quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

“Ideais Traídos”, livro de memórias escrito pelo General Frota

Ideais Traídos ou De Volta Para o Futuro

“Ideais Traídos”, livro de memórias escrito pelo General Frota logo após sua demissão por Geisel, e publicado apenas dez anos após sua morte, em 2006, aponta a inserção do autor nas correntes políticas existentes no meio militar na época. Ele afirma que os ideais perseguidos pelos militares desde 1922 e que se concretizaram com a Revolução de março de 1964 haviam sido traídos “[…] por um grupo encostado no poder desde março de 1974, de falsos revolucionários e aproveitadores, que, tendo recebido delegação daqueles verdadeiros idealistas para realizá-los, seguiu em caminho oposto ao esperado, destruindo a Revolução [de 64] e enterrando com ela todas as perspectivas e esperanças de atingir-se, num tempo aceitável, aqueles ideais que visavam arrancar o Brasil do subdesenvolvimento e alçá-lo a uma posição de relevo no mundo, mercê de suas enormes potencialidades.” (FROTA), 2006, p.24-25.

A ideia de que a Revolução de 1964 seria a concretização dos ideais revolucionários de 1922 pode ser encontrada também em “A História do Exército Brasileiro”, publicada pela Biblioteca do Exército em três volumes, cuja organização foi feita pelo Prof. Olavo de Carvalho, de saudosa memória.

 Essa obra mostra que em 1922 teve início um processo de transformação tanto em termos institucional quanto nacional que se realizou plenamente com a Revolução de 31 de março de 1964 e, portanto, todos os eventos deste ínterim constituíram uma preparação para este desfecho.

Geisel e Frota encarnavam duas visões distintas do papel das Forças Armadas no processo político: a adulação aos comunistas com Geisel, e a consciência do perigo comunista com Frota. Geisel demitiu Frota e o Brasil parece não ter recuperado a imunidade para combater e expurgar a visão ingênua de que os comunistas estão preocupados com o país.

Todos os eventos que se desencadearam e levaram à demissão de Frota não passaram de uma farsa a fim de desmoralizá-lo e fortalecer o poder de Geisel, que Frota chamou de “A Farsa de Outubro”. Para ele, esse empreendimento teria sido levado a cabo por um grupo que ele denomina de “grupelho do Planalto”: um grupo de militares mais preocupados com a política eleitoral do que com as questões concernentes à defesa nacional, vocação primeira dos militares. Este grupelho era liderado por General Ernesto Geisel, o General Cordeiro de Farias e o General Golbery do Couto e Silva.

Parece que no Brasil o roteiro de nossa história é escrito por traidores e aproveitadores que sempre surrupiam as pessoas que realmente desejam o melhor para a nação. Esses traidores e aproveitadores, para tomar emprestado as palavras do General Frota, existem sim no meio militar e não compreendem a importância da DEFESA DA NAÇÃO contra a ameaça comunista.

Qual grupo prevalecerá no derradeiro ano de 2022?

Allan dos Santos.

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