terça-feira, 24 de outubro de 2023

Gnosis e sua História, do surgimento até os dias atuais. - Gnosis Brasil Gnosis e sua História. Como surgiu e como chegou aos dias atuais?




“A História da Gnosis é a História da evolução do mundo e da regeneração espiritual da alma.”
A Gnosis ou Gnosticismo foi um movimento filosófico religioso que originou-se na Ásia menor, e tem como base as filosofias, que floresciam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia.

Combinava alguns elementos da Astrologia e mistérios das religiões gregas (Elêusis), bem como os do Hermetismo, e posteriormente com as doutrinas do Cristianismo e do Sufismo.

Sua “Capital” foi Alexandria no Egito, importante rota que ligava o oriente e o ocidente, promovendo um grande intercâmbio cultural entre os povos, portanto, ponto de encontro da sabedoria de vários continentes. Sua biblioteca abrigava um conhecimento inenarrável, que praticamente se perdeu com sua destruição, mas mesmo assim alguns manuscritos e conhecimentos foram mantidos e chegaram até nós.

Em síntese, a Gnosis é “A busca da Salvação pelo Conhecimento”. “Conhecei a Verdade e ela vos fará livres”.
O grande objetivo, é conhecer “Deus”, a Realidade em nós.
Não é a crença, a fé ou o simples conhecimento o que importa. O fundamental é a comunhão interior, o religar da Mente individual com a Mente universal, a capacidade do homem de

“transcender os limites da dualidade que faz dele homem e tornar-se uma consciência divina”.
A entrada na senda da Gnosis é chamada “voltar para casa”. É um retorno, um virar as costas ao mundo, um arrependimento de toda natureza!

Os primeiros cristãos eram Gnósticos
O Gnosticismo Clássico floresceu entre os séculos I a III d.C. desenvolvendo-se à partir dos ensinamentos de Jesus Cristo.

Tudo gira em torno de Jesus de Nazaré, em quem vários dos grupos gnósticos da época viram personificados seus “ideais mais sublimes”, o verdadeiro Gnóstico, aquele que conhece a revelação interior ou oculta desvelada e que também compreende a revelação exterior ou pública velada, Aquele que detinha a posse da Gnosis, o que significa a habilidade para receber e compreender a revelação Divina em si mesmo.

“Ingressar na Gnosis é um despertar do sono e da ignorância de Deus, da embriaguez do mundo para a temperança virtuosa. Pois o mal (ilusão) do não conhecimento está inundando toda a terra e trazendo total ruína à alma aprisionada dentro do corpo, impedindo-a de navegar para os portos da salvação.”
Jesus portanto reuniu discípulos que pregavam a “Boa Nova” (evangelho). Aí se constrói o início do Cristianismo Primitivo. Posteriormente seus seguidores criaram Igrejas, Escolas, Seitas para propagar seus ensinamentos que inicialmente eram dados de lábios a ouvidos.

Das inúmeras correntes gnósticas que se formaram no início do cristianismo (naasenos, ofitas, sethianos…), podemos sintetizá-las em 2 principais: Cristãos Gnósticos e Cristãos Ortodoxos.

A Perseguição aos Gnósticos
Com o passar do tempo, os Ortodoxos foram crescendo em número e e importância política, então os Gnósticos foram considerados “perigosos” por algumas autoridades eclesiásticas do século II, especialmente o Bispo Irineu de Lion (180 d.c.), pois ameaçavam a estabilidade da Igreja quando afirmavam que

a pessoa não necessita de intermediários para chegar a Deus, pois ele está dentro de nós.
Depois com a decadência do Império Romano e com a institucionalização da Seita Cristã emergente (Ortodoxos) como religião oficial de Roma em 313 d.c, vários grupos gnósticos começam a ser perseguidos e exterminados. Então, à partir de 367 d.c muitos livros e evangelhos não aprovadas pela Igreja Romana, ou que não condiziam com a visão ortodoxa (o que é verdade para mim) foram deturpados ou mesmo queimados ou exterminados, assim como seus escritores e estudiosos, surgindo então a versão oficial do texto Bíblico Canônico, resumido a apenas 4 dos inúmeros evangelhos existentes na época.

O Novo Testamento é portanto, apenas uma pequena parcela original dos escritos cristãos.
Os demais permaneceram como livros apócrifos (ocultos ou secretos), cuja maioria foi se perdeu, muitos com a destruição da biblioteca de Alexandria outros pelo tempo ou pela ação dos perseguidores, porém, alguns permaneceram escondidos e foram encontrados nas cavernas ou sob as areias do deserto, ressurgindo desde o século XVIII até o século passado, podendo muitos outros ainda ser encontrados. Exemplo disso são os Manuscritos do Mar Morto e Nag Hamadhi que ficaram ocultos por séculos, porém hoje  chegam para aclarar a luz do conhecimento e preceitos gnósticos.

Gnosis na Idade Média
Os Cristãos Gnósticos constituíram, nos primeiros anos de nossa era, comunidades fechadas, iniciáticas, que guardaram os aspectos esotéricos dos evangelhos, principalmente das parábolas do Mestre Jesus, o Cristo, apresentando um cristianismo muito mais profundo e filosófico do que daqueles cristãos que ficaram conhecidos como ortodoxos.

Dentre os grupos mais ativos nos dois primeiros séculos destacam-se os naasenos (palavra em aramaico com o mesmo significado de ofitas, de origem grega), perates, sethianos (de orientação judaica) docéticos (que propunham que a natureza exterior do Cristo era ilusória), carpocráticos, basilidianos e valentinianos. Com o passar do tempo, os herdeiros da tradição gnóstica continuaram sob inúmeros nomes e formas visando ocultar-se e assim sobreviver às perseguições.

Mas o gnosticismo sobreviveu, sua luz e força continuaram a irradiar com os Bogomilos no século X.
Nos séculos XII e XIII, a “Herança Gnóstica” , foi transmitidas aos Cátaros, que também foram perseguidos e mortos pela igreja romana.

Na Idade Média, o gnosticismo manifestou-se na Ordem dos Templários, foi revivificada pela Ordem Rosa-Cruz, mantiveram ligações com a Maçonaria e em incontáveis outras ordens esotéricas iniciáticas, todas testemunhando o Cristianismo Esotérico ou Interior, descrevendo o caminho de “Retorno a Deus”, que foi aberto pelo seu “Filho, Mestre Jesus, o Cristo”.

Renascimento da Gnosis
Pouco material histórico sobre o gnosticismo chegou até os dias de hoje, a maioria foi conhecido por meio dos seus críticos.
A descoberta da Biblioteca de Nag Hammadhi,em 1945, foi de suma importância, pois seu conteúdo é eminentemente gnóstico, impulsionando pesquisas sobre os mesmos na segunda metade do século XX.
Tais manuscritos totalizavam 52 textos, em 13 códices de papiro, escritos em copta.
Dentre as obras encontradas, estavam diversos tratados gnósticos, três obras pertencentes ao Corpus Hermeticum e uma tradução parcial da República de Platão. Várias dessas obras são conhecidos como Evangelhos Gnósticos como: Evangelho de Tomé, de Maria Madalena, da Verdade, dentre outros…

O Livro Sagrado dos Gnósticos é a Pistis Sophia
Este livro foi publicado em latim em 1851. Este papiro copta foi encontrado no Egito. Esta obra provém das múltiplas Escolas e Sociedades Gnósticas primitivas e está dividida em 148 capítulos e quatro grandes partes, sendo constituída em parte pelo que seriam “discursos do prórpio Mestre Jesus à seus apóstolos após sua Ressurreição.”

A Pistis Sophia é considerado o livro sagrado dos Gnósticos. Seu tema principal é a redenção de nossa alma!
Precursores da Gnosis no Século XX
A descoberta dos Manuscritos apócrifos impulsionou toda a sociedade esotérica da época, permitindo um ressurgimento do Gnosticismo nos dias atuais.

Dentre os vários precursores do ressurgimento da Gnosis na atualidade, citamos alguns como o Ilustre Abade Alfonso Luis Constant, conhecido no meio esotérico sob pseudônimo ou nome iniciático de Eliphas Levi, quem revolucionou o pensamento esotérico, religioso, cabalístico e magístico em sua época, a famosa Madame Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, benemérita institução que trouxe ao ocidente os ensinamentos orientais, à qual pertenceram grandes iniciados, autores de obras que trouxeram à humanidade uma grande luz em relação ao ocultismo e os mundos internos como Charles Leadbeater, Krishnamurti, Annie Besant, dentre inúmeros outros.

Dentre todos esses grandes personagens queremos destacar ainda o insigne Dr. Arnold Krumm Heller, conhecido como Mestre Huiracocha, fundador da Fraternitas Rosacruciana Antiqua (FRA), detentora de antigos manuscritos através dos quais puderam ressuscitar a arcaica Igreja Gnóstica, com suas belíssimas e mui profundas cerimônias, sacramentos e rituais como a Missa Gnóstica.

Sem dúvidas, o maior Iniciado saído dessa benemérita escola foi o Mestre Samael Aun Weor, que se converteu em um grande humanista, antrópólogo e filósofo, resgatando a síntese do gnosticismo universal espalhado em todas as religiões e escolas de mistérios de todos os tempos. Escreveu mais de 70 obras sobre psicologia, esoterismo, alquimia, teurgia, kabala, política e outros. Fundou 5 Instituições: Movimento Gnóstico Cristão Universal, Associação Gnóstica de Estudos Antropológicos e Culturais (AGEACAC), Instituto da Caridade Universal (ICU), Igreja Gnóstica Cristã Universal e Partido Socialista Cristão Latino Americano (POSCLA), todas elas com o objetivo de propagar a Doutrina Gnóstica em todo o mundo.

Posteriormente aparece outro grande Mestre Gnóstico, nascido no Seio da Igreja Gnóstica, conhecido como Mestre Lakhsmi Daimon, que cumpriu a missão de Restaurar essa Santa Igreja e  de Guiar um Povo rumo à um êxodo tanto interior, como uma capacidade de viver em um exaltado estado de consciência que nos permita estar em constante união com o Deus Interior, como exterior, ensinando e selecionando um povo que há de cultivar em seu interior os valores que servirão de semente para uma futura raça e uma nova era deste planeta.

Jaqueline Ferreira Barbosa

e Eduardo Lima

26 de março de 2019


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