sábado, 17 de fevereiro de 2024

O que é Web 3.0 e como ela se relaciona com o mercado de criptoativos.

A internet está passando por uma nova reformulação, chamada de Web 3.0. Confira o guia do InfoMoney sobre o assunto

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A história é dividida em períodos, e cada um desses intervalos tem suas peculiaridades. A Internet funciona de forma semelhante. No início, a rede mundial de computadores era estática. Depois, virou um grande palco virtual – controlado por grandes companhias – para interação entre os usuários. Agora, passa por uma nova reformulação – e quer ser livre.

Esse novo capítulo da história digital, que vem sendo desenhado pelos profissionais da tecnologia, ganhou o nome de Web 3.0, Web3 ou “web semântica”. Neste guia, o InfoMoney explica o que essa revolução digital significa e qual a relação dela com os criptoativos.

O que é Web 3.0
O que muda em relação à Web 2.0?

Qual a relação de Web 3.0 e criptoativos?

A Web 3.0 tem tudo a ver com os criptoativos por causa da blockchain, tecnologia subjacente que dá suporte para as moedas digitais. É essa tecnologia, cujo primeiro caso de uso foi o Bitcoin (BTC) no final de 2008, que está dando o caráter descentralizado da Internet do futuro.

A blockchain é um grande banco de dados compartilhado que registra as transações dos usuários. Para visualizá-la, pense nela como um sistema operacional rodando em diversos computadores espalhados pelo mundo. Todos os participantes (chamados de “nós”) podem ver e inserir dados, desde que sigam algumas regras pré-estabelecidas.

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A diferença com um programa tradicional é que a blockchain, em seu formato público, não é controlada por uma entidade. Além disso, seu sistema é imutável – ou seja, a partir do momento que uma informação é registrada, não dá para alterá-la. Isso é possível por causa da forma como seu código foi criado, e de seus algoritmos.

Aplicativos descentralizadas (dApps), finanças descentralizadas (DeFi)tokens não-fungíveis (NFTs), metaverso e criptomoedas rodam nesse novo sistema.

“A Web 3.0 se trata da descentralização da internet como conhecemos, movendo de um contexto monopolizado por grandes instituições para outro no qual a rede é construída, operada e possuída pelos seus usuários. Para tornar essa descentralização possível, é necessário abraçar uma nova infraestrutura tecnológica, que nesse caso é a blockchain”, disse Bruno Diniz, diretor da Financial Data & Technology Association (FData) e sócio da Spiralem Innovation Consulting.

Criptoativos da Web 3.0

Alguns criptoativos estão tentando acelerar a construção da web do futuro. Por isso, ganharam o apelido de tokens da “Web 3.0”. Conheça alguns dos principais.

Polkadot (DOT)

A Polkadot saiu do forno em 2016 com a pretensão de ser a base da Web3. Além disso, também assumiu o difícil papel de ser uma ponte entre as blockchains, resolvendo um dos grandes problemas do mercado: a interoperabilidade das plataformas. O projeto foi criado por Gavin Wood, aquele que lá em 2014 ajudou a definir como deve ser a Web 3.0, e ajudou a construir o Ethereum.

Basic Attention Token (BAT)

Quando você navega por buscadores padrões, como o Google, geralmente é bombardeado por anúncios. Em 2015, para lidar com esse problema, Brian Bondy (cofundador do navegador Mozilla Firefox) e Brendan Eich (criador da linguagem de programação Javascript) lançaram o Basic Attention Token. O BAT roda no Ethereum e está associado ao navegador Brave, que, por padrão, remove a publicidade. Os usuários do Brave, no entanto, têm a opção de participar de um programa para ver anúncios privados; em troca, eles ganham tokens BAT, que podem ser guardados ou trocados por moeda fiduciária.

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Livepeer ([ativo=LPT])

A Livepeer é uma plataforma de streaming de vídeo totalmente descentralizada e de código aberto. Foi criada em 2017, na rede Ethereum, para ser uma alternativa às ferramentas oferecidas por big techs, como Google e Amazon. Seus fundadores são Doug Petkanics (cientista da computação), Eric Tang (engenheiro elétrico) e Yondon Fu (cientista da computação).

BitTorrent (BTT)

O BitTorrent é um famoso sistema de compartilhamento de arquivos. Foi projetado em 2001 para facilitar a transferência peer-to-peer (ponto a ponto) e ainda hoje movimenta grande parte do tráfego da internet. Em meados de 2018, a blockchain Tron (TRX), fundada pelo empresário Justin Sun, comprou a plataforma e, alguns meses depois, lançou a criptomoeda BTT. O ativo digital é usado tanto para alimentar o BitTorrent como as outras ferramentas descentralizadas do projeto.

Helium (HNT)

A Internet das Coisas (IoT, em inglês) quer conectar os objetos à rede mundial de computadores. No entanto, muitas das soluções atuais, como o Wi-Fi e o Bluetooth, não têm força suficiente para lidar com essa revolução digital. A blockchain Helium foi criada em 2013 por Shawn Fanning (inventor do Napster), Amir Haleem e Sean Carey com a missão de facilitar a comunicação entre os dispositivos e a internet.

Desafios da Web 3.0

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Aprendizagem, melhoria da experiência do usuário e mudanças culturais. Esses são, segundo Tatiana Revoredo, CSO na The Global Strategy e membro fundadora da Oxford Blockchain Foundation, alguns dos principais desafios da Web 3.0.

“Como a Web 3.0 ainda está em seu estágio embrionário, é necessário muita aprendizagem e experimentação na jornada do usuário médio. A falta de design de fácil utilização na Web 3.0 dificulta a experiência do usuário e provoca lentidão em sua curva de aprendizado”, disse Tatiana.

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“Tais fatores são uma barreira significativa para a entrada da maioria das pessoas. E, devido ao tempo necessário para a exploração e desenvolvimento dos códigos de software, bem como o atual foco dos desenvolvedores, percebemos o quanto a experiência do usuário definitivamente está longe de ser a prioridade atual na Web 3.0”, completou.

De acordo com Tatiana, a nova Internet também deve superar obstáculos relacionados à escalabilidade e à usabilidade, bem como a questões comportamentais, visto que os internautas serão totalmente responsáveis por seus dados e seus criptoativos na Web 3.0.

“Isso significa a necessária superação de barreiras culturais e uma mudança de comportamento por parte dos usuários. Eles precisarão aprender o que são carteiras digitais, como as chaves públicas e privadas funcionam e quais as práticas de segurança cibernética mais adequadas. Além disso, devem estar constantemente alerta para esquemas de phishing”, finalizou.

Diniz, da Spiralem Innovation Consulting, também apontou a experiência do usuário como um grande desafio para a Web 3.0. Segundo ele, os obstáculos vão desde o envio, recebimento e transferência de ativos, até a utilização da maioria dos aplicativos e a assinatura de transações.

“Por outro lado, entendo que isso é o que acontece com praticamente qualquer nova infraestrutura que está em processo de pleno crescimento. Tudo isso acaba se traduzindo em oportunidades de negócios”, disse.

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Próximos passos da Web 3.0

Os próximos passo da Web 3.0, segundo Diniz, são o aprimoramento da experiência do usuário, a crescente adoção de novos usuários e a ampliação da relevância de diferentes plataformas ligadas à essa realidade.

“Olhando para o histórico da internet é fácil compreender que estamos em um estágio muito similar aquele que já vimos em outro momento – em que early adopters (indivíduos que usam novos produtos antes da maioria) mergulhavam em um universo de possibilidades e a grande parte das pessoas ainda observava de longe”, falou.

“Em um dado momento, os benefícios de algumas aplicações ficam muito claros (e as soluções tornam-se fáceis de usar) e uma mudança de comportamento em massa acontece”, completou.

Diniz disse ainda que nunca houve um momento de transformações tão rápidas quanto vivenciamos hoje. “Por isso acredito que a virada de chave virá mais rápido do que podemos imaginar. Há muita gente empenhada em colher os benefícios dessa nova corrida do ouro na era digital”, finalizou.

Críticas

A Web 3.0 também é alvo de críticas. Alguns players do mercado dizem que ela é só um “hype”, enquanto outros apontam o dedo justamente para a bandeira da descentralização, que, apesar de ser uma das bases da “criptoesfera”, não é totalmente verdadeira.

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CEO da Tesla, Elon Musk, disse no final de 2021 que a nova Internet parece mais uma jogada de marketing. “Não estou sugerindo que a web3 seja real – parece mais uma buzzword de marketing do que realidade agora – fico me perguntando como será o futuro em 10, 20 ou 30 anos”. Ele falou também o seguinte: “Alguém viu a web3? Não consigo encontrar”.

Em resposta a Musk, Jack Dorsey, cofundador do Twitter, falou que a Web 3.0 “está em algum lugar entre a e z”, uma brincadeira para dizer que a nova Internet já está centralizada nas mãos de gestoras de venture capital como a Andreessen Horowitz (a16z), uma das que mais investem em startups de blockchain que trabalham na construção da Web3.


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