sexta-feira, 16 de maio de 2008

O que é Paradigma?



Paradigma

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Paradigma (do grego Parádeigma) literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.

Estendendo o conceito

Thomas Kuhn, (1922 - 1996) físico americano celebre por suas contribuições à história e filosofia da ciência em especial do processo (revoluções) que leva a evolução do desenvolvimento científico, designou como paradigmáticas as realizações científicas que geram modelos que, por período mais ou menos longo e de modo mais ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para os problemas por elas suscitados.

Em seu livro “A estrutura das Revoluções Científicas” apresenta a concepção de que “um paradigma, é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma”, p. 219 e define “o estudo dos paradigmas como o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade científica na qual atuará mais tarde”, p. 31.

Hoisel autor de um interessante ensaio ficcional, que aborda como a ciência de 1998(?) haveria de se encontrar em 2008, chama atenção para o aspecto relativo da definição de paradigma, observando que enquanto uma constelação de pressupostos e crenças, escalas de valores, técnicas e conceitos compartilhados pelos membros de uma determinada comunidade científica num determinado momento histórico, é simultaneamente um conjunto dos procedimentos consagrados, capazes de condenar e excluir indivíduos de suas comunidades de pares. Nos mostra como este pode ser compreendido como um conjunto de vícios de pensamento e bloqueios lógico-metafísicos que obrigam os cientistas de uma determinada época a permanecer confinados ao âmbito do que definiram como seu universo de estudo e seu respectivo espectro de conclusões adredemente admitidas como plausíveis.

Na comunicação 3 de seu livro “Anais de um simpósio imaginário” Hoisel destaca ainda que uma outra conseqüência da adoção irrestrita de um paradigma é o estabelecimento de formas específicas de questionar a natureza, limitando e condicionando previamente as respostas que esta nos fornecerá um alerta já nos foi dado pelo físico Heisenberg quando mostrou que, nos experimentos científicos o que vemos não é a natureza em si, mas a natureza submetida ao nosso modo peculiar de interrogá-la.

Índice


A comunidade científica

Segundo Kuhn uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma e esta “...ao adquirir um paradigma, adquire igualmente um critério para a escolha de problemas que, enquanto o paradigma for aceito, poderemos considerar como dotados de uma solução possível”, p. 60.

Uma investigação atinente à comunidade científica “de uma determinada especialidade, num determinado momento, revela um conjunto de ilustrações recorrentes e quase padronizadas de diferentes teorias nas suas aplicações conceituais, instrumentais e na observação”, (p. 67). Tais ilustrações são “os paradigmas da comunidade, revelados nos seus manuais, conferências e exercícios de laboratórios”, (p. 68)

Ao longo da história pesquisas e observações são realizadas e muitas vezes como se observa, não se adequam (produzem contradições) ao paradigma vigente e dão origem a um novo. O novo paradigma se forma quando a comunidade científica renuncia simultaneamente à maioria dos livros e artigos que corporificam o antigo, deixando de considerá-los como objeto adequado ao escrutínio científico (p. 209).

Denomina-se interacionismo simbólico a metodologia com que se estuda as distintas comunidades científicas e suas relações, autores como Sazz e Goffman por exemplo pesquisaram como o saber psiquiátrico constituiu-se como as relações interpessoais vivenciadas em instituições. A materialidade e o capital investido nas hierarquias das instituições científicas possuem um poder não menos superior à lógica que orienta as pesquisas científicas e referendam os aspectos ideológicos referidos por Marx nas relações desta (a superestrutura) com a infraestrutura econômica que organiza as sociedades.

Essa metodologia das ciências sociais instalou um modo de ser quase paranóico em relação as comunidades de políticos e intelectuais mas não se pode ignorar a fogueira que queimou Giordano Bruno nem os milhões de dólares que se pode adquirir através dos poderosos meios de comunicação de massa difusores das fantasias que orientam o consumo de bens industriais envolvendo desde o consumo de supérfluos até os produtos e serviços médicos.


Filosofia

Na filosofia grega, paradigma era considerado a fluência (fluxo) de um pensamento, pois através de vários pensamentos do mesmo assunto é que se concluía a idéia, seja ela intelectual ou material. Após a realização dessa idéia surgiam outras idéias, até que se chegasse a uma conclusão final ou o seu caminho desde a intuição, à representação sensível até a representação intelectual. Pensar que a idéia inicial, tanto a intelecta com o que de fato ocorre, pois não conta com a inspiração e os diversos fluxos de pensamento.

O pensamento por sua vez é um componente da Alma. Para Aristóteles as faculdades da alma são: a Faculdade Nutritiva, a Faculdade Sensitiva e a Faculdade Intelectiva.

Alma Intelectiva (Intelecto). Dessa faculdade intelectiva, somente o Homem é dotado, pois somente ele tem a capacidade de conhecer. Aristóteles, quanto a isso, escreve na sua obra Metafísica: “Todos os homens, por natureza, desejam conhecer” Para Aristóteles “há na sensação algo de conhecimento de tal modo que se pode dizer que a apreensão sensível tem algo de intelectual” .

Na tradição aristotélico-tomista, distingue-se o “Intelecto ativo” a faculdade cognitiva pela qual as impressões recebidas pelos sentidos se tornam inteligíveis, capazes de ser apropriadas ao intelecto passivo do “intelecto passivo” onde são plenamente conhecidas. Resumindo, paradigma são referências a serem seguidas, em Platão, é clara a idéia de modelo.

Linguística

Em Linguística, Ferdinand de Saussure define como paradigma (paradigmáticas) o conjunto de elementos similares que se associam na memória e que assim formam conjuntos relacionados ao significado (semântico). Distinguindo-se do encadeamento sintagmático de elementos, ou seja, relacionados sintagma enquanto rede de significantes (sintático).


Bibliografia

Kuhn Thomas Estrutura das revoluções científicas SP, Perspectiva, 1978

Szaz, Thomas S. A fabricação da loucura. RJ, Zahar, 1976.

Goffman Prisões manicômios e conventos. SP, Perspectiva, 1999

Malufe, José Roberto. A retórica da ciência, uma leitura de Goffman. SP, Educ, 1992

Angell, Márcia. A verdade sobre os laboratórios faramacêuticos - como somos enganados e o que podemos fazer à respeito. SP, Record, 2007

Landmann A ética médica sem mascara. RJ, Guanabara Dois, 1985

Hoisel Beto, Anais de um simpósio imaginário. SP Palas Atenas, 1999 http://www.simposio2008.hoisel.com.br/primeira.html ,Comunicação 3 A treliça dimensional de suporte à totalidade Weisskopf, Kether

Foucault M. Arqueologia do saber. RJ, Forense Universitária, 1997.

Latour, Bruno; Woolgar, Steve. A Vida de Laboratório, a produção dos fatos científicos. RJ Relume-Dumará, 1997

Marx, Karl. A ideologia alemã

Ver também

Paradigmas podem ser considerados regulamentos ou regras que dizem duas coisas: • quais são os limites, as fronteiras da problemática com a qual se está trabalhando e • como ter sucesso resolvendo questões dentro destes limites.


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