quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O KANTISMO NO BRASIL José Osvaldo de Meira Penna



O KANTISMO NO BRASIL

José Osvaldo de Meira Penna

Embaixador, escritor e ex-professor da Universidade de Brasília

Neste trabalho são apresentadas idéias de importantes pensadores brasileiros sobre Kant. Inicialmente, comenta-se o 6° capítulo do livro de Antonio Paim, Histórias das Idéias Filosóficas no Brasil , onde o autor aborda os primórdios da influência de Kant no País, e destaca a temática kantiana a partir de aspectos como os relativos à moral e ao culturalismo. Em José Guilherme Merquior, salienta-se a dicotomia postulada entre liberdade negativa e liberdade positiva, enquanto que em Mário Vieira de Mello aparece a crítica em torno do kantismo. Finalmente, é apresentado Olavo de Carvalho, pensador brasileiro de particular relevância nos debates atuais em torno de Kant. A conclusão do texto repousa sobre Kant e o subjetivismo.

Palavras-chave: kantismo; moral; liberdade; cultura; subjetivismo.

Intróito
Em sua História das ldéias Filosóficas no Brasil (Primeira Edição USP, 1967; 3a  Edição, Convívio, INL, 1984), Antonio Paim reserva um capítulo inteiro, o 6°, ao estudo dos primórdios da influência do kantismo no Brasil. Paim coloca o início dessa influência quando a problemática moral foi levantada durante o Segundo Reinado, no cerne do espiritualismo eclético. No que se tornaria a principal corrente filosófica do período, o kantismo e o empirismo britânico de Hume penetram no Brasil por intermédio do ecletismo dos franceses Maine de Biran, Victor Cousin e Paul Janet. O grande pensador brasileiro que, primeiramente, veicula essas idéias e as desenvolve é Domingos José Gonçalves de Magalhães, o Visconde de Araguaia (+1882). Paim considera, no entanto, que ele chega a resultados frágeis. Ocupando-se dos sentimentos morais a partir de seus estudos de psicologia, Magalhães é autor de uma obra, A Alma e o Cérebro (1876), em que não se afasta dos pressupostos de fé em Deus, familiares entre os católicos ortodoxos.
"Não se trata de substituir a moral do sentimento; mas apenas de nos levantarmos contra os exageros de Kant,,,
Observa Paim que os ecléticos brasileiros cedo se alinham pelas idéias de Paul Janet ("V1907), um pensador de segunda linha que, numa doutrina denominada eudemonis-mo racional e formulada num Tratado Elementar de Filosofia (traduzido para o português em 1886), procura conciliar o caráter radical, repressor e inibidor da ética de Kant com a tese que os bons sentimentos e inclinações naturais positivas devem ser acrescentados ao Imperativo moral. Janet conclui que "não se trata de substituir a moral do dever pela moral do sentimento; mas apenas de nos levantarmos contra os exageros de Kant, que exclui inteiramente o sentimento do domínio da moralidade e, freqüentemente, parece confundir na moral o meio com o fim...". Paim salienta que, para muitos desses comentaristas e críticos da obra de Kant, o defeito de sua moral seria, precisamente, de atirar uma espécie de desfavor aos bons sentimentos e às inclinações naturais que nos conduzem, espontaneamente e sem esforço, ao bem. Embora não concorde com esse posicionamento, pois o imperativo moral consiste, precisamente, em controlar ou se opor às emoções, aos sentimentos, aos impulsos espontâneos da psique – não se pode deixar de admitir que a educação forma o caráter do homem de tal modo que deixa um substrato permanente o qual participa do complexo de condicionamentos da Ação nas emergências da vida. De qualquer forma, é evidente que grande parte dos posicionamentos dos pensadores brasileiros, antigos e contemporâneos, em relação à fria e categórica moral de Kant, está determinado pelo temperamento emotivo e afetivo que – como tenho insistido – se descobre nesse difícil conceito de "caráter nacional"1 .

Uma influência mais direta do Kantismo se manifestaria, segundo Paim, através da tradução para o português do livro do francês Charles Villers que, em 1801, publicou um tratado sobre "A Filosofia de Kant ou Princípios Fundamentais da Filosofia Trans-cendental". Essa obra seria popularizada em nosso país e em Portugal por Francisco Bento Targini, Visconde de São Lourenço – que acompanhara a família real e fora conselheiro de Dom João VI. Mas são sobretudo os Cadernos de Filosofia do padre Diogo Feijó que devem ser salientados como o principal veículo do kantismo, seguido da obra a esse respeito de Martim Francisco Ribeiro de Andrada, que nos foi revelada graças a importante pesquisa de Miguel Reale. Na Introdução e Nota aosCadernos de Feijó, Reale adverte que, em que pese o abandono pelo padre, em favor da inspiração tradicional, da orientação kantiana no que diz respeito à Razão Prática – não se poderia senão elogiar os méritos de Feijó. Não se poderá tampouco saber, "onde havia mais Filosofia, se nas intuições morais do humilde padre-mestre, ou na existência concreta do estadista poderoso". A obra de nosso grande mestre Miguel Reale sobre A Doutrina de Kant no Brasil (SP, 1949) cobre esse período inicial da influência da doutrina kantiana no incipiente pensamento filosófico brasileiro.

Referência especial merece, novamente, o nome de Hermann Cohen (1842/1918). Fundador da Escola de Marburg de filosofia neokantiana, Cohen é repetidamente mencionado por Paim por sua influência no desenvolvimento do culturalismo brasileiro a partir do neokantismo. O que é curioso na obra desse pensador alemão, que retornou no fim da vida à religião de seus avós israelitas, é a tentativa de conciliação do kantismo e do Marxismo. Paim aponta as divergências entre ele e Nicolai Hartmann, outro prócer da Escola de Marburg e de maior influência ainda sobre o culturalismo neokantiano brasileiro.O que parece relevante na obra do filósofo teuto-israelita é a convicção que adquiriu, após sua reconversão, que do ponto de vista filosófico a ética só pode ser considerada num âmbito da humanidade como um todo. Se o seu coletivismo o conduzia a desejar, em favor do socialismo, repudiar todo individualismo liberal, Cohen teria percebido pelo menos que, na transcendência do Imperativo, temos que abarcar toda a humanidade e não o âmbito estreito de um grupo social, mesmo da extensão de um "povo escolhido", uma nação.

No período seguinte, ou seja, na década dos oitenta do século XIX, salienta-se Tobias Barreto. O principal filósofo brasileiro da época alinha-se com o neokantismo proveniente da Alemanha, mas não aparenta se haver preocupado dominantemente com a ética. Dirigindo sua atenção para o movimento evolu-cionista originado em Darwin, na versão peculiar de Haeckel –cujo "monismo" era então muito popular em nosso meio intelectual – Tobias Barreto sobrevive graças à reedição das suas obras pelo INL, em 1939, e ao livro de Paulo Mercadante e Antonio Paim, de 1972, Tobias Barreto na Cultura Brasileira. O curioso em Tobias Barreto é que não parece se haver dado conta da problemática brutal que o Darwinismo causa a toda filosofia ética. Poucos filósofos europeus disso tampouco se deram conta: Nietzsche foi provavelmente o único.

É em seguida com Farias Brito (V1917) e a denominada Escola de Recife que o pensamento kantiano reaparece. Trata-se de uma "interpre-tação autônoma" e a caminho para conversão de parte da intelectualidade da época ao pensamento católico em nova fase. Comportaria uma nova atenção aos problemas da consciência moral, tão desprezados na época pela hegemonia do posi-tivismo, do "monismo" haecke-liano, do "cientificismo" e do "materialismo histórico" em seus primórdios. Sobre o tema vide a obra de Aquiles Cortes Guimarães Farias Brito e as Origens do Existencialismo no Brasil (Convívio, SP 1984).

Posteriormente, verifica-se que é por intermédio do marxismo e do integralismo, ambos com raízes comuns no sistema de Hegel, que a influência indireta de Kant se exerce. Paim nota ironicamente que, no Brasil estatizante que principia a se caracterizar após a Revolução de 1930, uma revolução dita "liberal" que conduziu a quinze anos de ditadura personalista, os princípios morais de Kant se traduzem por uma exigência profunda de racio-nalidade. É na base de uma espécie de pseudo-imperativo categórico, de fundo econômico e relacionado com o postulado da luta de classes, que o Kantismo se manifesta. O Imperativo é: "Nao explorarás o trabalho alheio"... O "desenvolvi-mentismo" começa a surgir. Kant é assim admitido pelas portas do fundo na integração do novo dogma que fascina aintelligentsia brasileira. Para o professor Leônidas de Rezende no entanto, Kant, como "dualista", estava destinado aos fogos do inferno ideológico, sob a-meaça das labaredas inquisitoriais das patrulhas ideológicas de esquerda.
Finalmente, acentua Paim que a herança kantiana constitui o próprio sustentáculo da corrente culturalista que, por intermédio de Tobias Barreto, se desenvolve contemporaneamente, integrada por nomes como Djacir Menezes, Luis Washington Vita, Roque Spencer Maciel de Barros (os três já falecidos), Miguel Reale – por exemplo, em Verdade e Conjetura, de 1983–, Paulo Mercadante, Nelson Saldanha, Ricardo Vélez Rodríguez e o próprio Paim. Atrevo-me, modestamente, a apresentar minha candidatura ao ingresso nesse grupo seleto...

Sobre o problema específico do Culturalismo, podemos mais uma vez fazer referência a Paim e a seu ensaioProblemática do Cultu-ralismo (Porto Alegre 1995, Coleção Filosofia, EDIPUCRS). O trabalho é encabeçado por uma cita ção pertinente de Wilhelm Windelband (V1915): "A filosofia transcendental de Kant é, nos seus resultados, a ciência dos princípios de tudo aquilo que hoje reunimos sob o nome de Cultura". O Culturalismo no Brasil estaria, por conseguinte, associado ao neokantismo com as figuras "catalisadoras" de Windelband, Heinrich Rickert (V1936), do já aludido Hermann Cohen, além do próprio Max Weber como acrescenta nosso autor, e de Ernst Cassirer. Eric Voegelin, no domínio da filosofia da história, um nome da maior relevância que constantemente citamos e invocamos alhures, se juntaria a essa plêiade de sumidades de origem germânica. Se ao grupo de pensadores já mencionados e todos falecidos, adicionarmos o nome de Miguel Reale, teriamos, na perspectiva de Paim, um quadro completo do cultura-lismo kantiano brasileiro – e poderíamos definir seu princípio orientador como "a consideração da experiência humana em toda sua amplitude. Partindo de Kant, que a limitava ao contato com o mundo natural, o culturalismo aplica o conceito aos vários campos da criação humana, de que resulta o mundo da Cultura. Mas respeita os parâmetros fixados por Kant com vistas a evitar nova reintrodução de dogmatismo" (op. cit., p. 70) e sustenta toda a visão do mundo na história e na sociedade moderna em seu fundamento essencialmente ético. Aos nomes acima aludidos nos permitiremos, todavia, adicionar os de Mário Vieira de Mello e de Olavo de Carvalho.

É na base de uma espécie de pseudo-imperativo categórico, de fundo econômico e relacionado com o postulado da luta de classes, que o kantismo se manifesta.
Em sua "Metafísica dos Costumes", prevenia Kant que "a adversidade, a dor, a pobreza são grandes tentações que levam o homem a violar seu dever". São também as grandes tentações do pensamento filosófico na modemidade. A esta altura, na situação pós-1989, devemos salientar que se torna de imensa relevância, em nosso país, a consideração da postura exata de Kant em face do liberalismo. Vimos que o tema é polêmico. Deve Kant ser considerado um dos pró-homens do liberalismo ou seria ele, pelo contrário, juntamente com seu detestável colega franco-suiço que tanto admirava, Jean-Jacques Rousseau, o autor de idéias de moral tão ambíguas que o tornam um longínquo antepassado do autoritarismo totalitário?

José Guilherme Merquior
Como primeira tentativa de esclarecer as posições dos que se posicionaram nesse debate sobre o liberalismo de Kant, lembremos nosso jovem e saudoso pensador José Guilherme Merquior, ressaltando, neste contexto, a dicotomia postulada entre liberdade negativa e liberdade positiva. Não faria eu nada melhor reproduzir o que, em seu ensaio O Liberalismo – Antigo e Moderno, escreve Merquior. Ele cita os conceitos de Isaiah Berlin e Charles Taylor. Numa conferência em Oxford, em 1958, Berlin, um dos mais respeitados liberais britânicos, "definiu a liberdade negativa como estar livre de coerção. A liberdade negativa é sempre liberdade contra a possível interferência de alguém... A liberdade positiva, por outro lado, é essencialmente um desejo de governar-se, um anseio de autonomia... Enquanto a liberdade negativa significa independência de interferência, a liberdade positiva está relacionada à incorporação do controle". Referindo-se a Charles Taylor, Merquior igualmente observa que, segundo o filósofo canadense, os críticos da liberdade positiva tendem a salientar que "os partidários da liberdade positiva terminam justificando o governo tirânico das elites 'esclarecidas' e afirmando objetivos humanos 'verdadeiros' ou 'mais nobres'... inspirados por elevados ideais de humanidade".

Prossegue Merquior seu discurso sobre este ponto, analisando as escolas de pensamento que realçam as diferenças entre autonomia e liberdade. Depois de mencionar a Inglaterra e a França, o ensaista chega à Alemanha, quando cita Humboldt, Kant e Hegel. Ao afirmar que o homem, não como animal mas como pessoa, devia "ser considerado um fim em si mesmo", Kant cria "uma outra dimensão chave dos conceitos alemães de liberdade: autotelia ou realização pessoal. Kant colocou a autotelia no centro da moralidade". Um exemplo da noção de liberdade positiva se descobre na definição de Locke segundo a qual a Liberdade "é o poder que tem um homem de fazer ou deixar de fazer qualquer ação em particular, de acordo com que tenha ou não sua ação a preferência de sua mente, o que é o mesmo do que dizer, conforme o queira ou não" (emEssay concerning Human Understanding II. 21.15).

Mário Vieira de Mello
O segundo pensador contemporâneo importante na discussão em torno do Kantismo no Brasil é Mário Vieira de Mello. À primeira vista, Mário se colocaria a favor de Kant como defensor entusiasta, em primeiro lugar, da cultura e, em segundo, da liberdade. É a impressão inicial que se retira do brilhante argumento desse que, como Merquior, é diplomata-filósofo, contido em sua obra principal e tão injustamente esquecidaDesenvolvimento e Cultura – um marco no pensamento brasileiro. Nesse primeiro livro, já velho de trinta anos mas tão expressivo do esforço relevante que fazem alguns espíritos de elite para salientar a ausência de um autêntico influxo ético na sociedade brasileira – tão comprometida pelo caráter a-ético, para não dizer imoral, de sua estrutura política – Vieira de Mello, inspirado pela dico-tomia postulada por Kierkekaarg entre o ético e o estético, constrói um edifício monumental de apologia em favor de uma nova educação para a cultura em nossa terra, baseada em princípios éticos.

Passaram-se os anos e, em 1996, Mário nos apresentou O Huma-nista. Na nova obra (Topbooks, edit.), o pensador não abandona sua predileção inicial pela linhagem platônica. Pelo contrário: numa linha bem socrática, ele oferece como subtítulo ao livro a idéia do relacionamento entre A Ordem na Alma do Indivíduo e na Sociedade. Colorindo o arrazoado com sua também tradicional simpatia por Nietzsche, na vertente dos chamados "existen-cialistas", ele parece se mover na direção da filosofia da história de Eric Voegelin2 . Em O Humanista, que logo se seguiu ao O Cidadão , Mário evolui em seu filosofar e propõe uma nova dicotomia entre "Estruturas de Poder" e "Estruturas de Cultura". A dicotomia é, segundo me parece, uma maneira gravemente distorcida de julgar as sociedades num contexto histórico: as cidades antigas e as nações modernas atingem seu estágio de maior criatividade cultural no momento mesmo em que manifestam mais brutalmente sua Vontade de Poder. Os séculos de Péricles, de Augusto, de Elizabeth, de Luís XIV, da rainha Victoria, do II° Reich alemão foram, simultaneamente, séculos de expressão de seu imperialismo. Mas não é aqui o momento de polemizar em torno desse ponto. Cabe apenas apontar para o fato que a aludida dicotomia conduz Mário a classificar a ciência dentro das estruturas de poder.

Nessas estruturas é então incluído Kant cujo pensamento estaria "centrado de forma decisiva na problemática da ciência" (p. 77). "Impregnado de ciência e de ima-nência"... "não poderia ver outro tipo de razão que não fosse em termos de causalidade e universalidade". E isso dificultou, naturalmente, a compreensão pelo filósofo prus-siano da estrutura íntima do princípio da liberdade" (p. 78-79). Mário não parece se dar conta que, ao se arregimentar junto à velha tradição que postulava uma oposição essencial entre a ciência, determinista, empirista e materialista, e a filosofia espiritualista de natureza religiosa que insistia no livre-arbítrio – ele ignora os avanços da física modema cujas teorias de ponta, pelo menos entre os que cozinham as conse-qüências metafísicas dos Quanta, estão aparentemente re-introduzindo a indeterminação e, com ela, certos fatores irracionais que, paradoxalmente, reforçam a preeminência e prioridade da subjetividade humana. No entanto, Mário admite que a concepção dinâmica que tinha Platão do universo físico está mais próxima das concepções da física moderna do que a concepção aristo-télica. Neste ponto, aliás, tenho também salientado que a introdução na cosmologia da dimensão temporal, subjetiva e histórica, efetuada por Agostinho na linha de Platão, se coaduna perfeitamente com a noção moderna de universo ilimitado, porém finito e histórico – sendo incompatível com a de um universo eterno e infinito da cosmologia de Aristóteles, geralmente admitidaaté princípios do século XX. Em poucas palavras, Mário acusa Kant de "não haver sabido discerner a natureza do relacionamento entre razão e liberdade" (p. 80). Acusa-o de haver "aceito uma espécie de abismo" nessa questão. Kant, além disso, teria elaborado uma formidável análise da "razão desengajada" e, esta, obedece a leis copiadas da ciência ou, no mínimo, postula uma causalidade livre "milagrosa" (p. 121). Seguindo Descartes, acusado por Mário de vícios semelhantes, Kant teria provocado "a distorção de nossa consciência humanista", sendo assim responsável pelo rompimento da comunicação, dentro da vida do espírito, entre razão e liberdade" (p. 125). Kant criou um fosso entre razão e liberdade, fosso que não conseguiu cobrir – impedindo assim um retorno ao humanismo platônico do pensamento germânico que, a partir de Hegel, descambou para o dialético. (I 3 5). Kant teria ignorado a dialética mas "ignorou também, como Hegel, o processo educacional" (148). A opinião de nosso amigo, à página 248, que "Kant perfilhou-se ao grupo de filósofos que, como Descartes, estavam interessados na conquista do universo físico, do poder, e relegava a um segundo plano os problemas do espírito e da moralidade" – alinha-se, segundo creio, com a áspera crítica daqueles que, como já notei, vêem em Kant um prussiano inimigo da liberdade, anunciador do totalitarismo e profeta das "estruturas de poder". Estas estariam hoje configuradas na sociedade americana que repudiou os elementos afetivos, de philia, de amor, de paixão, de Eros platônico presentes na alma do filósofo antigo que participava do drama da busca da verdade e era personagem na tragédia da existência (279). Em conclusão, Descartes, Kant, Hegel, Husserl fazem parte de "uma série de gigantes cujas pernas são de louça: o que vai acontecer quando essas pernas se quebrarem?" pergunta nosso velho amigo (307)... Basta, por enquanto. Por mais que admire a obra de Mário Vieira de Mello não posso aceitar esse áspero ataque ao Kantismo e compreendo o ardor da polêmica que ocorreu, em certo momento, entre Merquior e Vieira de Mello, em torno de Platão, com respingos para o lado de Kant. Julgo o ataque profundamente injusto e incompatível com os próprios postulados do edifício filosófico que Mário ergueu através de sua longa produtividade de pensador "conservador". Não me admira, no entanto, que após tão complexa evolução, tenha ele atingido um ponto em que propõe como paradigma para nossa sociedade a monarquia absolutista anglicana do tempo da rainha Elizabeth e do rei Jaime Stuart...
Mário admite que a concepção dinâmica que tinha Platão do universo físico está mais próxima das consepções da física moderna do que a concepção aristotélica.

Olavo de Carvalho
O terceiro pensador brasileiro que considero de particular relevância nos debates atuais que possam se desenvolver em torno de Kant é Olavo de Carvalho. O filósofo paulista faz diversas referências ao de Koenigsberg em sua obra de grande impacto polêmico, num sentido que não consigo exatamente definir. EmO Imbecil Coletivo, que é de 1996, com várias edições posteriores, Olavo já acentua que "uma consciência moral cindida, que afirma no plano da conduta o que nega no dos princípios, é uma herança moral do kantismo", argumentando que a contradição entre a metafísica de Kant e o imperative categórico, ao qual o homem "deveria curvar-se simplesmente porque sim", cria um "abismo entre inteligência e vontade", nunca superada pelo filósofo. Com isso teria Kant exercido grande influência no positivismo e, particularmente, em Weber. Através do positivismo, teria influenciado o nascimento das ciências sociais que "cultivam um relativismo metódico".
Em O Futuro do Pensamento Brasileiro, que é de 1997 (Faculdade da Cidade Editora, Rio), volta Olavo de Carvalho à crítica de Kant que, "na pacata Koenigsberg, promove em silêncio uma revolução de conseqüências ainda mais devastadoras" do que aquela que ocorria em Paris, na mesma época. A crítica de Olavo se dirige então ao que alega seja a "universalidade do subjetivo" na filosofia do Mestre prussiano. Ele acusa Kant de haver, por sua universalização do subjetivismo, colaborado no que descreve como "o ciclo de dissolução da consciência individual na suposta consciência coletiva"...
Esse tipo de acusação me parece semelhante à que atingiu a teoria de Jung sobre o "Inconsciente Coletivo" e, por extensão, sobre toda a psicologia analítica moderna. Descobriu-se, no método analítico, até mesmo uma versão racista da noção de "alma da raça" ou "espírito do povo" (Volksgeist) que contaminou o Idealismo germânico a partir de Fichte e Hegel. É um mistério, no aprofundamento do qual certamente não vou tentar penetrar, que a meditação de Kant tenha podido evoluir para interpretações progressivamente mais românticas e nacionalistas, nas duas primeiras décadas do século XIX, dando origem ao monstro ideológico que ameaçou a humanidade no século seguinte. A semente talvez estivesse em Rousseau. Certamente, havia raízes mais remotas do que o Jacobinismo de 1793 – raízes de fundo religioso. É de se lamentar, quiçá, que não tenha Kant mais claramente enfatizado sua simpatia com o papel de Hume em livrá-lo do "sonho dogmático", em detrimento de Rousseau. Mas não é aqui o momento de me aproximar desse perigoso tema – bastando retornar à opinião que uma injustiça é cometida quando se coloca Kant como responsável pelo absolutismo autoritário germânico com suas raízes na Prússia.
Em vários outros momentos de sua obra, Olavo parece insistir em sua crítica ao subjetivismo kantiano. Ele criaria uma "espécie de supra-consciência que transcende todas as consciências individuais" e que, não podendo ser divina, "só pode então ser a consciência da comunidade humana, substancializada, personalizada e tornada mais consciente do que os indivíduos" (opus cit., p. 138-139). Olavo explica assim a afinidade que Lucien Goldmann descobre entre kantismo e marxismo – do mesmo modo como entre Kant e Rousseau, cuja noção de "Volonté Générale" ele, ao que parece, teria absorvido. Não desejo, contudo, me aprofundar na análise dessa crítica da crítica kantiana – pois em outra parte desta obra tento penetrar e debater o problema central do subjetivismo. Desde logo insisto que é o liberalismo, e não o coletivismo, o que descubro em germe no kantismo, por mais que certos de seus aspectos possam ser ambíguos.
Kant e o Subjetivismo.

Conclusões
Lembro desde logo que, no meu entender, a postura correta no vestíbulo de toda meditação filosófica é aquela que, em face do dualismo "eu e o mundo", parte do Subjetivo, antes de contemplar o Objetivo. Nisso me coloco dentro da augusta linhagem da "filosofia perene". É a trilha que, a partir de Heráclito/Sócrates/Platão, passando pelo "in interiore homine habitat Veritas" de Agostinho, o cogito de Descartes, o ceticismo de Hume e o subjetivismo do imperativo de Kant, até chegar ao Perspectivismo de Nietzsche, ao intuicionismo de Bergson, à metafísica de linguagem de Wittgenstein, às intuições mais avançadas da física moderna que introduzem o observador como elemento essencial de toda observação, e à psicologia analítica e introspectiva de Jung – depois de pular, inclusive, por cima do alegado autismo de Berkeley – percorre toda nossa afanosa e louca procura da sedutora, caprichosa e fugaz Aletheia.
Para concluir, desejo propor tentativamente o seguinte: a Lei moral fecunda, expressão da liberdade eterna do espírito, é um poder criador no tempo . No tempo futuro. A ação humana é poder de criação temporal e leva em consideração nossos planos e fins no futuro – e, por conseguinte, é afetada pela causalidade final. A Humanidade que seremos no futuro, depende das decisões particulares que tomamos constantemente no momento em que vivemos, aqui e agora. O determinismo do passado que manda no presente se transforma, agostinianamente, na liberdade que se projeta sobre o futuro. A determinação da vontade livre do homem, por força de uma "causalidade interior livre" – o que quer dizer, uma autodeterminação em razão de uma virtude interior – se processa sob a forma de projeção do julgamento subjetivo para um plano objetivo transcendente. No meu entender – posso estar errado, mas é esta minha interpretação do imperativo de Kant – é esse plano que fixa os valores determinantes da lei moral. Sua virtude tríplice é a que se exprime como fé, como esperança e como amor. O Imperativo categórico seria, então, alimentado substancialmente pelas três virtudes ditas sobrenaturais – ou, melhor ainda, pelas virtudes que poderíamos qualificar de "transcendentes"3 . Tais virtudes servem de fundamento a priori do Imperativo moral kantiano.
A causalidade livre da lei moral não é determinada pelo evento passado, é determinada pela meta futura. É uma causa final, uma teleologia. Armada a partir de um plano de "redenção" e "perfeição" que se pretende realizar pelos séculos dos séculos, a lei moral nos obriga por força do destino transcendente do Homem, destino que admitimos existir, precisamente, quando movidos pela esperança. E é a esperança que, conforme propunha Agostinho, informando nossa peregrinação na Terra em direção ao paradigma que se consubstancia no símbolo da "cidade de Deus", gera a fé e o amor. Na perspectiva do Eu moralmente consciente e racionalmente determinado, válido é o intencionalismo. Agimos, em virtude de alguma intenção futura que, por força da nossa fé "no que não se vê" mas se espera, revela sua conformidade com o imperativo da razão prática. Nenhum "dever" é obedecido se não se sustenta, previamente, na fidelidade a um código determinado de comportamento considerado válido, qualquer que seja a angústia da dúvida quanto a seus meios na ação. Do mesmo modo, o dever implica a esperança prévia que seu mandamento corresponde a um princípio que será, no futuro, confirmado como correto. E exige, simultaneamente, uma relação afetiva positiva para com o objeto da ação que se seguirá ao cumprimento desse dever.
E é a esperança que, conforme propunha Agostinho, informando nossa peregrinação na Terra em direção ao paradigma que se consubstancia no símbolo da "cidade de Deus", gera a fé e o amor.
É nesse sentido que podemos conjeturar cada vida, cada pessoa humana, cada alma singular como introduzindo, no universo, um quantum de indeterminação que o afeta por todo o sempre. O universo não pode estar absolutamente determinado, enquanto exista esta parcela infinitesimal de liberdade. E nessa visão, nessa perspectiva filosófica transcendental kantiana em que nos devemos colocar, é que poderíamos construir uma espécie de utopia, inspirada no "milenarismo filosófico" promovido por Kant. A visão utópica projetada sobre o futuro implica que cada um de nós, mulheres e homens, carrega como sentido último da existência na transitoriedade de nosso triste, problemático e peregrino percurso terreno, a missão ou dever de contribuir para o edifício de cultura universal.
A cultura é a grande obra final que constrói a humanidade no gozo de sua liberdade e nas condições restritivas de sua responsabilidade moral, diante da inextricável problemática da dúvida na escolha. Uma outra célebre frase de Kant muito nos ilumina sobre seu temperamento e suas convicções. Podemos utilizá-la como conclusão desta meditação ético-culturalista. Ela traduz algo que sinto comoprofundamente verdadeiro em minha própria meditação existencial:
"Sonhei e pensei que a vida é beleza. Acordei-me e me convenci que ela é dever"

THE KANTISM IN BRAZIL
José Osvaldo de Meira Penna
Ideas of Brazilian important thinkers about Kant are presented in this paper. Primarity, the 6th chapter of Antonio Paim's book, "History of Philosophical Ideas in Brazil" is commented. In this book, the author deals with the begirimings of Kant's influence in our country, and emphasizes the kantian  themes from aspects such as those related to moral and culturalism. In José Guilherme Merquior, the postulated dichotomyn between negative freedom and positive freedom is emphasized, whit in Mário Vieira de Mello a cristicism involving kantism in shoon. Finally, Olavo de Carvalho, Brazilian thinker of particular relevance in nowadays debates about Kant is presented. The conclusion of the text lies on Kant and the subjectivism.
Key words: kantism; moral; liberty; culture; subjectivism.


1 É o que procuro determinar na análise do "Caráter Nacional" que atrevidamente empreendi na obra Em Berço Esplêndido.
2 Essa ênfase atrai particularmente minha simpatia, eis que foi Mário quem, primeiramente, e isto no final da década dos cinquenta, me chamou a atenção para o trabalho monumental do pensador americano, de origem alemã, que pessoalmente cheguei a conhecer numa visita a Munique em 1962. Incidentalmente, Ordem e História assim como outras importantes obras de Voegelin nunca foram traduzidas



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http://www.unopar.br/portugues/revfonte/v3/art6/art6.html

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3 O surgimento da Sociologia como ciência




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Peça infantil "A Bela e a Fera" é atração no teatro Brasil Kirin na semana das crianças. Em Campinas-SP.


Peça infantil "A Bela e a Fera" é atração no teatro Brasil Kirin na semana das crianças

Espetáculo da Cia. Arte & Manhas, de Campinas, terá sessões nesta quarta (8) e quinta (9), às 16h e às 19h30
"A Bela e a Fera", tradicional conto francês de Jeanne-Marie Le Prince, ganha adaptação para os palcos da Cia. Arte & Manhas, de Campinas, e será apresentada no teatro Brasil Kirin nesta semana que antecede o Dia das Crianças, na quarta (8) e quinta (9), em dois horários: às 16h e 19h30.
Na história, o Príncipe Adam recebe um feitiço, onde só terá a beleza de volta quando alguém tiver um amor verdadeiro por ele. Já sem esperanças, afinal, não apenas lhe tiraram a beleza como também o transformaram em uma verdadeira Fera, eis que conhece uma linda princesa, Bela.
Com fidelidade ao conto e interação com a plateia, o espetáculo mescla atores, bonecos e efeitos especiais, principalmente nas cenas do castelo, com Bule, Castiçal, Xícara e Relógio, que outrora funcionários do reino, agora são atrapalhados amigos de Bela.
Cenários com mais de 10 metros reproduzindo de forma fiel um castelo real, os detalhes dos figurinos e trilha sonora composta especialmente para a peça, trazem encantamento à montagem.

Sobre a Arte & Manhas
Com um repertório de 16 espetáculos infantis, a Arte & Manhas é uma das principais referências em teatro para os pequenos, tanto pela quantidade de seu repertório - um dos maiores do Estado de São Paulo - quanto pela técnica usada no desenvolvimento das peças: interação com a plateia, músicas envolventes e cenários elaborados para encantar o público.

Entre os sucessos da companhia estão os clássicos: "A Viagem de um Pequeno Príncipe", "Cigarra X Formiga: a Disputa", "A Princesa e o Sapo", "A História de Dona Baratinha", "A Tartaruga e a Lebre", "João e Maria perdidos na Floresta", "Chapeuzinho Vermelho em: Uma Surpresa para o Logo", "Um Pequeno Cravo e uma Linda Rosa", entre outras.
Além de teatro, a empresa de empreendimentos culturais também desenvolve oficinas de arte-educação, além de personagens artísticos, monitores e arte-educadores em eventos.

Serviço:

Teatro infantil - "A Bela e a Fera"
Local: Teatro Brasil Kirin. 3º piso do Iguatemi Campinas. Avenida Iguatemi, 777, Vila Brandina - Campinas. (19) 3294-3166
Data: 8 e 9 de outubro
Horário: sessões às 16h e 19h30
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) - crianças até 1 ano e 11 meses, no colo do responsável são isentas de pagamento
fonte:http://www.campinas.com.br/cultura/2014/10/peca-infantil-a-bela-e-a-fera-e-atracao-no-teatro-brasil-kirin-na-semana-das-criancas

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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Resumo do livro: “O que é Direito?” de Roberto Lyra.






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Preste muita atenção nas dicas que separamos para você e evite dores nas costas.

Preste muita atenção nas dicas que separamos para você e evite dores nas costas.
Mesmo quem não sofre com dores nas costas experimenta algumas vezes dores no corpo, principalmente na coluna. A razão disso é a má postura, gerada por situações e ações comuns do dia a dia. Carregar a bolsa, adaptar-se aos assentos do carro e do trabalho, movimentos impensados, entre outros, vão levando a probleminhas que podem causar dores na coluna e até lesões mais sérias.
Seguem abaixo oito dicas de posturas em diferentes ambientes, para você tomar cuidado em seu dia a dia e evitar dor nas costas.
Postura evita dores nas costas

8 dicas para evitar dores nas costas:
Na cadeira do trabalho
Aqui, normalmente são vários os pontos que merecem atenção. Primeiro, a região lombar costuma não ter apoio, o que faz com que os quadris sejam jogados para frente. Sentar-se assim com as costas, e não com o bumbum, faz com que o pescoço fique mais esticado do que o normal para enxergar a tela, que não fica no nível dos olhos. Além disso, a falta de apoio no cotovelo cria uma tensão adicional nos ombros.
Bolsa nos ombros
Causa desequilíbrio, pois traz alterações musculoesqueléticas pela sobrecarga de um dos lados, principalmente quando a bolsa é muito pesada, atitude comum entre as mulheres.
Salto alto
Os pés influenciam diretamente a coluna. Uma pisada ruim gera tensões desorganizadas. O salto gera uma pisada em desequilíbrio, pois a base anterior fica apoiada, trazendo os quadris para frente, o que gera dores na região.
Movimentos do dia a dia
O principal problema está na combinação de flexão e rotação. Lesões diversas ocorrem, desde pinçamentos e contraturas musculares, fazendo ações do cotidiano, como agachar para pegar algo, deitar ou levantar da cama.
Agachar da forma errada
Dobrar os joelhos e descer em direção ao chão com a coluna reta evita sobrecarga na região lombar e deve ser feito mesmo quando não se vai levantar peso. Agachar rapidamente e esticar-se para pegar algo é arriscado e pode levar a estiramentos.
Relaxar no sofá
Pode soar perfeitamente normal se JOGAR no sofá após um dia de trabalho, mas esse hábito cria desconfortos musculares. Os principais problemas são sentar apoiando a região lombar e não o bumbum, sofás altos para pessoas baixas e baixos para pessoas altas – dificilmente um modelo atende às necessidades de todos de uma mesma casa. Se possível, tente colocar um apoio nos pés para manter os joelhos em 90 graus e apoie a lombar. Pode ser com a ajuda de uma almofada.
Postura no carro
Quem passa muito tempo no trânsito precisa levar em conta que a postura no carro pode influenciar no equilíbrio do corpo. Mantenha a região lombar bem apoiada, o banco numa inclinação de 100 ou 110 graus e numa altura razoável sem que as pernas tenham de ficar muito esticadas para que os pés alcancem os pedais.
Cicatrizes
Os cortes feitos na musculatura e nos tecidos causam tensão na região, que será compensada de outra forma. É normal tensionar alguma região do corpo após cirurgias plásticas, por exemplo. Mulheres que se submeteram a IMPLANTES de silicone podem tensionar os ombros. A médio prazo, haverá dores.
Fonte:  Saúde Terra


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Legislação Educacional, por Prof. Dr. Jair dos Santos Jr SANTOS JR Consultoria Educacional



Legislação para Professores

LEGISLAÇÃO FEDERAL
Constituição da República Federativa do Brasil
Lei Federal n.° 8.069 - Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
Lei Federal n.° 9.394 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Lei Federal n.° 10.172 - Aprova o Plano Nacional de Educação
Lei Federal n.°10.436 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
RESOLUÇÕES
CNE/CEB nº 02/98 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
CNE/CEB n° 03/98 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
CNE/CEB n° 03/99 - Diretrizes Nacionais para o funcionamento das Escolas Indígenas
CNE/CEB nº 01/00 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos
CNE/CEB nº 02/01 - Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - PCN
Ensino Fundamental - 1.° a 4.° séries
Ensino Fundamental - 5.° a 8.° séries
Ensino Médio
TESTES SOBRE LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
100 Questões Sobre Legislação Educacional
Simulado Online - Pedagógico e Legislação



fonte: http://www.santosjunior.com.br/index.php/principais-legislacoes

Prof. Dr. Jair dos Santos Jr
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(19) 3468 4364
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domingo, 5 de outubro de 2014

OS LIMPOS DE CORAÇÃO ESTÃO EM EXTINÇÃO! Por Fabio Campos





Texto base: Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida”. – 1 Timóteo 1.5 (AFC)


Eu creio que a igreja não está vivendo somente uma crise doutrinária. Falta pureza e um cotidiano mais simples. Muita gente “sacrificando sem obedecer”. O desejo de ser evidenciado pelos homens tem tomado o lugar do desejo verdadeiro em agradar a Deus. Não há mais choro pelo próprio pecado e nem o desejo de santificação.

Uma fé fingida – relacionamentos superficiais – preocupação com o próximo apenas por aquilo que ele pode retribuir. Piedade de boca, carregada de carinho - exegese ortodoxa - longas orações com lágrimas e soluços – simples protocolos demandados por uma comunidade cristã, mas na grande maioria das vezes, sem o fogo ardente e sincero; mas já que é um mandamento, então vamos, pelo menos parecer isso, para que possamos ser conhecidos como discípulos.

O interessante é que Deus ama não porque é amado! Ele ama porque é amor! Nada o Senhor encontrou em nós digno da sua misericórdia. Ele não foi seletivo devido nosso desempenho e nem o quanto O amávamos; pelo contrário, provou o seu amor para conosco que Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores. Se o amor procede de Deus, logo, então, precisamos amar-nos uns aos outros. Ainda que tenhamos o apreço dos homens - o galardão da comunidade - se não amarmos de fato - não conhecemos a Deus, pois Ele é amor. Somente desta forma permaneceremos nEle e Ele em nós. Quem não ama está nas trevas!

Às vezes vejo mais graça nos lábios e misericórdia no coração naqueles que não pertence a uma igreja evangélica. Acolhimento, doçura no falar, misericórdia para com os erros, e etc., é mais constante na casa de um gentil (assim rotulado por nós). Podemos aprender com Cornélio, centurião romano, o qual foi a princípio renegado por Pedro por ser gentil. Mas tanto ele como sua família, era piedoso, temente ao Senhor e que dava muitas esmolas ao povo e orava continuamente a Deus.

Você já pensou se Deus escolhesse através do merecimento aquele a quem Ele amaria? Nós somos seletivos a quem devemos amar e nos aproximar. Talvez a prudência legitime esta atitude [da proximidade]. Todavia, outros, visam seus interesses em jogo. O tempo passa e tal pessoa não poderá me ajudar no que eu projetei, então não convém perder meu tempo com alguém assim. Não! Amar a Deus neste caminho é impossível, pois mentiroso seremos tidos, por dizer, que amamos a Deus a quem não vemos, deixando de fazer o bem (sabendo fazer) por aquele o qual vemos.

Mas quem subirá ao monte do Senhor? “Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente” (Sl 24. 3-4). O ministério, os dons, a vocação, nada são se não houver “o amor de um coração puro, de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1 Tm 1.5). Somente os limpos de coração verão a Deus (Mt 5.8).

O “movimento pietista” foi mal compreendido por muitos no decorrer da história. Creio que sua essência tem muito a nos ensinar. Ou seja, um cristianismo autêntico e uma fé viva, eram alguns de seus pilares. Como disse Calvino: “Porque o evangelho não é uma doutrina de língua, mas de vida”. Diziam que a “pureza do ensino e da doutrina seria melhor mantida pelo arrependimento genuíno e pelo viver santo do que nas disputas teológicas e nos livros de teologia sistemática” [1].

Não devais nada a ninguém a não ser o amor. Certamente! Estou em falta! A igreja de um modo geral (a exceções isoladas) precisa de mais pureza – de uma alma mais leve, purificada pelo Espírito Santo - pois somente assim estaremos obedecendo à verdade, aperfeiçoados nas boas obras que é, o amor fraternal (e não fingido); aquele que ama uns aos outros de um coração puro (1 Pe 1.22).

Que Deus nos ajude a cuidarmos de nossa família na fé, levando em conta que Deus acolheu para si (Rm 14.1) aquele que rejeitamos deliberadamente.

'Os pobres de espírito veem e se alegram. Oh! Vocês que procuram por Deus, tenham coragem! Pois o Eterno ouve os pobres, Ele não abandona o infeliz'. - Salmos 69. 32-33 (A mensagem; E.P).

Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,

Soli Deo Gloria!

Fabio Campos
______________________________

Notas:
[1] OLSON, Roger. História da teologia cristã. São Paulo-SP: Vida Acadêmica, p. 490.

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sábado, 4 de outubro de 2014

PSICOPATAS NO PODER I



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O Liberalismo Antigo e Moderno Autor: José Guilherme Merquior Tradução: Henrique de Araújo Mesquita. Indicação de leitura do editor do Blog.

Exibindo

Rua França Pinto, 498 - Vila Mariana - São Paulo/SP - CEP 04016-002  |   (11) 5572-5363









"Eu admirava em Merquior um dos espíritos mais vivos e mais bem informados de nosso tempo."
Claude Lévi-Strauss

"Este livro de José Guilherme Merquior é uma pesquisa incisiva e estimulante sobre a história e evolução da teoria liberal desde o século XVII ao tempo PRESENTE. Combina uma enorme riqueza de informações – surpreendentemente condensada – com penetrante apresentação dos temas centrais do liberalismo. Merece, assim, os mais altos elogios."
Ernest Gellner

"Um livro importante sobre um movimento fundamental da política moderna... Escrito com erudição, ironia e paixão."
Pierre Manent (Collège de France)

"Merquior força-nos a lembrar que o liberalismo tem sido um movimento internacional. Este livro é um tour de force, o produto de uma mente poderosa e elegante inteiramente à vontade em meio a um extraordinário número de culturas."
John A. Hall (Harvard University)



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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Por que estudar uma língua estrangeira? Por Roberta Clarice Leite.




Por que estudar uma língua estrangeira?

Há um ditado tcheco que diz: “quanto mais línguas você saber falar, mais vidas você viverá”. Essa frase faz uma alusão explicita à questão da fluência em outros idiomas. Uma ferramenta importante para a comunicação entre diferentes culturas. Hoje em dia, o mundo tornou-se pequeno porque há uma maior facilidade de obter informação e contato com diferentes partes do globo.
O indivíduo inserido neste contexto, passa a considerar o estudo de idiomas como uma ferramenta necessária para a comunicação. Isto é facilmente compreensível. Na esfera profissional, é inegável que em muitas situações o domínio de uma língua faz a diferença, seja na vaga de um emprego, seja na possibilidade de intercâmbio e relações de negócios entre países.

A correspondência é tão forte que a força do uso de um idioma estrangeiro muitas vezes reflete o poder econômico do país no qual aquela língua é a oficial. O inglês por exemplo, se estabeleceu como forte ferramenta de comunicação em incontáveis partes do mundo e até hoje mantém seu lugar. Um curso de inglês passou a ser um curso de especialização quase que obrigatório para vários tipos de profissionais.

Com a ascensão econômica da China nos últimos anos, o mandarim passou a ser mais visto. No Reino Unido, depois da língua espanhola, o idioma dos chineses é o mais procurado.  Na maior parte dos exemplos, empresas multinacionais fazem intercâmbios de profissionais, contratam especialistas de culturas diferentes, seja para trocar conhecimento ou para alargar o comércios entre países. E, entender como um povo pensa, faz parte da ação de marketing e de investimento. Mais uma vez a língua é a ferramenta chave.

No caso do indivíduo não ter aspirações profissionais altas, mesmo assim, a fluência e o estudo de uma outra língua abre um leque de possibilidades. O amadurecimento pessoal é enriquecido. Estudar uma língua não se resume apenas a saber pronunciar bem e entender como aquela nova gramática funciona. Na verdade, a cultura do país que tem a língua como oficial vem junto. A música, a literatura, as tradições locais, a gastronomia, ao estudar um novo idioma todas essas referências vêm junto.

A tecnologia funciona como um papel relevante neste aprendizado, porque além de possibilitar o contatos entre pessoas de diversos países através de um clique, colabora para a formação de uma cadeia social com novos amigos e muitas vezes essas relações provocam mais uma vez o interesse pelo estudo de outra língua.
Por fim, mas não menos importante, as viagens são exemplos clássicos para demostrar como saber uma língua estrangeira pode ser a peça chave. Não pagar micos, ser mais independente, poder vivenciar mais a atmosfera estrangeira, entender mais a cultura local. Ou seja, há motivos de sobra para adentrar o universo das línguas.


 Roberta,



fonte:



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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Julio Severo: Entrevista com Don Hank: Interpretando o que está ...

Julio Severo: Entrevista com Don Hank: Interpretando o que está ...: Entrevista com Don Hank: Interpretando o que está acontecendo com os EUA, Europa e Rússia hoje Julio Severo Como um evangélico conser...

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QUINTILIANO E A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA



QUINTILIANO E A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA
Davi
Euclides
Fabiano
Mauro
Rosana


Marco Fábio Quintiliano (40-118)
Quintiliano nasceu em Calahorra, situada na Península Ibérica, na época província romana da Hispânia, onde atualmente se localiza a Espanha, no século I, d.C. tendo sido ainda jovem atraído para ROMA, Capital do império, onde foi discípulo de Palêmon, gramático de ROMA que gozou de grande reputação no século I e de Domício Áfer, um orador latino. Dessa forma Quintiliano tinha uma grande formação pessoal, dominando a gramática e a oratória,   sendo um dos mais respeitados pedagogos romanos, além de ser um jurista, tendo lecionado na escola retórica, fundada em ROMA (O Império Romano teve grandes vultos, muitos deles famosos pela eloqüência empregada nos discursos, com destaque para os juristas e os membros da classe política)
Durante o reinado do imperador Vespasiano, obteve o cargo de professor. Após deixar o ensino, Quintiliano redige o De Institutione Oratoria, verdadeiro tratado de educação intelectual e moral, com ênfase na pessoa do mestre que deverá ser uma pessoa de caráter, retidão e de ciência, na medida em que as suas atitudes e conduta influenciarão de forma determinante o desenvolvimento do aluno (VASCONCELOS, 2002).
De Institutione Oratoria é composto por doze volumes, numerados de I a XII, e propõe-se a formar o orador, através da exposição pormenorizada dos objetivos da educação, dos programas e das metodologias a adotar. O volume I é consagrado à educação da criança na família e na casa do gramático, onde permanece até cerca dos dezesseis anos de idade, altura em que é guiado até aos cuidados do professor de retórica.
Quintiliano opõe-se à preceptoria particular e considera que a criança deverá começar a frequentar a escola o mais cedo possível.
Quintiliano alerta para a necessidade de se identificarem os talentos nas crianças e coloca a problemática das diferenças individuais (no que se refere às capacidades e ao caráter) e das formas de procedimento a adotar perante elas, devendo o mestre observar cada criança individualmente, respeitando-a e avaliando sua índole a fim de estabelecer o  tipo e grau de complexidade das tarefas que deveriam ser  apresentadas. Para Quintiliano os infantes eram  em sua grande maioria, talentosas para falar devendo esse talento ser estimulado.
Assim sendo, ficava comprovada a importância de se preocupar com a formação oratória da criança desde cedo, para que seu talento não viesse a desaparecer por falta de estímulos.
Sugere que os alunos sejam distribuídos por classes logo a partir da escola primária, além disso, que a educação das crianças não devia ser realizada de forma a impor-lhes tarefas, cuidando principalmente dos mais jovens, incutindo neles o amor aos estudos, o estudo deveria ser para eles, então, como um divertimento; tinham de ser questionados e elogiados quando fizessem um bom trabalho. Por outro lado, quando estivessem desestimulados, era necessário criar um clima de competição entre os alunos, fazendo com que acreditassem que seus amigos eram melhores, a fim de serem instigado a dar o melhor de si nas atividades propostas pelo mestre. Refere ainda a importância do aproveitamento da memória do aluno como peça-chave do processo educativo. 
Quintiliano via a leitura como algo que deveria ser apresentada gradativamente as crianças, a fim de que elas absorvessem informações com facilidade e fossem capazes de formularem questões. Quintiliano acrescenta que os alunos necessitariam de intervalos destinados ao descanso, Aconselha, todavia, que haja uma medida para os descansos, pois estes, se negados, criam ódio aos estudos, e, se oferecidos em demasia, o hábito da ociosidade.
Para Quintiliano, o estudo deve ser então, uma atividade prazerosa. O autor condena também os castigos corporais, os quais eram fortemente empregados tanto na educação grega quanto na romana como forma de o mestre firmar sua autoridade. Considera os castigos inúteis e, além disso, afirma que se os mestres efetivamente conduzissem as crianças a cumprirem suas obrigações, não haveria necessidade de castigá-las.
A pedagogia de Quintiliano VISA como ele mesmo afirma, à formação de um aluno que seja ele mesmo capaz de buscar o conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEREIRA, M. A. Quintiliano gramático: o papel do mestre de Gramática na Institutio oratoria. São Paulo: HumanitasFFLCH/USP, 2000.
ROSA, M.G. -  História da Educação através dos textos. São Paulo: Editora Cultrix, 1971.
SABIONE, N. Considerações sobre a formação inicial do orador e o ensino de língua segundo Quintiliano. Disponível em: <http:// www.iel.unicamp.br/revista/index.>. Acesso em: 11/03/2011
VASCONCELOS, B. A. “Quatro princípios de educação oratória segundo Quintiliano”, inPhaos - Revista de Estudos Clássicos, vol. 2, 2002.

http://www.fernandosantiago.com.br/davi_euclides_fabiano_mauro_rosana.htm

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Pedagoga/o pode concorrer à cargos de Inspeção Educacional com um diploma contendo as novas diretrizes do curso de 15/05/2006

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE 2006. (*) Institui Diretrizes Curriculares Nacionais ...