O link para o livro em português se encontra logo abaixo.
Livro Cocaína Vermelha Tradução português PDF
Red Cocaine PDF
Pedagogia Magistério Educação Psicopedagogia Psicomotricidade, Religião, Vaishinavismo Iskcon (vulgo hinduísmo) Envie sua sugestão, crítica, dúvidas, perguntas para meu e-mail:joaomariaandarilhoutopico@gmail.com ou joaocarlosmaria@yahoo.com.br
Yudhishthira Maharaja disse: "ó Senhor Supremo, qual o nome do Ekadashi que ocorre durante a quinzena obscura do mês extra no ano bissexto? E ainda, ó senhor de todos universos, qual o processo para observá-lo corretamente? Por favor narra-me tudo isso."
A Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Sri Krishna, respondeu: "ó Yudhishthira, este dia meritório se chama Parama Ekadashi. Confere a grande benção de uma vida agradável e afinal a liberação do nascimento e morte. O processo para observá-lo é similar àquele para observar o Ekadashi que ocorre durante a quinzena clara do mês extra do ano bissexto. Isto é, neste Ekadashi a pessoa deve adorar a Mim, o melhor de todos seres, com pleno amor e devoção. Com relação a isso agora contarei uma história maravilhosa, assim como ouvi dos grandes sábios na cidade de Kampilya.
Uma vez um brahmana muito piedoso chamado Sumedha residia em Kampilya com sua esposa, Pavitra, que era extremamente casta e devotada a seu marido. Devido a ter cometido algum pecado numa vida anterior, Sumedha estava sem dinheiro ou grãos alimentícios, e mesmo embora mendigasse de muitas pessoas para ter alimento, não conseguia obter qualquer quantidade substancial. Praticamente não tinha alimento adequado, vestes, ou abrigo para si e sua bela e jovem esposa, que tinha caráter tão excelente que continuava a servir Sumedha fielmente apesar da pobreza. Quando vinham convidados na casa deles, Pavitra lhes dava seu próprio alimento, e embora frequentemente ficasse com fome, seu belo rosto semelhante a um lótus nunca desbotava. Este jejuar tornou a fraca, mas sua afeição por Sumedha permanecia inquebrantável.
Vendo tudo isso, e lamentando sua má sorte, Sumedha certo dia disse para Pavitra: "Minha querida esposa, ó mais bela, mendigo doaçöes dos ricos mas mal ganho algumas sobras. Que devo fazer? Que possível alívio haverá para nossa sina? Onde devo ir para ter alívio? ó mais obediente e amorosa esposa, sem suficiente bens, os assuntos domésticos nunca são bem sucedidos. (1) Portanto por favor permita-me para o exterior e obter alguns bens. Se eu fizer tal esforço, certamente obterei a fortuna que me estiver destinada. Sem fazer algum esforço a pessoa não consegue satisfazer seus desejos ou atender a suas necessidades. Assim os sábios disseram que o esforço entusiasmado sempre é auspicioso. (2)"
Ao ouvir seu marido falar estas palavras, Pavitra juntou as palmas de suas mãos e, olhos transbordando lágrimas, falou para ele com grande respeito e afeição: "Penso que não há ninguém maior ou mais sábio que tu, meu querido. Quem, embora na miséria, está interessado no bem-estar dos outros, fala assim como falaste. Contudo, as escrituras declaram que qualquer fortuna que a pessoa obtenha nesta vida é devido a ter dado caridade em vidas anteriores, e que se não se deu caridade nas vidas prévias, então mesmo que se sente num monte de ouro do tamanho do Monte Sumeru, ainda se permanece pobre. (3) Qualquer caridade que a pessoa dê na forma de educação, dinheiro, terra fértil, e semelhantes, lhe é devolvida numa vida futura. Recebemos o que demos. De fato, aquilo que o Senhor do destino, o criador, escreveu como nossa fortuna certamente irá acontecer. Ninguém obtém riqueza sem ter dado caridade numa vida prévia. ó melhor dos brahmanas, como agora estamos pobres, em nossas vidas prévias nem tu nem eu devemos ter dado qualquer caridade a pessoas dignas. Portanto, ó gracioso marido, deves permanecer aqui comigo. Sem ti não consigo viver sequer por um momento.
Sem seu marido uma esposa não é bem-vinda por seu pai, mãe, irmão, sogro, ou qualquer membro familiar. Todos dirão: "Perdeste teu marido; és má sorte!" Desta maneira serei severamente criticada! (4) Por favor, portanto, fica aqui comigo e satisfaz-te com quaisquer bens obtenhamos. O que estiver destinado, obteremos no devido curso do tempo e desfrutaremos aqui em perfeita felicidade."
Tendo ouvido estas plangentes palavras de sua esposa, Sumedha decidiu permanecer no vilarejo natal deles. Certo dia o grande sábio Kaundinya chegou na casa deles, e ao vê-lo o brahmana Sumedha e sua esposa ficaram de pé diante dele e ofereceram suas respeitosas reverências. Com sua cabeça curvada, Sumedha deu as boas-vindas: "Somos muito afortunados por vê-lo aqui hoje, ó mais sábio dos sábios. Minha vida se tornou bem-sucedida, e me sinto muito obrigado a ti."
Sumedha ofereceu a Kaundinya Muni um assento confortável e louvou muito suas austeridades e erudição. "Só por ter seu darshana hoje" disse Sumedha, "me tornei muito afortunado." O pobre casal brahmana alimentou o sábio tão suntuosamente quanto podiam, e depois Pavitra perguntou ao mendicante: "ó mais sábio ser, que processo devemos seguir para sermos aliviados de nossa pobreza? Como pode uma pessoa que não deu qualquer caridade em sua vida anterior para conseguir boa família, muitos bens, e uma boa educação nesta vida? Meu marido quer deixar-me aqui e ir para o exterior mendigar donativos, mas implorei-lhe sinceramente que ficasse aqui comigo. Disse-lhe humildemente que se faltam bens na vida atual, é por não ter dado suficiente caridade em vidas pretéritas. E assim ele consentiu em ficar aqui. É só devido a minha grande fortuna que misericordiosamente vieste aqui hoje. Agora é certo que breve veremos o fim de nossa pobreza.
ó melhor dos brahmanas, por favor conte-nos como poderemos ser libertados desta perpétua miséria provocada pela pobreza. ó ser misericordioso, por gentileza descreva algum meio - um local de peregrinação que possamos visitar, ou uma austeridade que possamos realizar - pela qual nossa má fortuna termine para sempre."
Ouvindo esta sincera súplica daquela paciente senhora, o grande sábio Kaundinya refletiu silenciosamente por um momento e depois disse: "Existe um dia de jejum muito querido pela Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Hari. Jejuar neste dia nulifica todo tipo de pecados e remove todas misérias causadas pela pobreza. Este dia de jejum, que ocorre durante a quinzena obscura do mês extra do ano bisexto, é conhecido como Parama Ekadashi. É o maior dia do Senhor Vishnu. Este Ekadashi do mês extra na quinzena obscura concede todas necessidades de vida, tais como dinheiro e grãos alimentícios, e afinal dá liberação. Quando vem a noite deste dia, deve-se começar a cantar as glórias do Senhor e dançar em êxtase, e deve-se continuar pela noite toda.
Este sagrado jejum certa vez foi observado fielmente pelo Senhor Kuvera. Quando o Senhor Shiva viu quão estritamente ele jejuara, Shiva ficou muito satisfeito e tornou Kuvera tesoureiro do céu. Também o Rei Harishchandra jejuou neste Ekadashi depois que sua querida esposa e filho tinham sido vendidos, e o rei pode reavê-los. Depois disso ele governou seu reino sem mais nenhum impedimento. Portanto, ó senhora de grandes olhos, deves observar este sagrado jejum de Parama Ekadashi, seguindo todas regras e regulaçöes apropriadas e permanecendo acordada toda a noite."
O Senhor Krishna continuou: "ó Yudhishthira, filho de Pandu, desta maneira Kaundinya Muni misericordiosa e afetuosamente instruiu Pavitra sobre o jejum de Parama Ekadashi. Depois falou para Sumedha: "No Dvadashi, o dia após Ekadashi, deves fazer voto de observar jejum de Pancharatrika conforme as regras e regulações. Após tomar banho cedo de manhã, tu e tua boa esposa, junto com teus pais e os dela, devem jejuar por cinco dias de acordo com sua capacidade. Então vos tornareis todos qualificados para retornar para casa, para a morada do Senhor Vishnu.
Uma pessoa que simplesmente se utiliza apenas de um assento durantee estes cinco dias vai para os planetas celestiais. Quem quer que alimente bem brahmanas qualificados nesses cinco dias de fato alimentou todos semideuses, todos seres humanos, e mesmo todos os demônios. Quem quer que doe um pote de água potável a um brahmana duas-vezes nascido durante este período de cinco dias de jejum obterá mérito igual a doar o planeta inteiro como caridade. Quem quer que dê para uma pessoa erudita um pote cheio de sementes de gergelim reside no céu por tantos anos quanto haja sementes no pote. Quem doa um pote cheio de ghee dourado certamente irá para a morada do deus do sol após gozar plenamente dos prazeres deste planeta terreno. Quem quer que permaneça celibatário durante estes cinco dias obterá felicidade celestial e desfrutará com as donzelas de Indraloka. Portanto ambos - Sumedha e Pavitra - deveis jejuar durante estes cinco dias de Pancaratrika a fim de serdes recompensados com amplos grãos e bens para o resto de vossas vidas neste planeta. O mundo espiritual será vossa morada depois disso."
Ouvindo este sublime conselho, o casal brahmana, Sumedha e Pavitra, observaram devidamente Parama Ekadashi e o jejum de Pancaratrika, e dentro em breve viram um belo príncipe se aproximando deles vindo do palácio real. Sob ordens do Senhor Brahma, o príncipe lhes deu uma bela casa finamente mobiliada e os convidou a viver nela. Louvando sua austeridade e paciência, também lhes deu um vilarejo inteiro para seu sustento. Então ele retornou ao palácio. Assim Sumedha e sua esposa gozaram de todo tipo de facilidades neste mundo e afinal foram para a morada de Vishnu.
Quem quer que observe um jejum no Parama Ekadashi e também o jejum de Pancaratrika, se liberta de todos seus pecados, e depois de desfrutar da vida aqui retorna a Vishnuloka, como fizeram o brahmana Sumedha e sua fiel esposa Pavitra. É impossível, ó Yudhishthira, calcular a extensão do mérito que se obtém por jejuar no Parama Ekadashi, pois tal observância é igual a tomar banho em local de peregrinação como o Lago de Pushkara e o Rio Ganges, dar vacas em caridade, e realizar toda sorte de outras atividades religiosas. Quem jejua neste dia também completou as oferendas de oblaçöes a seus antepassados em Gaya. Com efeito, jejuou em todos outros dias auspiciosos.
Como na ordem social o brahmana é considerado o melhor, como entre as criaturas de quatro pernas a vaca é a melhor, e como entre semideuses o Senhor Indra é o melhor, assim entre os meses o mês extra do ano bisexto é o melhor. O jejum Pancaratrika - o jejum de cinco dias no mês extra do ano bisexto - dizem remover todos tipos de pecados abomináveis. Mas o jejum Pancaratrika, junto com os jejuns no Parama e Padmini Ekadashis, destrói todos pecados da pessoa. Se uma pessoa é incapaz de jejuar em todos esses dias, deve observar os jejuns durante o mês extra conforme sua capacidade. Uma pessoa que, tendo recebido um nascimento humano, não toma um devido banho durante este mês extra e depois observa estes Ekadashis, que são muito queridos pelo Senhor Hari, comete suicídio e sofre no ciclo de 8.400.000 espécies. O raro nascimento humano destina-se a acumular mérito e afinal atingir a liberação. Portanto deve-se de qualquer maneira observar jejum neste auspicioso Parama Ekadashi."
O Senhor Sri Krishna concluiu: "ó Yudhishthira sem pecado, conforme pediste, descrevi para ti o maravilhoso mérito que se pode obter por jejuar no Ekadashi chamado Parama, que ocorre durante a parte obscura do mês extra do ano bissexto. Deves observar este jejum se é de todo possível."
O Rei Yudhishthira fez exatamente como o Senhor Krishna havia instruído, e assim também fizeram todos seus irmãos e sua esposa, Draupadi. Após desfrutar prazeres raramente obtidos neste mundo material, retornaram ao lar, de volta para Deus. Quem quer que, após tomar o devido banho, observe um jejum nestes dois Ekadashis do mês extra irá para o céu e finalmente obterá a morada de Sri Vishnu, e enquanto viaja para lá será louvado e receberá oraçöes de todos semideuses.
Assim termina a narrativa das glórias de Parama Ekadashi, o Ekadashi que ocorre durante a quinzena obscura do mês extra do ano bissexto, conforme o Skanda Purana.
Notas:
(1) Chanakya Pandita diz na vandhu madhye dhanahina jivanam: "Sem bens, a vida de um chefe-de-família é inútil."
(2) As escrituras reveladas declaram udyoginah singham upaiti lakshmi daivena deyati ka purushah vadanti: "Quem se esforça entusiasticamente certamente obterá sucesso, mas quem meramente diz "Aceito minha sorte na vida" é um homem preguiçoso."
(3) As escrituras védicas declaram:
purva-janmarjitam vidya
purva-janmarjitam dhanam
purva-janmarjitam kanya
agre dhavati dhavatih
"Conhecimento transcendental, educação espiritual, bens satisfatórios, e agradar membros familiares é o que adquire a pessoa que deu profusa caridade. Qualquer bem que a pessoa faça retorna para ela multiplicado."
No Manu-miti, Manu Maharaja diz bhagyam phalanti sarvatra na ca vidya na ca paurusham: "O que estiver predestinado por Viddhata, aquele que faz a fortuna, certamente irá acontecer. Nossa assim-chamada boa educação, habilidade, e entusiasmo não trarão sucesso."
(4) O Niti-shastra diz vinya ashraye na tishthanti panditah vanita latah: "Sem o devido abrigo e apoio r austeridade. Se seu marido estiver satisfeito, ela pensa que o Senhor Supremo e todos semideuses estão contentes. O Senhor Supremo inclui todos os semideuses."
Suta Goswami disse: "Existem doze meses num ano, e dois Ekadashis em cada mês. Portanto há vinte e quatro Ekadashis num ano completo, e num ano bi-sexto temos dois Ekadashis a mais. ó grandes sábios, por favor ouçam atentamente enquanto declaro para vós os nomes destes auspiciosos Ekadashis. São Utpanna, Mokshada, Saphala, Putrada, Sat-tila, Jaya, Vijaya, Amalaki, Papamocani, Kamada, Varuthini, Mohini, Apara, Nirjala, Yogini, Padma (Devashayani), Kamika, Putrada, Aja, Parivartini, Indira, Papankusha, Rama e Haribodhini (Devotthani). Os dois Ekadashis extras, que ocorrem durante o ano bi-sexto, se chamam Padmini e Parama.
ó sábios, quem ouve sobre estes Ekadashis irá saber como observá-los corretamente. Cada Ekadashi concede determinadas bençãos ao fiel observador.
Quem está fisicamente incapacitado de jejuar no Ekadashi poderá ler as glórias de cada Ekadashi quando ocorrer e recitar todos os nomes dos Ekadashis; assim conseguirá a mesma meta que a pessoa que observa o voto completo de Ekadashi."
Obrigado
Análise do desinteresse dos estudantes pela aquisição da aprendizagem escolar Estudio del desinterés de los estudiantes en la adquisición de aprendizaje escolar Disinterest analysis of students for the acquisition of school learning | ||
*Psicopedagoga pela Faculdade Adventista de Hortolândia – FAH – Hortolândia – SP **Docente na Faculdade Adventista de Hortolândia – FAH – Hortolândia – SP ***Coordenadora do Curso de Psicopedagogia da Faculdade Adventista de Hortolândia – FAH – Hortolândia – SP (Brasil) | Elizangela Machado Da Silva* Helena Brandão Viana** Evodite Gonçalves Amorim de Carvalho*** Magda Jaciara Andrade de Barros** |
Resumo O presente artigo objetivou identificar os possíveis motivos que desencadeiam o desinteresse pela aprendizagem escolar, através de uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo realizado com alunos da escola Estadual João Fiorelo Reginato, localizado no município de Campinas – São Paulo, Brasil. Os resultados indicam principalmente a falta de envolvimento e apoio da família no âmbito escolar e também devido a fatores cognitivos, psicológicos e ambientais que levam estudantes a apresentar desinteresse pelo aprendizado. Unitermos: Psicopedagogia. Desmotivação escolar. Família.
Abstract This article aims to identify the possible reasons that trigger the lack of interest in school learning, through field research, a qualitative approach carried out with students of State Joao Fiorelo Reginato school, located in Campinas - Sao Paulo, Brazil. The results primarily indicate the lack of involvement and family support in schools and also due to cognitive, psychological and environmental factors that lead students to show disinterest in learning. Keywords: Psychology. Demotivation school. Family.
Recepção: 22/09/2015 - Aceitação: 09/11/2015
| ||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 210, Noviembre de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
Introdução
É necessário provocar uma análise e uma reflexão a respeito da desmotivação escolar. Existe o aspecto sociocultural, conflitos familiares, sistemas pedagógicos, deficiência intelectual, mas nenhuma dessas causas é suficiente para explicar o fracasso escolar. Esta inibição do “saber”, está presente entre a relação professor-aluno. O ato de aprender pressupõe que outro ensine, e pode resultar em sucesso ou não. (Baggio, 2013)
O desejo de alguns pais, dos professores e da escola é que os estudantes aprendam com melhor eficiência possível. Como também, há professores que possuem dificuldades em se atualizarem pedagogicamente para acompanhar as evoluções diárias, com uma velocidade de mudança incrível. O estudante percebe logo no início de seus estudos tem que responder a uma expectativa já determinada e imposta, o que pode causar um bloqueio no seu interesse escolar. No Brasil, as pesquisas sobre este tópico têm chegado a resultados semelhantes demonstrando, principalmente, a relação entre o fracasso escolar e a baixa expectativa do professor quanto ao desempenho acadêmico de seus alunos, especialmente quando estes são provenientes de classes sociais mais desfavorecidas (Rafaelle, 2011).
O modo como se aprende é muito relativo de pessoa para pessoa, alguns são mais visuais, outros auditivos ou sinestésicos. É perceptível que os ensinamentos transmitidos na escola não atingem ou não fazem sentido para parte dos alunos. Não há vínculos entre esse conteúdo e o cotidiano dos mesmos (Mirella, 2009).
Existe uma enorme gama de possíveis culpados para o abandono escolar, sendo os principais a pobreza, a necessidade de auxiliar a família na obtenção de renda, fatores culturais como o desestimulo a formação intelectual por considerá-la desnecessária à execução de algumas atividades profissionais, a violência, o uso de drogas, a gravidez na adolescência, o desinteresse do aluno, problemas psicológicos e problemas familiares (Brauwers, 2013).
Desta forma o presente trabalho teve como objetivo, levantar dados sobre o perfil dos alunos que demonstram desinteresse no âmbito escolar, a partir de um questionário calcado em estudo de campo, realizados na unidade com alunos do 4º e do 5º ano, assim como discutir as estratégias de instrumentos psicopedagógicos, no despertar do interesse escolar e buscar soluções.
Metodologia
Primeiramente, foi realizado um contato com a direção da unidade escolar, em seguida, exposta a pesquisa a ser realizada com os seus objetivos explicitados, assim com a autorização, foi realizada a pesquisa. A direção, professores e alunos foram informados do caráter confidencial da pesquisa e assegurados de que a coleta de dados transcorria de acordo com os horários de maior conveniência da escola, de maneira a interferir minimamente com a rotina da unidade escolar, a direção apresentou o projeto político pedagógico da escola, onde foi observado que essa unidade escolar atende uma população na maioria carente.
A unidade escolar possui cerca de quinhentos e dez alunos matriculados regularmente entre os anos iniciais do ensino fundamental. A faixa etária deles está entre seis e dez anos. Essas crianças são provenientes dos bairros Padre Anchieta I e II, assentamentos, condomínios populares e bairros vizinhos. A maioria desses discentes passa a maior parte do tempo em casa, envolvidos em brincadeiras de rua e jogos infantis televisivos. Assim, eles trazem para a escola uma forte influência da mídia e até mesmo conhecimentos induzidos pelos meios de comunicação de massa. Freqüentam cultos e excursões religiosas, eventos esportivas e culturais da região e fazem visitas constantes entre parentes e familiares. Eles, em boa parte, deixam transparecer as conseqüências da desestruturação familiar, mas predominam entre eles os valores comunitários como a ajuda e a solidariedade. Também nota-se entre os alunos uma tendência à agressividade.
A maioria dos familiares não tem uma cultura solidificada de participação escolar na aprendizagem dos filhos. Para eles a criança é capaz de se virar sozinha e a escola como agente salvador da aprendizagem da criança.
No processo de alfabetização a escola necessita do acompanhamento familiar. Mas alegam os pais, que não tem tempo e condições para acompanhar as crianças e isso repercute na questão da assiduidade do discente na escola. O trabalho com os familiares para reverter essa situação tem exigido da direção, corpo docente e instituições de apoio, contínua ações e programas pedagógicos. E o nível sócio econômico da maioria dos alunos é de baixa renda familiar. Não possuem casa própria, vivem em residências pequenas sem uma estrutura e conforto para que o aluno faça de forma ordenada e organizada pesquisas e leitura de livros didáticos e realização de exercícios propostos pelo professor para ser realizados em casa.
A coleta de dados foi aplicada no turno diurno. O levantamento de dados foi com a realização de uma entrevista semiestruturada, aplicadas uma vez, com um questionário de 30 questões. Fez parte deste estudo 116 alunos, referente a duas salas de aula do 4º ano, com idade entre 8 e 9 anos e, duas salas do 5º ano, com idade de 10 anos. O questionário é segundo Marconi e Lakatos (2002, p.98), um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que foram respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.
Resultados
A seguir, explicitamos os resultados e as análises das respostas dos alunos entrevistados no projeto que este artigo procura refletir, envolvendo os aspectos que motivam ou não os alunos a participarem de maneira agradável e completa do desenvolvimento de seus estudos.
Diante disto, buscou-se identificar e analisar as causas das dificuldades de aprendizagem encontradas na turma do 4º e 5º ano, além de identificar quais as disciplinas com maior dificuldade para os educandos e refletir sobre os procedimentos pedagógicos adotados pela escola e o apoio dado pela família para amenizar o desinteresse pelo conhecimento básico escolar para formar cidadãos capazes de desenvolver seus próprios potenciais. Os resultados estão apresentados em gráficos e analisados por conteúdos e citações de artigos já elaborados, devidamente identificados e que abordam o tema em discussão.
As primeiras questões são de identificação do aluno, a respeito dos métodos pedagógicos de aprendizagem, referentes ao ambiente familiar, sobre os sonhos e metas estabelecidas em relação ao futuro acadêmico de cada aluno.
Com estes resultados e tendências, propor e oferecer condições para que os alunos e familiares possam desenvolver plenamente suas potencialidades através da aquisição de conhecimentos e da vivência diária, em que impere um clima de liberdade e responsabilidades, levando o educando a adquirir hábitos, atitudes e comportamentos coletivos. Dessa forma, constituindo-se num ser preparado e crítico, capaz de participar da construção de uma sociedade mais justa e igual.
Os gráficos a seguir têm como fonte, os alunos do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual João Fiorelo Reginato.
Figura 1. O perfil dos entrevistados em relação ao sexo
Figura 2. O que pensam os alunos em relação ao ambiente escolar
Do total, 75 alunos responderam que escola é lugar para estudar, 29 alunos responderam que a escola é lugar de brincar e 12 alunos responderam que a escola era lugar para ficar até os pais vir buscar.
Figura 3. Qual o comprometimento dos alunos com os estudos e tarefas escolares
Do total, 70 alunos responderam que não priorizam seus estudos, 29 alunos responderam que priorizam parcialmente seus estudos, 17 alunos responderam que priorizam totalmente seus estudos.
Figura 4. Qual o nível sócio econômico em que vivem os alunos
Nesta questão, 81 alunos se enquadram na baixa renda, 29 alunos se enquadram na média renda, 6 alunos se enquadram em uma renda estável.
Figura 5. Qual é o nível de participação e apoio da família para a vida escolar dos alunos
No tocante à questão familiar, 64 alunos responderam que a família não participa de sua vida escolar, 29 alunos responderam que a família participa parcialmente de sua vida escolar, 23 alunos responderam que a família participa totalmente de sua vida escolar.
Figura 6. Opinião dos alunos quanto a metodologias utilizadas pelo professor
Nesta questão, 24 alunos concordam totalmente com a metodologia empregada, 40 alunos concordam parcialmente com a metodologia empregada, 52 alunos discordam totalmente com metodologia empregada pelo professor.
Figura 7. Qual é a meta pessoal a ser atingida pelos alunos ao longo de seus estudos
Na questão da meta pessoal, 64 alunos pretendem concluir o Ensino médio, 35 alunos pretendem concluir o Ensino fundamental, 17 alunos pretendem concluir o Ensino superior.
Discussão
É perceptível a falta de interesse dos educandos, no âmbito escolar e fora desse contexto, na aquisição do conhecimento escolarizado. Tais dificuldades ou mesmo desafios, são de ordens não apenas educacionais, mas envolvem também as famílias de forma globalizada. Essa problemática despertou em mim o desejo de realizar esse processo acadêmico, cujo tema é: Análise do desinteresse dos estudantes pela aquisição da aprendizagem escolar, com o intuito de desvendar um dos pontos, ou quem sabe, o próprio ponto principal dos fatores dos desinteresses explicitados na educação: família. Através da pesquisa de campo realizada, observações direcionadas, conversas informais, conclusões de análises temáticas de idéias de autores, apontam a realidade onde os professores do Ensino Fundamental se encontram. O referencial teórico adotado compreende o desenvolvimento humano pela interação social, mediada utilizando como instrumento o diálogo entre famílias e escolas, qual não é apenas um espaço de aquisição de conhecimentos preestabelecidos, nela devemos valorizar as indagações humanas, sentimentais, o convívio em sociedade despertando para o exercício da cidadania, porém para isso o aluno precisa ser estimulado e apoiado pela família, pela sociedade e governo e acima de tudo pelo professor, sobre as vantagens e desvantagens de ser letrado na sociedade. Foram abordados temas entre a falta de comprometimento dos pais no que diz respeito à educação dos filhos, ausência de estímulo por parte da instituição e motivação por parte da família. Eventualmente, a família tem sido classificada como parte fundamental do sucesso ou fracasso escolar. É fundamental criar um ambiente harmonioso entre família e escola, pois ambos são responsáveis na formação de um indivíduo autônomo. É perceptível a ausência dos pais no cotidiano escolar, delegando toda responsabilidade para instituição escolar. Isso se tornou um dos grandes desafios para a escola e para o professor que se necessita aproximar desse aluno de uma forma afetiva, buscando alternativas e profissionais que podem auxiliar nesta árdua tarefa, por exemplo, um psicopedagogo não permitindo que ele abandone a escola.
É necessário elencar atividades, eventos e estímulos que provoquem a integração da família na aprendizagem dos seus filhos, valorizar e orientar os pais no sentido de incentivar as boas relações com a escola e os que fazem parte desse contexto. Notando os dados de questões relacionadas à metodologia do professor, verifica-se a necessidade de transformar o ensino em uma compreensão dinâmica, criando expectativas nas reciprocidades dos envolvidos. Repensar em nossa metodologia, nos faz quebrar paradigmas na medida em que saímos do comodismo, do queixume e passamos a olhar para o aluno como um ser humano com uma carga genética, uma realidade social e cultural, com suas potencialidades a serem exploradas e afloradas e assim sendo o torna único. Enquanto educadores é multiplicador de sonhos, desafios e assim imbuídos de responsabilidade quanto às mentes que formamos constantemente em nossas salas de aula. Diante dos resultados da pesquisa de campo, ações positivas do psicopedagogo no contexto professor e família, que é uma ferramenta imprescindível no meio educacional, teremos mais possibilidades de sanar esse desinteresse em aprender por parte dos nossos futuros cidadãos.
Considerações finais
Nesse ponto do artigo, será realizada uma reflexão a partir da qual irei retirar a conclusão do trabalho realizado, na qual não é uma tarefa muito fácil, como educadora e principalmente psicopedagoga.
Durante o processo da pesquisa, ficou explícito que a relação da família e escola é imprescindível para se conseguir uma educação de qualidade. As famílias necessitam criar o hábito de participar da vida escolar dos seus. Também cabe a escola, o papel de criar meios de aproximação com as famílias e a comunidade, orientando, que educar é função de todos.
Numa reflexiva precisa, não é possível desconsiderar o fato de que os professores tendem a culpar a família, devido à falta de um maior envolvimento e apoio da família quando os alunos vão mal, ou apresentam déficit de aprendizagem. Não obstante, os professores tenham razão quando afirmam que a interferência da família no processo educacional, favorece uma melhor aprendizagem, mas culpar a família pelas dificuldades de aprendizagem do aluno resulta no afastamento ainda maior da escola.
É imprescindível e fundamental uma mudança de atitudes dos pais e professores, não é necessário encontrar um culpado para o problema, mas sim as partes buscar soluções para tal situação crítica e importante. A unidade escolar como detentora dos conhecimentos, métodos, técnicas de ensino deve ter a iniciativa de aproximar a família, orientando- a sobre a importância dessa parceria, e também buscando ações psicopedagógicas.
Enfim, estas instituições família e escola não podem viver em campos opostos, ou em disputas, mas sim tendo a mesma linguagem, caminhando lado a lado, tendo os mesmos objetivos, que é de preparar melhor as futuras gerações para que adquiram valores e saberes. A escola necessita ter o apoio familiar, para poder realizar um trabalho eficiente.
Família integrada com a escola: a participação que faz a diferença!
Bibliografia
Almeida, T.F.S. e Sartori, J. (2012). A Relação Entre Desmotivação e o Processo Ensino - Aprendizagem. Monografias Ambientais Remo - UFSM, 8(8): 1870-1886.
Baggio, A. C.; Salvador, G. e Mondadori, D. (2013). Análise Da Desmotivação Escolar: Elementos Que Colaboram Para O Desinteresse Dos Alunos Em Sala De Aula No São Rafael. XIII Seminário Escola e Pesquisa: um encontro possível. ISSN 2176-1434.
Boruchovitch, E. (2001). Algumas estratégias de compreensão em leitura de alunos do ensino fundamental. Psicol. Escolar Educ. 5(1). Campinas, jun.
Colares, M. F. A.; Silva A. F. V. e França, J. A. (2013). Percepção dos Professores do Ensino Fundamental Sobre As Dificuldades de Aprendizagem. Revista Eletrônica de Letras, 6(1).
Cury, A. (2014). Pais Inteligentes Formam Sucessores, não Herdeiros. São Paulo: Editora Saraiva.
Fernandes, A. C. O. G. (2014). A Família na Vida Escolar. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia – EAD) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande.
Lopes, R. C. F. e Crenitte, P. A.P. (2013). Estudo Analítico Do Conhecimento Do Professor A Respeito Dos Distúrbios De Aprendizagem. CEFAC. Setembro – Outubro.
Manzini, E. J. Entrevista Semi – Estruturada: Análise de Objetivos e de Roteiros. Disponível em http://wp.ufpel.edu.br/consagro/files/2012/03/MANZINI-Jos%C3%A9-Eduardo-Entevista-semi-estruturada-An%C3%A1lise-de-objetivos-e-de-roteiros.pdf, acesso em 07.04.2015.
Lüscher, A. Z. e Dore, R. (2011). Política educacional no Brasil: educação técnica e abandono escolar. Revista de Pós-Graduação, 8(1).
Maldaner, O. A.; Beber, L. B. A. e Machado A. R. (2010). Interações em Processos Pedagógicos a Partir da Recontextualização do Conhecimento em Situações de Estudo. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul.
Moreira, H. (2010). Saberes Docentes: Natureza, Aquisição E Uso No Contexto Da Sala De Aula. Série - Estudos - Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB. Campo Grande-MS, n. 29, p. 55 - 74, jan. – jun.
Oliveira, H.M.S. (2011). Leitura em sala de aula: vozes permitidas e silenciadas. 51f. Trabalho de conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande.
Oliveira, D. C.; Martins, I. S. F.; Fischer, M.; Sá, C. P.; Gomes, A. M. T. G.. e Marques, S. C. (2004). Pedagogia, futuro e liberdade: a instituição escolar representada por professores, pais e alunos. Psicologia: Teoria e Prática, edição especial: p. 31- 47.
Paiva, M. L. M. F. e Prette, Z. A. P. D. (2009). Crenças docentes e implicações para o processo de ensino-aprendizagem. Psicol. Esc. Educ. 13(1), Campinas jun.
Paterra, M. T. G.. e Rodrigues, S. C. (2014). Atuação Do Psicopedagogo Nos Diversos E Complexos Contextos De Dificuldades De Aprendizagem Nas Instituições Escolares. Educação, Gestão e Sociedade: Revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, 4(14).
Pereira, I. S. (2014). Avaliação Como Recurso Subsidiário No Desenvolvimento Cognitivo. Arte Revista, n.3.
Riboldi, M. L. R. (2014). Limitações de aprendizagem: como a escola e a família podem ser úteis no desenvolvimento estudantil. MD - Educação: Métodos e Técnicas de Ensino. Disponível em http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2351, acessado em 07 de abril de 2015.
Aliny dos Santos Carvalho
Aliny é membro de Ciências e Cognição, onde iniciou sua participação como bolsista de iniciação científica, passando a integrar a equipe de Coordenação da Olimpíada Brasileira de Neurociências (OBN), Olimpíada Brasileira de Neurociências para Graduandos (OBNG), Simpósio Brasileiro de Neurociências (SBN) e outras atividades.
Agora, inicia uma nova fase como pesquisadora, pelo programa MD-PhD, com ênfase no estudo do uso de estimulação visual e motora para a promoção de melhorias na escrita e na leitura de crianças em crianças disléxicas.
Um estudo lançado no mês passado pela Universidade Stanford (EUA), uma das instituições mais renomadas do mundo, comprova a vantagem do método fônico de alfabetização sobre outras técnicas de ensino. O estudo, de co-autoria de Bruce McCandliss, professor da de Pós-Graduação Escola de Educação e do Instituto de Neurociência de Stanford, fornece algumas das primeiras evidências de que uma estratégia de ensino específico para a leitura tem impacto direto no cérebro. Segundo a pesquisa, leitores que aprendem as relações entre letra e som por meio do método fônico de ensino têm melhor avanço na leitura do que quando tentam aprender a identificar palavras inteiras.
Isso significa, por exemplo, que ensinar o som das letras que formam a palavra GATO produz mais conexões cerebrais do que quando as crianças são instruídas a memorizar essa palavra. “A pesquisa é emocionante porque utiliza a neurociência cognitiva e a conecta a questões com significado profundo para a história da pesquisa em educação”, disse McCandliss em entrevista ao site de notícias de Stanford. A pesquisa contou também com a coordenação de Yuliya Yoncheva, da Universidade de Nova York, e Jessica Wise, estudante de pós-graduação da Universidade do Texas, em Austin, ambas nos Estados Unidos.
Publicado na revista Brain and Language, o estudo partiu de uma nova linguagem escrita e buscou ensiná-la a um grupo de 16 adultos, sendo que uma parte foi ensinada a partir de um método de instrução fônico e a outra parte com um método de associação de palavras inteiras. Depois de aprender várias palavras sob ambas as abordagens, as palavras recém aprendidas foram apresentadas em um teste de leitura, enquanto as ondas cerebrais foram monitoradas.
Segundo os exames, a resposta cerebral mais rápida para as palavras recém aprendidas foi influenciada pela técnica de ensino. Aquelas palavras que foram aprendidas pelo método fônico induziram a atividade neural do lado esquerdo do cérebro, que engloba as regiões visuais e de linguagem. Em contraste, palavras aprendidas através de associação da palavra inteira mostraram atividade de processamento no hemisfério direito. McCandliss observou que o forte engajamento hemisfério esquerdo durante o reconhecimento de palavras é uma característica marcante de leitores qualificados. Segundo o pesquisador, os resultados reforçam a ideia de que a forma como um aluno concentra sua atenção durante a aprendizagem tem impacto profundo sobre o que é aprendido.
Não é a primeira vez que um estudo comprova a superioridade do método fônico em relação a outros métodos, especialmente com alunos que apresentam dificuldades de leitura. Em 1990, a pesquisadora americana Marilyn Adams publicou uma revisão da literatura disponível desde 1960 e constatou que esses estudos revelavam a importância da consciência fonológica e fonêmica como fatores associados a fatores fortes de predição do sucesso da alfabetização. Assim, Adams conclui que métodos fônicos, que usam a associação fonema-grafema, quando implementados de maneira sistemática e explicita, são mais eficazes do que os outros.
No ano 2000, a alfabetização também foi tema nos Estados Unidos do National Reading Report Painel. O levantamento partiu de uma análise de 100 mil outros estudos e se concentrou em uma amostra de 68 pesquisas relevantes, que incluíam milhares de crianças, e ofereceram a conclusão de que os métodos fônicos são mais eficazes do que os outros.
De modo geral, ficou comprovado que o método funciona melhor para os que têm mais dificuldade, ajudando a desenvolver competência de compreensão e aprendizagem da ortografia e é mais impactante para as crianças de nível econômico mais baixo. Ainda segundo esse levantamento, não basta apenas usar qualquer método fônico, o melhor é o fônico sintético, que apresenta as relações de fonema e grafema de forma sistemática e explícita.
No Brasil, em 2003, a Câmara dos Deputados organizou um grupo de estudos que buscou produzir uma análise rigorosa das evidências científicas mais atualizadas sobre o tema elaborada conjuntamente por uma equipe de cientistas nacionais e internacionais, que contou com a participação e coordenação de João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, além da participação de Marylin Adams, Roger Beard, dentre outros. O trabalho resultou no relatório intitulado Alfabetização infantil: novos caminhos. Já em 2011, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) produziu o relatório Aprendizagem Infantil, que também aborda as evidências científicas mais relevantes a robustas a respeito da alfabetização. O trabalho contou com a participação de diversos pesquisadores brasileiros, entre eles o presidente do Instituto Alfa e Beto.
Saiba mais sobre a recente pesquisa da Universidade Stanford (apenas em inglês).
texto disponível em: http://www.alfaebeto.org.br/blog/novo-estudo-comprova-eficacia-de-metodo-fonico-na-alfabetizacao/
acessado em: 04/10/2020