segunda-feira, 4 de setembro de 2023

A MÁFIA DOS LIVROS DIDÁTICOS NAS ESCOLAS

A MÁFIA DOS LIVROS DIDÁTICOS NAS ESCOLAS

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A máfia do livro didático conta com o concurso de editoras, distribuidoras, livrarias, diretores e claro, em sua maioria, com os secretários municipais, estaduais e suspeita-se até do povo de Brasília e outros dedicados à educação Brasil afora e adentro!!! Uma picaretagem sem limites.

Os livros didáticos do município de Dom Eliseu são escolhidos pelos professores por segmento e por escola. Funciona assim até o item 4:

1.     A cada 3 anos os livros são trocados; o MEC, pelo programa PNLD (pode-se consultar a Lei do programa no link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7084.htm) que adquire e distribui livros para todos os alunos de um segmento, que pode ser: anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental ou ensino médio.

2.     Por volta de março e abril, começam a chegar ás escolas coleções de livros das mais renomadas editoras do Brasil. Há nessa época ”fartura” de livros para que os professores escolham o mais apropriado para SUA escola.

3.     Os professores da área se reúnem ao fim do 3º ano e, juntos optam pelo livro que deve ser adequado ao projeto político-pedagógico da escola; ao aluno e professor; e à realidade sociocultural das instituições

Por exemplo: professores de Matemática se reúnem na escola e escolhem o livro que respondam a perguntas como: os conceitos estão corretos? São adequados? Os exercícios ajudam o aluno a pensar e desenvolver o raciocínio crítico? As ilustrações contribuem para a compreensão dos textos? E outras reflexões que norteiam essa escolha. E assim é feito com as disciplinas que usam o livro didático como instrumento de apoio ao serviço do professor.

4.      Após a escolha do livro, o grupo de professores passam para o coordenador da escola a escolha feita por eles.  O coordenador da ESCOLA passa para o gestor da escola, a escolha feita pelos professores

.5.      O diretor ou diretora ENVIA DIRETAMENTE PARA O MEC a relação dos livros escolhidos pelos professores da ESCOLA em que ele(a) é gestor(a) através de um portal em que somente ele(a) possui a senha.  Conforme (https://www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&sgl_tipo=PNT&num_ato=00000007&seq_ato=000&vlr_ano=2007&sgl_orgao=MEC ) Onde explicitamente se lê:

§ 5º Constituem-se obrigações das Escolas:

I – impedir o acesso, em suas dependências, de Titulares de Direitos Autorais ou de seus representantes com o objetivo de divulgar livros referentes aos Programas do Livro, após a publicação do resultado da avaliação ou a divulgação dos guias de escolha pelo MEC/FNDE até o final do período de escolha pela internet e pelo formulário impresso;

II – não disponibilizar espaço público para a realização de eventos promovidos pelos Titulares de Direitos Autorais, autores ou seus representantes, relacionados aos Programas do Livro;

III – impedir a participação dos Titulares de Direitos Autorais, autores, ou de seus representantes, nos eventos promovidos pela Escola relativos à escolha de livros;

IV – garantir a isonomia do processo de escolha, não disponibilizando informações que privilegiem um ou outro Titular de Direito Autoral;

V – não solicitar a reposição de livros recebidos, porventura danificados, diretamente aos Titulares de Direitos Autorais ou seus representantes;

VI – recusar vantagens de qualquer espécie, dos Titulares de Direitos Autorais, autores ou de seus representantes, a titulo de doação, como contrapartida da escolha de obras referentes aos Programas do Livro;

VII – impedir o acesso à senha de escolha ou ao formulário de escolha.

Art. 4º O prazo de escolha das obras dos Programas do Livro, referidos no artigo 3º, quando for o caso, será divulgado, dentre outras formas, no site do FNDE.

 6.     O MEC envia então por volta de outubro, novembro os livros a serem usados no ano seguinte.

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Bom seria se fosse assim!!!! Com transparência e liberdade e democracia, mas as coisas não funcionam assim: Funcionam da seguinte maneira do item 5 em diante:

 5) o gestor encaminha à coordenação municipal por segmento as escolhas feitas pelos professores;

6) os coordenadores ESCOLHEM os livros pela editora que os procuram em resguardo com alguma bonificação que a escola desconhece;

7) os secretários de educação mantêm proximidade com as editoras que melhor os “acolhem”;

8) os livros escolhidos são feitos na realidade por pessoas que não têm a menor ideia do que contêm nos livros que eles escolhem.

 9) os professores que passam o dia escolhendo livros fazem papel de babacas, pois não é, certamente, em alguns casos ou disciplinas o livro que eles escolheram;

 10) os alunos do ano em curso perdem um dia de aula; os alunos do ano posterior usarão um livro que não se adequa aos critérios cuidadosamente selecionados pelos professores.

 Concluo com essa novela que a) as editoras sérias e competentes não participam desse processo de escolha do livro; b) alguém lucra milhares de reais com as editoras; c) que quem convive com os alunos são os professores e não quem senta num trono em coordenação municipal ou na cadeira de secretários… d) E o país perde ensino de qualidade; pois um fato simples como esse desmotiva qualquer ser humano que vive em função da Educação de fato, ou seja, em SALA DE AULA a crer que ele é o responsável pela má qualidade da educação como um todo.


MÁFIA DOS LIVROS DIDÁTICOS

Por (Cíntia Kelly)

O Jornal da Record denunciou há pouco a "máfia do livro didático". O esquema é o seguinte: empresários da editora Multipla, de São Paulo, vendem livros para várias prefeituras do Brasil, que recebem propina - 10% do valor do contrato. Em uma prefeitura do interior paulista, a editora conseguiu um contrato milionário, no valor aproximado de R$ 4 milhões. Segundo um dos sócios da editora, a propina vai para os partidos políticos e não para os prefeitos. Na matéria, um representante do MEC reprovou o conteúdo dos livros, que além de conter erros gramaticais, há textos incoerentes. O "Bahia Notícias" já havia postado nota referente a esquema semelhante no interior do estado.



Livro didático, a extorsão nossa de cada ano

Livros didaticos

Acredite ou não, nesta foto tem R$ 691,95 em livros didáticos, ou para ser mais preciso, ainda faltam três livros paradidaticos e três apostilas, mas em suma, R$ 691,95 por um conjunto de livros do nono ano (antiga oitava série) é no mínimo um roubo. Se dividirmos o preço total dos livros pela quantidade de livros, que são 15, temos que o livro médio custa R$ 46,15. Considerando os preços extorsivos dos livros no Brasil, R$ 46,15 é quanto custa em média bons bestsellers de negócios.

Por mais que as editoras argumentem, pode ser baixa tiragem, pode ser o que for, mas uma coisa é certa, a taxa de encalhe é nula ou próxima disto, todos os livros produzidos são vendidos, pois os pais, reféns da indicação do livro pela escola, são obrigados a compra-los. Livros estes que em geral, apesar da impressão em cores, são de baixa qualidade e em sua maioria descartáveis, não servem para um outro aluno no ano seguinte.

Na prática, nós pais, somos vitimas, reféns ou trouxas mesmo. No modelo jurássico de educação que vivemos, onde livros didáticos são escolhidos por coordenadores, e professores atuam como meros interpretes do plano de aula do autor do livro, não poderia ser diferente. Sem contar que o livro didático é protegido por direitos autorais, o que na prática não protege o autor coisa nenhuma, apenas garante os lucros absurdos do editor. Pois a unica forma de escapar deste custo extorsivo seria  utilizar livros de um colega que ja esta mais adiantado. “Deus me livre de meu filho usar livro dos outros”, falam alguns pais como se isto fosse a pior coisa do mundo, trouxa eles. Mas temos de adimitir, a industria de livros didáticos é uma verdadeira máfia, somos extorquidos todos os anos.

A luz no fim do túnel pode estar em algumas hipóteses:

  1. Reformulação do modelo educacional, onde o professor passe de supremo detentor do conhecimento para mentor do auto-ditatismo. Desta forma os livros didáticos seriam totalmente dispensáveis e/ou os alunos teriam a liberdade de consultar a fonte que estiver disponível e/ou desejar.
  2. Livros didáticos em creative commons, é uma tendência, muitas obras de grande qualidade estão em creative commons, são músicas, videos, imagens, livros e um monte de obras culturais em creative commons. A adoção deste modelo significa uma ruptura com o modelo de negócios que “comercializa a cultura”. Este modelo poderia ser em forma de livros e até mesmo em forma de Wikis, como a Wikipedia. Para isto precisamos deixar de demonizar a tecnologia.
  3. Eco-livros digitais livres – Estes seriam na verdade uma variação do item anterior, seriam como livres open source, que as escolas poderiam obter uma licenca única e replicar para seus alunos. Eco-livros seriam livros ou software com objetivo didático, como as enciclopedias digitais, com a vantagem de serem ecológicos e reaprovetaveis. Poderia ate receber upgrade automatico via web.

Estas são algumas hipoteses, quem sabe não apareçe um grupo de educadores para colocar a ideia do livro didatico livre em prática, provavelmente um projeto destes, colaborativo, produzirá um produto muito melhor, com a conjunção de ideias e pontos de vista dispares, um produto muito mais consistente.

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Por fim, como na cultura livre, o conhecimento pertence à humanidade.

UPDATE 23:00 – Coincidência ou não, o @dpadua Twittou um site sobre uma iniciativa de livros didáticos livres.




Carta Potiguar - A máfia dos livros didáticos

postado por

Por David Rêgo e Paulo Emílio

Livro didático é um roubo. As editoras deveriam ser fechadas e seus donos presos por assaltarem a população de maneira tão gritante e descarada. Por não ser pai, nunca me importei em prestar atenção ao valor dos livros utilizados pelos pequenos humanos no ensino fundamental e médio. Porém, por ser professor tive de escolher um livro para os próximos anos letivos e deparei-me com uma situação aterrorizante: Os livros didáticos são absurdamente caros, principalmente se considerada sua qualidade “material” , o conteúdo e o “know-how” do autor.

Apenas para se ter ideia, um livro de sociologia da Editora Moderna (é, digo o nome da editora mesmo, tem que denunciar esses abusos), que apenas “cumpre com o esperado” é negociado ao valor de R$ 104. Não possui mais do que 500 folhas, o acabamento do livro não é dos melhores e o conteúdo (como sempre) é tratado de maneira anti-didática, que não desperta o menor interesse do aluno. Paga-se mais de R$ 100 para que utilizemos o livro durante 3 anos, nada mais que isso, o livro não possui “mérito” para ser utilizado no ensino superior.

Apenas para se ter ideia dos valores: um dos mais conceituados sociólogos ainda vivo, Anthony Gidens, criou um “manual” de sociologia que, na Inglaterra, é utilizado tanto para ensinar no equivalente ao ensino médio, como também no ensino superior. Moral da história, trata-se de um livro que pode ser utilizado desde o ensino médio até o doutorado. O valor do livro? Os preços podem variar entre R$ 90 e R$ 120, a julgar a livraria.

Em teoria paga-se quase o mesmo pelos 2 livros, porém, existe uma diferença gritante: o livro de Gidens pode ser utilizado por mais de uma década (diferente do livro da Editora moderna que serve, no máximo, por 3 anos); é um autor de renome; foi conselheiro de primeiros ministros ingleses; é um dos maiores sociólogos do mundo (o que lhe dá um mínimo de know-how); o livro tem mais de 600 páginas, entre outros pequenos detalhes.

É vergonhoso observar as margens de lucros que trabalham as editoras nacionais. Como um livro feito por profissionais com uma menor qualificação que Gidens pode custar tão caro? Definitivamente não consigo acreditar que o autor do livro nacional cobre um “cachê” maior do que o de Anthony Gidens. O livro nacional não precisou pagar um tradutor entre outras coisas mais. Os custos não são altos. Mas, ora! Existindo essa situação, a culpa deste desrespeito, desta vergonha e falta de postura só pode se dever às editoras nacionais, que, no uso de um capitalismo aventureiro, utilizam-se de preços abusivos para produtos que, definitivamente, não valem o que se cobram.

Além dos livros de Sociologia, cito também o de outras disciplinas, como a Geografia. O caso mais descarado é da Editora Ática e com o autor José Willian Vesentini. O livro “Geografia Série Brasil” custa entre 50 e 60 reais, já o “Geografia: O mundo em transição” entre 80 e 100 reais – ambos da Editora Ática. Tudo bem que eles são “volume único”, mas existem inúmeros relatos que o referido autor (professor da USP) todos os anos tem um “stand” e um banner em tamanho real com o mesmo nas livrarias para o lançamento de um livro super resumido, praticamente em tópicos. Infelizmente, há outros livros absurdamente caros, como “Conexões – Estudos de Geografia Geral e do Brasil”, também volume único, (Editora Moderna) que custa entre 100 e 125 reais. Já o livro “Projeto Eco Geografia” (Editora Positivo), para cada série do Ensino Fundamental custa entre 48 e e 55 reais. O “Fronteiras da Globalização – Geografia Geral e do Brasil” (Editora Ática – mais uma vez, que coincidência, não?).

Enquanto isso, livros essenciais na graduação até o doutorado, como Milton Santos, Marcelo Lopes de Souza, Antonio Jose Teixeira Guerra e Aziz Ab’saber (esses dois últimos voltados para a “parte física” da Geografia, ou seja, livros que contém bastante fotos, tabelas, gráficos etc., o que encarece ainda mais o preço) custando em média 20 a 80 reais.

O pior de tudo é saber que estas editoras apenas prosperam pois possuem a conivência dos professores, estes que, acomodados, não buscam alternativas para suas aulas, enclausurando o aluno em um mundo de livros didáticos altamente anti-didáticos, broxantes e caros. Enfim, é isso.


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