A História Da Catequese No Brasil
Autor: Robson Stigar
A HISTÓRIA DA CATEQUESE NO BRASIL
No início do cristianismo, a catequese era o período em que se estruturava a conversão. Os já evangelizados eram
iniciados no mistério da salvação e num estilo evangélico de ser: experiência de vida cristã, ensinamento sistematizado, mudança de vida, crescimento na comunidade, constância na oração, alegre celebração da fé e engajamento missionário. Este longo processo de
iniciação, chamado catecumenato, se concluía com a imersão no mistério pascal através dos três grandes Sacramentos: Batismo, Confirmação e Eucaristia. A catequese estava a serviço da igreja visando a iniciação cristã.
No século XV para o século XVI a Europa investiu em novas rotas marítimas tanto para a África como para a Ásia. Acidentalmente encontram novas terras como a América latina. Surpreendem-se ao encontrar pessoas desconhecidas, ate então. Portugal esta a frente desse grande movimento de colonização juntamente com a igreja, Portugal acreditava estar contribuindo para a formação do reino de Deus, sua função era salvar esses povos desconhecidos e infiéis. Era comum nesse período o religioso ser utilizado pelo estado a fim de conseguir manipular esses povos com maior facilidade.
Em 1552 é institucionalizado o primeiro bispado no Brasil, na Bahia. A partir desse momento começa a implantação da catequese institucionalizada, desse se ocupam, primeiramente os jesuítas, posteriormente os carmelitas, os beneditinos e franciscanos começam a colaborar na evangelização no Brasil. Dentre os missionários distinguiram-se o Pe. Manoel da Nóbrega, provincial, e, sobretudo, o Bem-aventurado José de Anchieta e o Pe. Antônio Vieira (1608-1697).. Os missionários se preocupavam também com a
promoção humana e social do indígena e dos escravos fortemente agredido pelos colonizadores.
Nesse período de povoamento realizado pelos Portugueses, o Brasil passa a se chamar de colônia. Nesse período denominado de colônia, a Catequese se desdobra em duas dimensões necessárias; a clássica e a missionária.
A Catequese clássica: è a Catequese tradicional, o Brasil copiou o modelo europeu guiado pelo concilio Tridentino, porem essa catequese era utilizada apenas em pequenos grupos, geralmente para os portugueses, onde já foram em algum momento evangelizados. Aos portugueses a tarefa era aperfeiçoar a fé Inicia-se, então, a implantação de uma catequese institucionalizada para os colonizadores portugueses, seguindo o modelo tridentino.
A catequese missionária: é a catequese é bastante criativa, é adaptada para atender a situação dos índios e dos negros, a principio estes índios e escravos não tinham fé e nada conheciam da mensagem de Cristo. Precisava-se adaptar a catequese junto a realidade desse povo, necessitando assim de um novo mecanismo de educação, uma nova didática e metodologia para evangelizar. Aos índios e aos escravos havia a tarefa de convertê-los a fé e a religiosidade
Os jesuítas escreveram catecismos em português e usaram a música, teatro, a poesia, os autos e a dança ritual para a obra evangelizadora. Tanto nos colégios como na catequese indígena, predominava a metodologia da memorização e da tradição oral. Para os missionários, no dizer de Pe. Anchieta, “a questão da conversão dos índios não era doutrinária, mas uma questão de costumes”.
No período da expulsão dos jesuítas, foi a catequese popular dos leigos, rezadores, puxadores de novena, pregadores populares, especialmente mulheres, que manteve e deu continuidade à transmissão dos dados essenciais da fé. Ao mesmo tempo, porém, o sincretismo religioso, numa mistura de elementos da religião indígena, africana e do catolicismo, foi-se firmando.
Por volta de 1810 ocorreu a reforma católica,no Brasil. A catequese deixou de dar, prioridade ao
ensino da doutrina cristã guiada pelo concilio de Trento. Os missionários leigos por sua vez tiveram espaço, ajudava a manter e alimentar a fé dos fiéis. No final do século XIX e início do XX realizaram-se esforços de articulação pastoral. Marcante foi o Concílio Plenário Latino Americano realizado em 1899, em Roma, convocado pelo Papa Leão XIII.
A evolução da catequese no Brasil recebeu, também, uma especial contribuição do
movimento querigmático. Pedagogicamente construída a partir de unidades didáticas, a catequese passou a ter como espinha dorsal de seu conteúdo a
História da Salvação, cujo centro é Jesus Cristo. Daí decorreu um maior uso da Bíblia, particularmente os Evangelhos, e da liturgia. Tinha como objetivo formar o cristão íntegro, firme na fé, forte no amor e pleno de esperança.
No inicio do século XX , o Papa Pio X publicou a encíclica
Acerbo Nimis sobre a catequese e, em 1910, apareceu o catecismo que traz o seu nome, o que favoreceu ainda mais o uso do
Catecismo da Doutrina Cristã. A influência de Pio X foi grande no Brasil, especialmente em nível de animação e organização da catequese.
Surgiram também as
Congregações da Doutrina Cristã nas paróquias e dioceses, para organizar e impulsionar a catequese. Nas orientações da
Acerbo Nimis havia um apelo para que a fé fosse professada no dia-a-dia, estendendo-a para os adultos, jovens e crianças, assumindo um caráter de fato educativo permanente. Sob o impulso de Pio X os leigos foram mais valorizados na catequese, abrindo assim espaço para a
Ação Católica. A falta de clero obrigou bispos e padres a recorrerem cada vez mais aos leigos.
Num notável esforço de renovação nestas últimas décadas, a Catequese no Brasil passou por diversas fases onde, sucessivamente, os acentos e as preocupações recaíam sobre o conteúdo, método, sujeito e, mais recentemente, sobre o objetivo da catequese.
Já desde os anos 40, diversos pioneiros se dedicaram ao trabalho de sistematização e adaptação da Catequese às novas exigências.Nas décadas de 50 e 60, nos secretariados nacionais e regionais de catequese e nos Institutos de Pastoral Catequética, que daí surgiram depois do Concílio Vaticano II nos diversos níveis. Os Institutos prestaram relevante serviço no que tange à formação dos quadros dirigentes da catequese
Segundo aa orientações do documento Catequese Renovada, no século XX, também no Brasil, o movimento catequético foi impulsionado pela ação do Papa Pio X e sua encíclica sobre a catequese. Também nesta mesma época surgiu o Catecismo dos Bispos das Províncias Meridionais do Brasil, que teve inúmeras edições. Varias gerações de cristãos e famílias foram instruídas e/ou educadas na fé por meio deste catecismo tradicional.
A situação do mundo atual levou a Igreja no Vaticano II a propor a restauração do catecumenato. O Batismo de crianças, que as introduz na vida da graça, exige uma continuação, uma iniciação vivencial nos mistérios da fé (a pessoa de Jesus, a Igreja, a liturgia, os sacramentos) através da catequese. Esse processo catequético possibilita também aos já batizados (adultos, jovens, crianças) assumir conscientemente a própria vida cristã. Para os não batizados, a catequese se apresenta como processo catecumenal para a vida cristã.
Houve, em todo este último período, um grande esforço de integrar a catequese no conjunto da renovação pastoral, a fim de pôr em prática os princípios e normas do Concílio, repetidamente inculcados pelos Papas e pelos Sínodos, adaptados à situação latino-americana em Medellín e Puebla e à nossa situação brasileira pelas orientações e diretrizes gerais da CNBB.
Na América Latina, a 2ª Conferência Episcopal realizada em Medellín (1968), percebeu esta nova necessidade de estar atento a realidade social e cultural das sociedades, aplicando os ensinamentos do Concílio Vaticano II à nossa realidade continental. A Catequese para o compromisso libertador nas situações concretas. À luz do documento final de Medellín, confirmado mais tarde pela Evangelium Nuntiandi e pela Conferência de Puebla.
A Catequese na América Latina vem procurando realizar-se em estreita ligação com a realidade da vida social e cultural, para a construção de comunidades de fé. Neste sentido vem levando os catequistas a caminharem com os mais pobres e oprimidos e a partilharem as suas angústias, lutas e esperanças.
É evidente que dentro desta conjuntura da Catequese no Brasil houve inúmeros pontos positivos na evangelização, como a inserção maior no conjunto de toda a pastoral a fim de torna-se cada vez mais uma pastoral orgânica, assim como também ocorreu inúmeros pontos negativos, como a própria Catequese fraca, imatura e às vezes questionáveis do ponto de vista doutrinal e metodológico.
Segundo Lima (2006) a igreja brasileira necessita de um DGC mais atualizado que a catequese renovada:
A necessidade do Diretório Nacional de Catequese nasce d
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