domingo, 30 de novembro de 2014

Multiplicação e divisão já nas séries iniciais


O domínio das operações de adição e subtração não é pré-requisito para compreender as propriedades do campo multiplicativo que deve ser trabalhado desde o 1º ano

APRENDER E FAZER
Com a abordagem correta, o aluno avança de forma autônoma na resolução de problemas. Foto: Eduardo Queiroga
APRENDER E FAZER Com a abordagem correta, o aluno avança de forma autônoma na resolução de problemas. Foto: Eduardo Queiroga
A partir de quando é possível abordar a multiplicação e a divisão na escola? A resposta é de ouriçar os educadores mais conservadores: elas já podem aparecer nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Problemas envolvendo ambas as situações devem ser explorados em um trabalho continuado que percorra toda a escolaridade. Outra visão que se modificou nos últimos anos diz respeito à segregação do multip licar e do dividir. Por que tratá-los como etapas diferentes se a ligação entre eles é tão estreita?
A ideia defendida por especialistas de renome é buscar cada vez mais evidenciar as relações existentes entre as operações, mesmo antes da sistematização de seus algoritmos.
Desenvolver a compreensão dos conceitos por trás das operações e dar condições às turmas para que joguem com as estruturas multiplicativas amplia a visão sobre a Matemática. Resultado? O aluno avança de forma autônoma na resolução dos problemas e o que parecia indecifrável começa a fazer sentido (leia quadro abaixo).
A classificação da multiplicação e da divisão
Assim como no campo aditivo, os problemas do campo multiplicativo foram divididos em categorias pelo psicólogo francês Gérard Vergnaud. Com essa organização, é possível trabalhar os conceitos de multiplicação e divisão já nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
EXEMPLOOBSERVAÇÃOVARIAÇÕES
Proporcionalidade
Na festa de aniversário de Carolina, cada criança levou 2 refrigerantes. Ao todo, 8 crianças compareceram à festa. Quantos refrigerantes havia? • Oito crianças levaram 16refrigerantes ao aniversário de Carolina. Se todas as crianças levaram a mesma quantidade de bebida, quantas garrafas levou cada uma?
• Numa festa foram levados 16refrigerantes pelas crianças e cada uma delas levou 2 garrafas. Quantas crianças havia?
• Quatro crianças levaram 8refrigerantes à festa. Supondo que todas levaram o mesmo número de garrafas, quantos refrigerantes haveria se 8 crianças fossem à festa?
Marta tem 4 selos. João tem 3vezes mais do que ela. Quantos selos tem João? • João tem 12 selos e Marta tem a terça parte da quantidade do amigo. Quantos selos tem Marta?
Organização Retangular
Um salão tem 5 fileiras com 4cadeiras em cada uma. Quantas cadeiras há nesse salão?
 • Um salão tem 20 cadeiras, com 4 delas em cada fileira. Quantas fileiras há no total?
• Um salão tem 20 cadeiras distribuídas em colunas e fileiras. Como elas podem ser organizadas?
Combinatória
Uma menina tem 2 saias e 3blusas de cores diferentes. De quantas maneiras ela pode se arrumar combinando as saias e as blusas? • Uma menina pode combinar suas saias e blusas de 6 maneiras diferentes. Sabendo que ela tem apenas 2 saias, quantas blusas ela tem?
• Uma menina pode combinar suas saias e blusas de 6 maneiras diferentes. Sabendo que ela tem apenas 3 blusas, quantas saias ela tem?
Consultoria Célia Maria Ccarolino Pires, coordenadora da Pós-graduação em Educação Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Priscila Mmonteiro, formadora do programa Matemática É D+
Ilustrações: Carlo Giovani
A possibilidade de mudança no ensino se baseia principalmente na Teoria dos Campos Conceituais, do psicólogo francês Gérard Vergnaud, que teve suas primeiras inserções no Brasil no fim dos anos 1980. O pesquisador diferencia o campo aditivo do campo multiplicativo, identificando as particularidades de cada uma das áreas, mas também ressaltando o que elas têm em comum: as operações não são estanques - não se pode descolar a adição da subtração, assim como não se separa a multiplicação da divisão, e não há somente um caminho para solucionar os problemas matemáticos.

Com tantas negativas em seus pontos-chave, a teoria de Vergnaud se coloca em contraposição ao ensino convencional. "Trabalhar com campos conceituais é romper o contrato didático estabelecido tradicionalmente", explica Lilian Ceile Marciano, orientadora pedagógica e formadora de professores da Escola da Vila, em São Paulo. "Primeiro você apresenta a situação-problema. Só depois de ela ser elaborada pelos alunos, é possível começar a discussão sobre as possíveis estratégias para resolvê-la." O aluno pode não ter familiaridade com o algoritmo nem perceber que a adição repetida faz parte do caminho para a multiplicação, mas vai se apropriando da operação com as ferramentas que já possui.

Diferentes enunciados criam variados olhares

A divisão traz, desde o início, um fator de complexidade quando comparada às operações do campo aditivo: ela trabalha com quatro termos - dividendo, divisor, quociente e resto -, em vez de apenas os três da adição e da subtração (confira outras características no quadro abaixo). A diversidade de tipos de problema exige o domínio das diversas relações matemáticas para ser resolvida.
Divisibilidade sem decoreba
Todo número par é divisível por 2. Um número é divisível por 3 se a soma dos algarismos que o compõem for divisível por 3. Regras como essas talvez pareçam práticas no trabalho com a divisibilidade, mas o seu uso pode incorrer na mesma questão dos algoritmos: ele perde o sentido se não for revestido de significação para a garotada. Ao decorar a "fórmula mágica", que verifica se um número é divisível por outro sem fazer a conta armada, é possível ofuscar a maior riqueza desse tipo de atividade: que a criança perceba as regularidades da divisão. "Em problemas de máximo divisor comum (MDC), por exemplo, os alunos costumam começar simplesmente testando o maior número", diz Priscila Monteiro, formadora do programa Matemática É D+, da Fundação Victor Civita (FVC). "Essa estratégia é positiva e deve ser validada pelo professor." Ela destaca que o interessante do trabalho com atividades que envolvem divisibilidade é o potencial de discutir estratégias e, em conjunto, elaborar hipóteses de generalização de fenômenos - o que mais tarde as turmas verificarão serem propriedades da divisão.
Assim, pode-se ter várias modalidades de enunciados que se baseiam nos mesmos elementos, como no exemplo: "Dezessete balas são divididas entre crianças. Quantas balas ganha cada uma se os doces forem distribuídos igualmente?" De formas variadas, os pequenos devem chegar ao resultado: 3 balas para cada uma e sobram 2. A questão pode ser alterada sem modificar os termos: e se as balas forem distribuídas uma a uma até acabarem? Nesse caso, formam-se dois grupos com quantidades diferentes, e o aluno verificará - por contagem, subtração repetida ou multiplicando números por 5 até chegar ao mais próximo de 17 (3 x 5), entre outras estratégias - que cada criança recebe 3 balas e 2 ficam com 1 bala a mais.

Há também como alterar o local da incógnita na operação, usando sempre os mesmos termos:17 balas foram distribuídas igualmente entre um número de crianças, cada uma ficou com 3 e sobraram 2. Quantas crianças havia? Nesse caso, a relação de inverso entre multiplicação e divisão é o destaque. Quanto mais tipos de problema as turmas conhecerem, mais elas ampliarão a compreensão das operações e aumentarão o repertório de estratégias para elucidar os desafios.

Percebe-se também que relações referentes ao campo aditivo, como a composição e a decomposição de números, servem como uma base para progredir no campo multiplicativo, assim como a compreensão do valor posicional e real dos algarismos.

Conhecer os tipos de trabalho é chave para ensinar melhor

Até o 5º ano do Ensino Fundamental, é importante trabalhar com três conceitos do campo multiplicativo: a proporcionalidade, a organização retangular e a combinatória. Com a proporcionalidade, a criança percebe a regularidade entre elementos de uma tabela - se um pacote tem 5 figurinhas, 2 pacotes têm 10, 3 pacotes têm 15 etc. - e deve também ter oportunidade de constatar a ideia da proporcionalidade inversa (fenômeno da diminuição proporcional de um dos elementos com o aumento do outro. Exemplo: uma caixa-d’água tem seu volume diminuído pela metade a cada semana. Quanto tempo levará para chegar a 1/8 de sua capacidade total? Nessa lógica, quanto maior o tempo, menor é o resultado obtido).

A organização retangular - também conhecida como análise dimensional ou produto de medidas - pode ter mais questões de seu potencial de complexidade tratadas nas séries iniciais. Algumas propostas envolvem o desafio de descobrir a área de uma superfície, quantas peças cabem em um tabuleiro, o número de casas ou de uma casa específica em jogos com tabelas numéricas. "É comum a criança não entender de início que um retângulo de três fileiras e quatro linhas tenha o mesmo número de casas que um de quatro fileiras e três linhas", explica Ana Ruth Starepravo, educadora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP). "Familiarizar-se com essa noção é importante para o campo multiplicativo e para a geometria e a percepção do espaço", argumenta

A análise combinatória - conteúdo antes reservado às turmas do Ensino Médio - ganha lugar nas séries iniciais. Os desafios que desenvolvem combinação são adaptados para ficar ao alcance do entendimento dos alunos menores. No início, a garotada geralmente faz representações usando desenhos ou identificando, com outras notações, elemento por elemento no papel e, somente depois, faz a contagem.

Essa estratégia é útil e importante para a compreensão da operação, mas, quando diferentes maneiras de calcular são discutidas pelo grupo e validadas pelo professor e a grandeza dos números envolvidos cresce, é hora de sistematizar o conhecimento. "É preciso dar conta das ideias que estão por trás do concreto", explica Esther Pillar Grossi, doutora em psicologia da inteligência e coordenadora do Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação (Geempa), em Porto Alegre. "É importante ter algo que possa ser generalizado, um conhecimento já incorporado e que possa ser usado sem ser preciso inventar uma estratégia a cada problema."

Saber armar conta sem saber o porquê não faz sentido

A ideia de que dispomos de um aglomerado de saberes - espécie de rede maleável e aberta que se reorganiza a cada novo conhecimento adquirido, criando novas relações -, trabalhada por seguidores de Vergnaud, remete à visão de que não há sentido em separar o aprendizado das operações, mas aproveitar as relações estabelecidas para avançar no estudo da Matemática (leia mais no quadro abaixo).
Mudança de verdade
Romper com a educação matemática tradicional é uma atitude válida desde que a mudança seja construída com consistência pelo educador e embasada por conhecimentos concretos. "O que mais ouço em formações de professores são discursos estereotipados e vazios, como o clichê de desenvolver o raciocínio lógico e de estimular que as crianças ‘vivenciem’ os problemas", conta Silvia Swain Canoas, docente da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e especialista em campo multiplicativo. "Quando pergunto que tipo de prática propicia esses objetivos, eles repetem o velho esquema linear de trabalho com as operações." Para ela, uma das maiores dificuldades dos professores é o fato de não compreenderem realmente o que se busca com o uso do campo multiplicativo. É preciso ter clareza de que trabalhar nessa linha é oferecer oportunidades de estabelecer mais relações matemáticas com as mesmas operações que são trabalhadas no ensino tradicional. Primeiro, o professor deve saber quais delas podem ser trabalhadas nas séries iniciais - a proporcionalidade (direta e inversa), a organização espacial e a combinatória. Quanto mais amplo for o conhecimento do professor sobre esses conceitos, maior facilidade ele terá para reconhecer os tipos de problema. Assim, a tendência é que a diversidade de questões e de resoluções cresça, assim como a rede de saberes do próprio aluno.
O campo aditivo e o multiplicativo podem ser ensinados paralelamente e de maneira não linear. As relações entre adição e multiplicação e entre subtração e divisão devem ser explicitadas, como explica Esther: "O ensino da disciplina nas séries iniciais caminha em três pistas: desenvolver as estruturas numéricas, aditivas e multiplicativas". Uma vez ativa em todas essas áreas, por mais que não as domine de imediato, a criança vai gradualmente tecendo as relações entre os conceitos das operações, e o posterior aprendizado do algoritmo ganhará significado.

Sob esse enfoque, saber armar uma conta sem entender o porquê da escolha da operação não faz sentido. Um termômetro disso é a necessidade de a criança perguntar qual operação deve ser utilizada em cada problema. "Pode-se estabelecer uma analogia com a informática", diz Jorge Falcão, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). "Qualquer programador faz o computador calcular. O desafio é conseguir que a máquina interprete o problema e decida qual operação realizar."

De todo modo, o algoritmo não deve ser desprezado, mas é crucial que a criança compreenda o que é o resto, por exemplo, sem pensar que seja simplesmente um dos elementos dos quais tem de dar conta para executar o algoritmo da divisão. Aquela que enxergar além disso nas séries iniciais sairá em vantagem no percurso de compreensão da Matemática.
Quer saber mais?
CONTATOS
Ana Ruth Starepravo
starepravo@uol.com.br
Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação (Geempa), www.geempa.org.br
Jorge Falcãofalcao.jorge@gmail.com
Silvia Swain Canoasscanoas@uol.com.br

BIBLIOGRAFIA
Crianças Fazendo Matemática
, Terezinha Nunes e Peter Bryant, 246 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, edição esgotada 

Tudo sobre Matemática do 1º ao 5º ano
http://revistaescola.abril.com.br/matematica/fundamentos/multiplicacao-divisao-ja-series-iniciais-500495.shtml

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sábado, 29 de novembro de 2014

Roberto Gómez Bolaños, Chaves e Chapolin obrigado, João Maria andarilho



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Atividade avaliativa de hist 4º e 5º ano pdf


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Fichas língua portuguesa 1ano






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Julio Severo: Chaves defendeu a vida!

Julio Severo: Chaves defendeu a vida!: Chaves defendeu a vida! O legado pró-vida do ator mexicano que morreu em 28 de novembro de 2014 Julio Severo Roberto Gómez Bolaños ...

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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

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'O cérebro espiritual', mais um livro provando que a consciência não depende do cérebro







Enviado em 20 de dez de 2010
No programa TrueOutspeak do dia 06 de dezembro de 2010, o filósofo e jornalista Olavo de Carvalho comenta mais um livro provando que a consciência não depende do cérebro. O livro chama-se O cérebro espiritual e pode ser comprado pelo link abaixo:


O CEREBRO ESPIRITUAL

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Olavo de Carvalho Indica livros clássicos para estudo do direito, vídeo




(Simone Goyard-Fabre) Os princípios filosóficos do direito moderno.

(Simone Goyard-Fabre) Os fundamentos da ordem jurídica.


(Igino Petrone) Filosofia del diritto.


(Santi Romano) Princípios de direito constitucional geral.


(Giorgio Del Vecchio) Lições de Filosofia do Direito.


(Georges Ripert) Aspectos Jurídicos do Capitalismo Moderno.


(Chaim Perelman) Lógica Jurídica.


(Rudolf Von Jhering) A evolução do direito.


(Miguel Reale) A filosofia do direito.


(Miguel Reale) Introdução à Ciência do Direito


Mais,

Saint Romano em Português de 1977.
Uma cópia está disponível para download em: https://drive.google.com/file/d/0ByVcm_UFSKgdelJnSG9pZTI5M2M/edit?usp=sharing

 "Einführung in Die Rechtswissenschaft" de Jurgen Baumann.

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terça-feira, 25 de novembro de 2014

O que é desinformação. Olavo de Carvalho


O que é desinformação
Olavo de Carvalho
O Globo, 17 de Março de 2001

Se o público brasileiro não adquirir rapidamente os conhecimentos básicos que o habilitem a reconhecer operações de desinformação pelo menos elementares, toda a nossa imprensa, toda a nossa classe política e até oficiais das Forças Armadas podem se transformar, a curtíssimo prazo, em inermes e tolos agentes desinformadores a serviço da revolução comunista na América Latina.
A maior parte das nossas classes letradas não sabe sequer o que é desinformação. Imagina que é apenas informação falsa para fins gerais de propaganda. Ignora por completo que se trata de ações perfeitamente calculadas em vista de um fim, e que em noventa por cento dos casos esse fim não é influenciar as multidões, mas atingir alvos muito determinados - governantes, grandes empresários, comandos militares - para induzi-los a decisões estratégicas prejudiciais a seus próprios interesses e aos de seu país. A desinformação-propaganda lida apenas com dados políticos ao alcance do povo. A desinformação de alto nível falseia informações especializadas e técnicas de relevância incomparavelmente maior.
O uso de informações falseadas é conhecido nas artes militares desde que o mundo é mundo. "A arte da guerra consiste substancialmente de engodo", dizia Sun-Tzu no século V a. C. Exemplos de informação falsa usada fora do campo militar estrito aparecem, aqui e ali, na história mundial. Calúnias contra judeus e protestantes nos países católicos, contra os católicos e judeus nos países protestantes foram muitas vezes premeditadas para justificar perseguições. Os revolucionários de 1789 montaram uma verdadeira indústria de informações falsas para jogar a opinião pública contra o rei e, depois, para induzi-la a apoiar as medidas tirânicas do governo revolucionário. O exemplo mais célebre foi a "Grande Peur", o "Grande Medo": informações alarmistas espalhadas pelo governo, que, anunciando o iminente retorno das tropas reais - impossível, àquela altura - desencadeavam explosões de violência popular contra os suspeitos de monarquismo; explosões que em seguida o próprio governo mandava a polícia controlar, brilhando no fim com a auréola de pacificador. A história das revoluções é a história da mentira.
Mas tudo isso ainda não era desinformação. Invenção pessoal de Lenin, a desinformação (desinformátsya) consiste em estender sistematicamente o uso da técnica militar de informação falseada para o campo mais geral da estratégia política, cultural, educacional etc., ou seja, em fazer do engodo, que era a base da arte guerreira apenas, o fundamento de toda ação governamental e, portanto, um instrumento de engenharia social e política. Isso transformava a convivência humana inteira numa guerra - numa guerra integral e permanente. Quando Hitler usou pela primeira vez, em 1939, a expressão "guerra total" para designar um tipo moderno de guerra que não envolvia apenas os políticos e militares, mas toda a sociedade, a realidade da coisa já existia desde 1917 na Rússia, mesmo sem combates contra um inimigo externo: o socialismo é a guerra civil total e permanente.
No governo de Lenin, a desinformação era também a regra geral da política externa. A famosa abertura econômica, planejada como etapa dialética de uma iminente estatização total, foi anunciada como sinal de um promissor abrandamento do rigor revolucionário, não só para atrair os capitalistas, mas para dissuadir os governos ocidentais de apoiar qualquer esforço contra-revolucionário. Assim, muitos líderes exilados, desamparados pelos países que os abrigavam e iludidos pela falsa promessa de democratização na Rússia, voltaram à pátria conforme calculado e, obviamente, foram fuzilados no ato. Dos que não voltaram, muitos foram mortos no próprio local de exílio por agentes da Tcheka, a futura KGB.
O uso da informação traiçoeira nessa escala era uma novidade absoluta na política mundial. Para fazer idéia de quanto as potências ocidentais estavam despreparadas para isso, basta saber que os EUA não tiveram um serviço secreto regular para operar no exterior em tempo de paz senão às vésperas da II Guerra Mundial. Outro ponto de comparação: a "ofensiva cultural" soviética - sedução e compra de consciências nas altas esferas intelectuais e no show business - começou já nos anos 20. A CIA não reagiu com iniciativa semelhante senão na década de 50 - e foi logo barrada pela gritaria geral da mídia contra a "histeria anticomunista".
Não obstante a abjeta inermidade das potências ocidentais ante a Revolução Russa, o governo leninista mantinha o povo em sobressalto, alardeando que milhares de agentes secretos estrangeiros estavam em solo russo armando a contra-revolução. Um dos raros agentes que comprovadamente estavam lá era o inglês Sidney Reilly, um informante mitômano que o Foreign Office considerava pouquíssimo confiável, e do qual a propaganda soviética fez o mentor supremo da iminente invasão estrangeira que, evidentemente, nunca aconteceu. Para avaliar o alcance dos efeitos da desinformação soviética, basta notar que até a década de 70 o livro de Michael Sayers e Albert E. Kahn, "A grande conspiração", inspirado no alarmismo leninista de 1917, ainda circulava em tradução brasileira como obra séria, com a chancela de uma grande editora. Diante de casos como esse, de autodesinformação residual espontânea, não espanta que os soviéticos tivessem em baixíssima conta a inteligência dos brasileiros, principalmente comunistas.
Operações de desinformação em larga escala só são possíveis para um regime totalitário, com o controle estatal dos meios de difusão, ou para um partido clandestino com poder de vida e morte sobre seus militantes. Qualquer tentativa similar em ambiente democrático esbarra na fiscalização da imprensa e do Legislativo. Não há, pois, equivalente ocidental da desinformação soviética. Um governo pode, é claro, fazer propaganda enganosa, mas não pode fazer desinformação porque lhe faltam os meios para o domínio calculado dos efeitos, que é precisamente o que distingue a técnica leninista. Inversa e complementarmente, a liberdade de informação nos países democráticos sempre foi de uma utilidade formidável para a desinformação soviética, não só pelo contínuo vazamento de informações secretas do governo para a imprensa, mas também pela facilidade de divulgar informações falsas pela mídia ávida de denúncias e escândalos. O célebre general armênio Ivan I. Agayants, por muitas décadas chefe do departamento de desinformação da KGB, chegava a ficar espantado ante a facilidade de plantar mentiras na imprensa norte-americana. Espantado e grato. Ele dizia: "Se os americanos não tivessem a liberdade de imprensa, eu a inventaria para eles."
NB: Este assunto continua no artigo da semana que vem. Por enquanto, vão apenas tratando de conjeturar, se quiserem, o seguinte: quantos técnicos em desinformação, que aprenderam em Cuba sob a orientação da KGB, são hoje "formadores de opinião" no Brasil?


ABC da desinformação 
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 10 de janeiro de 2013
          
Para quem zela pela sobrevivência do seu cérebro num tempo de naufrágio universal da inteligência, nada mais urgente do que compreender o que é realmente “desinformação”. O uso corrente da palavra como rótulo infamante para denegrir qualquer opinião adversa é garantia segura de que as verdadeiras operações de desinformação passarão despercebidas, condição necessária e quase suficiente do seu sucesso.
          Só há dois tipos de desinformação genuína, e cada um deles requer muito mais planejamento e execução cuidadosa do que o mero vício jornalístico de espalhar mentirinhas ideologicamente sedutoras.
          O primeiro tipo – e, de longe, o mais importante – é aquele que tem como alvo não o público em geral, a massa ignara, e sim os homens do poder, os que tomam decisões de grande alcance. Dificilmente uma dessas criaturas se deixa orientar pelo que sai na mídia popular. Para influenciá-las é preciso colocar no seu entourage (ou conquistar mediante suborno, chantagem etc.) assessores técnicos que sejam da sua plena confiança. E mesmo estes têm de ser muito prudentes no manejo do fluxo de informações que levará seus chefes a tomar as decisões erradas, favoráveis ao inimigo que controla de longe a situação. A importância dessas operações é imensurável, muito mais do que o cidadão comum pode imaginar, e ninguém foi (e é ainda) mais hábil em manejá-las do que a boa e velha KGB (atual FSB). Graças à pletora de documentos secretos revelados após a queda da URSS, hoje sabe-se que desde os anos 40 os agentes soviéticos moldaram a seu belprazer algumas das principais decisões estratégicas do governo de Washington no cenário internacional, induzindo-o a trabalhar contra os interesses mais vitais da nação americana.
          O exemplo mais claro e didático está no livro Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor, de John Koster (Regnery, 2012). “Mole” (toupeira) é, no jargão dos serviços de inteligência, o termo técnico que designa o agente infiltrado. A toupeira, no caso, foi Harry Dexter White, alto funcionário do Tesouro, homem de confiança de Franklin Delano Roosevelt e, como os documentos comprovam, agente soviético.
          A situação era a seguinte em 1941. O governo militarista e expansionista do Japão estava dividido entre duas correntes: uma queria retormar a velha guerra com a Rússia. A outra queria ajudar os nazistas contra as potências ocidentais. A Rússia, sob ataque alemão desde junho, não podia oferecer resistência eficaz aos japoneses do outro lado do território. Profundo conhecedor da língua, da cultura e da política japonesas, e colocado, ademais, numa posição desde a qual podia facilmente influenciar as decisões econômicas do governo Roosevelt, Harry Dexter White foi contratado pelos soviéticos para criar artificialmente um conflito entre o Japão e os EUA. A seqüência de memorandos e estudos estratégicos com que ele remoldou para pior as relações econômicas entre os dois países foi uma obra de gênio, levando Roosevelt a impor às importacões japonesas de petróleo limitações drásticas que do ponto de vista americano pareciam simplesmente razoáveis, mas que no contexto japonês, e em língua japonesa, soavam como verdadeiras declarações de guerra. O Japão respondeu com o ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941 – não por coincidência, um dia depois que a Rússia, livre da ameaça nipônica, lançava aos alemães um contra-ataque maciço.
          Psicologicamente, Pearl Harbor é ainda hoje um símbolo aglutinador do patriotismo americano, mas, em termos substantivos, foi uma tremenda vitória da desinformação soviética.
          O outro tipo de desinformação é antes uma obra de engenharia social. Não se dirige ao governo para moldar suas decisões, mas, ao contrário, vem do governo e de seus centros de poder associados e desce para a massa popular, depois que as decisões já estão tomadas e é preciso, para implementá-las, conquistar o apoio do eleitorado, mantê-lo na total ignorância do que os altos círculos estão fazendo ou ajustar sua conduta aos padrões exigidos pela nova política.
          Pode-se chamar esses dois tipos de micro e macrodesinformação. As dificuldades são consideráveis em ambos os casos, mas de natureza bem diversa. Se o primeiro é inviável sem o máximo de sigilo e o manejo fino do fluxo de informações, o segundo requer o controle completo dos meios maiores e mais prestigiosos de difusão, podendo no entanto coexistir com alguma contestação menor – ou marginal -- que, estatisticamente, não afete os sentimentos da massa popular.
          No Brasil essa condição é facílima de alcançar, pois a grande mídia foi sempre dependente de verbas governamentais e não se atreve a morder a mão que a alimenta. Foi assim que os maiores jornais e canais de TV consentiram em ocultar a existência do Foro de São Paulo até o momento em que, dominador completo da situação continental, este já podia se exibir em público sem maiores riscos.
          Nos EUA a coisa teve de ser precedida de um longo e complexo processo de concentração da mídia nas mãos dos grupos globalistas que hoje disputam com a Rússia as afeições do bloco islâmico. Quando esses grupos colocaram Barack Hussein Obama no governo para minar o poder nacional dos EUA e operar um giro de 180 graus na política externa americana, fazendo do antigo aliado de Israel o maior protetor que os radicais muçulmanos já tiveram no Ocidente, a mídia já estava preparada para ocultar não somente a biografia altamente comprometedora do presidente, mas até algumas das suas executive orders mais ambiciosas e daninhas, que entram em vigor sem que a população fique sabendo de nada.

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Mais sobre o tema link abaixo,
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125 Livros Recomendados por Olavo de Carvalho

Agostinho, Santo
001. [ ] As Confissões
002. [ ] A Cidade de Deus

Aristóteles
003. [ ] Metafísica
004. [ ] Física
005. [ ] Da Alma
006. [ ] Ética para Nicômaco
007. [ ] Política

Berdiaev, Nikolai
008. [ ] Cinco Meditações sobre a Existência
009. [ ] Espírito e Realidade
010. [ ] Ensaio de Autobiografia Espiritual


BERNANOS, Georges
011. [ ] Diário de um Pároco de Aldeia
012. [ ] A Impostura
013. [ ] O Grande Medo dos Bem-Pensantes
014. [ ] Os Grandes Cemitérios sob a Lua
015. [ ] Liberdade para Quê?


BLAKE, William
016. [ ] O Casamento do Céu e do Inferno
017. [ ] O Livro de Jó


BLOY, Léon
018. [ ] Exegese dos Lugares-Comuns
019. [ ] O Desesperado
020. [ ] Meu Diário


BÖHM-BAWERK, Eugen von
021. [ ] Capital e Juros
0CAMÕES, Luís Vaz de
022. [ ] Os Lusíadas
023. [ ] Lírica


CARPEAUX, Otto Maria
024. [ ] História da Literatura Ocidental
025. [ ] Ensaios Reunidos


CHESTERTON, Gilbert K.
026. [ ] Ortodoxia
027. [ ] Heréticos


CLEMENTE de Alexandria
028. [ ] O Instrutor
029. [ ] Tapeçarias


COLERIDGE, Samuel Taylor
030. [ ] Biographia Literaria
031. [ ] Rimas do Marinheiro Antigo


CONRAD, Joseph
032. [ ] Nostromo
033. [ ] A Chance
034. [ ] O Agente Secreto
035. [ ] Lorde Jim


COOMARASWAMY, Ananda K.
036. [ ] A Farsa da Alfabetização
037. [ ] A Doutrina do Sacrifício
038. [ ] Tempo e Eternidade


DANTE Alighieri
039. [ ] A Divina Comédia


DE MAISTRE, Joseph
040. [ ] Noitadas de S. Petersburgo
041. [ ] Considerações sobre a França


DOSTOIÉVSKI, F. M.
042. [ ] Crime e Castigo
043. [ ] Os Demônios
044. [ ] Os Irmãos Karamazóvi


DÜRRENMATT, Friedrich
045. [ ] A Promessa


EVOLA, Julius
046. [ ] A Tradição Hermética


FERREIRA DOS SANTOS, Mário
047. [ ] Filosofia Concreta
048. [ ] A Sabedoria dos Princípios
049. [ ] Pitágoras e o Tema do Número


FRANKL, Viktor
050. [ ] A Vontade de Sentido


FREYRE, Gilberto
051. [ ] Casa Grande & Senzala


FRYE, Northrop
052. [ ] Anatomia da Crítica
053. [ ] O Grande Código


GIRARD, René
054. [ ] A Violência e o Sagrado
055. [ ] O Bode Expiatório
056. [ ] Coisas Ocultas desde a Fundação do Mundo


GUÉNON, René
057. [ ] O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos
058. [ ] O Homem e seu Devir segundo o Vedanta
059. [ ] O Simbolismo da Cruz


HUIZINGA, Jan
060. [ ] O Outono da Idade Média
061. [ ] Nas Sombras do Amanhã


HUSSERL, Edmund
062. [ ] Idéias para uma Fenomenologia Pura
063. [ ] Lógica Formal e Lógica Transcendental
064. [ ] A Crise das Ciências Européias


IBN-ARABI, Mohieddin
065. [ ] Tratado da Unidade


JOHNSON, Paul
066. [ ] Intelectuais
067. [ ] Tempos Modernos


KIRK, Russel
068. [ ] Conferências na Heritage Foudation


LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm von
069. [ ] Discurso de Metafísica
070. [ ] Monadologia
071. [ ] Novos Ensaios sobre o Conhecimento Humano


MACHADO DE ASSIS, J. M.
072. [ ] Memórias Póstumas de Brás Cubas
073. [ ] Dom Casmurro


MACHADO, Antonio
074. [ ] Poesias Completas


MANN, Thomas
075. [ ] A Montanha Mágica


MANZONI, Alessandro
076. [ ] Os Noivos


MARÍAS, Julián
077. [ ] Antropologia Metafísica


MONTAIGU, Henry
078. [ ] A Coroa de Fogo


MUGGERIDGE, Malcom
079. [ ] Memórias


NEWMAN, John Henry
080. [ ] A Idéia de Universidade
081. [ ] Apologia pro Vita Sua


ORTEGA Y GASSET, José
082. [ ] A Idéia de Princípio em Leibniz e a Evolução da Teoria Dedutiva
083. [ ] A Rebelião das Massas
084. [ ] Que é Filosofia?


PAULO APÓSTOLO, São
085. [ ] Epístolas


PETRONE, Igino
086. [ ] O Direito no Mundo do Espírito




PLATÃO
087. [ ] Fedro
088. [ ] O Sofista
089. [ ] O Político
090. [ ] A República
091. [ ] As Leis




RACINE, Jean
092. [ ] Fedra


REALE, Miguel
093. [ ] Teoria Tridimensional do Direito


ROSENSTOCK-HUESSY, Eugen
094. [ ] Revoluções Européias


ROSENZWEIG, Franz
095. [ ] A Estrela da Redenção


SCHELER, Max
096. [ ] O Formalismo na Ética e a Ética Material dos Valores
097. [ ] As Formas do Saber e a Cultura


SCHELLING, F. W. von
098. [ ] Filosofia da Natureza
099. [ ] Filosofia da Mitologia

100. [ ] Filosofia da Revelação


SHAKESPEARE, William
101. [ ] Otelo
102. [ ] Hamlet
103. [ ] Rei Lear


SHANKARACHARYA, Sri
104. [ ] Brihadaranyaka Upanishad


SIMENON, Georges
105. [ ] A Neve Suja
106. [ ] Coleção Maigret


SOLOVIOV, Vladimir
107. [ ] Crise da Filosofia Ocidental
108. [ ] O Sentido do Amor


STENDHAL
109. [ ] O Vermelho e o Negro


SZONDI, Lipot
110. [ ] A Análise do Destino


TERTULIANO
111. [ ] Apologia


TOMÁS DE AQUINO, Santo
112. [ ] Comentários a Aristóteles
113. [ ] Suma Teológica
114. [ ] Suma Contra os Gentios


VOEGELIN, Eric
115. [ ] Ordem e História


VON MISES, Ludwig
116. [ ] Ação Humana: Um Tratado de Economia


WASSERMANN, Jacob
117. [ ] O Caso Maurizius
118. [ ] Etzel Andergast


WEBER, Max
119. [ ] Economia e Sociedade
120. [ ] Escritos sobre o Método


WEIL, Éric
121. [ ] Lógica da Filosofia
YEATS, William Butler
122. [ ] Poesias Completas


ZUBIRI, Xavier
123. [ ] Inteligência e Realidade
124. [ ] Sobre a Essência
125. [ ] O Homem e Deus

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sábado, 22 de novembro de 2014

O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: Think-tanks para combater a revolução social

O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: Think-tanks para combater a revolução social: Think-tanks para combater a revolução social ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES  | 12 AGOSTO 2011  ARTIGOS -  CULTURA ...

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Think-tanks para combater a revolução social

ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES | 12 AGOSTO 2011 
ARTIGOS - CULTURA


Estamos diante de uma sociedade transformada, ainda que embora em aparência não demonstre a truculência dos regimes totalitários nazista, fascista ou socialista. Todavia, isto é só uma questão de tempo: mais cedo ou mais tarde o porrete esquenta.
Chamo a atenção para dois pronunciamentos bastante oportunos do filósofo Olavo de Carvalho: primeiramente, sobre as características primordiais da revolução social, e em seguida, sobre a necessidade de constituirmos "think tanks". 
Uma revolução social consolida-se quando os meios de conquista e permanência no poder se modificam. Atualmente, estes meios emulam os dos regimes nazi-fascistas: Qualquer forma de expressão jornalística, intelectual, religiosa, literária e artística; qualquer forma de procedimento realizado por servidores públicos, promotores, advogados e juízes; e qualquer forma de atividade econômica só são tolerados quando funcionam em consonância com os ditames do partido, ou em escala mais ampla, da ideologia que lhe fornece o oxigênio.
Jamais os arrozeiros do estado de Roraima seriam expulsos (sim, eles foram "expropriados", e não meramente desapropriados!) e jamais o STF teria julgado a favor da união civil homossexual se não houvesse todo um esquema que os envolvesse por completo. 
Atualmente, no Brasil, a rigor, nenhum grande grupo econômico tem condições plenas de se manter no mercado se não pedir as bençãos dos donos do poder e rezar por sua cartilha. Quem duvida disto, que se recorde da intervenção branca que o governo impôs à companhia Vale, fazendo valer a sua vontade de mudar o presidente.
Já os apadrinhados recebem as gordas fatias das concessões, das licitações públicas, das grandes obras, dos subsídios ou empréstimos diferenciados ou quando o menos, da informação privilegiada. Como muito bem lembrado pelo jornalista Diogo Mainardi, em certa apresentação do programa Manhattan Connection, os grandes empresários do mundo todo são mundialmente conhecidos pelas áreas em que atuam, graças ao seu espírito dinâmico e empreendedor: Todos sabemos quem é Bill Gates e quem foi Henry Ford, e a que atividades econômicas eles estão ligados. Mas quem são os grandes empresários brasileiros, para quem todos os holofotes se dirigem? A rigor, são aqueles que se enriquecem a partir da estrita simbiose com o governo. 
Há quem venha a argumentar que isto foi sempre mais ou menos assim no Brasil. Isto é lá discutível. Entretanto, fenômenos restritos a uma certa esfera delimitada não preenchem o requisito essencial para a caracterização de uma mudança geral na estrutura da sociedade, ou de falando de forma mais escancarada, de uma revolução social. Esta acontece quando se espalha pela pirâmide social, do cimo até a base, de modo que mesmo as vidas das pessoas da classe média e pobre jazem subjugadas. Agora sim a coisa ficou feia!
Quando um mero jornalista ou professor não conseguem emprego em lugar nenhum pelo fato de manterem uma postura dissidente, estamos diante de uma sociedade transformada, ainda que embora em aparência não demonstre a truculência dos regimes totalitários nazista, fascista ou socialista. Todavia, isto é só uma questão de tempo: mais cedo ou mais tarde o porrete esquenta. Com advogados não é diferente: o Direito não é uma ciência exata, óbvio. Então, uma prova elaborada por uma entidade que controla toda a atividade advocatícia como requisito obrigatório para o exercício de uma profissão cujos conhecimentos foram adquiridos em meio regular de ensino e já chancelados pelo estado pode se constituir em um excelente funil ideológico. Basta para isto que seus dirigentes assim ajam de mútuo acordo. A partir daí, teremos uma verdadeira fábrica de agentes de transformação social.
Certa vez, eu li um depoimento de um cidadão sueco, que lamentava que em sua empresa ninguém ascendia a cargos mais altos por meio de mérito, esforço e dedicação, mas sim por seus talentos políticos. É isto o que já está acontecendo no Brasil. Se você é bancário, vai morrer como caixa, porque os níveis de gerência e direção, nesta atividade que funciona enxertada ao estado, estão reservados para aqueles dispostos a cumprir o programa ideológico do governo. Mais vale um gerente que autoriza empréstimos de risco aos indicados pelos políticos no poder do que o funcionário zeloso e criterioso que analisa a operação segundo as tendências do mercado.
Há algum tempo atrás minha esposa participou de um concurso público cuja vaga, soubemos, foi criada justamente com vistas a dar emprego a um outro alguém previamente escolhido. Adivinhem quem o venceu?
No Pará, destaco especialmente a figura de Leonardo Bruno, advogado, e como eu, blogueiro e colunista do site Mídia sem Máscara, que apesar de sua imensa cultura e fluência como orador, não tem conseguido realizar o seu maior sonho, que é o de trabalhar como professor, tendo-lhe sido fechadas as portas de todas as instituições de ensino particulares (ele não quer trabalhar em instituições públicas), mesmo notoriamente sendo dono de um conhecimento muito superior aos que lhe têm passado à sua frente.
Mesmo a classe pobre tem de ajoelhar-se diante da hegemonia ideológica: por exemplo, um pedreiro, um estivador ou caminhoneiro pode ou não conseguir trabalho dependendo do seu nível de amizade com o sindicato a que pertence. Em recente reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, ficou muito claro como os beneficiados por lotes de terra não esqueciam de pagar seus dízimos aos sindicatos e associações de trabalhadores rurais. 
Quando, de qualquer forma, expressa ou tácita, legal ou informal, alguém tem de pagar a um grupo corporativista ou obedecer aos seus ditames para que possa desempenhar uma atividade que é naturalmente lícita, então estamos diante de uma sociedade essencialmente mafiosa. 
Você, que lê este artigo, pode hoje estar numa situação confortável. Neste caso, de algum modo, você participa do Esquema, ou trabalha para quem participa, de tal modo que não vê motivo para que as coisas mudem. Por outro lado, você pode estar enfrentando algum nível de dificuldade em sua vida, porém teme manifestar-se com o razoável receio de sofrer represálias. 
Seja em qualquer situação, eu pergunto: você tem filhos? Se você tem filhos, crê piamente que uma sociedade em que os critérios para se progredir na vida não são os mais transparentes vá sempre beneficiar a sua linhagem? Quem lhe garante que o amanhã não será a vez do filho do seu maior rival ou inimigo? E você, que está quieto no seu canto: crê mesmo que sua indolência fará com que as coisas mudem para melhor no futuro? 
Portanto, todos nós temos à frente o risco de sermos despejados de nossas atividades por critérios nada honestos, objetivos e previsíveis. Este é o mundo das sombras, que está ali, a poucos passos do rumo que estamos tomando. Como bem lembrado pelo filósofo Olavo de Carvalho, você poderá até mesmo ser um juiz, mas assim mesmo correrá o risco de ser demitido, preso ou na melhor das hipóteses, congelado num canto, humilhado e isolado dos seus pares.
A única estrada possível para invertermos este desastre social está na conscientização da sociedade pela diminuição da influência do estado e pela valorização das liberdades individuais e da livre iniciativa. 
Para tanto, é necessário que os cidadãos, especialmente os empresários, se dêem conta que é necessário investir em formação de opinião. Investir, aqui, no seu sentido mais explícito: precisam gastar dinheiro, precisam patrocinar a fundo perdido, e não somente em função de objetivos mais concretos e imediatos. 
No Brasil, em todas as regiões e em um número significativo de estados, já há um número embrionário de pessoas que têm se dedicado com afinco a estudar estes problemas e oferecer soluções, entre as quais peço licença para dizer que eu mesmo me incluo. São cidadãos íntegros, que há anos estão comprometidos com o que têm feito, mesmo sem ter recebido até hoje nenhuma forma de apoio; aliás, amiúde têm se exposto a perigos e ameaças.
Já está na hora destas pessoas serem valorizadas. Com o devido patrocínio, haveremos de produzir com muito mais resultado, e de espalhar a nossa mensagem com muito maior velocidade. E isto pode custar menos do que colaborar com o Criança-Esperança.



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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Sobre verso do diploma de pedagogia: Blog do João Maria responde




A pergunta é,
Me formei em pedagogia em outubro/2012 e no verso de meu diploma consta apto para exercer as funções contidas no art. 4º da resolução CNE/CP nº 1 de 15/05/2006, este é o apostilamento?
Desde já agradeço.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
CONSELHO PLENO
RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE 2006. (*)
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf
Veja o link acima e imprima.

http://educacaodialogica.blogspot.com.br/

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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Palestras em Campinas abordam a vida e a obra de Ariano Suassuna

Palestras em Campinas abordam a vida e a obra de Ariano Suassuna

Participam das atividades dois membros da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier e Domício Proença Filho, nos dias 11 e 26/11, respectivamente
No ano em que a cultura brasileira perdeu o escritor Ariano Suassuna, o Sesc e a Academia Brasileira de Letras (ABL) se juntaram para resgatar a imagem do autor de “Auto da Compadecida”. Em novembro, o ciclo de palestras “O Reino Encantado de Ariano Suassuna” promove encontros com membros da Associação Brasileira de Letras, que abordam em a vida e a obra do saudoso colega escritor. Em Campinas, serão promovidas duas palestras: na terça, dia 11 de novembro, com Arnaldo Niskier, e no dia 26 com o veterano Domício Proença Filho. As atividades começam às 20h, são gratuitas e serão realizadas no teatro do campus 3 da Faculdade Anhanguera, no Taquaral.


Além de Campinas, outras unidades do Sesc recebem o projeto, como Bom Retiro, Osasco, Santo André e Taubaté. Nesses locais, Antonio Torres, Carlos Nejar e Evanildo Bechara resgatam a memória de Suassuna, que foi um dos grandes autores brasileiros, um homem das letras, teatro, cinema e televisão.

Ariano Suassuna
Nascido em João Pessoa (PB), em 16 de junho de 1927, e morto em julho deste ano, Ariano Vilar Suassuna foi um dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro. Idealizador do Movimento Armorial e autor de obras como “Auto da Compadecida” e “O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, foi um preeminente defensor da cultura do nordeste do Brasil. Foi secretário de Cultura de Pernambuco (1994-1998) e secretário de Assessoria do governador Eduardo Campos até abril de 2014.
Palestrantes
Arnaldo Niskier

Aos 78 anos, é membro da Academia Brasileira de Letras desde 1984; foi presidente da ABL em dois mandatos; é professor aposentado de História e Filosofia da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Doutor em Educação pela UERJ; membro do Conselho Federal de Educação, do Conselho Estadual de Educação e do Conselho Nacional de Educação; Secretário de Estado do Rio de Janeiro por quatro vezes; autor de mais de 100 livros, especialmente sobre educação e temas infanto-juvenis.

Domício Proença Filho 
Aos 78 anos, é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2006. Professor Emérito e Professor Titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal Fluminense, aposentado. Professor de língua portuguesa durante dezenas de anos em várias universidades, entre elas a UFRJ e a PUC-Rio, e em inúmeros estabelecimentos de ensino fundamental e médio. Crítico e ensaísta, é autor de 55 livros. Tem dezenas de textos publicados no Brasil e no exterior. Como ficcionista, é autor do premiado “Breves estórias de Vera Cruz das almas”. Na área de língua portuguesa, é autor de “Por dentro das palavras da língua portuguesa” e de vários livros didáticos.

Serviço:

Palestras do projeto “O Mundo Encantado de Ariano Suassuna”
Local: no Teatro do campus 3 da Faculdade Anhanguera. Rua Luiz Otávio, 1313, Taquaral - Campinas
Data: 11 e 26 de novembro
Horário: 20h
Entrada: gratuita
Informações: Sesc Campinas - (19) 3737-1500 

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Música e a Formação dos Afetos - Profº José Eduardo Martins

José Eduardo Martins nasceu em 1938 na cidade de São Paulo, onde começou seus estudos com o professor russo José Kliass. Mais tarde, de 1958 a 1962, estudou em Paris com Marguerite Long, Jean Doyen e matérias teóricas com Louis Saguer. Como pianista, Martins realizou ciclos com as integrais de Debussy, J-P. Rameau, Moussorgsky e Francisco de Lacerda. Apresentou igualmente, em primeira audição absoluta, mais de 120 composições contemporâneas de autores de diversos países, entre as quais algumas das mais representativas obras do compositor português Fernando Lopes-Graça, gravadas e interpretadas pelo pianista. Martins foi responsável, ao final da década de 70, pela redescoberta do grande compositor romântico brasileiro Henrique Oswald, realizando gravações e primeiras audições de inúmeras obras para piano solo e camerística com piano, assim como edição de partituras. O pianista tem 22 CDs gravados na Bélgica, Bulgária e Portugal, lançados pela Labor (U.S.A.), PKP (Bélgica), Portugaler, PortugalSom/Numérica (Portugal) e, sobretudo, pelo selo De Rode Pomp, da Bélgica Flamenga. Martins é autor de diversos livros sobre música e de mais de uma centena de artigos publicados em várias revistas e periódicos do Brasil e do Exterior. José Eduardo Martins é Doctor Honoris Causa pela Universidade Constantin Brancusi da Romênia e Acadêmico Honorário da Academia Brasileira de Música. Recebeu em Bruxelas, em 2004, a Ordem do Rio Branco, uma das honrarias mais significativas do governo brasileiro. Em 2011, foi agraciado com a comenda "Officier dans l'Ordre de La Couronne", outorgada por Sua Majestade Alberto II, Rei dos Belgas. É irmão do jurista Ives Gandra Martins e do maestro João Carlos Martins. Professor titular aposentado da Universidade de São Paulo.


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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Virtudes nacionais Olavo de Carvalho



Virtudes nacionais
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 3 de abril de 2012


Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. Trezentos jovens insultando duas dúzias de octogenários – eis a imagem daquilo que, no Brasil de hoje, se considera um exemplo de coragem cívica. É possível descer ainda mais baixo? É. Nenhum dos agressores se lembrou sequer de perguntar se algum daqueles velhos, a quem cobriam de cusparadas, xingamentos e ameaças, esteve pessoalmente envolvido nos episódios de tortura que lhes eram ali imputados, ou se o único crime deles não consistia em puro delito de opinião. Que eu saiba, nenhuma acusação de tortura pesa ou pesou jamais contra aqueles oficiais atacados na porta do Clube Militar. O único acusado, o Cel. Brilhante Ustra, não estava presente e foi queimado em efígie. Os outros pagaram pelo crime de achar que Ustra é inocente, que o governo militar foi melhor do que a alternativa cubana ou que as violências praticadas por aquele regime pesam menos do que as suas realizações. Por isso, e só por isso, foram chamados de assassinos e torturadores. Não apenas a “coragem” é o nome que hoje se dá à covardia mais sórdida, mas o “senso de justiça” consiste em acusar a esmo, sem ter em conta a diferença que vai entre aplaudir um regime extinto e ter praticado crimes em nome dele.
Se o simples fato de avaliar positivamente um governo suspeito de tortura faz do cidadão um torturador, então os arruaceiros reunidos na porta do Clube Militar, bem como o seu instigador, o cineasta Sílvio Tendler, são todos torturadores, e o são em muito maior escala do que qualquer militar brasileiro, pelo apoio risonho e cúmplice que, uns mais, outros menos, por ações e omissões, têm dado a regimes incomparavelmente mais cruéis do que jamais o foi a nossa ditadura.
Essa observação aplica-se especialmente, e da maneira mais literal possível, aos militantes do PC do B, a organização mais representada naquele espetáculo. É o partido maoísta, nascido e crescido no culto a um monstro genocida, estuprador e pedófilo, campeão absoluto de assassinatos em massa, que se zangou com a URSS por achar que o governo de Moscou não era violento e cruel à altura do que o exigiam os padrões da revolução mundial. Por todas as normas do direito internacional, a lealdade retroativa a um regime reconhecidamente genocida é crime contra a humanidade. A carga dessa culpa imensurável é a única autoridade moral com que a massa de jovens revoltadinhos se apresenta ante os oficiais das nossas Forças Armadas, acusando-os de crimes que talvez alguns de seus colegas de farda tenham cometido, mas que eles próprios jamais cometeram.
O sr. Silvio Tendler diz que sua mãe foi torturada. É possível. Mas isso dá a ele o direito de instigar uma multidão de cabeças ocas para que acusem de tortura qualquer saudosista do regime militar que encontrem pela frente? Não entende, esse pretenso intelectual, a diferença entre crime de tortura e delito de opinião?
Opinião por opinião, pergunto eu: os méritos e deméritos do regime militar brasileiro já foram examinados com isenção e honestidade, em comparação com a alternativa comunista que suas pretensas vítimas lutavam para implantar no Brasil?
Os brasileiros que, exilados ou por vontade própria, se colocaram a serviço dos regimes de Havana e de Pequim não se acumpliciaram com uma violência ditatorial incomparavelmente mais assassina do que aquela contra a qual agora esbravejam histericamente? Ou será que os cadáveres de cem mil cubanos, dez mil angolanos e setenta milhões de chineses, assassinados com o apoio dessa gente, pesam menos que os de algumas dezenas de terroristas brasileiros? Havana, é verdade, fica longe, Luanda fica ainda mais longe, a China então nem se fala, e o Doi-Codi fica logo ali. Mas desde quando a gravidade dos crimes é medida pela razão inversa da distância em que foram cometidos? Também é fato que os mortos de Cuba, de Angola e da China nunca foram manchete no Brasil, mas devemos acreditar, a sério, que a extensão do mal é determinada objetivamente pelo escarcéu jornalístico concedido a umas vítimas e negado a outras por simpatizantes ideológicos das primeiras?
Essas perguntas, bem sei, não se fazem. Não são de bom tom. Mas, na dissolução geral da própria idéia das virtudes, que senso do bom-tom poderia sobreviver num país cujo presidente se gaba, veraz ou falsamente, de haver tentado estuprar um companheiro de cela, e ainda diz ter saudades do tempo em que os meninos da sua região natal faziam sexo com cabritas e jumentas, se é que faziam mesmo e não foi ele próprio quem os inventou à imagem e semelhança da sua imaginação perversa? E será preciso lembrar que essa mesma criatura, indiciada em inquérito pelo maior esquema de corrupção de que já se teve notícia nesse país, reagiu com um sorriso cínico, alegando-se protegida não pela sua inocência, que nunca existiu, mas pela lentidão da Justiça?
Será exagero, será insulto criminoso chamar de cafajeste o homem capaz de fazer essas declarações em público? E será insana conjetura suspeitar que esses e outros tantos exemplos da cafajestada oficial, copiados por milhares de incelenças, louvados em prosa e verso por uma legião de sicofantas, repassados com orgulho do alto das cátedras, transfigurados por fim em “valores culturais” e aceitos com sorrisos de complacência entre paternal e servil pelas nossas “classes dominantes”, criaram o modelo de coragem e justiça que hoje inspira os bravos agressores de anciãos?

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fonte; http://www.olavodecarvalho.org/semana/120403dc.html


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Pedagoga/o pode concorrer à cargos de Inspeção Educacional com um diploma contendo as novas diretrizes do curso de 15/05/2006

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE 2006. (*) Institui Diretrizes Curriculares Nacionais ...