Nunca tantos brasileiros chegaram às salas de aula das universidades, fizeram pós-graduação ou MBAs. Mas, ao mesmo tempo, não só as empresas reclamam da oferta e qualidade da mão-de-obra no país como os índices de produtividade do trabalhador custam a aumentar.
Na última década, o número de matrículas no ensino superior no Brasil dobrou, embora ainda fique bem aquém dos níveis dos países desenvolvidos e alguns emergentes. Só entre 2011 e 2012, por exemplo, 867 mil brasileiros receberam um diploma, segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad) do IBGE.
"Mas mesmo com essa expansão, na indústria de transformação, por exemplo, tivemos um aumento de produtividade de apenas 1,1% entre 2001 e 2012, enquanto o salário médio dos trabalhadores subiu 169% (em dólares)", diz Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A decepção do mercado com o que já está sendo chamado de "geração do diploma" é confirmada por especialistas, organizações empresariais e consultores de recursos humanos.
"Os empresários não querem canudo. Querem capacidade de dar respostas e de apreender coisas novas. E quando testam isso nos candidatos, rejeitam a maioria", diz o sociólogo e especialista em relações do trabalho da Faculdade de Economia e Administração da USP, José Pastore.
Entre empresários, já são lugar-comum relatos de administradores recém-formados que não sabem escrever um relatório ou fazer um orçamento, arquitetos que não conseguem resolver equações simples ou estagiários que ignoram as regras básicas da linguagem ou têm dificuldades de se adaptar às regras de ambientes corporativos.
"Cadastramos e avaliamos cerca de 770 mil jovens e ainda assim não conseguimos encontrar candidatos suficientes com perfis adequados para preencher todas as nossas 5 mil vagas", diz Maíra Habimorad, vice-presidente do DMRH, grupo do qual faz parte a Companhia de Talentos, uma empresa de recrutamento. "Surpreendentemente, terminanos com vagas em aberto."
Outro exemplo de descompasso entre as necessidades do mercado e os predicados de quem consegue um diploma no Brasil é um estudo feito pelo grupo de Recursos Humanos Manpower. De 38 países pesquisados, o Brasil é o segundo mercado em que as empresas têm mais dificuldade para encontrar talentos, atrás apenas do Japão.
É claro que, em parte, isso se deve ao aquecimento do mercado de trabalho brasileiro. Apesar da desaceleração da economia, os níveis de desemprego já caíram para baixo dos 6% e têm quebrado sucessivos recordes de baixa.
Mas segundo um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgado nesta semana, os brasileiros com mais de 11 anos de estudo formariam 50% desse contingente de desempregados.
"Mesmo com essa expansão do ensino e maior acesso ao curso superior, os trabalhadores brasileiros não estão conseguindo oferecer o conhecimento específico que as boas posições requerem", explica Márcia Almstrom, do grupo Manpower.
Causas
Especialistas consultados pela BBC Brasil apontam três causas principais para a decepção com a "geração do diploma".
A principal delas estaria relacionada a qualidade do ensino e habilidades dos alunos que se formam em algumas faculdades e universidades do país.
Os números de novos estabelecimentos do tipo criadas nos últimos anos mostra como os empresários consideram esse setor promissor. Em 2000, o Brasil tinha pouco mais de mil instituições de ensino superior. Hoje são 2.416, sendo 2.112 particulares.
"Ocorre que a explosão de escolas superiores não foi acompanhada pela melhoria da qualidade. A grande maioria das novas faculdades é ruim", diz Pastore.
Tristan McCowan, professor de educação e desenvolvimento da Universidade de Londres, concorda. Há mais de uma década, McCowan estuda o sistema educacional brasileiro e, para ele, alguns desses cursos universitários talvez nem pudessem ser classificados como tal.
"São mais uma extensão do ensino fundamental", diz McCowan. "E o problema é que trazem muito pouco para a sociedade: não aumentam a capacidade de inovação da economia, não impulsionam sua produtividade e acabam ajudando a perpetuar uma situação de desigualdade, já que continua a ser vedado à população de baixa renda o acesso a cursos de maior prestígio e qualidade."
Para se ter a medida do desafio que o Brasil têm pela frente para expandir a qualidade de seu ensino superior, basta lembrar que o índice de anafalbetismo funcional entre universitários brasileiros chega a 38%, segundo o Instituto Paulo Montenegro (IPM), vinculado ao Ibope.
Na prática, isso significa que quatro em cada dez universitários no país até sabem ler textos simples, mas são incapazes de interpretar e associar informações. Também não conseguem analisar tabelas, mapas e gráficos ou mesmo fazer contas um pouco mais complexas.
De 2001 a 2011, a porcentagem de universitários plenamente alfabetizados caiu 14 pontos - de 76%, em 2001, para 62%, em 2011. "E os resultados das próximas pesquisas devem confirmar essa tendência de queda", prevê Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do IPM.
Segundo Lima, tal fenômeno em parte reflete o fato da expansão do ensino superior no Brasil ser um processo relativamente recente e estar levando para bancos universitários jovens que não só tiveram um ensino básico de má qualidade como também viveram em um ambiente familiar que contribuiu pouco para sua aprendizagem.
"Além disso, muitas instituições de ensino superior privadas acabaram adotando exigências mais baixas para o ingresso e a aprovação em seus cursos", diz ela. "E como consequência, acabamos criando uma escolaridade no papel que não corresponde ao nível real de escolaridade dos brasileiros."
Postura e experiência
A segunda razão apontada para a decepção com a geração de diplomados estaria ligada a “problemas de postura” e falta de experiência de parte dos profissionais no mercado.
"Muitos jovens têm vivência acadêmica, mas não conseguem se posicionar em uma empresa, respeitar diferenças, lidar com hierarquia ou com uma figura de autoridade", diz Marcus Soares, professor do Insper especialista em gestão de pessoas.
"Entre os que se formam em universidades mais renomadas também há certa ansiedade para conseguir um posto que faça jus a seu diploma. Às vezes o estagiário entra na empresa já querendo ser diretor."
As empresas, assim, estão tendo de se adaptar ao desafio de lidar com as expectativas e o perfil dos novos profissionais do mercado – e em um contexto de baixo desemprego, reter bons quadros pode ser complicado.
Para Marcelo Cuellar, da consultoria de recursos humanos Michael Page, a falta de experiência é, de certa forma natural, em função do recente ciclo de expansão econômica brasileira.
"Tivemos um boom econômico após um período de relativa estagnação, em que não havia tanta demanda por certos tipos de trabalhos. Nesse contexto, a escassez de profissionais experientes de determinadas áreas é um problema que não pode ser resolvido de uma hora para outra", diz Cuellar.
Nos últimos anos, muitos engenheiros acabaram trabalhando no setor financeiro, por exemplo.
"Não dá para esperar que, agora, seja fácil encontrar engenheiros com dez ou quinze anos de experiência em sua área – e é em parte dessa escassez que vem a percepção dos empresários de que ‘não tem ninguém bom’ no mercado", acredita o consultor.
'Tradição bacharelesca'
Por fim, a terceira razão apresentada por especialistas para explicar a decepção com a "geração do diploma" estaria ligada a um desalinhamento entre o foco dos cursos mais procurados e as necessidades do mercado.
De um lado, há quem critique o fato de que a maioria dos estudantes brasileiros tende a seguir carreiras das ciências humanas ou ciências sociais - como administração, direito ou pedagogia - enquanto a proporção dos que estudam ciências exatas é pequena se comparada a países asiáticos ou alguns europeus.
"O Brasil precisa de mais engenheiros, matemáticos, químicos ou especialistas em bioquímica, por exemplo, e os esforços para ampliar o número de especialistas nessas áreas ainda são insuficientes", diz o diretor-executivo da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Gabriel Rico.
Segundo Rico, as consequências dessas deficiências são claras: "Em 2011 o país conseguiu atrair importantes centros de desenvolvimento e pesquisas de empresas como a GE a IBM e a Boeing", ele exemplifica. "Mas se não há profissionais para impulsionar esses projetos a tendência é que eles percam relevância dentro das empresas."
Do outro lado, também há críticas ao que alguns vêem como um excesso de valorização do ensino superior em detrimento das carreiras de nível técnico.
"É bastante disseminada no Brasil a ideia de que cargos de gestão pagam bem e cargos técnicos pagam mal. Mas isso está mudando – até porque a demanda por profissionais da área técnica tem impulsionado os seus salários", diz o consultor.
Rafael Lucchesi concorda. "Temos uma tradição cultural baicharelesca, que está sendo vencida aos poucos”, diz o diretor da CNI – que também é o diretor-geral do Senai (Serviço Nacional da Indústria, que oferece cursos técnicos).
Segundo Lucchesi, hoje um operador de instalação elétrica e um técnico petroquímico chegam a ganhar R$ 8,3 mil por mês. Da mesma forma, um técnico de mineração com dez anos de carreira poderia ter um salário de R$ 9,6 mil - mais do que ganham muitos profissionais com ensino superior.
"Por isso, já há uma procura maior por essas formações, principalmente por parte de jovens da classe C, mas é preciso mais investimentos para suprir as necessidades do país nessa área", acredita.
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Publicado em 10/11/2016
Você está procurando TCC de Pedagogia pronto? Então saiba que há muitos trabalhos disponíveis na internet. É possível baixar os arquivos em PDF e utilizá-los como exemplo para elaborar a sua monografia.
Pedagogia aparece entre os cursos superiores mais procurados do Brasil. Essa graduação, que dura de 3 a 4 anos, habita profissionais para trabalhar como professores de educação infantil e também para ocupar outros cargos em escolas, como coordenador e diretor.
O TCC é decisivo para a sua formação no curso de Pedagogia. (Foto: Divulgação)
O aluno de Pedagogia frequenta as aulas de várias disciplinas, como História da Educação, Alfabetização e Fundamentos e Práticas do Ensino. Ele também precisa cumprir uma carga horária de estágio supervisionado. No último ano da formação, eis que surge um grande desafio na sua vida acadêmica: o temido TCC.
Dicas para montar o TCC de Pedagogia
Você tem dúvidas sobre como montar o TCC de Pedagogia? Então veja as dicas a seguir e aprenda o passo-a-passo para elaborar uma boa estrutura de trabalho de conclusão de curso.
1 – Defina um tema
O primeiro passo é escolher o tema do TCC, ou seja, o assunto da sua pesquisa. O aluno deve sempre pensar em algo capaz de despertar o interesse e proporcionar satisfação.
2 – Selecione conteúdo para o referencial teórico
Não dá para desenvolver um trabalho de conclusão de curso sem contar com um bom referencial teórico. Portanto, procure materiais que possam ser úteis durante a pesquisa e alimente a sua base teórica com autores com credibilidade na área. Use livros, artigos científicos e dissertações para tornar o seu TCC mais completo.
3 – Peça ajuda ao orientador
O orientador tem papel decisivo no TCC. É ele quem ajuda a definir o tema e sugere materiais para a fundamentação teórica. Em caso de dúvidas durante a elaboração do TCC, peça ajuda ao professor responsável pela orientação.
4 – Estude as normas da ABNT
As normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) devem ser estudadas antes de elaborar o TCC. Elas definem como um trabalho acadêmico deve ser estruturado e quais são os elementos fundamentais.
Na estrutura, o TCC deve contar com capa, folha de rosto, resumo, sumário, introdução, desenvolvimento e conclusão. O aluno também deve prestar muita atenção na hora de formatar o conteúdo, principalmente no que diz respeito às citações, numeração de páginas, margens e notas de rodapé.
5 – Cuidado com plágios
Os alunos do curso de Pedagogia devem tomar muito cuidado para não cometer plágio de outros trabalhos. Na hora de citar uma outra pesquisa, é muito importante dar créditos à fonte.
6 – Não deixe o TCC para última hora
Esta história de deixar o TCC para a última hora não funciona. O ideal é formular o conteúdo ao longo de pelo menos 5 meses, pois assim há tempo para pesquisar, ler livros, tirar dúvidas com o orientador, aplicar questionários e escrever o texto oficial do trabalho.
Quem deixa para fazer o TCC um mês antes da entrega corre o risco de ser reprovado e ficar sem o tão desejado diploma.
7 – Não compre o TCC pronto
Muitas pessoas procuram TCC de pedagogia pronto à venda na internet. No entanto, este não é o melhor caminho para quem deseja concluir o curso com mérito e muito aprendizado.
O ideal é iniciar a elaboração do trabalho com antecedência e encontrar um tema que desperte empatia.
Temas para TCC de Pedagogia
Escolha um tema com o qual você se identifique. (Foto: Divulgação)
Veja a seguir uma seleção com 20 temas para TCC de Pedagogia e inspire-se:
Jogos e brincadeiras na educação infantil
A importância da música no aprendizado
Inclusão digital nas escolas
Melhorias no sistema de ensino
Uso da internet nas práticas didáticas
Relações de gêneros nas escolas
Uso da televisão no ensino das crianças
A carreira do professor no século XXI
Dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita
Evasão escolar
Violência nas escolas
Reduzir o bullying nas escolas através de práticas pedagógicas
Contribuição dos contos de fada nas práticas pedagógicas
Relação professor-aluno: a importância da afetividade
A importância da aproximação entre os pais e a escola
Estudo de línguas na pré-escola
A tecnologia na educação de alunos deficientes auditivos
O Papel do Psicopedagogo Educacional
O papel do pedagogo nas organizações
Pedagogia Hospitalar
TCC de Pedagogia pronto: modelos para baixar
Baixe um TCC de Pedagogia pronto e use-o como exemplo. (Foto: Divulgação)
Veja agora uma seleção de trabalhos prontos para baixar. Todos estão disponíveis no formato de arquivo PDF:
Vale lembrar que o TCC de Pedagogia pronto deve servir apenas de referência para o aluno. Ler este material é uma forma de conhecer a estrutura e o estilo da escrita acadêmica. Jamais copie o título ou trechos do trabalho usado como exemplo.
E aí? Tem alguma ideia de tema para TCC de Pedagogia? Deixe um comentário.
“O campo do desenvolvimento humano concentra-se no estudo científico dos processos sistemáticos de mudança e estabilidade que ocorrem nas pessoas” (Papalia, p. 36).
Olá amigos!
Existe uma grande área de estudos chamada de desenvolvimento humano, na qual o objeto de estudo é o processo de mudança que ocorre ao longo do ciclo da vida; mudanças no desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. A psicologia é uma das ciências presentes nesta área de estudos, uma área desde o início interdisciplinar, ou seja, que reúne os conhecimentos da medicina, antropologia, sociologia, biologia, genética, educação, história.
Neste texto, vamos descrever as 8 etapas ou fases típicas do desenvolvimento. Embora possamos demarcar tais fases por idades, é até certo ponto arbitrário. Em outras palavras, a demarcação das idades visa facilitar o estudo. Assim, por exemplo, é evidente que existe uma passagem da vida intrauterina (a fase 1) para a primeira infância (fase 2), como geralmente é possível demarcar o início da adolescência (fase 5) pelas transformações da puberdade. Outras fases, como a vida adulta intermediária (fase 7) não possui demarcação tão clara.
Desta forma, entendemos as 8 fases, etapas ou períodos como um critério arbitrário, mas necessário em termos didáticos.
1) Período Pré-Natal
É comum pensar que a vida começa com o nascimento. Porém, os nove meses (em média) que o antecedem são responsáveis por um complexo desenvolvimento intrauterino. As características genéticas já começam a interagir com o meio no qual o bebê se encontra. A alimentação da mãe afeta diretamente no crescimento e o bebê passa a responder à voz da mãe, a distingui-la das demais, e ter preferência por ela.
2) Período da Primeira Infância
A primeira infância começa com o nascimento e vai até os 3 anos de idade. Nos primeiros meses, os cinco sentidos começam a se desenvolver. Na parte cognitiva, “as capacidades de aprender e lembrar estão presentes mesmo nas primeiras semanas. O uso de símbolos e a capacidade de resolver problemas se desenvolvem por volta do final do segundo ano de vida”. (Papalia, p. 40).
Neste período, a criança começa a formar vínculos fortes com os pais ou cuidadores. Há o início da percepção de si mesmo (autoconsciência) e o interesse por outras crianças.
3) Período da Segunda Infância
Segundo os desenvolvimentistas, os cientistas do desenvolvimento, a segunda infância vai dos 3 aos 6 anos de idade. O corpo tende a se tornar mais esguio e as partes do corpo começam a se assemelhar, em termos de proporções, com as de um adulto. O apetite tende a diminuir e podem aparecer distúrbios do sono, como insônia.
“O pensamento é um tanto egocêntrico, mas aumenta a compreensão do ponto de vista dos outros. A imaturidade cognitiva resulta em algumas ideias ilógicas sobre o mundo. Desenvolve-se a identidade de gênero” (Papalia, p. 40). É curioso que normalmente pensamos que o cérebro está em crescimento, que o córtex, a massa cinzenta, está em expansão, razão pela qual uma criança teria pensamentos menos lógicos ou abstratos que um adulto. Porém, como sabemos através das neurociências, “a substância cinzenta diminui em uma onda inversa à medida que o cérebro amadurece e conexões neurais são desativadas”, ou seja, com o tempo há uma perda na densidade da massa cinzenta, o que gera, paradoxalmente, um maior amadurecimento, um funcionamento mais eficiente.
4) Período da Terceira Infância
Nesta fase, há uma diminuição do crescimento físico. Existe a tendência de aparecem problemas respiratórios, entretanto, é uma das fases que, em média, nota-se a presença de maior saúde. Entre os 6 e 11 anos, há uma diminuição do egocentrismo, ou seja, a criança não é mais tão centrada em si mesma. A escolarização ajuda neste processo e igualmente na estimulação da memória e da linguagem (que melhoram independentemente da escola).
Certas crianças podem apresentar necessidades especiais de educação ou, no extremo oposto, talentos que exigem cuidado também. O conceito de si (autoconceito) fica mais complexo, o que pode igualmente gerar modificações na autoestima. A convivência com colegas com idade próxima é um fator a ser levado em conta neste período.
5) Período da Adolescência
Como vimos, a divisão da vida em etapas é arbitrário. O conceito de adolescência é recente. Segundo o dicionário etimológico: “A palavra “adolescente” vem do particípio presente do verbo em latim adolescere, crescer. Já o particípio passado, adultus deu origem à palavra “adulto”. Em português, as palavras seriam equivalentes a “crescente”e “crescido”, respectivamente”.
Muitas culturas não possuem esta ideia que temos da adolescência, como um período entre a infância e a idade adulta.
Como sabemos, nesta fase ocorre a maturidade reprodutiva, quando torna-se possível para os indivíduos serem pais ou mães. A saúde é afeta, geralmente, pelo comportamento, como transtornos alimentares ou uso de drogas.
Na cognição, “desenvolvem-se a capacidade de pensar em termos abstratos e de usar o raciocínio científico. O pensamento imaturo persiste em algumas atitudes e comportamentos. A busca pela identidade, incluindo a identidade sexual, torna-se central” (Papalia, p. 41).
6) Período Início da Vida Adulta
Os cientistas do desenvolvimento demarcam o início da vida adulta a partir dos 20 anos e indo até os 40. “A condição física atinge o auge, depois declina ligeiramente. O pensamento e os julgamentos morais tornam-se mais complexos. São feitas escolhas educacionais e vocacionais, após um período exploratório. Traços e estilos de personalidade tornam-se relativamente estáveis, mas as mudanças na personalidade podem ser influenciadas pelas fases e acontecimentos da vida. São tomadas decisões sobre relacionamentos íntimos e estilos de vida pessoais, mas podem não ser duradouros. A maioria das pessoas casa-se e tem filhos” (Papalia, p. 41).
Aqui vemos que a fase anterior, a adolescência pode se prolongar, ainda e haver uma certa intersecção de fases. Afinal, não é possível demarcar com precisão quando começa a idade adulta. Alguns argumentam que esta se inicia com o primeiro trabalho e o auto-sustento, outros com o início da faculdade ou com a constituição de uma nova família.
7) Período da Vida Adulta Intermediária
Esta fase vai dos 40 aos 65 anos de idade. Há mudanças significativas nas condições físicas (saúde, vigor), porém, com grandes diferenças de uma pessoa para outra. “As mulheres entram na menopausa. As capacidades mentais atingem o auge, a especialização e as habilidades relativas à solução de problemas práticos são acentuadas. A produção criativa pode declinar, mas melhor em qualidade. Para alguns, o sucesso na carreira e o sucesso financeiro atingem seu máximo, para outros, poderá ocorrer esgotamento ou mudança de carreira. A dupla responsabilidade pelo cuidado dos filhos e dos pais idosos pode causar estresse. A saída dos filhos deixa o ninho vazio” (Papalia, p. 41).
8) Período da Vida Adulta Tardia
Este período começa a partir dos 65 anos. “A maioria da pessoas é saudável e ativa, embora geralmente haja um declínio da saúde e das capacidades físicas. O tempo de reação mais lento afeta alguns aspectos funcionais. A maioria das pessoas está mentalmente alerta. Embora inteligência e memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria das pessoas encontra meios de compensação. A aposentadoria pode oferecer novas opções para aproveitar o tempo. As pessoas desenvolvem estratégias mais flexíveis para enfrentar perdas pessoas e a morte eminente. O relacionamento com a família e com amigos íntimos pode proporcionar um importante apoio. A busca de significado para a vida assume uma importância fundamental” (Papalia, p. 41).
Conclusão
Neste texto, demos uma visão geral sobre as 8 etapas do desenvolvimento humano. Quer aprender com mais detalhes? Inscreva-se em nosso Curso Psicologia do Desenvolvimento!
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A sociedade se constitui pelas relações sociais que são marcadas pela fase de desenvolvimento das forças de produção que sintetizam a totalidade de conhecimentos, tecnologias e correlações de forças de cada momento histórico. É das lutas travadas entre indivíduos, grupos e classes sociais que decorrem o Estado e a educação, assim como sua forma, conteúdo e qualidade.
Isso significa dizer que se “a sociedade é dinâmica, o Estado e a educação também o são e, em função disso, configuram-se de forma diferente em cada contexto histórico. Portanto, para compreendê-los, precisamos situá-los como expressão do movimento da sociedade, fugindo das concepções abstratas e a-históricas.” (ZANARDINI; ORSO, 2008, p. 102).
O Estado é o reino da força; não é o reino do bem-comum, mas do interesse de uma parte. Daí a possibilidade de usar a palavra política para referir-se a toda modalidade de direção de grupos sociais que envolva poder, administração e organização. Quando falamos em política, no entanto, as pessoas comumente imaginam um espaço que diz respeito apenas ao Estado e a pessoas qualificadas que estariam investidas da capacidade de decidir em relação à administração da cidade. Portanto, imaginam um espaço extrínseco e externo à sua vida cotidiana.
Esta imagem de política, porém, não corresponde às sociedades democráticas, mas a sociedades autoritárias onde as pessoas estão acostumadas a ser amparadas sem poder interferir efetivamente nos destinos da coletividade. Tanto isso é verdade “que muitos consideram que apenas certas pessoas estão investidas de poder (têm capacidade de agir, de produzir efeitos) e, por isso, decidem, mandam, restando à maioria apenas a obediência.” (ZILLE, 2008, p. 19). O poder se manifesta nas relações ou num conjunto de relações através das quais indivíduos ou grupos sociais afetam as atividades de outros indivíduos ou de outros grupos.
Embora o termo política, por derivar de polis, signifique tudo o que se refere à cidade e, por isso, a tudo o que é civil, urbano, público, recebeu outra conotação depois da obra Política de Aristóteles.
Bobbio (1998, p. 954) observa que o conceito empregado em sua gênese, para referir-se ao estudo das “coisas do Estado”, foi sendo mudado com o tempo, referindo-se sempre à práxis humana, mas vinculada agora a uma relação de poder de um ou mais seres humanos sobre outros, realizada por algum tipo de interesse. Bobbio (Idem, p. 955) avalia que:
Há várias formas de poder do homem sobre o homem; o poder político é apenas uma delas. Na tradição clássica, que remonta especificamente a Aristóteles, eram consideradas três formas principais de poder: o poder paterno, o poder despótico e o poder político. Os critérios de distinção têm sido vários [...] Em Aristóteles se entrevê a distinção baseada no interesse daquele em benefício de quem exerce o poder: o paterno se exerce pelo interesse dos filhos; o despótico, pelo interesse do senhor; o político, pelo interesse de quem governa e de quem é governado, o que ocorre apenas nas formas corretas de Governo.
Bobbio, neste fragmento, revela o caráter teleológico da política, uma vez que, ao defender algum tipo de interesse, antevendo os resultados ideais, a atividade política está voltada para um determinado fim. Por isso, o termo política também é empregado para designar o conjunto de ações direcionadas para se alcançar objetivos, que necessitam da participação efetiva do Estado para planejar e executar ações coletivas, como as políticas sociais, políticas, econômicas, ligadas à saúde, habitação, previdência social etc.
As políticas sociais, nesse sentido, são estratégias promovidas a partir do nível político com a finalidade de imprimir um modelo social, compostas por planos, projetos e diretrizes próprias para cada âmbito de ação social. No entanto, estas políticas sociais assumem as características dos conflitos de interesses e das correlações de forças, presentes ou não, em uma determinada sociedade. Em outras palavras “ao constituir uma unidade, tanto a política econômica como a social podem expressar mudanças nas relações entre as classes sociais ou nas relações entre distintos grupos sociais existentes no interior de uma só classe.” (BIANCHETTI, 1999, p. 89).
As estruturas políticas são sempre usadas para a promoção de uma determinada política social que possa atender os interesses estratégicos de um grupo que, em uma determinada formação social, exerce a hegemonia. Essas estratégias podem ser encontradas em sociedades capitalistas que promovem políticas sociais com o objetivo de manter uma estreita relação com as necessidades de acumulação do capital. Esta afirmação, segundo Bianchetti (1999, p. 89), “Não pretende colocar essa razão como única, mas pretende mostrar a aceitação que essas políticas conseguiram em determinados momentos históricos e que contrasta com as críticas inspiradas no modelo neoliberal”.
Em uma sociedade capitalista o Estado desempenha importante papel na reprodução do modo ao agenciar suas políticas sociais na direção da acumulação do capital. Isto é realizado quando as políticas sociais são implementadas com o objetivo de dirimir os efeitos negativos da exploração e acumulação, próprias do sistema capitalista. Desta maneira, o desenvolvimento econômico é constantemente perseguido pelo Estado que promove o avanço “das forças produtivas, promovendo também o ciclo do consumo necessário à manutenção da sociedade capitalista, individualizando o acesso aos bens produzidos pela sociedade.” (ZANARDINI; ORSO, 2008, pp. 95-96). Neste contexto, as políticas sociais cumprem uma função estratégica.
Ao cumprir tal função, as políticas sociais têm sido cada vez mais destacadas e a educação, como uma das dimensões das políticas sociais, é utilizada pelo Estado para disseminar a ideologia da justiça social e da diminuição da pobreza, de maneira especial em países periféricos em relação à hegemonia central do capitalismo.
A política educacional não pode receber uma definição acabada, pois, como processo, ela se manifesta em cada momento histórico a partir de um determinado contexto e das relações e ações que os seres humanos estabelecem com as várias esferas sociais. Segundo Martins (1994, p. 8):
Essa relação da política educacional com as demais esferas do mundo social ocorre justamente porque ela trata de algo básico para a existência de qualquer grupo humano: a educação. O verbo educar vem do latim educare, derivado de educere, que quer dizer eduzir, conduzir, revelar valores e capacitar o espírito humano a criá-los.
Porém, a política educacional não pode ser compreendida apenas como um processo direcionado para a produção de valores e para a emancipação humana, dada sua estreita relação com um modelo de sociedade e de Estado.
Quando a educação assume uma forma organizada e definida de acordo com fins e interesses que se tem em relação aos educandos implicados no processo, a política educacional passa a existir. Esta afirmação nos possibilita a elaboração de uma distinção entre educação e política educacional. Enquanto educação se manifesta como uma das maneiras de as pessoas comunicarem o saber, exteriorizando de forma livre, e entre todos, as suas crenças, a política educacional, por sua vez, pressupõem a organização e a seleção criteriosa daquilo que será ou não transmitido.
Como se observa, há uma íntima implicação entre educação e política educacional. No entanto, ainda que a política educacional atue sobre a educação, não se pode afirmar que ela exerça um domínio sobre ela, pois é a “educação como prática social que ultrapassa a escola e que pode alterar e interferir na política educacional.” (MARTINS, 1994, p. 9).
por COLUNISTA PORTAL - EDUCAÇÃO
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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deixou de arrecadar pelo menos R$ 30,4 bilhões em 2015 devido à sonegação ou inadimplência, de acordo com estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait). Esse valor representa pouco mais de um terço (35%) do chamado déficit da Previdência, que naquele ano foi de R$ 85 bilhões.
Os valores são relativos a contribuições previdenciárias do trabalhador retidas na hora do pagamento do salário, que variam de 8% a 11% da folha salarial. A arrecadação desse tipo foi de R$ 60,2 bilhões em 2015, mas deveria ter sido de R$ 90,6 bilhões, segundo o cálculo dos auditores com base nos dados de empregos formais do Ministério do Trabalho e Emprego. Ou seja, 33% do que deveria ter sido pago como contribuição previdenciária do trabalhador em 2015 não chegaram aos cofres da A chamada “ineficiência arrecadatória” tem crescido ao longo dos anos. Esse percentual, que inclui dívidas e sonegação, subiu de 22% em 2012 para 33% em 2015, segundo o Sinait. Nesses quatro anos, R$ 92 bilhões referentes a contribuições previdenciárias do trabalhador deixaram de ser arrecadados.
Entre os sonegadores, há duas fraudes mais comuns, segundo o presidente do Sinait, Carlos Silva. Em uma deles, empresários pagam contribuições menores do que a realmente devida. Isso é feito desconsiderando parte do salário do cálculo, como bonificações e outros auxílios.
Na outra fraude recorrente, grandes empresas transferem funcionários para subsidiárias optantes pelo Simples, onde as contribuições sobre a folha têm alíquotas menores, sem, na verdade, poder fazer isso.
Por fim, há ainda empresas que descontam a contribuição previdenciária do salário do trabalhador e não a repassam ao INSS – o que é crime de apropriação indébita. Silva destaca que a Receita normalmente fiscaliza grandes empresas, e muitos dos sonegadores são pequenos e médios empresários. (Da Repórter Brasil)
domingo, 9 de julho de 2017
Homens ainda são minoria entre professores de creche e pré-escola http://a.msn.com/r/2/BBCErP7?m=pt-br&a=1
Exame que certificará ensino médio será aplicado em outubro http://a.msn.com/r/2/BBDirUE?m=pt-br&a=1
Arqueólogos descobrem ‘Túmulo de Gigantes' na China http://a.msn.com/r/2/BBDVFro?m=pt-br&a=1
Dan, Rilene e Paul participaram de um documentário para dizer que a castidade é possível para todos — inclusive para quem sofre com a atração por pessoas do mesmo sexo.
"Eu acho que a solidão é o estado de maior desolação em que o ser humano pode se encontrar. A solidão não é um estado de isolamento físico. A solidão é o sentimento de que, não importa onde você esteja, ninguém sabe quem você é. É estranho experimentar esse isolamento das pessoas mesmo quando você está cercado por elas. E então ter de simular um semblante feliz todos os dias."
As palavras são de Daniel Mattson, um dos protagonistas do documentário norte-americano Desire of the Everlasting Hills — "Desejo pelas Colinas Eternas", em português. O filme é produzido pelo grupo Courage International, um apostolado católico que ajuda pessoas com atração pelo mesmo sexo (AMS) a viverem a castidade.
Apesar da autoria, a produção de uma hora não é nenhum pouco parecida com alguma homilia ou lição de Catecismo. Trata-se simplesmente do testemunho de três filhos de Deus que, assim como o filho pródigo do Evangelho, se cansaram do pecado e decidiram voltar para a casa do Pai.
Eles são Daniel Mattson, Rilene Simpson e Paul Darrow. Todos foram criados, pelo menos nominalmente, como católicos, mas as suas vidas seguiram rumos totalmente diferentes a partir disso.
Dan viveu desde cedo um conflito muito forte em relação à sua sexualidade, mas não era capaz de se abrir sobre o assunto com ninguém. No mundo virtual, ele conheceu um rapaz com quem teve o primeiro encontro sexual. Um relacionamento estável e até um breve namoro com uma mulher só aumentariam ainda mais a sua confusão, até que ele finalmente se decidisse a viver a castidade.
Com Rilene, tudo foi diferente. A homossexualidade nunca tinha sequer passado pela sua cabeça. Quando jovem, ela conta que queria realmente encontrar um homem, ter um encontro e casar-se, mas isso nunca chegou a acontecer. Foi quando ela conheceu Margo e as duas acabaram vivendo juntas por longos 25 anos, até que Rilene começasse a sentir a necessidade de algo a mais.
Paul, por sua vez, era modelo internacional durante o período de "sexo, drogas e rock n'roll" da Nova Iorque dos anos 70. Ele avalia que suas relações homossexuais chegaram à casa dos "milhares". Quando não estava trabalhando, ele aproveitava os atrativos de uma vida hedonista e selvagem, sem remorsos ou consequências. Até que um exame de HIV abriu os seus olhos e virou a sua vida de ponta-cabeça.
A história de cada um deles é única e irrepetível, mas todas têm em comum um ponto de virada, um momento de epifania que os levou de volta à Igreja Católica e à fé que há muito eles haviam abandonado.
O testemunho mais impressionante, sem dúvida, é o de Paul. Enquanto dirigia o seu carro rumo ao hospital, seguro de que seria diagnosticado como soropositivo, o seu sentimento de morte iminente foi repentinamente substituído por uma paz e uma voz consoladora que lhe dizia: "Paul, você não tem AIDS porque tem muito a fazer para reparar a vida que você tem vivido". Aquela intuição desconhecida terminou se revelando correta: o seu exame de HIV deu negativo e foi o gatilho para que ele começasse um processo de conversão. Aconselhado por uma religiosa simpática da televisão — ninguém menos que Madre Angélica, do canal católico EWTN —, ele procurou um confessionário e reconciliou-se com Deus.
"Eu percebi que precisava usar todo o tempo que me restava para expressar o meu amor a Deus e a minha gratidão por tudo o que Ele fez e por Ele nunca ter me esquecido durante todas as décadas em que eu O esqueci e me voltei contra Ele", declara Paul.
Dan hesitava em fazer o filme porque nunca tinha "saído do armário" publicamente e não queria ser ridicularizado por seus conhecidos. Mas o seu desejo de ajudar os outros fez com que ele superasse a sua vergonha. "Nós fomos feitos para coisas melhores do que aquilo com que nos conformamos", ele diz. "Por toda a minha vida, eu havia me conformado, mas não quero me conformar mais, mesmo que isso signifique viver uma vida sozinho. Eu posso fazer isso! Eu não quero voltar atrás."
Rilene, por sua vez, decidiu entrar no projeto para "reparar" a sua vida passada. No final do documentário, perguntada sobre o que a Rilene dos velhos tempos teria a dizer à Rilene católica de hoje, ela é sincera: "Ela iria rir histericamente, iria pensar que isso é ridículo". Para ela, as "coisas de igreja" eram "apenas para pessoas fracas, que não conseguem se relacionar, pessoas que são pobres, doentes e não podem administrar suas vidas". "De fato — ela brinca —, é isso mesmo, aqui estou eu!"
Paul termina o seu testemunho com um belíssimo relato de amor à Eucaristia. Ele conta que era relativamente feliz durante a sua juventude, principalmente quando convivia "com pessoas belas e famosas em coberturas com vista para o horizonte espetacular de Nova Iorque". Agora, porém, ele encontrou algo muito maior: o Santíssimo Sacramento. "Aquela euforia que durou um tempo da minha vida, não é nada, absolutamente nada, em comparação com quando eu estou recebendo o corpo e o sangue de Nosso Senhor, na igreja durante a Missa."
O emocionante "Desejo pelas Colinas Eternas" está fazendo sucesso em todo o mundo e pode ser assistido na íntegra, com legendas em várias línguas, inclusive para o português, no sítio do documentário na Internet. Assista e seja também você bem-vindo à Igreja Católica.