedade civil? Sem remuneração, é claro, só para medir quantos ainda tem amor pelo Brasil. Algo fora do comum, precisa ser feito pelos brasileiros, caso contrário, só mesmo com a ajuda de uma interferência divina. Quem sabe, afinal, dizem que Deus é brasileiro!


Marcos Kayser
fonte: https://www.tca.com.br/blogdomarcos/2015/09/16/niilismo-politico/

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COMO ESTÃO TE ENGANANDO COM GINÁSTICA MENTAL




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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

As Etapas do Pensamento Sociológico, Raymond Aron. Indicação de leitura.




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Cursos de extensão Universitária que acontecem na UNICAMP: Faculdade de Educação Mês de outubro 2019

PENSAMENTO NUMÉRICO E CONHECIMENTO INTERPRETATIVO DO PROFESSOR
FE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
15/10/2019 até 31/07/2020
08/08/2020 até 10/10/2020
EDU-0271
SENTIDOS, SIGNIFICADOS E REPRESENTAÇÕES DE FRAÇÕES NOS ANOS INICIAIS E NA EDUCAÇÃO INFANTIL
FE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
15/10/2019 até 09/10/2020
17/10/2020 até 12/12/2020
EDU-0272
DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO ALGÉBRICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS
FE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
15/10/2019 até 19/02/2021
27/02/2021 até 17/04/2021
EDU-0273
LITERACIA E PENSAMENTO ESTATÍSTICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS
FE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
15/10/2019 até 18/04/2021
24/04/2021 até 26/06/2021
EDU-0274
DA CLASSIFICAÇÃO À CONCEITUALIZAÇÃO EM GEOMETRIA
FE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
15/10/2019 até 08/08/2021
14/08/2021 até 09/10/2021
EDU-0275
FORMAS DE VER E ATRIBUIR SENTIDOS E SIGNIFICADOS EM GEOMETRIA
FE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
15/10/2019 até 17/10/2021
23/10/2021 até 11/12/2021
EDU-0276
CONCEITO DE MEDIDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL
FE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
16/02/2018 até 13/10/2019
19/10/2019 até 14/12/2019
EDU-0276
CONCEITO DE MEDIDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL
FE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
15/10/2019 até 20/03/2020
28/03/2020 até 30/05/2020
EDU-0294
PARA UMA EDUCAÇÃO INOVADORA COM TECNOLOGIA DIGITAL
FE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
01/10/2019 até 01/11/2019
18/11/2019 até 05/05/2020
FCH-0025
IMAGENS E MÚSICA POPULAR BRASILEIRA NO ENSINO DE HISTÓRIA
IFCH - INSTITUTO DE FILOSOFIA E 
CIÊNCIAS HUMANAS
01/12/2019 até 10/02/2020
02/03/2020 até 02/06/2020

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Justiça de Rondônia impede mutreta entre indígenas e grupo irlandês




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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Prefácio ao livro A Descoberta do Outro

Como já é do conhecimento de muitos acaba de ser reeditado o primeiro livro de Gustavo Corção - A Descoberta do Outro. Durante muitos anos várias editoras procuraram em vão os herdeiros de Corção para pedir autorização de publicar esta obra-prima do nosso fundador e mestre. Agora foi acordado à Vide Editorial. Mérito deles.
Não posso deixar de recomendar vivamente a leitura deste livro e a Editora Permanência não deixará de promover sua venda. Por outro lado, resta-nos uma ponta de tristeza pois, sendo os herdeiros espirituais do pensamento e do combate de Gustavo Corção, seria muito mais coerente e natural que nós pudéssemos difundir a obra de Gustavo Corção. Mas não nos foi acordada essa possibilidade. 
No intuito de aconselhar a leitura e de assinalar os aspectos mais importantes desse livro único no seu gênero, e para ajudar o leitor menos acostumado com as belas letras, escrevi o Prefácio que segue. 
Foi aos dezesseis anos que eu li pela primeira vez A Descoberta do Outro. Abri-o como quem abre um testamento, tão grande era a presença do autor em minha vida. Em casa o chamávamos Vovô Corção, pois de fato ele fora um pai para o meu próprio pai. O pensamento e a obra de Gustavo Corção tornaram-se como uma herança espiritual que recebi enquanto crescia, e que assumi na Permanência.
Ao longo desses 40 anos reli este livrinho dezenas de vezes, ora por gosto, ora por estudo. Em 1980, por exemplo, foi para ajudar na revisão da edição francesa, publicada em 1987. Mais recentemente, colaborei na preparação de uma matéria sobre Gustavo Corção, na Revista Conhecimento Prático de Literatura[1], e mais uma vez fui buscar o primeiro livro do grande escritor para ilustrar o artigo que escrevi para a ocasião.
Aos poucos fui percebendo que A Descoberta do Outro era muito mais do que um relato da conversão do seu autor. A etiqueta de “literatura existencialista” que eu lera em alguns críticos há muitos anos, motivada talvez pela força de vida humana presente na obra, já não fazia sentido. Havia algo de muito mais profundo a ser explorado no livro. No início, achei que isso se dava por causa do ímpeto de conversão que o livro propõe ao leitor, o que fazia dele uma apologética da verdadeira fé, a conduzir o leitor diante de certa evidência no que toca a natureza da fé, de Jesus Cristo e de sua Igreja.
Tornei à leitura do texto para preparar umas aulas para o quadro de professores do Colégio São Bernardo, nas quais eu pretendia mostrar alguns aspectos da verdade como fim da educação. Parti do ponto a que tinha chegado no artigo que escrevera para a revista citada, presente na parte central do livro, que é o da restauração do bom funcionamento da nossa inteligência. E, mais uma vez, me espantei diante da grandeza da obra. De novo vi-me impelido a penetrar nas cavernas misteriosas do autor, para encontrar a luz presente desde as primeiras páginas, mal percebida, não apreendida nem assimilada.
Temos, pois, diversos níveis de leitura para A Descoberta do Outro. Podemos saborear, em primeiro lugar, a língua de Machado de Assis, o jogo lúdico com que Gustavo Corção convida seu leitor a brincar com ele, dentro do livro, como se fora o quintal de sua casa. Ao ritmo saboroso das frases acrescenta-se o uso inovador das palavras, alguns neologismos só cabíveis na pena dos grandes mestres. Por outro lado, será de grande proveito para todos conhecer alguns detalhes da vida do autor, seu itinerário espiritual, a passagem do materialismo cientificista para a descoberta do Outro, que o invade, rouba, e lança num ímpeto que durará até o fim de sua vida. Finalmente, algum leitor gostará de ir em busca daquela aventura do conhecimento provocada por este mestre do pensamento e da reta razão. A estes, porém, devo alertar sobre a sobriedade da leitura, seu lado árduo, exigente, ferindo a alma no seu mais profundo ser, fazendo desmoronar, qual imensa avalanche, os parâmetros equivocados de séculos de liberalismo, individualismo e de amor-próprio. Coragem, leitor, pois no fim da travessia encontra-se a luz da verdade.
Para estes, pois, dirijo agora algumas indicações, de modo que percebam ao longo do livro os vãos escondidos que devem ser iluminados pelos olhos atentos do leitor, e de onde sairão as pistas dessa verdadeira “caça ao tesouro”.
Os primeiros capítulos do livro parecem apresentar o escritor Gustavo Corção na sua vida antes da conversão. Faz a descrição da sua condição de escravo da técnica, da descoberta da situação contraditória do mundo, onde os homens se dividiam entre burgueses indiferentes e uma multidão de trabalhadores e pobres. Explica como essa descoberta o levou ao materialismo histórico e recorda passagens saborosas das suas ilusões políticas. Porém, um leitor mais atento perguntaria ao escritor por que razão ele conta certos acontecimentos banais da sua vida, situações sem aparente relevo e que poderiam acontecer na vida de qualquer pessoa, sem que entrasse num livro de autobiografia.
O que não é fácil compreender numa leitura mais amena é que aquelas situações não foram vividas por você, leitor, ou por mim, mas por um homem que tinha talvez largado tudo pelos caminhos da vida, menos a exigência da sua inteligência. E foram essas banais circunstâncias que vieram a dar a bofetada que provocou a visão do autor, de que “estamos sendo queimados”.
Nos capítulos “Era o mínimo de nós” e “Close up”, Gustavo Corção inicia a descoberta das mais importantes lições, tiradas das situações mais simples, em que qualquer outro não veria nada demais. Diante da coroa dentária mal colocada do tenente Lino, o autor conquista uma marca definitiva da sua vida. Procure, leitor, estas passagens em que o autor dá uma guinada na narrativa, muda o tom do ensaio e, como quem não quer nada, nos deixa a pista do tesouro escondido.
O materialismo histórico vai ficando para trás, torna-se passado na cabeça do engenheiro e inventor, apesar do longo caminho que terá pela frente. Depara-se então com o vazio da sua vida, o tempo que passa e tudo consome. E do tombo na rua de uma velhinha, Corção percebe que os homens vivem em um mundo absurdo e sem sentido. Onde estará a chave da vida? “Haveria alguma coisa que fosse o que era?” pergunta-se.
As situações vão passando, sempre com a iluminação de sua inteligência para as coisas profundas que cada uma delas guarda. A descoberta de que o inusitado, o anormal, atrai mais o homem do que a normalidade, e a percepção de que cada coisa é o que é. O quadro é pintado com letrinhas, e o colorido da tela da vida ilumina o seu entendimento.
Mas existem manchas nesta pintura da vida dos homens, e nos aproximamos do centro da questão. Em “Afonso tinha razão” e “Gostos e opiniões”, inicia-se o processo da “opinião”, no qual Gustavo Corção descobre o espinho que tortura a nossa existência. A opinião parece ser um conhecimento, mas não é; ao contrário, é produzida nos porões da nossa vontade e se fantasia de inteligência, bloqueando a verdade. A opinião é um apetite que precisa ser domado pela razão, sob o risco de engolir o homem. Foi o que o mundo liberal conseguiu fazer conosco.
Mais não digo, e deixo ao leitor o juízo sobre os capítulos que seguem, pois fomos conduzidos até eles sem percebermos muito bem aonde chegaríamos. Existe um defeito dentro de nós, uma falha no nosso entendimento, introduzida pelo próprio mundo em que vivemos. E não sabíamos disso. É necessário devolver às nossas inteligências a homogeneidade da nossa equação. Temos carência de certos sensos perdidos, e vagamos pela vida a dar cabeçadas, sem enxergarmos aonde somos conduzidos.
E a grande descoberta de Corção são os três sensos que refazem essa homogeneidade da nossa natureza, permitindo-nos ter novamente contato com os objetos que estão fora de nós.
Estamos no limiar de uma nova vida. Vivíamos como os homens do mito da caverna, envoltos em opiniões nebulosas e em ilusões sem fim. A luz do objeto nos liberta desse mal, e nos abre novos horizontes de uma beleza infinita. Mas o caminho ainda é longo até estarmos diante do Outro. Uma vez libertados de nós mesmos, seria um desperdício, uma inutilidade, usarmos das prerrogativas de uma inteligência conhecedora do seu objeto, da verdade de cada coisa, apenas para saborearmos as coisas deste mundo. Se é verdade que as coisas são o que são, não encontraremos repouso para nossa sede de saber enquanto não conhecermos o incognoscível, enquanto não contemplarmos face a face o Criador de todas as coisas.
Depois de passar a vertente da montanha, Gustavo Corção nos conduz pelas escarpadas franjas que o levaram à conversão. Aqui também o autor é exigente com seu leitor, toma-o pelo braço, e fala a ele como a um amigo; fala sobre a fé, a esperança e a caridade. Cada uma das três virtudes teologais terá seu papel na transformação da alma que descobriu, no meio da vida, o objeto do seu saber, a força do seu olhar, e o verdadeiro amor de união contemplativa.
Como que invertendo a simplicidade das histórias do início do livro, Corção nos apresenta a grandeza das histórias de um reino sublime, onde toda uma vida acontece, longe daqui, em outra vida, em outro mundo, mais real e mais sólido do que o nosso, por ser eterno e imperecível, e onde sabemos que nos foi preparado um lugar. Estamos sendo esperados, ansiosamente aguardados para o banquete sagrado. Hoje sabemos que é verdade, hoje queremos que ele chegue.
São estas lições que Gustavo Corção conta em seu primeiro livro; elas estão presentes em toda a sua obra. Nesse aspecto, A Descoberta do Outro é um livro único, essencial. Muito podemos dizer sobre a obra magistral deixada por Corção nos dez últimos anos de sua vida, quando escreveu as 1200 páginas da mais lúcida análise da sociedade humana, contida em Dois Amores Duas Cidades[2] e em O Século do Nada[3]. Por seu sentido político e civilizacional estes dois livros abrangem temas da mais alta importância. Porém, em seu primeiro livro, Corção realiza dentro de nós a necessária restauração que nos permitirá compreender todo o resto.
E então, leitor? pergunta Corção em certo momento do livro. E então, leitor? pergunto eu. Com que olhar você abrirá as páginas dessa descoberta?



[1] Conhecimento Prático de Literatura nº 30, Editora Escala Educacional.
[2] Agir Editora, 1967. Assinalo que o próprio Corção não admitiria uma simples reedição desse livro, pois descobriu, ao escrevê-lo, que havia algo de muito errado na sua consideração sobre a política dos povos. Corção escreveu O Século do Nada para explicar essa descoberta. Portanto, só podemos entender o primeiro se lermos junto o segundo.
[3] Editora Record, 1973.
fonte ; 
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sexta-feira, 9 de agosto de 2019

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