segunda-feira, 18 de maio de 2020

Um Resumo da Bhagavad-gita

Um Resumo da Bhagavad-gita


Kalakantha Dasa

Um ótimo resumo, capítulo a capítulo, para revisão ou introdução da Bhagavad-gita.

Bhagavad-gita significa “a canção [gita] de Deus [Bhagavan]”. Os leitores de todo o mundo reverenciam a Bhagavad-gita como o livro mais importante da literatura védica, o vasto corpo de textos em sânscrito que inclui os Vedas e os tem como fundamento. A Bhagavad-gita é em si apenas um pequeno capítulo do Mahabharata, um livro tão extenso que o livro de recordes Guinness o chama de o mais longo do mundo. No entanto, em seus curtos setecentos versos, a Bhagavad-gita destila a sabedoria de todos os Vedas.
Para entender o contexto da Bhagavad-gita, considere estes incidentes anteriores do Mahabharata. Dhritarastra e Pandu eram irmãos, príncipes herdeiros do trono. Dhritarastra nasceu cego, e, portanto, o reino foi para o jovem Pandu. Pandu gerou cinco filhos (conhecidos como Pandavas), incluindo o incomparável guerreiro Arjuna. Dhritarastra teve cem filhos, liderados pelo ambicioso e perverso Duryodhana. Pandu morreu, e Dhritarastra aceitou o trono como protetor dos jovens Pandavas. Mas a afeição de Dhritarastra por seus filhos obscureceu seu julgamento, levando-o a concordar com as tentativas sinistras de Duryodhana de matar ou derrotar os Pandavas. Essas tentativas falharam, mas, por fim, levaram a uma grande guerra envolvendo praticamente todos os principais reinos da Terra. A batalha entre primos aconteceu na planície de Kurukshetra, ao norte da atual Delhi.
Capítulo 1: Arjuna Desiste

Bhagavad-gita inicia a história com Dhritarastra perguntando ao seu secretário, Sanjaya, sobre a batalha. Por meio de um benefício especial do sábio Vyasadeva, Sanjaya podia ver todos os detalhes da batalha. Sua visão incluiu a conversa de uma hora de Arjuna com o Senhor Krishna, seu cocheiro, pouco antes do início da guerra.
Como o Senhor Krishna, Ele mesmo um poderoso rei, assumiu os deveres servis de um cocheiro? Antes da batalha, quando ambos os lados buscavam alianças, Krishna ofereceu enviar Seus vastos exércitos para lutar por um lado enquanto serviria pessoalmente, não como guerreiro, do outro lado. Duryodhana ficou encantado por ter os exércitos de Krishna, e Arjuna ficou igualmente satisfeito por ter seu querido amigo Krishna com ele em sua carruagem.
Sanjaya começa sua narração da cena do campo de batalha, revelando a diplomacia e o orgulho característicos de Duryodhana. Depois de elogiar nominalmente seus oponentes, Duryodhana brada em alta voz a superioridade de suas forças, os Kurus. O altamente respeitado Bhisma, o tio-avô tanto dos Kurus quanto dos Pandavas, lidera o exército de Duryodhana. Mas quando os dois lados começaram a rufar estrondosamente os tambores e soaram alto os búzios, é o lado de Duryodhana que se sente intimidado.
Untitled

Duryodhana estava confiante, mas se abalou quando os búzios foram soados.

Arjuna está cheio de confiança, com o emblema do heroico guerreiro macaco Hanuman na bandeira de sua carruagem. Arjuna pede ao Senhor Krishna para conduzi-lo entre os dois exércitos para que ele possa estudar seus oponentes. Quando Arjuna percebe totalmente que a batalha resultará na morte de muitos parentes queridos, ele, de repente, perde a vontade de lutar. Em choque, ele apresenta ao Senhor Krishna muitas boas razões pelas quais ele decidiu sair da batalha.

Capítulo 2: Reencarnação, Dever e Yoga

Nunca houve um tempo em que Eu não existisse, nem você, nem todos esses reis; e no futuro nenhum de nós deixará de existir.” (Bhagavad-gita 2.12)

O que é noite para todos os seres é a hora de despertar para o autocontrolado; e a hora de despertar para todos os seres é noite para o sábio introspectivo.” (Bhagavad-gita 2.69)

Krishna rejeita rapidamente a decisão de Arjuna de se abster de lutar. Arjuna admite que está confuso e pede instruções. Nos versos restantes deste capítulo, alguns dos mais conhecidos na Bhagavad-gita, o Senhor Krishna apresenta três razões para Arjuna mudar de ideia:

1. A alma eterna, distinta do corpo temporário, reencarna por várias vidas. (versos de 11 a 30).

2. Como guerreiro, Arjuna tem o dever de lutar. (versos de 31 a 38).

3. As razões de Arjuna para não lutar, embora tenham alguma base nas escrituras védicas, perdem o propósito mais elevado dos Vedas, especificamente, de transcender as circunstâncias materiais através do yoga. (versos de 39 a 53).

Depois que Arjuna pede esclarecimentos no verso 2.54, o Senhor Krishna conclui o capítulo com uma explicação mais esclarecedora acerca do yoga e da transcendência.

O conceito de yoga, introduzido neste capítulo, reaparece em todo o resto da Bhagavad-gita. O yoga é muito mais do que os exercícios de hatha-yoga familiares no Ocidente. Yoga, cuja raiz da palavra é yuj, significa “ligar-se” a Deus. Neste capítulo, o Senhor Krishna apresenta o básico do yoga: controle da mente, controle dos sentidos e busca da felicidade mais alta do que a que pode ser encontrada através da mente e dos sentidos. Nos capítulos posteriores, Krishna detalha vários caminhos de yoga.

Também somos apresentados neste capítulo (verso 2.45) aos três modos da natureza. Essas divisões ou qualidades da matéria – bondade, paixão e ignorância – constituem um dos ensinamentos mais intensos do Senhor Krishna. Como um pintor mistura azul, vermelho e amarelo para criar um espectro infinito de cores, a natureza combina bondade, paixão e ignorância para influenciar e criar qualidades distintas em todos e em tudo. Capítulos posteriores descreverão os efeitos dos modos nos aspectos da vida, incluindo comida, trabalho, educação e adoração. Através do yoga, eliminam-se as influências dos modos.

Nos capítulos um e dois, encontramos referências ao “céu”, que se refere não ao reino espiritual de Deus, mas a planetas materiais superiores, ocupados por devas poderosos, ou semideuses. Como os devas desfrutam de vida longa e vastos prazeres, os Vedas oferecem a pessoas interessadas vários meios para se alcançar seus mundos celestiais. Aqui no capítulo dois, pela primeira vez em muitas vezes na Bhagavad-gita, o Senhor Krishna repudia cultos politeísta e os chama de inferiores e mundanos.

Capítulo 3: Karma-Yoga: O Yoga da Ação

Deve-se realizar o trabalho como um sacrifício a Vishnu; caso contrário, o trabalho produz cativeiro neste mundo material. Portanto, ó filho de Kunti, execute seus deveres prescritos para a satisfação dEle, e desta forma você sempre permanecerá livre do cativeiro.” (Bhagavad-gita 3.9)

Confusa, a alma espiritual que está sob a influência do falso ego julga-se a autora das atividades que, de fato, são executadas pelos três modos da natureza material.” (Bhagavad-gita 3.27)

Karma refere-se a ação e reação moral. De acordo com a lei do karma, quaisquer que sejam as ações que se execute, trazem reações. O bom karma se manifesta como, por exemplo, riqueza, poder e prestígio, enquanto o mau karma pode aparecer como dívida, doença e vulnerabilidade. Como a alma é eterna, como explicado no capítulo dois, ela carrega reações cármicas de uma vida para a outra. O karma envolve a alma em atividades materiais e na ignorância de sua verdadeira identidade.

Arjuna começa este capítulo perguntando como ele poderia lutar por seus propósitos egoístas, mas se vincular a Deus e libertar-se do karma. O Senhor Krishna instrui Arjuna a lutar, mas sem apego. Se Arjuna simplesmente se sentar e renunciar a luta, ele ainda estará sujeito ao seu karma. Mas se ele cumprir seu dever, não para seu próprio bem, mas para agradar a Deus, estará praticando karma-yoga.

O trabalho no karma-yoga é livre de qualquer reação pecaminosa, mesmo que esse trabalho signifique lutar na próxima guerra. Para explicar melhor o karma-yoga, o Senhor Krishna salienta que Deus criou o homem e os devas. O homem se relaciona com os devas através do dever e do sacrifício. Embora livre de qualquer dever, para dar um bom exemplo, o próprio Senhor Krishna executa deveres prescritos. Para incentivar Arjuna a cumprir seu dever, Krishna cita o exemplo do antigo rei Janaka, um símbolo de dever e sacrifício.

Negligenciar o dever, adverte o Senhor Krishna, leva ao caos. Aqueles que entendem a alma e o karma geralmente trabalham para educar os outros. Krishna orienta aos iluminados a ensinar sempre que possível, mas sem se incomodar com aqueles que não têm interesse. Ao mesmo tempo, Krishna enfatiza que o dever de todos é único. Independentemente de qual seja o dever, é preciso cumpri-lo sem apego.

No final do capítulo, Arjuna pergunta o que leva alguém a ações pecaminosas e que geram karma, mesmo contra sua própria vontade. Em resposta, o Senhor Krishna elabora os princípios do yoga que envolvem o controle dos sentidos, introduzidos no capítulo dois.

Neste capítulo, como em outros lugares da Bhagavad-gita, o Senhor Krishna Se refere a Deus na terceira pessoa. Isso não compromete de maneira alguma as muitas declarações conclusivas do Senhor Krishna sobre Sua própria divindade. Por exemplo, se o primeiro ministro discute os poderes do primeiro ministro, ele está falando de si mesmo, mas indiretamente. Da mesma forma, o Senhor Krishna fala sobre teologia geral a Arjuna. Quando Arjuna estiver pronto para a plena iluminação, ele saberá que o Supremo é o Senhor Krishna, como veremos nos próximos capítulos.

Capítulo 4: Encontrando um Guru

Tente aprender a verdade aproximando-se de um mestre espiritual. Faça-lhe perguntas com submissão e preste-lhe serviço. As almas autorrealizadas podem lhe transmitir conhecimento porque elas são videntes da verdade.” (Bhagavad-gita 4.34)

Tendo influenciado Arjuna a dominar a luxúria – o inimigo do aprendizado, o Senhor Krishna agora revela como adquirir conhecimento espiritual: é preciso recebê-lo através da sucessão discipular, uma corrente de gurus e discípulos. O Senhor Krishna inaugurou a sucessão discipular no começo do universo. Embora o tempo tenha rompido a corrente, o Senhor Krishna promete refrescar as instruções sem, no entanto, alterá-las.

Aqui, pela primeira vez na Bhagavad-gita, o Senhor Krishna Se distingue claramente das almas comuns ao dizer que Se lembra de Seus nascimentos passados, enquanto Arjuna os esqueceu. E, diferentemente das almas comuns, o karma não impõe nascimento e morte ao Senhor Krishna; Ele aparece por Sua própria motivação.

Krishna a Arjuna

Krishna informa a Arjuna que Se lembra de todos os Seus nascimentos.

O Senhor Krishna, então, diz que os materialistas o desprezam e adoram os semideuses. Ele diz que retribui a todos de acordo com suas rendições e que, para acomodar todos os tipos de pessoas, cria quatro divisões sociais. Nossas qualidades e ações revelam a que divisão cada um de nós pertence. O Senhor Krishna diz que conhecer essas verdades sobre Ele levará Arjuna ao conhecimento, como aconteceu com os santos do passado.

O Senhor Krishna, em seguida, diferencia entre ações para gratificação dos sentidos, que produzem karma, e ações transcendentais, que não produzem karma. Os transcendentalistas agem para agradar a Deus, não para a gratificação dos sentidos, e o Senhor aceita tais ofertas de trabalho. O transcendentalista desfruta, assim, de uma vida totalmente espiritualizada na Terra e, depois, retorna ao reino de Deus.

Nos versos de 25 a 33, o Senhor Krishna descreve as maneiras pelas quais vários yogis se aproximam da Verdade Absoluta. No verso 34, ele aconselha Arjuna a encontrar um guru que conheça muito e que entenda os caminhos e que ele próprio os tenha compreendido por completo. Concluindo o capítulo, o Senhor Krishna descreve a beleza e o poder do conhecimento transcendental e exorta Arjuna a lutar e destruir sua ignorância.

Capítulo 5: Agindo em Consciência do Senhor Krishna

“Quem tem plena consciência de Mim, conhecendo-Me como o beneficiário último de todos os sacrifícios e austeridades, o Senhor Supremo de todos os planetas e semideuses, e o benfeitor e benquerente de todas as entidades vivas, alivia-se das dores e misérias materiais.” (Bhagavad-gita 5.29)
As declarações da Krishna novamente confundiram Arjuna. No final do capítulo 4, o Senhor Krishna defende o conhecimento e a renúncia, depois pede novamente a Arjuna que lute. Arjuna pede uma direção clara: ele deveria renunciar a tudo ou deveria lutar em nome de Deus?
Krishna responde que ambos os métodos são aceitáveis, mas agir por Ele é melhor. Ele explica o karma-yoga com mais detalhes. Ao contrastar o trabalho egoísta de um materialista e o trabalho de um devoto, o Senhor Krishna demonstra que, se alguém sacrificar o trabalho por Deus, isso o leva ao controle dos sentidos e à libertação do karma.

A ação na consciência do Senhor Krishna leva à iluminação e felicidade dentro da “cidade dos nove portões” do corpo físico, com suas nove aberturas. Situado nessa realização, o mestre da cidade vê os modos da natureza em ação dentro de si e dos outros ao seu redor.
Uma alma iluminada vê todos os outros igualmente, independentemente de sua posição. Essa pessoa evita todos os tipos de problemas subjugando os sentidos e, portanto, desfruta de uma felicidade maior vinda de dentro. Essa percepção, a perfeição do misticismo, leva à compaixão pelos outros ainda controlados por seus sentidos.

Em resumo, o Senhor Krishna Se declara o proprietário supremo, o beneficiário supremo de todo trabalho e o amigo supremo de todo ser vivo. Ele promete paz para quem O conhece dessa maneira.

Capítulo 6: Meditação e Yoga Místico

E de todos os yogīs, aquele que tem muita fé e sempre se refugia em Mim, pensa em Mim dentro de si mesmo e Me presta serviço transcendental amoroso – é o mais intimamente unido a Mim em yoga e é o mais elevado de todos. Esta é a Minha opinião.” (Bhagavad-gita 6.47)

Em toda a Bhagavad-gita, o Senhor Krishna apresenta várias opções para ajudar Arjuna a lidar com sua confusão. Neste capítulo, o Senhor Krishna elabora os processos de meditação e yoga místico que Ele apresentou rapidamente no final do capítulo 5. O yogi bem-sucedido desfruta de uma mente profundamente equilibrada, por inteiro desapegada de qualquer situação externa. Para alcançar esse objetivo, o yogi místico deve viver na floresta, ser celibatário, reduzir ao mínimo o sono e o consumo de alimentos e meditar constantemente. Em tal meditação, o yogi traz de volta a mente distraída à tarefa que está fazendo.

Depois de ouvir essa descrição, Arjuna alega que a mente é muito difícil de controlar. Mesmo depois que o Senhor Krishna o tranquiliza, Arjuna ainda duvida de sua capacidade de ser bem-sucedido. Krishna, então, explica que um yogi já se beneficia simplesmente tentando. O Senhor Krishna conclui Sua consideração sobre esse difícil sistema de yoga declarando que aquele que O adora fielmente é, de fato, o melhor de todos os yogis.

Capítulo 7: Conhecimento Absoluto
“Ó conquistador de riquezas, não há verdade superior a Mim. Tudo repousa em Mim, como pérolas num cordão.” (Bhagavad-gita 7.7)
Tendo identificado o melhor yogi como alguém que serve e pensa nEle, o Senhor Krishna agora explica como obter essa lembrança constante. Durante essa explicação, o Senhor Krishna contrasta matéria e espírito, perversidade e piedade, insensatez e sabedoria. A matéria, a energia inferior do Senhor Krishna, consiste em oito elementos básicos: terra, água, ar, fogo, éter, mente, inteligência e falso ego. Éter se refere ao espaço. O falso ego descreve mais que orgulho; é a identificação errônea da alma espiritual com o corpo material. A matéria influencia a alma condicionada como os três modos da natureza (bondade, paixão e ignorância). O espírito, a energia superior do Senhor Krishna, consiste nos seres vivos, que lutam arduamente com os elementos e modos da natureza material.
Tendo Se apresentado como a origem da matéria e do espírito, o Senhor Krishna descreve metaforicamente como alguém O pode ver na matéria. Ele, então, explica como alguém O pode perceber diretamente por meio de submissão voluntária e amorosa.
A seguir, o Senhor Krishna descreve quatro tipos de pessoas piedosas que se entregam a Ele e quatro tipos de pessoas perversas que não se entregam. Entre os que se entregam, Ele expressa especial apreço por aqueles que o fazem pelo discernimento. Pessoas inteligentes, fortalecidas por ações piedosas no passado, abrigam-se no Senhor Krishna e transcendem o nascimento e a morte. Por outro lado, diz Krishna, os tolos adoram devas por ganhos materiais – um costume popular entre aqueles que se dizem seguidores dos Vedas. Os tolos também acham que o Senhor Krishna veio do Brahman, uma energia impessoal e sem forma. Tais pessoas nunca conhecem o Senhor Krishna, porque, para elas, Ele permanece encoberto.

Capítulo 8: Alcançando o Supremo
Qualquer que seja o estado de existência de que alguém se lembre ao deixar o corpo, ó filho de Kunti, esse mesmo estado ele alcançará impreterivelmente.” (Bhagavad-gita 8.6)

Este capítulo começa com várias perguntas e respostas que abrangem a maioria dos assuntos básicos da Bhagavad-gita.

(1) O que é Brahman?

O Senhor Krishna define Brahman como a alma imortal. Na filosofia do vaishnavismo, ou devoção ao Senhor Krishna, a alma individual é espírito puro, da mesma qualidade que Krishna. Em quantidade, no entanto, o indivíduo é muito inferior a Krishna. Uma gota de água do oceano pode possuir as qualidades da água presente em todo o oceano, mas uma gota não pode sustentar um barco. Do mesmo modo, as almas individuais são iguais e diferentes do Senhor Krishna, o Parabrahman, ou Brahman Supremo.

(2) O que é o mundo material?

O Senhor Krishna define a criação material como a natureza física em constante mudança. Por outro lado, a natureza espiritual, ou Brahman, nunca muda.

(3) O que é o eu?

O Senhor Krishna refere-se ao eu, ou o “si mesmo”, como a natureza eterna da alma. Por natureza, a alma serve: ou serve à criação física e permanece confusa, ou serve à criação espiritual e vai para lá. A individualidade que age com esse livre-arbítrio é o eu.

(4) O que é karma?

Karma é a interação da alma imutável com a criação física em constante mudança. A alma cria essa interação escolhendo servir a matéria, e isso resulta em vários corpos físicos que encapsulam a alma espiritual.

(5) Quem são os devas?

Devas, seres vivos altamente elevados, ajudam no gerenciamento da criação física. Sob a direção do Senhor Krishna, manipulam o clima, os planetas e tudo mais, incluindo a mecânica do karma. Eles são componentes da imensa forma universal do Senhor Krishna, como Ele revela a Arjuna no capítulo onze.

O Senhor Krishna descreve a vida de Brahma, um deva principal e o primeiro ser criado no universo. No amanhecer do grande dia de Brahma, várias almas individuais entram nos corpos materiais de acordo com seus karmas. Durante a noite, as almas retornam a uma condição imanifesta. Por fim, até Brahma morre. O Senhor Krishna, então, declara que Sua morada está acima dos ciclos dolorosos de nascimento e morte, criação e devastação.

(6) Quem é o Senhor do sacrifício?

O Senhor ou beneficiário do sacrifício é o Senhor Krishna, que mora no coração de todo ser encarnado como a Superalma.

krishna

Superalma, a forma de Krishna no coração de toda entidade viva.

(7) Como um devoto pode conhecer o Senhor Krishna na hora da morte?

Entre todas as perguntas de Arjuna, Krishna fala mais sobre isso, o destino da alma. O estado mental que se tem na morte, diz Krishna, determina que tipo de corpo se alcançará na próxima vida. Krishna, então, diz a Arjuna como pensar nEle e, assim, ir até Ele após a morte. Krishna continua discutindo os métodos mecânicos do yoga, que ajudam a melhorar o destino da alma. Krishna garante a Arjuna, porém, que um devoto que pensa nEle não precisa se preocupar com considerações mecânicas. Em conclusão, o Senhor Krishna declara que, simplesmente sendo um bhakta, ou devoto, obtêm-se os resultados de todas as boas ações.

Capítulo 9: Personalidade de Deus

“Não invejo ninguém, tampouco sou parcial com alguém. Sou igual para com todos. Porém, todo aquele que Me presta serviço com devoção é um amigo, e está em Mim, e Eu também sou seu amigo.” (Bhagavad-gita 9.29)

À medida que a Bhagavad-gita avança, o Senhor Krishna revela Sua mente mais intimamente a Arjuna. Neste capítulo, após uma descrição formal de Seu relacionamento com a criação material, o Senhor Krishna revela Seu relacionamento amoroso com Seus devotos. Mais adiante, explicando Sua divindade, Krishna afirma que Ele cria e permeia tudo, mas permanece um indivíduo distinto e desapegado. Como as almas limitadas permanecem ocupadas pela energia material, elas não conseguem entender Krishna, mesmo que O vejam. Como resultado, seus planos falham. Por outro lado, ao conhecerem Krishna, as almas liberadas tornam-se iluminadas.

O Senhor Krishna, então, lista várias maneiras de vê-lO, como fez no capítulo sete. Ele traz novamente o tema da adoração mal direcionada. Perseguindo extrema felicidade material, alguns seguidores védicos adoram os devas. Embora, depois de muito esforço, esses adoradores possam alcançar a felicidade celestial, eles logo retornam ao nascimento e à morte comuns.

O Senhor Krishna fecha o capítulo com detalhes de como uma pequenina alma individual entra em uma troca de amor com Ele. Sendo uma pessoa, o Senhor Krishna desfruta de uma oferta simples e afetuosa de água, frutas ou flores. Ele Se declara imparcial com todos, mas admite ter uma amizade recíproca com Seu devoto, aliviando todo o karma do devoto na morte.

Capítulo 10: Como Ver e Servir a Deus

Eu sou a fonte de todos os mundos materiais e espirituais. Tudo emana de Mim. Os sábios que conhecem isto perfeitamente ocupam-se no Meu serviço devocional e adoram-Me de todo o coração.” (Bhagavad-gita 10.8)

O Senhor Krishna aconselhou Arjuna a se tornar Seu devoto. Agora, Krishna diz a ele como fazer isso. Os grandes comentaristas consideram os versos de 8 a 11 deste capítulo como sendo a essência da Bhagavad-gita. Nesses quatro versos muito proveitosos, o Senhor Krishna descreve como Seus devotos pensam nEle e desfrutam de um relacionamento com Ele.

Arjuna, então, pergunta como ele deve pensar no Senhor Krishna, e Krishna dedica o restante do capítulo a responder a essa pergunta. Ele diz que pode ser percebido no que existe de melhor e mais poderoso em toda a criação. Entre as estrelas, Ele é a Lua; entre os peixes, o tubarão. Depois de listar muitas dessas comparações, o Senhor Krishna lembra Arjuna de que tudo o que alguém pode perceber com sentidos materiais reflete apenas a parte material inferior de Sua criação.

Capítulo 11: A Forma Terrível de Deus

Meu querido Arjuna, só pelo serviço devocional indiviso é possível compreender-Me como Eu sou, aqui diante de você, podendo ser visto diretamente. Somente dessa maneira você pode ingressar nos mistérios da compreensão acerca de Mim.” (Bhagavad-gita 11.54)

Feliz ao ouvir da presença do Senhor Krishna de várias formas, Arjuna agora pede a Krishna que mostre Seu aspecto conhecido como forma universal, que compreende toda a criação material. Uma vez que o universo material vem do Senhor Krishna, é mais uma de Suas formas.

krishna supremo

Krishna revela e depois recolhe Sua forma universal.

Krishna dota Arjuna com olhos divinos para ver essa exibição nunca vista anteriormente. Uma visão deslumbrante oprime Arjuna subitamente. A brilhante e poderosa irradiação o assusta, pois ameaça queimar toda a criação. Arjuna fica aterrorizado quando a boca da forma universal, a onipotente paixão da morte, consome os guerreiros reunidos ali e todos os demais. Arjuna grita: “Quem é Você?” A resposta do Senhor Krishna (verso 11.32) é o famoso verso da Bhagavad-gita, citado pelo cientista Robert Oppenheimer, enquanto observava a explosão da primeira bomba atômica nos desertos do Novo México: “Eu sou o tempo, o grande destruidor dos mundos...”
Tendo visto o poder mortal e ilimitado do Senhor Krishna, Arjuna entende amigo íntimo sob uma nova luz. Ele implora para ver novamente a forma amigável e familiar do Senhor Krishna. Quando Krishna reaparece em Sua forma original, Ele assegura a Arjuna que Ele sempre pode ser conhecido dessa maneira mais agradável.

Capítulo 12: Perfeição Mediante o Amor a Deus

A Suprema Personalidade de Deus disse: Aqueles que fixam suas mentes na Minha forma pessoal e sempre se ocupam em Me adorar com uma fé forte e transcendental, são considerados por Mim como os mais perfeitos.” (Bhagavad-gita 12.2)

A forma universal do Senhor Krishna encheu Arjuna de temor e reverência, mas Krishna prefere o amor de Seus devotos. Portanto, neste capítulo, o menor da Bhagavad-gita, o Senhor Krishna detalha o tema iniciado no final do capítulo onze: bhakti-yoga, ou serviço devocional pessoal a Ele. O Senhor Krishna faz esse argumento logo após mostrar Sua forma universal, para que nem Arjuna, nem qualquer outra pessoa, confunda quem Ele realmente é com Sua temível forma universal.

O capítulo começa com Arjuna perguntando sobre o valor comparativo de bhakti-yoga e a realização de Brahman, a característica impessoal do Senhor Krishna. Krishna chama o caminho de Brahman válido, mas difícil, enquanto promete libertar pessoalmente o fiel bhakta.

O Senhor Krishna, então, avalia várias práticas de vida espiritual. Ele declara que pensar nEle espontaneamente, por amor, é o melhor. Para aqueles que não têm esse amor, vem, em seguida, a prática de bhakti-yoga sob regras. Para aqueles que recusam bhakti, trabalhar para o Senhor Krishna é a próxima sugestão, seguida por trabalhar por alguma causa de caridade. Krishna conclui o capítulo descrevendo as muitas qualidades desejáveis ​​de Seu devoto amoroso.

Capítulo 13: Corpo, Alma e Superalma

Ó filho de Bharata, assim como o Sol ilumina sozinho todo este Universo, do mesmo modo, a entidade viva, sozinha dentro do corpo, ilumina o corpo inteiro através da consciência.” (Bhagavad-gita 13.34)

Este capítulo, que começa o terço final da Bhagavad-gita, é dedicado a jnana-yoga, ou o conhecimento de Deus que leva ao serviço devocional a Ele. Arjuna pergunta sobre o corpo, a alma, a Superalma e o significado e o objeto do conhecimento. O Senhor Krishna cita para Arjuna o Vedanta-sutra, um texto védico essencial, para uma explicação completa da alma e da matéria. Ele, então, fornece Seu próprio resumo. Ele explica que tanto a alma quanto a Superalma ocupam o corpo, um veículo feito de matéria embrutecida. A alma conhece apenas seu corpo, ao passo que a Superalma está em todos os corações e conhece as dores e os prazeres de todos. Enquanto persegue sua ilusória esperança de desfrutar na matéria, a alma encontra infinitas variedades de corpos e sofre e desfruta através de todas elas. A Superalma acompanha a alma nessa jornada dolorosa. O Senhor Krishna conclui que aqueles que aprendem a verdade de sua situação alcançam liberdade da servidão à matéria.

Capítulo 14: Além dos Três Modos
Ó filho de Kunti, deve-se compreender que é com o nascimento nesta natureza material que todas as entidades vivas, em todas as espécies de vida, tornam-se possíveis, e que Eu sou o pai que dá a semente.” (Bhagavad-gita 14.4)

O Senhor Krishna apenas explicou que a matéria embaraça a alma e faz com que ela sofra. Agora Ele detalha. A matéria exerce controle sobre as almas através de três qualidades, ou modos: bondade, paixão e ignorância. Nos capítulos anteriores, o Senhor Krishna frequentemente Se referia a esses três modos. Neste capítulo, ele os explica em detalhes. Mais discussões sobre os modos seguem nos capítulos dezessete e dezoito.

O Senhor Krishna começa Se identificando como o pai de todos os seres vivos. Ele, então, define os três modos, o relacionamento deles com a alma e as características gerais. Em seguida, descreve os resultados das ações em cada um dos modos, tanto imediatos quanto em termos de vidas futuras. Ele, então, aconselha Arjuna a aprender a transcender os modos da natureza. Arjuna pergunta como alguém pode transcender os modos e como conhecer uma pessoa que o fez. O Senhor Krishna responde a ambas as perguntas e conclui o capítulo, declarando-se a base de toda a existência espiritual, além dos modos.

Capítulo 15: O Yoga Pessoal Supremo

Esta Minha morada suprema não é iluminada pelo Sol ou pela Lua, nem pelo fogo ou pela eletricidade. Aqueles que a alcançam jamais retornam a este mundo material.” (Bhagavad-gita 15.6)

O Senhor Krishna começa este capítulo com uma alegoria, comparando o mundo material a uma figueira-de-bengala. Na Índia e em outros climas tropicais, as figueiras-de-bengala às vezes se tornam enormes. Eles deixam cair raízes de seus galhos, e as raízes formam novos troncos com novos galhos e raízes. As figueiras-de-bengala podem ocupar muito espaço, e encontrar o começo pode ser muito difícil.

A árvore alegórica tem raízes subindo e galhos descendo. Essa árvore existe apenas em um reflexo, como em um lago, e esse é o ponto da alegoria. Pode-se pegar uma maçã refletida em uma árvore refletida e acabar com nada além de um braço molhado. Da mesma forma, o mundo material reflete o mundo espiritual, a morada do Senhor Krishna, capturando-o em forma e cor, mas não em substância. O amor natural da alma por Deus torna-se mal direcionado e é apanhado nas folhas e nos galhos temporários dessa árvore material refletida. O Senhor Krishna aconselha Arjuna a cortar seu relacionamento com essa árvore. Depois de fazer tal corte, diz o Senhor Krishna, alguém alcança Sua morada. Ao contrário do universo material escuro, a luz prevalece ali, sem a ajuda do Sol ou da eletricidade. Uma pessoa apaixonada pelo mundo material perde a chance de retornar ao mundo espiritual e volta a nascer à força.

Como afirmado anteriormente, o desapego da matéria e o apego ao Senhor Krishna são a mesmíssima coisa. Assim, para o benefício de Arjuna, Krishna novamente Se descreve. No verso 15, o Senhor Krishna descreve especificamente Seu relacionamento íntimo com cada alma, bem como Sua presença nas escrituras. Concluindo o capítulo, o Senhor Krishna explica que O conhecer é o yoga da Pessoa Suprema.

Capítulo 16: O Divino e o Demoníaco
Aquele que põe de lado os preceitos das escrituras e age conforme os próprios caprichos não alcança a perfeição, a felicidade, nem o destino supremo.” (Bhagavad-gita 16.23)

No início da Bhagavad-gita, o Senhor Krishna separou a alma do corpo. Ele, então, introduziu os modos da natureza e seus vários efeitos nas almas encarnadas. A pedido de Arjuna, ele explicou como transcender os modos da natureza. Agora, Ele descreve as ações de uma pessoa sob os modos inferiores, nos galhos inferiores da figueira do capítulo quinze, em contraposição às ações de alguém que transcendeu os três modos.

Depois de resumir as qualidades divinas, pertencentes àqueles que superaram até o modo da bondade, o Senhor Krishna detalha as qualidades dos demônios, que agem apenas por paixão e ignorância. Sujeira, orgulho, ateísmo, ação desonesta e preocupação com prazer sexual caracterizam essas pessoas. Sua perspectiva equivocada os leva a construir armas horríveis e destrutivas. Eles aspiram apenas a gratificar seus sentidos por qualquer meio e, ainda assim, querem aparentar que são caridosos e piedosos. No final, eles insultam e zombam da verdadeira religião. O Senhor Krishna descreve seu destino como o inferno de vidas em espécies sub-humanas. Assim, uma pessoa sã desiste de luxúria, raiva e ganância, que são os três portões do inferno. Seguindo as escrituras, essa pessoa evita o destino dos demônios.

Capítulo 17: Fé, Alimento e Sacrifício

A austeridade da fala consiste em proferir palavras verazes, agradáveis, benéficas e que não perturbam os outros, e também em recitar regularmente a literatura védica.” (Bhagavad-gita 17.15)

Após ouvir sobre os seguidores e os depreciadores das escrituras, Arjuna agora quer saber sobre pessoas que adoram a Deus sem referência às escrituras. Essas pessoas têm fé, mas, sem base nas escrituras, podem adorar homens ou devas. Arjuna quer saber o seu destino.

O Senhor Krishna responde que a fé não guiada pelas escrituras é outro produto dos três modos da natureza. Os modos influenciam como alguém come, adora e realiza sacrifício, penitência e caridade.

Depois de detalhar todas essas atividades nos diferentes modos, o Senhor Krishna explica a abordagem transcendental. Dirigindo ao Senhor Supremo qualquer sacrifício, penitência ou caridade, a pessoa se eleva acima da influência dos modos da natureza. Assim, as almas instruídas começam qualquer sacrifício recitando om tat sat, referindo-se à Verdade Suprema Absoluta. Recitar qualquer nome do Senhor Supremo tem o mesmo efeito.

O Senhor Krishna conclui que tudo o que é feito sem um esforço para agradar o Supremo é apenas um empenho desajeitado de uma alma condicionada. Não tem valor.

Capítulo 18: Rompendo as Amarras com a Matéria

Abandone todas as variedades de religião e simplesmente renda-se a Mim. Eu o libertarei de todas as reações pecaminosas. Não tema.” (Bhagavad-gita 18.66)

Este capítulo, o mais longo da Bhagavad-gita, resume os ensinamentos de todo o texto. Arjuna acabou de ouvir sobre os efeitos dos três modos da natureza e a importância de direcionar o trabalho para Deus. O Senhor Krishna rejeitou seu plano superficial de renunciar ao deixar o campo de batalha. Agora, Arjuna pergunta como renunciar verdadeiramente aos assuntos mundanos e dedicar sua obra ao serviço do Senhor.

O Senhor Krishna analisa a renúncia de acordo com a bondade, a paixão e a ignorância, os três modos da natureza. Embora Krishna aplauda o desapego dos frutos do trabalho, Ele especifica que ninguém se beneficia ao renunciar sacrifício, caridade e penitência. Para mostrar a Arjuna por que a renúncia faz sentido, o Senhor Krishna identifica cinco fatores, principalmente fora do controle de Arjuna, que determinam o resultado de qualquer ação. Ele passa a avaliar a ação, o ator, o conhecimento, a determinação, a compreensão e a felicidade, tudo de acordo com os três modos da natureza. O Senhor Krishna declara, em resumo, que ninguém no universo está isento da influência dos modos.

Para esclarecer a influência dos modos na sociedade humana, o Senhor Krishna descreve o sistema de varnasrama, ou a organização social iluminada. Brahmanas (sacerdotes) estão no modo da bondade, kshatriyas (guerreiros) na paixão, vaishyas (agricultores e comerciantes) na paixão e ignorância mistas, e shudras (trabalhadores) na ignorância. As designações de varnasrama são determinadas pela inclinação, não pelo nascimento (como no sistema de castas da Índia atualmente). Embora as pessoas tenham diferentes inclinações, buscando a renúncia através do serviço ao Senhor Krishna, qualquer pessoa pode se tornar perfeita. Krishna explica exatamente como isso pode ser feito e os sintomas de quem já o fez.

O Senhor Krishna agora começa a concluir a Bhagavad-gita, declarando que Seu servo virá a Ele e será protegido em todas as circunstâncias. Sem rodeios, Ele diz a Arjuna que desistir da batalha seria o tipo errado de renúncia e que a natureza de Arjuna o forçaria a lutar de qualquer maneira. Assessorando a rendição completa à Sua vontade e prometendo toda proteção, o Senhor Krishna finalmente diz a Arjuna para ele escolher seu curso de ação.

Krishna descreveu inúmeras opções para Arjuna. Ele descreveu os caminhos da piedade, yoga místico e jnana (conhecimento). Através de todos eles, Ele sempre enfatizou a importância primordial da luta de Arjuna como uma expressão de rendição a Ele. Embora o Senhor Krishna também tenha declarado e exibido Sua divindade onipotente, Ele conclui dizendo a Arjuna que as escolhas agora são dele. Ele abençoa os oradores e ouvintes da Bhagavad-gita e pergunta a Arjuna se suas ilusões já se foram.

Arjuna responde enfaticamente: “Sim!”, e Sanjaya, o narrador visionário, conclui a Gita com expressões de gratidão pessoal e êxtase. Em seu êxtase, ele também deve divulgar a dura verdade da batalha ao seu mestre cego, Dhritarastra.

Tradução de Simone Queiroga. Revisão de Bhagavan Dasa. O autor: Kalakantha Dasa dirige uma pequena empresa e é diretor da Fundação Mayapur nos EUA. Ele e sua esposa, ambos discípulos de Srila Prabhupada, moram com suas duas filhas em Gainesville, Flórida.

Adquira e receba em casa:

  


--
Você recebeu esta mensagem porque está inscrito no Grupo "Amigos de Krishna" em Grupos do Google.
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para devotos-unsubscribe@googlegroups.com
Se estiver tendo problemas ao visualizar o texto, veja a mensagem no site http://groups.google.com.br/group/devotos
Para ver mais opções, visite este grupo em http://groups.google.com.br/group/devotos
---
Você recebeu essa mensagem porque está inscrito no grupo "Amigos de Krishna" dos Grupos do Google.
Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um e-mail para devotos+unsubscribe@googlegroups.com.
Para ver essa discussão na Web, acesse https://groups.google.com/d/msgid/devotos/000501d62d13%24a74da340%24f5e8e9c0%24%40gmail.com.


Obrigado pela visita, volte sempre.

domingo, 17 de maio de 2020

Nise Yamaguchi, a senha para salvar vidas com o protocolo do remédio de ...




Obrigado pela visita, volte sempre.

Perda de liberdades e ascensão do autoritarismo na Pandemia - Super Live




Obrigado pela visita, volte sempre.

Economia do Lar 15, elétrica residencial entendendo ao fio de retorno de...



Economia do Lar 15, elétrica residencial entendendo ao fio de retorno de uma lâmpada. NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 5410 pdf link Instalações elétricas de baixa tensão https://hosting.iar.unicamp.br/lab/lu...
Obrigado pela visita, volte sempre.

Santo Terço às 18h, com Padre Paulo Ricardo: mistérios gloriosos!




Obrigado pela visita, volte sempre.

É POSSÍVEL FICAR RICO USANDO O AUXÍLIO EMERGENCIAL? | VEJA o PLANO para ...




Obrigado pela visita, volte sempre.

Jejum de Sri Ekadasi de Apara Ekadasi. Jejum dia 18/05/2020 Podcast conservador, política , filosofia arte , religão etc. • Just now


Obrigado pela visita, volte sempre.

Fiz um curso de formação pedagógica, passei em um concurso estou com med...




Obrigado pela visita, volte sempre.

AO VIVO: PRESIDENTE BOLSONARO FAZ PRONUNCIAMENTO DIANTE DE MULTIDÃO - PA...




Obrigado pela visita, volte sempre.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

E. Michael Jones, Libido Dominandi: Libertação sexual e controle polític...



Mary Anne Layden, Mary Eberstadt Os custos sociais da pornografia - Oito descobertas que põem fim ao mito do "prazer inofensivo" Felipe Aquino As Consequências da Pornografia SinopseAs Consequências da Pornografia As pesquisas mostram que os termos relacionados com a pornografia são, de longe, os mais comumente procurados nos motores de busca da internet. Alguns psicólogos já comparam seus efeitos com o vício das drogas; há dependentes que até precisam ser internados para tratamento. Os dados são assustadores sobre o seus prejuízos: afeta o cérebro da pessoa, o que pode gerar violência, pedofilia, estupros, masturbação, depressão etc. É trágico saber que as mulheres brasileiras são as que mais veem pornografia. Tudo isso nos chama a evitar e combater este mal, com a vivência cristã. Os pais e educadores precisam redobrar sua atenção para este problema que se torna hoje um verdadeiro flagelo social. Conheça tudo isso neste opúsculo.




Obrigado pela visita, volte sempre.

A Vida vem da Vida. A.C. Bhaktivedanta Swami Ptrabhupada. Indicação de l...




Obrigado pela visita, volte sempre.

Programação Preditiva o que é. #olavotemrazoa Podcast conservador, política , filosofia arte , religão etc. • Just now

Confúcio - 6 lições - Filosofia Oriental - Não seja medíocre




Obrigado pela visita, volte sempre.

2 Lições do Buda | Budismo | Filosofia Oriental




Obrigado pela visita, volte sempre.

Organizações Globalistas E A Nova Ordem Mundial. #olavotemrazao Podcast conservador, política , filosofia arte , religão etc. • Just now



Obrigado pela visita, volte sempre.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

ORGANIZAÇÕES GLOBALISTAS E A NOVA ORDEM MUNDIAL Publicado em 1 de outubro de 2012

Os globalistas que financiam a Esquerda brasileira (Nova Ordem ...


Por Anatoli Oliynik
Segundo Aristóteles, conhecer a verdade é um dom natural do ser humano, só obstaculizado por fatores acidentais ou privações forçadas. Aristóteles não conheceu o Brasil.
Impossível falar das Organizações Globalistas e da Nova Ordem Mundial abarcando toda a sua amplitude a partir do texto de um artigo. O assunto é complexo, maior do que se possa imaginar a primeira vista e exige um mergulho profundo nos meandros das estratégias políticas e labirintos do poder para compreendê-lo em sua inteireza. Embora a literatura seja vasta, apresenta a dificuldade de ser praticamente toda ela em língua inglesa.
Assim, no ideário brasileiro “globalização” assume o sinônimo de capitalismo e imperialismo ianquista e a “Nova Ordem Mundial” não passa de “teoria da conspiração” e fim de papo.
Um dos poucos brasileiros que escreve sobre o assunto é o jornalista, ensaísta e filósofo, Olavo de Carvalho, mas nem todos leem Olavo porque o establishment brasileiro faz-lhe ferrenha oposição impedindo o seu acesso a grande mídia brasileira porque é do interesse dessa mesma mídia que o assunto fique oculto e ignorado pelo povo brasileiro. Com isso a maioria das pessoas desconhece o verdadeiro significado da “globalização” e “Nova Ordem Mundial”, e o que isso representa para o Brasil e para o mundo hodierno.
O meu objetivo não é suprir essa lacuna, pois não tenho todos os elementos e nem conhecimento para tanto, mas o de trazer o assunto à tona, para fora do establishment brasileiro, e com isso despertar a curiosidade das pessoas motivando-as na busca de mais informações.
Inicio esse despertar apresentando um quadro onde figuram cronologicamente as principais organizações e fundações globalistas que constituem a Nova Ordem Mundial.
CRONOLOGIA DAS FUNDAÇÕES E ORGANIZAÇÕES GLOBALISTAS
Fundações e Organizações Globalistas que visam a instituição da Nova Ordem Mundial
* Objetivo: Controlar o Mundo *
Ano Nome
1896 Carnegie Institute of Pittisburgh
1902 Carnegie Institution of New York
1910 Carnegie Endowment for International Peace 1 [Fundação Nacional Canegie para a Paz Internacional]
1911 Carnegie Corporation of New York
1901 Comitê dos 300 2
1902 Rhodes Trust 3  Rhodes Scholarship
1910 Round Tabe [Mesa Redonda] – (jornal) 4
1913 Round Tabe [Mesa Redonda] – (grupos)
1913 Fundação Rockefeller
1920 Instituto Real de Assuntos Internacionais (RIIA) 5
1920 Liga das Nações
1921 CFR – Council on Foreign Relations [Conselho de Relações Exteriores]
1923 Escola de Frankfurt 6
1936 Fundação Ford
1945 Organização das Nações Unidas (ONU) 7
1947 Instituto Tavistock de Londres 8
1952 Conselho Populacional [braço operacional da Fundação Rockefeller]
1954 Clube Bilderberg
1968 Clube de Roma
1970 Fundação MacArthur
1973 Comissão Trilateral
1982 Inter-American Dialogue [Diálogo Interamericano] 9
Quadro 1
———————
Notas do Quadro 1:
1 Direcionada ao entendimento diplomático das nações. Núcleo central que vigora até hoje.
2 1901 é a data provável de sua fundação que coincide com o ano da morte da Rainha Vitória.
3 Fundada por testamento de Cecil John Rhodes (1853-1902) a Rhodes Trust mantêm duas subsidiárias: A Cecil Rhodes Scholardship em homenagem ao seu patrono e o Rhodes Trust Fund.
4 Heitor De Paola indica dois livros fundamentais para entender a Mesa Redonda: The Anglo-American Establishment, de Carroll Quigley e o Tragedy & Hope, também do Quigley.
5 Royal Institute of International Affairs (RIIA). Também conhecido como “Chattan House” fundado em Londres. O RIIA equivale ao CFR – Conselho de Relações Exteriores sediado nos EUA.
6 A Escola de Frankfurt tem por missão a destruição da Cultura Ocidental – “Revolução Cultural”.
7 Sucessora da Liga das Nações. A mudança de nome foi estratégica: mesma missão; mesmos objetivos.
8 Função: Estudos da ciência comportamental na linha freudiana para “controlar” humanos.
9 Fundado por David Rockefeller. Fernando Henrique Cardoso, membro do Dialogo, é quem estabelece a sua ligação com o Brasil.
——————–
As organizações supracitadas, todas elas, sem exceção, atuam sob duas camadas: uma pública, de fachada e a outra oculta ou até mesmo secreta da qual o público não tem o mínimo conhecimento. É sobre a face oculta que falarei de ora em diante.
Inicio suscitando algumas perguntas que por certo o leitor ou a leitora está fazendo. Vamos a elas:
O que são essas fundações e organizações descritas no quadro supra e quais são seus projetos?
“São forças históricas, algumas originárias de famílias nobiliárquicas, outras não, mas todas elas visando um único objetivo: Controlar o mundo.”
Complementado a resposta e falando sobre a elite globalista que se forma a partir dessas forças históricas:
“É uma entidade organizada, com existência contínua há mais de um século, que se reúne periodicamente para assegurar a unidade de seus planos e a continuidade da sua execução, com a minúcia e a precisão científica com que um engenheiro controla a transmutação do seu projeto em edifício”. (CARVALHO, pp. 78-9)
Quanto ao projeto:
“O projeto globalista é herdeiro direto e continuador do socialismo fabiano, tradicional aliado dos comunistas.” (CARVALHO, p. 55)
A pesquisadora, escritora e conferencista, Berit Kjos, em seu artigo “Transformando o mundo através da Violência, Guerra, Engano e Caos” revela, a partir de pistas antigas, informações importantes para estabelecer a compreensão das mudanças de hoje, assim como para o elo que procuro estabelecer entre essas organizações e a Nova Ordem Mundial. A seguir o excerto do seu artigo:
Transformando o mundo através
Violência , Guerra , Engano & Caos (Part 1)
Berit Kjos – 24 set 2012
1913 (janeiro). Presidente Woodrow Wilson escreveu em seu livro, A Nova Liberdade: “Estamos em um novo mundo …. Estamos na presença de uma revolução …. (que) virá de forma pacífica …”Ele continuou:
“Alguns dos maiores homens dos EUA, no campo do comércio e fabricação [indústria], estão com medo de alguém, estão com medo de alguma coisa. Eles sabem que há um poder em algum lugar tão organizado, tão sutil, tão atento, tão interligado, tão completo, tão penetrante, que é melhor não falar muito alto quando falarem em condenação a ele ….
“Estamos temendo ao longo do tempo em que o poder combinado das altas finanças seria maior do que o poder do governo ….
“Viemos para ser um dos piores governados, um dos governos mais completamente controlados e dominados no mundo civilizado, não mais um governo pela opinião livre, não mais um governo por convicção e pelo voto da maioria, mas um governo pela opinião e coação de pequenos grupos de homens dominantes…. Estamos em um novo mundo. … Estamos na presença de uma revolução …. ” [3]
1922 Nove anos depois, o Prefeito de Nova York, John Hylan, deu-nos um vislumbre da amotinada sombra por trás de líderes eleitos na Europa, bem como na América. Seu objetivo era uma Nova Ordem Mundial – e a dissolução da velha:
“… A verdadeira ameaça à nossa república é esse governo invisível que, como um polvo gigante, estende sua envergadura viscosa sobre a cidade, o estado e a nação. Como o polvo da vida real, ele opera sob a cobertura do que ele mesmo cria. Ele agarra [controla] com seus longos e poderosos tentáculos nossos diretores, nossos corpos legislativos, nossas escolas, nossos tribunais, nossos jornais e cada agência criada para a proteção do público.” [4]
1931 . (Novembro). Arnold Toynbee faz um discurso no Instituto para o Estudo de Assuntos Internacionais, em Copenhague, em que ele explica,
“Estamos no presente trabalhando discretamente com todo vigor para arrancar essa força misteriosa chamada soberania das garras dos Estados-nação do mundo. Todo o tempo, negamos com nossa fala o que estamos fazendo com nossas mãos, pois impugnar a soberania dos Estados-nação do mundo ainda é uma heresia pela qual um estadista ou homem público pode … ser banido ou desacreditado. “[5]
1932 . O presidente Max Mason da Fundação Rockefeller, informa aos seus associados que “As Ciências Sociais se ocuparão da racionalização de controle social … o controle do comportamento humano. “[6]b [trabalho que esta sendo desenvolvido pelo Instituto Tavistock]
1932 . Dr. Ernst Rudin, o diretor nazista do Instituto Kaiser Wilhelm de Psiquiatria (financiado pela [Fundação] Rockefeller) foi nomeado presidente do global Federação de Eugenia. Seus experimentos mais famosos ocorreram em campos de concentração nazistas !
“O movimento chamado para a morte ou a esterilização das pessoas cuja hereditariedade fez-lhes um ônus público. … Hitler assumiu a Alemanha e o aparelho Rockefeller-Rudin tornou-se uma seção do Estado nazista. O regime nomeado Rudin chefe da Sociedade de Higiene Racial. Rudin e sua equipe … presidido por Heinrich Himmler, elaborou a lei de esterilização …. Sob os nazistas, a companhia química alemã IG Farben e Rockefellers Standard Oil de Nova Jersey foram efetivamente uma única empresa. … Em 1940-41, IG Farben construiu uma fábrica gigantesca em Auschwitz, na Polônia, para utilizar a Standard Oil / patentes da IG Farben com concentração de trabalho escravo [no] acampamento Controle da População, Nazistas e ONU !
1933 e 1934 . Em um relatório apresentado na 72ª reunião anual [da] NEA, Willard Givens (mais tarde secretário-executivo da NEA) escreveu:
“A moribunda laissez-faire deve ser completamente destruída e todos nós … devemos ser submetidos a um elevado grau de controle social …. A função principal da escola é a orientação social do indivíduo. Deve procurar a dar ele a compreensão da transição para uma nova ordem social”.[8]
1935 . O símbolo maçônico do olho na pirâmide foi oficialmente adicionado ao dólar dos EUA. Henry A. Wallace, Secretário da Agricultura do Presidente Roosevelt (um socialista e teosofista que mais tarde se tornou Roosevelt vice-presidente), explicou:
“Assim que Roosevelt olhou para a reprodução colorida do Selo, ficou impressionado com a representação do ‘Olho Que Tudo Vê’, uma representação maçônica do Grande Arquiteto do Universo…. Roosevelt, assim como eu, era um Mason grau 32. Ele sugeriu que o Selo fosse colocado na nota de dólar. “Henry A. Wallace.”[9]
1937 . John Foster Dulles, Secretário de Estado e ex-presidente da Fundação Rockefeller e do comitê executivo da Conselho Federal de Igrejas (Substituído pelo Conselho Nacional de Igrejas) elogiou o totalitarismo dizendo:
“… O comunismo e o fascismo [estão] mudando as características de populações inteiras …. Há uma subordinação consciente de si a fim de que um grande objetivo possa ser alcançado.” [10]
1939 . Em um discurso para YMCA, o futuro secretário de Estado, John Foster Dulles (membro do CFR), disse, “[Deve haver] alguma diluição da soberania, em detrimento imediato das nações que agora possuem a preponderância do poder…. “[11]
————————-
Notas:
3. Dennis L. Cuddy, Ph.D., Secret Records Revealed (Oklahoma City: Heartstone Publishing, 1994), páginas 30, 32.
4. The New York Times , 27 de março de 1922. Citado por Dennis L. Cuddy, Ph.D., Cronologia da Educação com cotações Quotable (Pro Fórum da Família, Highland City, FL 33846, 1994), página 15.
5. “A tendência de Assuntos Internacionais Desde a Guerra”, de Assuntos Internacionais , Jornal do Instituto Real de Assuntos Internacionais, em novembro de 1931.
6. Dennis L. Cuddy, Ph.D., Cronologia da Educação com cotações Quotable (Pro Fórum da Família, Highland City, FL 33846, 1994); p.18.
7. Dr. Leonard Horowitz, ” Controle da População, Nazistas e ONU! ” (Tetrahedron, LLC Press, 1996)
8. Dennis L. Cuddy, Ph.D., “Controle de Saúde, Educação e Social Mental”, Setembro de 2004, www.crossroad.to/articles2/006/cuddy/mental_health-2.htm
9. Donald Lett Jr., Phoenix Rising: A Ascensão e Queda da República americana, p. 121 (04 de fevereiro de 2008). Fotos aqui: http://greatseal.com/dollar/hawfdr.html
10. John Foster Dulles, ex-presidente da Fundação Rockefeller e do comitê executivo do Conselho Federal de Igrejas, religião na vida , vol. 6, p.197.
11. New York Times , 1939/10/29. Citado por Charlotte Iserbyt, O Dumbing deliberada de Down da América (Ravenna, OH: Imprensa Consciência, 1999).
—————————-
Diante das evidências até agora expostas, é licito afirmar que não se trata de nenhuma “teoria da conspiração”, mas sim de um projeto adrede preparado há mais de um século e que vem sendo colocado em prática pelas organizações globalistas listadas no Quadro 1 do presente artigo.
Retornemos, pois a mais perguntas que devem estar fervilhando no cérebro dos leitores:
Qual a repercussão dessas organizações para o Brasil?
“Quem quer que tenha acompanhado as grandes mudanças na política econômica, jurídica e cultural do Brasil nos últimos vinte anos sabe que todas elas vieram prontas das centrais globalistas – ONU, OMS, UNESCO, Bilderberg, Rockefeller, Fundação Ford, George Soros, etc.” (CARVALHO, p.76)
Essas organizações não atuam isoladamente, embora possam fazê-lo e o fazem, elas formam uma espécie de “Consórcio” que Olavo de Carvalho assim descreve:
“O Consórcio atua por meio de uma multiplicidade de organizações subsidiárias espalhadas pelo mundo todo, [ … ] mas não tem ele próprio uma identidade jurídica. Isso é uma condição essencial para sua atuação no mundo, permitindo-lhe comandar inumeráveis processos políticos, econômicos, culturais e militares sem poder jamais ser responsabilizado diretamente pelos resultados, seja ante tribunais, seja ante o julgamento da opinião pública.” (CARVALHO, p. 80)
No Brasil esses processos são operacionalizados da seguinte forma:
“A técnica em si consiste, como sempre, em uma rede de fundações estrangeiras financia outra rede de ONGs do país nativo, para que esta última siga em conjunto as diretivas planejadas no exterior. A rede de ONGs locais aparenta agir por livre iniciativa, mas constitui, na verdade, uma rede de organizações criadas ou mantidas pelas fundações estrangeiras, que impõe aos nativos as estratégias externas. Pela falta de recursos locais, as ONGs nativas não podem fazer senão aquilo que lhes é ditado pelas fundações que lhes fornecem os recursos. Deste modo, devido à ausência de informação, no país alvo, sobre os detalhes deste método de trabalho, as fundações estrangeiras podem dar-se ao luxo de planejar a modificação, sem grande resistência, dos costumes, da moral e da legislação da nação, mesmo contra a vontade do povo nativo e sem que este tenha uma idéia das verdadeiras razões do que está acontecendo. Ao povo, e às autoridades civis e religiosas, é dada a impressão de que tudo é o resultado do destino natural e inevitável da história.” (A NOVA ESTRATÉGIA MUNDIAL DO ABORTO, p. 10)
Esta técnica, utilizada para financiar o aborto no Brasil, se aplica, igualmente, a todos os projetos emanados das “centrais globalistas”.
Com relação a rede de ONGs brasileiras, elas exercem um papel duplo: Por um lado atuam como braços operacionais das “centrais globalistas” e por outro como aparelhos privados de hegemonia, na expressão de Gramsci, para ocupação de espaços e hegemonia de pensamento visando a implantação do comuno-socialismo no Brasil.
Para fundamentar a ocupação de espaços nas mãos dos aparelhos privados de hegemonia, vejamos os dados que coligi a partir das informações do IBGE e IPEA. Em 2004 existiam no Brasil:
 276 mil Fundações e Associações sem fins lucrativos;
 1,5 milhão de pessoas trabalhavam nelas;
 R$ 17,5 bilhões/ano salários e remunerações;
 1/3 situadas em São Paulo e Minas Gerais:
 21% em São Paulo;
 13% em Minas Gerais.
 62% criadas a partir dos anos 90.
 US$ 36 milhões foram aplicados no Brasil pela Fundação MacArthur entre 1990 e 2002.
Hoje, este número ultrapassa a 500 mil, segundo informações da Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais (ABONG). As informações do IBGE e do IPEA desapareceram do domínio público, razão pela qual não foi possível atualizar os dados.
De onde vem todo esse dinheiro e qual a razão da Fundação MacArthur aplicar tamanhos recursos financeiros no Brasil?
A resposta de onde vem o dinheiro aponta para uma única direção: Para as organizações globalistas.
Quanto a razão dessa dinheirama toda ser despejada no país a resposta também é única. Vejamos o que nos diz o maior estudioso do assunto no Brasil.
“Toda a bibliografia existente sobre o Consórcio atesta que o objetivo dele é a instauração de uma ditadura socialista mundial.” (grifo meu)
E complementa:
“Mas pessoas que desconhecem essa bibliografia, e ademais acostumadas a raciocinar com base nos significados usuais das palavras, sem ter em conta a tensão dialética entre estas e o objetos reais que designam, encontram uma dificuldade medonha em entender que capitalistas e banqueiros possam desejar o socialismo.” (CARVALHO, pp. 82-3)
Afinal, socialismo não é propriedade estatal dos meios de produção? Capitalismo não é propriedade privada? Como haveriam os capitalistas de querer que o Estado tomasse suas propriedades? Estas são perguntas que Olavo faz e que todos nos também fazemos, não é mesmo?
Esclarecendo como e porque os capitalistas e banqueiros desejam o socialismo:
“À medida que os controles estatais iam crescendo em número e complexidade, as pequenas empresas não tinham recursos financeiros para atendê-los e acabavam falindo ou sendo vendidas a empresas maiores – cada vez maiores. Resultado: o ‘socialismo’ tornou-se mera aliança entre o governo e o grande capital, num processo de centralização do poder econômico que favorece ambos os sócios e não arrisca jamais desembocar na completa estatização dos meios de produção.”
E ainda:
“Os grandes beneficiários dessa situação são, de um lado, as elites intelectuais e políticas de esquerda; de outro, os ‘metacapitalistas’ – capitalistas que enriqueceram de tal modo no regime de liberdade econômica que já não podem continuar se submetendo às flutuações do mercado.”
“Eternamente garantidos pela burocracia estatal contra a liberdade de mercado e pela inviabilidade intrínseca do socialismo contra a estatização definitiva dos meios de produção, ainda são ajudados nos dois sentidos por um aliado fiel: a tecnologia, que, de um lado, aprimora os instrumentos de controle social ao ponto de poder determinar até a conduta privada dos cidadãos sem que estes possam nem mesmo perceber que são manipulados e, de outro, insufla criatividade no livre mercado de modo que este possa continuar crescendo mesmo sob controle estatal mais opressivo.”
“Assim, entende-se claramente por que as megafortunas do Consórcio têm estimulado e subsidiado o socialismo e a subversão esquerdista de maneira tão universal, obsessiva e sistemática, pelo menos desde os anos 40” (Carvalho, 88-9)
Este esclarecimento aborda tão somente o resultado do como e o porquê. Há que se estudar, as causas e fatores intrínsecos que levaram ambos os lados, outrora antagônicos, hoje parceiros financiadores e financiados.
O assunto é empolgante, complexo, desafiador e acima de tudo GRAVE, mas é dado o momento para interrompê-lo, mesmo estando distante anos-luz de esgotá-lo. Sequer chegamos a arranhá-lo, mas tendo em vista que o meu objetivo não foi de esgotar o assunto, mas o de despertar o leitor e motivá-lo no seu aprofundamento, espero ter alcançado tal desiderato.
De agora em diante é com você.


Obrigado pela visita, volte sempre.