quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Teoria da Estupidez, e o Imbecil Coletivo.






O homem que descobriu que lavar as mãos salvava vidas – e foi ridicularizado por isso

Ignaz Semmelweis, um médico húngaro do século XIX, percebeu como combater uma misteriosa febre pós-parto que estava a matar muitas mulheres numa enfermaria. A culpa era dos seus colegas que não lavavam as mãos. Acabou ostracizado num manicômio
Teoria da Estupidez.

Sempre e inevitavelmente, todos subestimam o número de indivíduos estúpidos em circulação.

Essa lei parece muito vaga e simplista, mas o fato é que pessoas que julgávamos racionais e inteligentes se revelam espantosamente estúpidas. Frequentemente somos surpreendidos por pessoas estúpidas. Logo em seguida, Cipolla invoca a sua segunda lei:

A probabilidade de que uma pessoa seja estúpida não depende de suas outras qualidades.

Anos de observação confirmaram que as pessoas não são iguais: umas são estúpidas e outras não. Segundo o autor, é uma característica originada pela natureza e não por fatores culturais, estes que seriam claramente influenciados por leis determinísticas. Ser uma pessoa estúpida é um fator que se tem ou não se tem, como o tipo sanguíneo, a cor da pele ou do cabelo.

O grau de escolaridade não tem nada a ver com encontrar mais ou menos estúpidos em um círculo social determinado. Isso foi confirmado por meio de muitos experimentos realizados em universidades com cinco grupos de pessoas: estudantes, funcionários de escritório, funcionários de serviços em geral, executivos e professores. Ao analisar o grupo de trabalhadores com baixo grau de escolaridade, o número de estúpidos observado foi maior do que eu pensava (primeira lei); em seguida, ele classificou as pessoas de acordo com as condições sociais: pobreza, segregação, educação. Ao analisar níveis mais altos, verificou que a mesma proporção de pessoas inteligentes e estúpidas era encontrada em executivos e estudantes. Resultado: a mesma quantidade de estúpidos cujo número (como vemos na primeira lei) sempre vai superar as expectativas.

Eis então que Cipolla faz uma parada técnica para definir de forma categórica e gráfica uma de suas maiores contribuições, seu famoso diagrama que define suas descobertas, distribuindo os seres humanos em quatro grandes categorias entre o eixo vertical e horizontal. Basicamente, afora os estúpidos, temos outras três categorias:

  1. Os inteligentes, seres que agem em benefício próprio e geram resultados positivos também para sociedade.
  2. Ingênuos, que tendem a beneficiar os próximos e causar malefícios a si próprios.
  3. Bandidos são aqueles que ganham prejudicando a sociedade.

Estes são os principais alicerces da teoria de Cipolla, o diagrama possibilita uma visão ampla da relação de custo-benefício entre os agentes dentro de uma sociedade:

No quadrante inferior esquerdo temos a definição categórica dos estúpidos: são aqueles causam danos aos demais sem gerar ganhos privados. Ao final do presente artigo voltaremos a tal ilustração e suas consequências, mas seguimos definimos as leis de Cipolla, e em sua terceira lei encontramos a regra de ouro que coroa sua teoria:

É estúpido aquele que causa danos a um outro indivíduo ou um grupo de indivíduos, ao mesmo tempo em que não retira de sua ação nenhum benefício para si mesmo, podendo inclusive incorrer em prejuízos.


Bhagavad-gītā 3.26

na buddhi-bhedaṁ janayed
ajñānāṁ karma-saṅginām
joṣayet sarva-karmāṇi
vidvān yuktaḥ samācaran

Sinônimos

na — não; buddhi-bhedam — perturbação da inteligência; janayet — deve causar; ajñānām — dos tolos; karma-saṅginām — que estão apegados ao trabalho fruitivo; joṣayet — deve encaixar; sarva — todo; karmāṇi — trabalho; vidvān — uma pessoa erudita; yuktaḥ — ocupada; samācaran — praticando.

Tradução

Para não perturbar a mente dos homens ignorantes apegados aos resultados fruitivos dos deveres prescritos, o sábio não deve induzi-los a parar de trabalhar. Ao contrário, trabalhando com espírito de devoção, ele deve ocupá-los em todas as espécies de atividades para que pouco a pouco desenvolvam a consciência de Kṛṣṇa.



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