terça-feira, 25 de novembro de 2014

O que é desinformação. Olavo de Carvalho


O que é desinformação
Olavo de Carvalho
O Globo, 17 de Março de 2001

Se o público brasileiro não adquirir rapidamente os conhecimentos básicos que o habilitem a reconhecer operações de desinformação pelo menos elementares, toda a nossa imprensa, toda a nossa classe política e até oficiais das Forças Armadas podem se transformar, a curtíssimo prazo, em inermes e tolos agentes desinformadores a serviço da revolução comunista na América Latina.
A maior parte das nossas classes letradas não sabe sequer o que é desinformação. Imagina que é apenas informação falsa para fins gerais de propaganda. Ignora por completo que se trata de ações perfeitamente calculadas em vista de um fim, e que em noventa por cento dos casos esse fim não é influenciar as multidões, mas atingir alvos muito determinados - governantes, grandes empresários, comandos militares - para induzi-los a decisões estratégicas prejudiciais a seus próprios interesses e aos de seu país. A desinformação-propaganda lida apenas com dados políticos ao alcance do povo. A desinformação de alto nível falseia informações especializadas e técnicas de relevância incomparavelmente maior.
O uso de informações falseadas é conhecido nas artes militares desde que o mundo é mundo. "A arte da guerra consiste substancialmente de engodo", dizia Sun-Tzu no século V a. C. Exemplos de informação falsa usada fora do campo militar estrito aparecem, aqui e ali, na história mundial. Calúnias contra judeus e protestantes nos países católicos, contra os católicos e judeus nos países protestantes foram muitas vezes premeditadas para justificar perseguições. Os revolucionários de 1789 montaram uma verdadeira indústria de informações falsas para jogar a opinião pública contra o rei e, depois, para induzi-la a apoiar as medidas tirânicas do governo revolucionário. O exemplo mais célebre foi a "Grande Peur", o "Grande Medo": informações alarmistas espalhadas pelo governo, que, anunciando o iminente retorno das tropas reais - impossível, àquela altura - desencadeavam explosões de violência popular contra os suspeitos de monarquismo; explosões que em seguida o próprio governo mandava a polícia controlar, brilhando no fim com a auréola de pacificador. A história das revoluções é a história da mentira.
Mas tudo isso ainda não era desinformação. Invenção pessoal de Lenin, a desinformação (desinformátsya) consiste em estender sistematicamente o uso da técnica militar de informação falseada para o campo mais geral da estratégia política, cultural, educacional etc., ou seja, em fazer do engodo, que era a base da arte guerreira apenas, o fundamento de toda ação governamental e, portanto, um instrumento de engenharia social e política. Isso transformava a convivência humana inteira numa guerra - numa guerra integral e permanente. Quando Hitler usou pela primeira vez, em 1939, a expressão "guerra total" para designar um tipo moderno de guerra que não envolvia apenas os políticos e militares, mas toda a sociedade, a realidade da coisa já existia desde 1917 na Rússia, mesmo sem combates contra um inimigo externo: o socialismo é a guerra civil total e permanente.
No governo de Lenin, a desinformação era também a regra geral da política externa. A famosa abertura econômica, planejada como etapa dialética de uma iminente estatização total, foi anunciada como sinal de um promissor abrandamento do rigor revolucionário, não só para atrair os capitalistas, mas para dissuadir os governos ocidentais de apoiar qualquer esforço contra-revolucionário. Assim, muitos líderes exilados, desamparados pelos países que os abrigavam e iludidos pela falsa promessa de democratização na Rússia, voltaram à pátria conforme calculado e, obviamente, foram fuzilados no ato. Dos que não voltaram, muitos foram mortos no próprio local de exílio por agentes da Tcheka, a futura KGB.
O uso da informação traiçoeira nessa escala era uma novidade absoluta na política mundial. Para fazer idéia de quanto as potências ocidentais estavam despreparadas para isso, basta saber que os EUA não tiveram um serviço secreto regular para operar no exterior em tempo de paz senão às vésperas da II Guerra Mundial. Outro ponto de comparação: a "ofensiva cultural" soviética - sedução e compra de consciências nas altas esferas intelectuais e no show business - começou já nos anos 20. A CIA não reagiu com iniciativa semelhante senão na década de 50 - e foi logo barrada pela gritaria geral da mídia contra a "histeria anticomunista".
Não obstante a abjeta inermidade das potências ocidentais ante a Revolução Russa, o governo leninista mantinha o povo em sobressalto, alardeando que milhares de agentes secretos estrangeiros estavam em solo russo armando a contra-revolução. Um dos raros agentes que comprovadamente estavam lá era o inglês Sidney Reilly, um informante mitômano que o Foreign Office considerava pouquíssimo confiável, e do qual a propaganda soviética fez o mentor supremo da iminente invasão estrangeira que, evidentemente, nunca aconteceu. Para avaliar o alcance dos efeitos da desinformação soviética, basta notar que até a década de 70 o livro de Michael Sayers e Albert E. Kahn, "A grande conspiração", inspirado no alarmismo leninista de 1917, ainda circulava em tradução brasileira como obra séria, com a chancela de uma grande editora. Diante de casos como esse, de autodesinformação residual espontânea, não espanta que os soviéticos tivessem em baixíssima conta a inteligência dos brasileiros, principalmente comunistas.
Operações de desinformação em larga escala só são possíveis para um regime totalitário, com o controle estatal dos meios de difusão, ou para um partido clandestino com poder de vida e morte sobre seus militantes. Qualquer tentativa similar em ambiente democrático esbarra na fiscalização da imprensa e do Legislativo. Não há, pois, equivalente ocidental da desinformação soviética. Um governo pode, é claro, fazer propaganda enganosa, mas não pode fazer desinformação porque lhe faltam os meios para o domínio calculado dos efeitos, que é precisamente o que distingue a técnica leninista. Inversa e complementarmente, a liberdade de informação nos países democráticos sempre foi de uma utilidade formidável para a desinformação soviética, não só pelo contínuo vazamento de informações secretas do governo para a imprensa, mas também pela facilidade de divulgar informações falsas pela mídia ávida de denúncias e escândalos. O célebre general armênio Ivan I. Agayants, por muitas décadas chefe do departamento de desinformação da KGB, chegava a ficar espantado ante a facilidade de plantar mentiras na imprensa norte-americana. Espantado e grato. Ele dizia: "Se os americanos não tivessem a liberdade de imprensa, eu a inventaria para eles."
NB: Este assunto continua no artigo da semana que vem. Por enquanto, vão apenas tratando de conjeturar, se quiserem, o seguinte: quantos técnicos em desinformação, que aprenderam em Cuba sob a orientação da KGB, são hoje "formadores de opinião" no Brasil?


ABC da desinformação 
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 10 de janeiro de 2013
          
Para quem zela pela sobrevivência do seu cérebro num tempo de naufrágio universal da inteligência, nada mais urgente do que compreender o que é realmente “desinformação”. O uso corrente da palavra como rótulo infamante para denegrir qualquer opinião adversa é garantia segura de que as verdadeiras operações de desinformação passarão despercebidas, condição necessária e quase suficiente do seu sucesso.
          Só há dois tipos de desinformação genuína, e cada um deles requer muito mais planejamento e execução cuidadosa do que o mero vício jornalístico de espalhar mentirinhas ideologicamente sedutoras.
          O primeiro tipo – e, de longe, o mais importante – é aquele que tem como alvo não o público em geral, a massa ignara, e sim os homens do poder, os que tomam decisões de grande alcance. Dificilmente uma dessas criaturas se deixa orientar pelo que sai na mídia popular. Para influenciá-las é preciso colocar no seu entourage (ou conquistar mediante suborno, chantagem etc.) assessores técnicos que sejam da sua plena confiança. E mesmo estes têm de ser muito prudentes no manejo do fluxo de informações que levará seus chefes a tomar as decisões erradas, favoráveis ao inimigo que controla de longe a situação. A importância dessas operações é imensurável, muito mais do que o cidadão comum pode imaginar, e ninguém foi (e é ainda) mais hábil em manejá-las do que a boa e velha KGB (atual FSB). Graças à pletora de documentos secretos revelados após a queda da URSS, hoje sabe-se que desde os anos 40 os agentes soviéticos moldaram a seu belprazer algumas das principais decisões estratégicas do governo de Washington no cenário internacional, induzindo-o a trabalhar contra os interesses mais vitais da nação americana.
          O exemplo mais claro e didático está no livro Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor, de John Koster (Regnery, 2012). “Mole” (toupeira) é, no jargão dos serviços de inteligência, o termo técnico que designa o agente infiltrado. A toupeira, no caso, foi Harry Dexter White, alto funcionário do Tesouro, homem de confiança de Franklin Delano Roosevelt e, como os documentos comprovam, agente soviético.
          A situação era a seguinte em 1941. O governo militarista e expansionista do Japão estava dividido entre duas correntes: uma queria retormar a velha guerra com a Rússia. A outra queria ajudar os nazistas contra as potências ocidentais. A Rússia, sob ataque alemão desde junho, não podia oferecer resistência eficaz aos japoneses do outro lado do território. Profundo conhecedor da língua, da cultura e da política japonesas, e colocado, ademais, numa posição desde a qual podia facilmente influenciar as decisões econômicas do governo Roosevelt, Harry Dexter White foi contratado pelos soviéticos para criar artificialmente um conflito entre o Japão e os EUA. A seqüência de memorandos e estudos estratégicos com que ele remoldou para pior as relações econômicas entre os dois países foi uma obra de gênio, levando Roosevelt a impor às importacões japonesas de petróleo limitações drásticas que do ponto de vista americano pareciam simplesmente razoáveis, mas que no contexto japonês, e em língua japonesa, soavam como verdadeiras declarações de guerra. O Japão respondeu com o ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941 – não por coincidência, um dia depois que a Rússia, livre da ameaça nipônica, lançava aos alemães um contra-ataque maciço.
          Psicologicamente, Pearl Harbor é ainda hoje um símbolo aglutinador do patriotismo americano, mas, em termos substantivos, foi uma tremenda vitória da desinformação soviética.
          O outro tipo de desinformação é antes uma obra de engenharia social. Não se dirige ao governo para moldar suas decisões, mas, ao contrário, vem do governo e de seus centros de poder associados e desce para a massa popular, depois que as decisões já estão tomadas e é preciso, para implementá-las, conquistar o apoio do eleitorado, mantê-lo na total ignorância do que os altos círculos estão fazendo ou ajustar sua conduta aos padrões exigidos pela nova política.
          Pode-se chamar esses dois tipos de micro e macrodesinformação. As dificuldades são consideráveis em ambos os casos, mas de natureza bem diversa. Se o primeiro é inviável sem o máximo de sigilo e o manejo fino do fluxo de informações, o segundo requer o controle completo dos meios maiores e mais prestigiosos de difusão, podendo no entanto coexistir com alguma contestação menor – ou marginal -- que, estatisticamente, não afete os sentimentos da massa popular.
          No Brasil essa condição é facílima de alcançar, pois a grande mídia foi sempre dependente de verbas governamentais e não se atreve a morder a mão que a alimenta. Foi assim que os maiores jornais e canais de TV consentiram em ocultar a existência do Foro de São Paulo até o momento em que, dominador completo da situação continental, este já podia se exibir em público sem maiores riscos.
          Nos EUA a coisa teve de ser precedida de um longo e complexo processo de concentração da mídia nas mãos dos grupos globalistas que hoje disputam com a Rússia as afeições do bloco islâmico. Quando esses grupos colocaram Barack Hussein Obama no governo para minar o poder nacional dos EUA e operar um giro de 180 graus na política externa americana, fazendo do antigo aliado de Israel o maior protetor que os radicais muçulmanos já tiveram no Ocidente, a mídia já estava preparada para ocultar não somente a biografia altamente comprometedora do presidente, mas até algumas das suas executive orders mais ambiciosas e daninhas, que entram em vigor sem que a população fique sabendo de nada.

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BERNANOS, Georges
011. [ ] Diário de um Pároco de Aldeia
012. [ ] A Impostura
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BLAKE, William
016. [ ] O Casamento do Céu e do Inferno
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BLOY, Léon
018. [ ] Exegese dos Lugares-Comuns
019. [ ] O Desesperado
020. [ ] Meu Diário


BÖHM-BAWERK, Eugen von
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039. [ ] A Divina Comédia


DE MAISTRE, Joseph
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118. [ ] Etzel Andergast


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124. [ ] Sobre a Essência
125. [ ] O Homem e Deus

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sábado, 22 de novembro de 2014

O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: Think-tanks para combater a revolução social

O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: Think-tanks para combater a revolução social: Think-tanks para combater a revolução social ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES  | 12 AGOSTO 2011  ARTIGOS -  CULTURA ...

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Think-tanks para combater a revolução social

ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES | 12 AGOSTO 2011 
ARTIGOS - CULTURA


Estamos diante de uma sociedade transformada, ainda que embora em aparência não demonstre a truculência dos regimes totalitários nazista, fascista ou socialista. Todavia, isto é só uma questão de tempo: mais cedo ou mais tarde o porrete esquenta.
Chamo a atenção para dois pronunciamentos bastante oportunos do filósofo Olavo de Carvalho: primeiramente, sobre as características primordiais da revolução social, e em seguida, sobre a necessidade de constituirmos "think tanks". 
Uma revolução social consolida-se quando os meios de conquista e permanência no poder se modificam. Atualmente, estes meios emulam os dos regimes nazi-fascistas: Qualquer forma de expressão jornalística, intelectual, religiosa, literária e artística; qualquer forma de procedimento realizado por servidores públicos, promotores, advogados e juízes; e qualquer forma de atividade econômica só são tolerados quando funcionam em consonância com os ditames do partido, ou em escala mais ampla, da ideologia que lhe fornece o oxigênio.
Jamais os arrozeiros do estado de Roraima seriam expulsos (sim, eles foram "expropriados", e não meramente desapropriados!) e jamais o STF teria julgado a favor da união civil homossexual se não houvesse todo um esquema que os envolvesse por completo. 
Atualmente, no Brasil, a rigor, nenhum grande grupo econômico tem condições plenas de se manter no mercado se não pedir as bençãos dos donos do poder e rezar por sua cartilha. Quem duvida disto, que se recorde da intervenção branca que o governo impôs à companhia Vale, fazendo valer a sua vontade de mudar o presidente.
Já os apadrinhados recebem as gordas fatias das concessões, das licitações públicas, das grandes obras, dos subsídios ou empréstimos diferenciados ou quando o menos, da informação privilegiada. Como muito bem lembrado pelo jornalista Diogo Mainardi, em certa apresentação do programa Manhattan Connection, os grandes empresários do mundo todo são mundialmente conhecidos pelas áreas em que atuam, graças ao seu espírito dinâmico e empreendedor: Todos sabemos quem é Bill Gates e quem foi Henry Ford, e a que atividades econômicas eles estão ligados. Mas quem são os grandes empresários brasileiros, para quem todos os holofotes se dirigem? A rigor, são aqueles que se enriquecem a partir da estrita simbiose com o governo. 
Há quem venha a argumentar que isto foi sempre mais ou menos assim no Brasil. Isto é lá discutível. Entretanto, fenômenos restritos a uma certa esfera delimitada não preenchem o requisito essencial para a caracterização de uma mudança geral na estrutura da sociedade, ou de falando de forma mais escancarada, de uma revolução social. Esta acontece quando se espalha pela pirâmide social, do cimo até a base, de modo que mesmo as vidas das pessoas da classe média e pobre jazem subjugadas. Agora sim a coisa ficou feia!
Quando um mero jornalista ou professor não conseguem emprego em lugar nenhum pelo fato de manterem uma postura dissidente, estamos diante de uma sociedade transformada, ainda que embora em aparência não demonstre a truculência dos regimes totalitários nazista, fascista ou socialista. Todavia, isto é só uma questão de tempo: mais cedo ou mais tarde o porrete esquenta. Com advogados não é diferente: o Direito não é uma ciência exata, óbvio. Então, uma prova elaborada por uma entidade que controla toda a atividade advocatícia como requisito obrigatório para o exercício de uma profissão cujos conhecimentos foram adquiridos em meio regular de ensino e já chancelados pelo estado pode se constituir em um excelente funil ideológico. Basta para isto que seus dirigentes assim ajam de mútuo acordo. A partir daí, teremos uma verdadeira fábrica de agentes de transformação social.
Certa vez, eu li um depoimento de um cidadão sueco, que lamentava que em sua empresa ninguém ascendia a cargos mais altos por meio de mérito, esforço e dedicação, mas sim por seus talentos políticos. É isto o que já está acontecendo no Brasil. Se você é bancário, vai morrer como caixa, porque os níveis de gerência e direção, nesta atividade que funciona enxertada ao estado, estão reservados para aqueles dispostos a cumprir o programa ideológico do governo. Mais vale um gerente que autoriza empréstimos de risco aos indicados pelos políticos no poder do que o funcionário zeloso e criterioso que analisa a operação segundo as tendências do mercado.
Há algum tempo atrás minha esposa participou de um concurso público cuja vaga, soubemos, foi criada justamente com vistas a dar emprego a um outro alguém previamente escolhido. Adivinhem quem o venceu?
No Pará, destaco especialmente a figura de Leonardo Bruno, advogado, e como eu, blogueiro e colunista do site Mídia sem Máscara, que apesar de sua imensa cultura e fluência como orador, não tem conseguido realizar o seu maior sonho, que é o de trabalhar como professor, tendo-lhe sido fechadas as portas de todas as instituições de ensino particulares (ele não quer trabalhar em instituições públicas), mesmo notoriamente sendo dono de um conhecimento muito superior aos que lhe têm passado à sua frente.
Mesmo a classe pobre tem de ajoelhar-se diante da hegemonia ideológica: por exemplo, um pedreiro, um estivador ou caminhoneiro pode ou não conseguir trabalho dependendo do seu nível de amizade com o sindicato a que pertence. Em recente reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, ficou muito claro como os beneficiados por lotes de terra não esqueciam de pagar seus dízimos aos sindicatos e associações de trabalhadores rurais. 
Quando, de qualquer forma, expressa ou tácita, legal ou informal, alguém tem de pagar a um grupo corporativista ou obedecer aos seus ditames para que possa desempenhar uma atividade que é naturalmente lícita, então estamos diante de uma sociedade essencialmente mafiosa. 
Você, que lê este artigo, pode hoje estar numa situação confortável. Neste caso, de algum modo, você participa do Esquema, ou trabalha para quem participa, de tal modo que não vê motivo para que as coisas mudem. Por outro lado, você pode estar enfrentando algum nível de dificuldade em sua vida, porém teme manifestar-se com o razoável receio de sofrer represálias. 
Seja em qualquer situação, eu pergunto: você tem filhos? Se você tem filhos, crê piamente que uma sociedade em que os critérios para se progredir na vida não são os mais transparentes vá sempre beneficiar a sua linhagem? Quem lhe garante que o amanhã não será a vez do filho do seu maior rival ou inimigo? E você, que está quieto no seu canto: crê mesmo que sua indolência fará com que as coisas mudem para melhor no futuro? 
Portanto, todos nós temos à frente o risco de sermos despejados de nossas atividades por critérios nada honestos, objetivos e previsíveis. Este é o mundo das sombras, que está ali, a poucos passos do rumo que estamos tomando. Como bem lembrado pelo filósofo Olavo de Carvalho, você poderá até mesmo ser um juiz, mas assim mesmo correrá o risco de ser demitido, preso ou na melhor das hipóteses, congelado num canto, humilhado e isolado dos seus pares.
A única estrada possível para invertermos este desastre social está na conscientização da sociedade pela diminuição da influência do estado e pela valorização das liberdades individuais e da livre iniciativa. 
Para tanto, é necessário que os cidadãos, especialmente os empresários, se dêem conta que é necessário investir em formação de opinião. Investir, aqui, no seu sentido mais explícito: precisam gastar dinheiro, precisam patrocinar a fundo perdido, e não somente em função de objetivos mais concretos e imediatos. 
No Brasil, em todas as regiões e em um número significativo de estados, já há um número embrionário de pessoas que têm se dedicado com afinco a estudar estes problemas e oferecer soluções, entre as quais peço licença para dizer que eu mesmo me incluo. São cidadãos íntegros, que há anos estão comprometidos com o que têm feito, mesmo sem ter recebido até hoje nenhuma forma de apoio; aliás, amiúde têm se exposto a perigos e ameaças.
Já está na hora destas pessoas serem valorizadas. Com o devido patrocínio, haveremos de produzir com muito mais resultado, e de espalhar a nossa mensagem com muito maior velocidade. E isto pode custar menos do que colaborar com o Criança-Esperança.



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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Sobre verso do diploma de pedagogia: Blog do João Maria responde




A pergunta é,
Me formei em pedagogia em outubro/2012 e no verso de meu diploma consta apto para exercer as funções contidas no art. 4º da resolução CNE/CP nº 1 de 15/05/2006, este é o apostilamento?
Desde já agradeço.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
CONSELHO PLENO
RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE 2006. (*)
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf
Veja o link acima e imprima.

http://educacaodialogica.blogspot.com.br/

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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Palestras em Campinas abordam a vida e a obra de Ariano Suassuna

Palestras em Campinas abordam a vida e a obra de Ariano Suassuna

Participam das atividades dois membros da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier e Domício Proença Filho, nos dias 11 e 26/11, respectivamente
No ano em que a cultura brasileira perdeu o escritor Ariano Suassuna, o Sesc e a Academia Brasileira de Letras (ABL) se juntaram para resgatar a imagem do autor de “Auto da Compadecida”. Em novembro, o ciclo de palestras “O Reino Encantado de Ariano Suassuna” promove encontros com membros da Associação Brasileira de Letras, que abordam em a vida e a obra do saudoso colega escritor. Em Campinas, serão promovidas duas palestras: na terça, dia 11 de novembro, com Arnaldo Niskier, e no dia 26 com o veterano Domício Proença Filho. As atividades começam às 20h, são gratuitas e serão realizadas no teatro do campus 3 da Faculdade Anhanguera, no Taquaral.


Além de Campinas, outras unidades do Sesc recebem o projeto, como Bom Retiro, Osasco, Santo André e Taubaté. Nesses locais, Antonio Torres, Carlos Nejar e Evanildo Bechara resgatam a memória de Suassuna, que foi um dos grandes autores brasileiros, um homem das letras, teatro, cinema e televisão.

Ariano Suassuna
Nascido em João Pessoa (PB), em 16 de junho de 1927, e morto em julho deste ano, Ariano Vilar Suassuna foi um dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro. Idealizador do Movimento Armorial e autor de obras como “Auto da Compadecida” e “O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, foi um preeminente defensor da cultura do nordeste do Brasil. Foi secretário de Cultura de Pernambuco (1994-1998) e secretário de Assessoria do governador Eduardo Campos até abril de 2014.
Palestrantes
Arnaldo Niskier

Aos 78 anos, é membro da Academia Brasileira de Letras desde 1984; foi presidente da ABL em dois mandatos; é professor aposentado de História e Filosofia da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Doutor em Educação pela UERJ; membro do Conselho Federal de Educação, do Conselho Estadual de Educação e do Conselho Nacional de Educação; Secretário de Estado do Rio de Janeiro por quatro vezes; autor de mais de 100 livros, especialmente sobre educação e temas infanto-juvenis.

Domício Proença Filho 
Aos 78 anos, é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2006. Professor Emérito e Professor Titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal Fluminense, aposentado. Professor de língua portuguesa durante dezenas de anos em várias universidades, entre elas a UFRJ e a PUC-Rio, e em inúmeros estabelecimentos de ensino fundamental e médio. Crítico e ensaísta, é autor de 55 livros. Tem dezenas de textos publicados no Brasil e no exterior. Como ficcionista, é autor do premiado “Breves estórias de Vera Cruz das almas”. Na área de língua portuguesa, é autor de “Por dentro das palavras da língua portuguesa” e de vários livros didáticos.

Serviço:

Palestras do projeto “O Mundo Encantado de Ariano Suassuna”
Local: no Teatro do campus 3 da Faculdade Anhanguera. Rua Luiz Otávio, 1313, Taquaral - Campinas
Data: 11 e 26 de novembro
Horário: 20h
Entrada: gratuita
Informações: Sesc Campinas - (19) 3737-1500 

Obrigado pela visita, volte sempre.

Música e a Formação dos Afetos - Profº José Eduardo Martins

José Eduardo Martins nasceu em 1938 na cidade de São Paulo, onde começou seus estudos com o professor russo José Kliass. Mais tarde, de 1958 a 1962, estudou em Paris com Marguerite Long, Jean Doyen e matérias teóricas com Louis Saguer. Como pianista, Martins realizou ciclos com as integrais de Debussy, J-P. Rameau, Moussorgsky e Francisco de Lacerda. Apresentou igualmente, em primeira audição absoluta, mais de 120 composições contemporâneas de autores de diversos países, entre as quais algumas das mais representativas obras do compositor português Fernando Lopes-Graça, gravadas e interpretadas pelo pianista. Martins foi responsável, ao final da década de 70, pela redescoberta do grande compositor romântico brasileiro Henrique Oswald, realizando gravações e primeiras audições de inúmeras obras para piano solo e camerística com piano, assim como edição de partituras. O pianista tem 22 CDs gravados na Bélgica, Bulgária e Portugal, lançados pela Labor (U.S.A.), PKP (Bélgica), Portugaler, PortugalSom/Numérica (Portugal) e, sobretudo, pelo selo De Rode Pomp, da Bélgica Flamenga. Martins é autor de diversos livros sobre música e de mais de uma centena de artigos publicados em várias revistas e periódicos do Brasil e do Exterior. José Eduardo Martins é Doctor Honoris Causa pela Universidade Constantin Brancusi da Romênia e Acadêmico Honorário da Academia Brasileira de Música. Recebeu em Bruxelas, em 2004, a Ordem do Rio Branco, uma das honrarias mais significativas do governo brasileiro. Em 2011, foi agraciado com a comenda "Officier dans l'Ordre de La Couronne", outorgada por Sua Majestade Alberto II, Rei dos Belgas. É irmão do jurista Ives Gandra Martins e do maestro João Carlos Martins. Professor titular aposentado da Universidade de São Paulo.


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