Os rankings ajudam os pais num momento decisivo:
o de escolher uma escola para os filhos
Camila Pereira
Lailson Santos |
O estudante Fernando com o pai: o Enem ajudou a definir o novo colégio |
Escolher uma escola na qual matricular os filhos sempre foi, no Brasil, um processo mais intuitivo do que propriamente racional. Os pais costumavam tomar essa decisão baseados em visitas aos colégios e ancorados na experiência alheia. O único medidor objetivo no horizonte eram as taxas de aprovação das escolas no vestibular. E só. O cenário começou a mudar três anos atrás, quando o Ministério da Educação (MEC) passou a divulgar o resultado dos colégios no Enem, uma prova de conhecimentos gerais aplicada aos estudantes no fim do ciclo escolar. Com ela, houve um avanço. Tornou-se possível, afinal, comparar as escolas por meio de um ranking. Ele está, de fato, sendo usado com esse fim, segundo aponta um levantamento com base nos três últimos exames. Chamam especial atenção os números relativos aos dez colégios particulares com melhor desempenho desde 2005. Num período em que as matrículas no ensino médio minguaram 9% no país, o número de novos alunos nessas escolas campeãs subiu até 40%. Isso ajuda a mensurar o raio de influência da avaliação oficial na vida de pessoas como o publicitário Randal Soares. O fato de o Vértice, um colégio de São Paulo, ter surgido no topo do ranking nacional foi decisivo para que Soares tomasse a decisão de ali matricular os filhos Fernando, 15 anos, e Isabela, 12. Ele resume um pensamento geral: "Ganhei uma espécie de bússola para rastrear o bom ensino".
Márcio Lima |
A médica Ivana, mãe de Luiza, mudou-se para a Bahia: sem conhecer nenhuma escola, a solução foi olhar para o topo do ranking |
Essa competição entre as escolas particulares, impulsionada pelo Enem, se dá num contexto em que a disputa por novos alunos nunca foi tão acirrada. De um lado, o número de colégios de ensino médio se expandiu 6% nos últimos cinco anos. De outro, o total de estudantes despencou 9% – e eles se tornarão ainda mais escassos. Por uma razão simples: a cada ano, os brasileiros têm menos filhos. Diante desse cenário, as escolas ganham uma razão a mais para prestar atenção no Enem e nas demais avaliações do MEC. Com uma nota ruim, elas perdem fôlego para concorrer por novos alunos. Se vão bem na prova, têm um trunfo na mão. Não causa espanto o fato de muitos desses colégios bem-sucedidos no exame investirem em publicidade, com o objetivo de chamar atenção para o resultado. Diz o especialista Ryon Braga: "A competição motivada pelos rankings tem funcionado há décadas como motor para o bom ensino em países desenvolvidos".
Com reportagem de Milena Emilião
Fonte: http://veja.abril.com.br/070508/p_152.shtmlObrigado por sua visita, volte sempre.
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