Resumo: O presente artigo trata de um tema em
bastante evidencia: o uso de drogas por adolescentes. Essa questão traz
bastante preocupação não somente para os pais e familiares, mas também
para toda a sociedade, pois o envolvimento de jovens cada vez mais cedo
com drogas produz um efeito cascata que acaba por afetar diretamente a
todos. Afinal o jovem deixa a escola, comprometendo o seu futuro, passa a
ser agressivo com os familiares, começa a roubar em casa para sustentar
o vício, passa a praticar assaltos que podem resultar em latrocínio e,
algumas vezes, são presos ou mortos pelos próprios traficantes, ou
morrem de overdose. O álcool, uma droga lícita, também é responsável por
grandes tragédias envolvendo adolescentes. As drogas lícitas ou
ilícitas não trazem qualquer beneficio aos jovens, portanto, faz-se
necessário que a sociedade em geral, incluindo familiares e amigos se
unam com o objetivo de conscientizar esses jovens das consequências que
as drogas trazem para suas vidas.
Palavras-chave: Adolescentes. Drogas. Tragédias. Sociedade.
1. Introdução
Questões envolvendo crianças e adolescentes sempre tiveram destaques
entre profissionais de diversas áreas, assim, como também de familiares.
Contudo a preocupação com esses jovens vem aumentando nos últimos
tempos, pois nota-se que cada vez mais, crianças e adolescentes estão
envolvidos em crimes e atos de violência, dos quais, grande parte
envolve o uso de drogas, tanto licitas como ilícitas.
Os prejuízos no âmbito da saúde do indivíduo são irreparáveis e
muitas vezes incontroláveis, há um prejuízo imensurável no que diz
respeito à vida social, familiar, emocional e psicológica da pessoa. Por
esse motivo é preciso uma campanha de conscientização constante, além
de ser extremamente necessário o atendimento de famílias carentes para
que elas possam ter condições de manterem-se e não caírem em doenças
como a depressão que levam naturalmente ao uso das drogas. A condição
social do indivíduo é influente e contribui para o uso ou não das
drogas, pois na maioria das vezes estas são consideradas uma fuga da
realidade que essas pessoas enfrentam, e por isso se torna tão freqüente
o seu uso.
2. Drogas – Aspectos Conceituais
Em uma definição mais simples pode-se dizer que as drogas são
substâncias consumidas em sua forma natural ou não, cujo efeito consiste
na mudança do funcionamento do organismo e, na maioria dos casos,
aptamente prejudiciais.
Porém, nem todas as drogas são ilícitas, existem aquelas cujo uso é
liberado, como é o caso do álcool e do cigarro, e que nem por isso
deixam de ser prejudiciais.
Vale lembrar que as drogas lícitas têm a venda proibida para menores
de idade, contudo, tal proibição não inibe o seu uso por um número cada
vez maior de jovens e adolescentes.
2.1 Drogas Lícitas
As drogas lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e
comercializadas livremente e que são aceitas pela sociedade. Os dois
principais exemplos de drogas lícitas na nossa sociedade são o cigarro e
o álcool.
É importante mencionar que o fato de algumas drogas serem liberadas
para venda e consumo, não quer dizer que estas não sejam prejudiciais,
principalmente para jovens e adolescentes, pois embora sua venda seja
proibida para menores de idade, não existe uma medida de controle
rigorosa que os impeçam de consumi-las.
Conforme comenta Scivoletto:
Observa-se aqui que o fato de serem liberadas não significa que não tenham algum tipo de controle governamental bem como não provoquem algum prejuízo à saúde mental, física e social. Isto dependerá de múltiplos fatores tais como quantidade, qualidade e freqüência de uso (1997, p. 14).
Mas não é somente o álcool e o cigarro que são drogas prejudiciais,
existem aquelas de origem farmacológica que também são muito utilizadas.
Os remédios indicados para reduzir a ansiedade ou induzir o sono, os
descongestionantes nasais, os anorexígenos (medicamentos utilizados para
reduzir o apetite e controlar o peso), e os anabolizantes (hormônios
usados para aumentar a massa muscular), são exemplos de drogas desse
tipo.
Todas essas substancias mencionadas são drogas lícitas que tem
causado grandes prejuízos aos adolescentes, resultando em sérios danos
físicos, psicológicos e, até mesmo em morte.
2.2 Drogas Ilícitas, Formas e Conseqüências
Ao contrário das drogas lícitas, as ilícitas são aquelas que não são
legalizadas, ou seja, sua produção e consumo são proibidos no Brasil. Em
alguns países, determinadas drogas são permitidas sendo que seu uso é
considerado normal e integrante da cultura. Tais substâncias podem ser
estimulantes, depressivas ou perturbadoras do sistema nervoso central, o
que perceptivelmente altera em grande escala o organismo.
Dentre as drogas ilícitas mais comuns podemos citar a Cocaína, o
Ecstasy, a Heroína, Inalantes e a maconha, aos quais veremos a seguir:
2.2.1 Cocaína
A cocaína é uma droga que causa dependência imediata de modo que a
pessoa que a consome, para deixar de consumi-la, deve ter bastante força
de vontade e submeter-se a tratamentos.
Os riscos que a pessoa ao consumir cocaína se submete, independem da
forma como ela é usada, seja por inalação, injeção ou fumo. Sendo que se
esta substância for fumada, o indivíduo se torna dependente com maior
facilidade.
Conforme Scivoletto:
Os efeitos físicos do uso da cocaína incluem uma constrição nos vasos periféricos, dilatação das pupilas, e aumento da temperatura, freqüência cardíaca e pressão arterial. A duração dos efeitos eufóricos imediatos da cocaína, que incluem hiperestimulação, redução do cansaço e clareza mental, depende da via de administração. Quanto maior a absorção, maior a intensidade dos efeitos (2011, p. 02).
Mas o maior problema reside no fato de que o organismo possui
tolerância, e, portanto, ele adquire maior necessidade de consumir mais e
mais drogas.
Existe um grande risco do usuário morrer mesmo que seja a primeira
vez que administre a droga. Além do risco de morte, o usuário dessa
droga tem sérias conseqüências de cunho social e de relacionamento,
sobretudo com a família que geralmente desaprova o seu uso. A sociedade
acaba também por se prejudicar, uma vez que os dependentes perdem o
emprego, ou no caso dos adolescentes, afastam-se dos estudos e tendem a
se tornarem marginais, pois precisam roubar para sustentar o vício e, em
casos mais graves, o indivíduo é capaz até mesmo de matar.
Scivoletto diz ainda que:
Evidências científicas sugerem que as propriedades do poderoso envolvimento neuropsicológico da cocaína é responsável pelo seu uso contínuo, mesmo com as conseqüências físicas e sociais danosas. Existe o risco de morte súbita mesmo no primeiro uso da cocaína ou de forma inesperada após o seu uso. Entretanto, não há como determinar quem tem propensão para morte súbita (2011, p. 06).
Sendo ainda que altas doses de cocaína e o uso prolongado pode
desencadear paranóia. E as pessoas dependentes ao interromper o uso da
droga, freqüentemente apresentam depressão.
2.2.2 Ecstasy
O ecstasy é uma droga poderosíssima que pode ser utilizada tanto na
forma de pílula, como também por inalação e injeção. É uma droga
sintética e psicoativa com propriedades estimulantes e alucinógenas, é
também conhecida como ecstasy e droga do amor.
Primariamente usada em boates e raves, está sendo cada vez
mais usada em vários outros círculos sociais. Seu uso exagerado pode
causar hipotermia, provocando ainda, insuficiência dos rins e
cardiovascular, além de lesão cerebral, afetando também os neurônios.
Além de todas estas conseqüências, o ecstasy causa distúrbios
psicológicos, tais como: confusão, depressão, distúrbios do sono,
ansiedade grave, paranóia, tensão muscular, desmaios, dentre outros.
Conforme Malbergier:
Estudos recentes têm ligado o uso do ecstasy a lesões a longo prazo de partes específicas do cérebro, relacionadas com a memória e prazer. O ecstasy também está relacionado com a degeneração de neurônios que contém um neurotransmissor chamado dopamina, a lesão desses neurônios é a causa de distúrbios motores vistos na doença de Parkinson. Os sintomas dessa doença começam com uma falha de coordenação e tremores e pode eventualmente resultar em uma forma de paralisia (2001, p. 18).
Ou seja, o ecstasy traz uma infinidade de conseqüências ao organismo,
sobretudo dos adolescentes por estarem em processo de formação e, por
isso, podem ter todo o seu futuro comprometido, pois em alguns casos, os
danos podem ser irreversíveis.
2.2.3 Heroína
A Heroína também é um tipo de droga que leva o usuário facilmente a
dependência. É feita de morfina em forma de pó branco ou marrom.
O uso continuado de heroína causa graves problemas físicos, morte,
aborto em mulheres grávidas em qualquer período da gestação, doenças
tais como AIDS e hepatite. Malbergier diz que:
Além dos próprios efeitos da heroína, a droga pode conter aditivos que não se dissolvem bem e resulta em obstrução dos vasos sanguíneos dos pulmões, fígado, rins ou cérebro. Isso causa infecção ou mesmo a morte de parte desses órgãos vitais (2001, p. 22).
2.2.4 Maconha
A maconha, principalmente por ser legalizada em muito países, é uma
droga que os jovens costumam acreditar não causar grandes prejuízos à
saúde, contudo, normalmente aqueles que usam drogas ditas “pesadas”
começaram com o consumo da maconha.
Ela tem como principal composto químico o THC sendo ele o responsável
pelos efeitos da maconha no sistema nervoso. Quando fumada, a
substância passa diretamente dos pulmões para a corrente sanguínea que o
leva diretamente para todo o organismo e cérebro.
É importante mencionar que a maconha traz grandes riscos à saúde dos
usuários, pois causam deficiência na memória e no aprendizado, perda da
coordenação, e aumento da freqüência cardíaca. Segundo Gomid:
Alguns efeitos adversos na saúde causados pela maconha podem ocorrer devido o THC prejudicar a habilidade do sistema imune de lutar contra infecções e câncer. Depressão, ansiedade, e distúrbios da personalidade também estão associados com o uso da maconha. Devido ao efeito prejudicial na habilidade de aprendizado e memória, quanto mais a pessoa abusa da maconha, mais propensa ela será de ter um declínio de suas atividades intelectuais, de trabalho e sociais. Dentre as conseqüências que as drogas ilícitas trazem pode-se dar ênfase à violência gerada por elas em todas as fases de produção até o consumidor final. As demais conseqüências são: arritmia cardíaca, trombose, AVC, necrose cerebral, insuficiência renal e cardíaca, depressão, disforia, alterações nas funções motoras, perda de memória, disfunções no sistema reprodutor e respiratório, câncer, espinhas, convulsões, desidratação, náuseas e exaustão (2004, p. 21).
É importante esclarecer que a dependência das drogas é tratável, ou
seja, através do auxílio médico e familiar uma pessoa pode deixar o
vício e voltar a ter uma vida normal sem que necessite ingerir
substâncias que criam falsas necessidades no organismo.
3. Drogas - Classificação
As drogas podem ser classificadas de acordo com a ação que exercem
sobre o sistema nervoso central. Elas podem ser depressoras,
estimulantes, perturbadoras ou, ainda, combinar mais de um efeito.
3.1 Depressoras
As drogas depressoras são substâncias que diminuem a atividade
cerebral, deixando os estímulos nervosos mais lentos. Fazem parte desse
grupo o álcool, os tranqüilizantes, o ópio (extraído da planta Papoula
somniferum) e seus derivados, como a morfina e a heroína.
3.2 Estimulantes
As drogas com efeito estimulante aumentam a atividade cerebral,
deixando os estímulos nervosos mais rápidos. Excitam especialmente a
área sensorial e motora.
A anfetamina, a cocaína (produzida das folhas da planta da coca,
Erytroxylum coca) e seus derivados, como o crack, fazem parte desse
grupo.
3.3 Perturbadoras
As drogas perturbadoras são substâncias que fazem o cérebro funcionar
de uma maneira diferente, muitas vezes com efeito alucinógeno. Não
alteram a velocidade dos estímulos cerebrais, mas causam perturbações na
mente do usuário. Incluem a maconha, o haxixe (produzidos da planta
Cannabis sativa), os solventes orgânicos (como a cola de sapateiro) e o
LSD (ácido lisérgico).
3.4 Drogas com Efeito Misto
Esse tipo de droga combinam dois ou mais efeitos. A mais conhecida
desse grupo é o ecstasy, metileno dioxi-metanfetamina (MDMA), que produz
uma sensação ao mesmo tempo estimulante e alucinógena.
4. Uso de Drogas na Adolescência e as Relações Familiares
Levando em consideração que não se deve generalizar as situações, é
percebido que muitos jovens e adolescentes que se envolvem com o mundo
das drogas, geralmente não tem uma relação aberta e de amizade com seus
familiares.
Isso não tem nada a ver com maus tratos e nem com falta de amor, mas
sim, pela falta de tempo dos pais para se dedicarem a conversar e
estreitar os laços com os filhos e esse fato faz com que os mesmos
procurem amizades que os levam a usar drogas ou ter comportamentos que
não condizem com a vontade dos pais.
Ao ler obras escritas por Piaget, temos a certeza de que o convívio, o
amor e a atenção dos familiares, é indispensável para que os
adolescentes se mantenham afastados das drogas.
É comum se ouvir, que a educação vem de berço, portanto é necessário
compreender que a educação não começa somente após a criança aprender
falar, e sim desde o momento em que nasce, pois mesmo que estas não
saibam manifestar ou expressar de forma clara os seus sentimentos, já é
possível perceber os sinais de inteligência, desde os primeiros meses de
vida.
Ao sugerir uma meditação sobre a família como agente fundamental na
formação do ser humano, constata-se que é trabalho primordial tanto dos
pais, como também dos educadores o trabalho de transformar uma criança
imatura em cidadão maduro, participativo, atuante e consciente de seus
deveres e direitos. Pois para que este ser em desenvolvimento seja
futuramente um cidadão com essas qualidades ele deve espelhar-se em
indivíduos que também retenham esses predicados.
Conforme Oliveira:
Tudo que os pais fazem desperta certa curiosidade na criança. Se o pai está fazendo ginástica a criança quer tentar também, quando a mãe está passando creme a criança quer passar também, se a mãe está cozinhando ela quer cozinhar também (2004, p. 17).
Ou seja, os filhos espelham-se nos pais, de modo que os pais devem
ter condutas e atitudes que os filhos possam seguir sem ter o seu futuro
comprometido.
O autor segue dizendo que:
Em relação ao álcool tanto quanto nos demais aspectos, o principal é que os pais observem os filhos, saibam o que estão fazendo e onde estão indo. O controle absoluto é impossível e também, creio, não recomendado. O que não pode é os pais ficarem alheios ao cotidiano dos filhos, de modo a sequer perceberem quando, reiteradamente, chegam em casa embriagados. Acredito que a orientação quanto aos riscos, o diálogo, o exemplo e uma intervenção enérgica quando necessária sejam a melhor estratégia para os pais inibirem a compra e o consumo de bebidas alcoólicas pelos filhos. Creio também equivocadas campanhas que superestimem os danos, e operem na base do amedrontamento, já que o discurso do ‘terror’ parece ineficaz para adolescentes (2004, p 18).
Nessa expectativa, a família deve aproveitar ao máximo as
possibilidades de estreitamento de relações, porque o ajuste entre ambas
e a união de esforços para a educação das crianças e adolescentes deve
ser considerado como elemento facilitador de aprendizagens e de formação
pessoal.
Dessa forma, sugere-se que a sociedade sinta-se desafiada a repensar
sobre a situação dos adolescentes hoje, considerando que eles apresentam
características únicas e individuais e por isso se faz necessário
manter um trabalho em parceria com as famílias.
As crianças e os adolescentes vão começar a agir de acordo
com o que lhes for imposto pelos pais, desde se alimentar nas horas
certas, ter hora para dormir, entre outras coisas do cotidiano. Ao longo
do tempo, as atitudes e os ensinamentos dos pais os ajudaram na sua
formação moral e ética. Piaget compara o desenvolvimento psíquico ao orgânico em busca do equilíbrio:
A mesma maneira que um corpo está em evolução até atingir um nível relativamente estável – caracterizado pela conclusão do crescimento e pela maturidade dos órgãos, também a vida mental pode ser concebida como evoluindo na direção de uma forma de equilíbrio final, representada pelo espírito adulto (1999, p.13).
Para o autor, esta forma de desenvolvimento é explicada pelo
amadurecimento dos indivíduos, afirmando que o desenvolvimento humano é
variável devido às transformações que cada pessoa sofre, tanto externa
como interna, e na fase adolescente essas mudanças são mais intensas
fazendo com que os jovens estejam em constante busca pelo reajustamento e
o equilíbrio, podendo, nestas circunstancias, buscar sua identidade
junto aos amigos que nem sempre são boas influências para eles. Para
Caldeira:
A droga aparece como um atrativo para o adolescente que pode estar vivenciando uma relação conflituosa com a família, ou estar sofrendo influência da própria família ou do grupo de amigos. Quando a droga surge, os conflitos sofridos na adolescência se atenuam e são sentidos na família, causando um abalo na estrutura familiar. Isso ficou claro em nossa pesquisa na qual os familiares declararam que ao tomarem conhecimento de que o filho fazia uso de drogas psicoativas, o primeiro sentimento foi de revolta. E da revolta vieram às agressões físicas e verbais (1999, p. 6).
São nesses momentos que o grupo de amigos passa a ter bastante
importância na vida do jovem, o qual se constitui um espaço de
semelhantes, onde se discute o mesmo assunto, enfim, um espaço em que
eles se encontram e se entendem. De acordo com os autores utilizados no
decorrer deste estudo, a adolescência é uma fase de constantes
curiosidades, onde o jovem sente vontade de experimentar coisas novas,
de conhecer o mundo. E é nesse desejo por experimentar que ele vai ao
encontro das drogas.
4.1 O Uso de Álcool na Adolescência
É bastante freqüente se presenciar jovens ingerindo bebidas
alcoólicas como se estivessem tomando um refrigerante, ou seja, o fato
de ser proibido, não inibe nem a venda e nem o consumo.
Esse fato se deve a diversos fatores, dentre eles, os mais comuns é a
impunidade daqueles que vendem a bebida, a permissividade e a falta de
autoridade dos pais, a influência de amigos e, muitas vezes a influência
dos próprios familiares que bebem, ou são dependentes do álcool. Nas
palavras de Cavalcante:
Fatores sociais, psicológicos e religiosos, bem como problemas temporários podem influenciar a decisão de beber tanto no adolescente quanto no adulto jovem. Dada a alta taxa de prevalência de indivíduos que, por qualquer motivo, num momento ou outro da vida fizeram uso de álcool, torna o beber um fenômeno praticamente universal. Entretanto, fatores que podem influenciar a decisão de beber ou fatores que contribuem para problemas temporários, podem ser diferentes daqueles que contribuem para os problemas recorrentes e graves da dependência de álcool (1997, p. 22).
Embora não se deva desprezar os fatores genéticos e emocionais que
influem no consumo da bebida, para algumas pessoas, o álcool reduz o
nível de ansiedade e normalmente estas estão mais propensas a
desenvolver alcoolismo, assim, como através da pressão do grupo de
amigos, do sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo
da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que
contêm álcool e a ausência de limites sociais colaboram para que o
primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo.
É inclusive bastante comum esse problema começar em casa, com a
hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso
do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão ao beberem na
presença dos filhos.
Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma
substância tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com
que seus efeitos sejam potencializados. É válido lembrar também que ele é
responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência,
muitos deles fatais, a que se expõem os usuários.
Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso
conversar com eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança e
deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do
álcool, dentro ou fora de casa.
5. Conclusão
Atualmente, os adolescentes estão entre os principais usuários de
drogas. Grande parte dos jovens brasileiros entre 16 e 18 anos consomem
maconha. Em 2001, cresce o uso de crack e drogas sintéticas, como o
ecstasy. Mas são os consumidores de cocaína que mais procuram tratamento
para se livrar da dependência , o qual é feito por meio de
psicoterapias que promovem a abstinência às drogas e do uso de
antidepressivos.
Um fator importante é a formação que cada um deve receber enquanto
ser humano. Esse é um dos principais motivos de jovens do mundo inteiro
recorrerem as drogas, o fato de se sentirem sozinhos ou perdidos, sem
muitas experiências de vida e sem boas referencias para descobrirem que
caminho querem seguir, mais principalmente pela desassistência dos pais,
que somente após o filho se envolverem com drogas é que eles se mostram
preocupados.